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8. Jogo de tabuleiro, filme e chocolate quente

— Diferente.

Sadie e Noah me fitavam com espectativa. Os olhos do meu melhor amigo brilhavam de curiosidade enquanto os da ruiva esperavam por uma descrição mais concreta. Ao notar que eu não iria dizer nada mais, a garota reclamou, deitando a cabeça na carteira, com o queixo apoiado sobre o braço:

Só isso?

— É... — desviei os olhos, pensando em uma forma melhor de descrever o que achara do treino. No entanto, não conseguia pensar em nada melhor.

— Você gostou? — Sink insistiu.

— Gostei. — voltei a olhá-la, numa tentativa de mostrar firmeza em minha resposta.

— Como funciona? — Noah perguntou, curioso. Dividia sua cadeira com a ruiva, o que o obrigava a se espremer ao lado dela. — Eles não te colocaram pra lutar não, né?

— Claro que não. — Sadie fez careta, em descrença. — Como ela lutaria se ainda não sabe nenhum golpe?

E no entanto, esse era estupidamente meu maior medo de acontecer ontem. Claro que começaria devagar.

Ri nasal com seu comentário antes de responder, olhando para Noh:

— Basicamente, o professor nos fez correr pelo tatame, o que já foi o suficiente para me deixar morta. — Nós fizemos uma pausa para gargalhar, chamando a atenção de alguns poucos alunos ao nosso redor, no entanto, estava de tão bom humor que me forcei a ignorar. Estávamos em aula vaga, então não havia nenhum professor na classe. —, é sério, só isso foi o suficiente para me deixar cansada. — continuei, ainda num tom risonho. — E então, ele nos fez repetir alguns golpes. Foi isso.

Noah assentiu, após prestar atenção na minha explicação, contudo não sabia como contar de uma forma que deixasse o ocorrido de ontem muito mais interessante. Havia sido realmente muito bom, contudo minhas palavras pareceram entediar o momento, mesmo que de forma não intencional.

— Tenho certeza de que foi mais legal. — provocou a ruiva, me fazendo lhe lançar um sorriso amarelo em resposta.

— Mesmo assim, você parece de bom humor. — Noah comentou, demonstrando satisfação.

— E estou. — afirmei, sorrindo de canto ao fitar minha carteira timidamente, como se tivesse algo interessante ali.

Eu estava extasiada. Como se ainda estivesse processando a tarde de ontem. Por um momento, cheguei a me perguntar do que estava com tanto medo.

— Aposto que está dolorida. — Sadie disse, distraindo-me de meus devaneios.

— Sinceramente, pensei que estaria mais. Só sinto um incômodo nos braços, mas é leve. — falei, aliviada. Se estivesse mais, muito provavelmente arrumaria qualquer desculpinha que fosse para faltar amanhã por preguiça.

Eu também havia pensado que iria despertar toda dolorida, pela forma que cheguei exausta em casa ontem, contudo, doía apenas ao esticar muito os braços, dado que era esses movimentos que os golpes jab e direto exigiam.

— Bem, garanto que amanhã irá doer mais. — afirmou a ruiva, sincera.

— Saddy. — Noah a repreendeu delicadamente, por medo de voltar a me assustar, cutucando-lhe.

— Mas é verdade! — a ruiva o fitou, com um olhar confuso, antes de voltar-se à mim. — E na semana que vem também, talvez até na sexta, e então irá diminuir até parar. — deu de ombros.

Noah suspirou e negou com a cabeça, apesar de sorrir de canto enquanto a fitava. Não me importei com a sinceridade da Sink, afinal, eu havia gostado bastante do treino. Gostei de fazer os golpes. E gostei de fazer aqueles abdominais que, pra mim, ainda eram difíceis de realizar sem fazer ao menos duas ou três pausas.

— Isso não é um problema. — foi a última coisa que falei antes do sinal tocar e Sadie ser obrigada a se levantar para voltar ao seu lugar na fileira perto da porta.

Antes do intervalo, tivemos aula de sociologia, o que consequentemente indicava que a maior parte dos alunos teria que mudar de lugar.

Para deixar a aula mais dinâmica, ou simplesmente fazer todos os alunos interagirem, o professor começou a nos dividir em diferentes duplas para fazermos os exercícios da matéria e trocar ideias desde o começo das aulas. Geralmente, no primeiro dia ele deixava com que interagíssemos um pouco primeiro. E havia sido assim que Finn e eu havíamos ficado próximos, já que havíamos sido a primeira dupla um do outro no começo do ano letivo.

Finn era o garoto mais fechado de toda a classe, para o meu azar. E lidar com ele havia sido muito difícil. Principalmente quando tínhamos de estudar juntos após a aula como fora pedido por seu pai, numa tentativa de fazer o filho melhorar suas notas com segundas intenções, já que queria que o filho irresponsável tomasse jeito e assumisse um papel na empresa dos Wolfhard's de qualquer jeito.

Contudo no início, aos olhos de Finn, o problema não era a situação, e sim eu, em particular. Visto que, assim como o cacheado, seus amigos zombavam de mim por ser a mais dedicada da sala de aula, sendo tachada como "nerd".

Dado à isso, o garoto não queria ficar perto de mim. Entretanto, aos poucos, ficamos tão próximos ao ponto de sentir algo um pelo outro. Um sentimento forte.

No entanto, para a minha sorte, agora Finn e eu não éramos mais uma dupla. E sim Sadie.

Peguei minhas coisas, o que já estava acostumada a fazer, e me sentei ao lado da ruiva enquanto uma garota que Noah reclamara por ser extremamente tímida, chamada Edith, se sentava em meu lugar.

— Vai ser essa palhaçada o ano inteiro? — minha amiga resmungou ao meu lado, revirando os olhos.

Devo admitir que era chato e desnecessário fazer bagunça na classe toda em absolutamente todas as aulas de sociologia apenas para fazermos alguns exercícios. Aquilo já estava se tornando, no mínimo, irritante. E ainda havia o risco de eu ser obrigada a voltar a ser a dupla do Wolfhard. Ou pior: de um de seus amigos que me "adoram".

— Confesso que também estou começando a achar desnecessário. — lhe respondi, após prender as alças de minha mochila na cadeira e me virar para frente, apoiando os braços sobre a mesa junto ao corpo.

— Vamos, gente, sem desânimo. — o professor se pronunciou ao ver boa parte dos alunos bufando. — Olha só, podem ficar tranquilos, vou separar vocês em duplas diferentes apenas mais uma vez antes de passar um teste que, é bom já deixar avisado, comprometerá boa parte da nota deste bimestre. — Aquela informação piorou ainda mais o ânimo dos alunos, visto que a maioria não suportava mais fazer provas. — Ah, que isso pessoal? Vamos, não sabem como é bom trocar conhecimentos. Bem, vou passar um texto na lousa e, logo em seguida, algumas perguntas.

Sadie resmungou um palavrão baixinho ao abrir seu caderno de sociologia com certa violência, arrancando-me um risinho.

— Calma, não é o fim do mundo, Saddy. — falei, numa tentativa de lhe tranquilizar um pouco.

— Ai, eu copio e você responde. Tudo bem? — sugeriu, passando a mão pela testa até a raíz do cabelo ruivo como se estivesse com uma dor de cabeça aguda. — Tô com saco pra isso não.

Eu ri, apesar de concordar. Não sabia se era meu bom humor ou o fato de estar fazendo a atividade com ela e, ao mesmo tempo, evitando um climão bastante tenso com meu ex-namorado.

— Está bem. — assenti, perguntando-me como que alguém iria preferir copiar um texto enorme ao invés de apenas responder algumas questões fáceis, no entanto, decidi não contestar.

Ao terminarmos e entregarmos, a ruiva e eu passamos a simplesmente fofocar sobre uma série nova da Netflix que estávamos assistindo e alguns atores que achávamos mais bonitos.

Em dado momento, acabamos olhando na direção de Noah, para vermos como ele estava se saindo, segurando o riso ao vermos a clara dificuldade dele ao tentar discutir a resposta de uma das questões com a garota com as bochechas bastante ruborizadas ao seu lado. Edith havia evoluído bastante tendo meu melhor amigo como dupla, no entanto, claramente ainda não era nada fácil interagir com ele.

— Tenho certeza de que ele sente sua falta. — comentei baixinho, mais para mim mesma do que para Sadie.

— O quê? — a ruiva me olhou confusa.

— O Noah. — esclareci, devolvendo o olhar. Não queria me meter entre os dois ainda mais do que já havia me metido, contudo decidi insistir um pouco mais ao notar que a ruiva havia decidido calar-se. — Você tinha dito que... queria esperar a poeira abaixar...

A garota assentiu.

— Conversei melhor com Caleb dias atrás. — a fitei surpresa, esperando que proceguisse antes de dizer algo. — Ele disse que não consegue guardar rancor após tanto tempo de amizade e que, talvez, estivéssemos confundindo as coisas desde o início.

— Vocês com certeza tinham... tem um laço forte. — tratei de me corrigir, concordando. Eles haviam se conhecido há bastante tempo, talvez um pouco antes de se tornarem adolescentes e é normal confundir os sentimentos; pensar que o sentimento forte de carinho tem algo a mais.

— Sim. — concordou. — Eu pedi desculpas. Por mais que eu ache que isso não seja o suficiente...

— Já é um bom começo. — afirmei.

Sadie errou feio. Nisso, não havia discussão. Mas nada consertaria o que ela havia feito. Trair a confiança de alguém não é algo que se constrói num piscar de olhos. E esse vem se tornando meu dilema todos os dias. Será que, algum dia, eu conseguiria reconstruir a minha confiança em Finn? Por que McLaughlin perdoara Sadie e eu não conseguia fazer o mesmo com o cacheado?

A resposta chegou à mim de forma dolorosa e amarga.

Porque Sadie se arrependeu.

— Nunca me orgulhei do que havia feito... e agora me sinto ridícula por ter implorado o perdão de Caleb sem ao menos ter lhe dado um tempo para absorver as coisas, ainda mais pela forma que ele descobriu.

Meu corpo se enrijeceu. E meu olhar se dirigiu instantaneamente para Finn, que era muito mais fácil de encarar do lugar de Sadie, entretido com seu lápis que o batucava na carteira distraidamente, com o olhar direcionado para a janela; ao seu lado, sua dupla era um garoto que sentava na frente, do qual muito provavelmente iria fazer a atividade pelos dois. Com certeza eu compreendia McLaughlin. Descobrir algo que uma pessoa tão importante para você te escondeu e após descobrir da pior forma e mal ter tempo de digerir tudo, de colocar as coisas no lugar.

Ainda assim, talvez por estar vendo como a ruiva estava arrependida e, apesar de tudo, realmente se importava com o amigo de infância, uma parte minha não conseguia culpá-la totalmente.

— Acho que entendo... — sussurrei, ao voltar-me para a ruiva. — Você não queria perdê-lo. — Saddy assentiu devagar, num suspiro infeliz. — O que vai fazer agora?

— Falar com Noah... Eu acho...

'Eu acho'? — repeti, ao arquear a sobrancelha. Sadie não era do tipo de se sentir confusa. Pra falar a verdade, era a garota mais decidida que eu conhecia.

— É, Millie. Já se passou um mês e... — pausou, ao umedecendo os lábios, vacilante. — ele pode ter desistido de esperar. — supôs, com um ar levemente triste.

— Deixa de bobagem. — revirei os olhos antes de afirmar com convicção, sem medir as palavras impulsivamente: — Ele te ama!

Sadie ruborizou. Suas bochechas pareciam prestes a ficarem da cor de seus cabelos, e eu me perguntei o por quê. Talvez tivesse exagerado? Mas como? Noah era simplesmente louco por Sadie, ao ponto de se importar mais com ela do que com ele próprio.

— O que foi? — perguntei, sem entender a vermelhidão em seu rosto.

— Ele... nunca havia me dito. — ela desviou os olhos dos meus. — Eu falei pra ele que não acreditava nesse tipo de coisa.

Arregalei os olhos, incrédula com sua franqueza. Noah devia nunca ter lhe dito por medo. Por medo da ruiva não acreditar, até mesmo lhe rejeitar. A prova de que ela e McLaughlin estavam apenas confundindo as coisas, era a garota praticamente confessar que não o amava, ao menos, não dessa forma. Enquanto Noh provou que sim, por supostamente aceitar não ser correspondido da mesma forma e, mesmo assim, nunca ter desistido da mesma.

Abri a boca para lhe responder quando o sinal tocou. Toquei sua mão antes de resolver voltar para meu lugar, assim como todos os outros.

— Converse com ele. — voltei a pedir.

— Não consigo. Parece nunca surgir uma oportunidade... — reclamou, inquieta.

— Vai surgir. — afirmei, soando mais como uma promessa. Me levantei. — Além disso, não acreditar, não te incapacibilita de sentir.

Esperando que ela compreendesse, voltei para o outro lado da sala, perto da janela, e me sentei novamente ao lado do assunto da nossa conversa.

Antes do início da terceira aula, foi comunicado que amanhã não teríamos que vir por ser conselho de classe. Não soube dizer se estava irritada ou não, já que não teria que enfrentar, ao menos de manhã, o frio que estava fazendo, e, ao mesmo tempo, ficaria no tédio a manhã inteira porque, com toda certeza, meu relógio biológico não me deixaria dormir até tarde.

No intervalo, Noah e Sadie conversavam sobre algo do qual eu não prestava muita atenção. Me recostei à árvore enquanto mastigava minha maçã em silêncio e pensava em uma maneira de ajudar os dois à minha frente conversarem.

— O que você acha, Millie?

Talvez... se Sadie e eu fôssemos para algum lugar com Noah e eu saísse de perto por tempo o suficiente... eles poderiam se entender.

— Millie? — meus pensamentos foram interrompidos quando meu melhor amigo tocou meu ombro. — No que tanto está pensando?

— D-desculpe, eu não te ouvi... o que você disse?

— Aquela Edith que senta comigo agora na aula de sociologia. Até agora tivemos bastante dificuldade para fazermos as atividades juntos. — explicou. — Me pergunto porque ela é tão tímida...

— O que vocês acham de fazermos algo de tarde? — perguntei, fitando esperançosamente ambos.

Sadie pareceu querer rir, ao tampar a boca com uma mão, enquanto Noah arqueava a sobrancelha para mim:

— Millie, você está me escutando?

— Parece que ela está com a cabeça em outro lugar. — provocou Sadie, aparentemente sem perceber minhas intenções.

— Filme na casa do Noah? — sugeri a primeira coisa que me veio à cabeça.

— Parece mesmo. — concordou o garoto, soltando um riso curto confuso.

— Ah, e-eu só não queria ficar em casa sozinha estudando. Pra variar um pouco... — me expliquei rapidamente, dando um risinho, o que parte era verdade.

Sadie arqueou a sobrancelha pra mim, parecendo ter começado a desconfiar. Contudo, permaneceu quieta ao Noh apenas dar de ombros e morder sua fruta também.

Os pais de Noah estavam no trabalho quando havíamos ido até sua casa depois da escola.

O ambiente estava tão frio quanto do lado de fora e Noah foi até um canto da sala para ligar o aquecedor.

Aparentemente Sadie nunca havia ido até sua casa, já que a ruiva observava ao redor da sala enquanto vinha atrás de mim, que seguia Noh até o quarto sem cerimônias, enquanto esfregava uma mão na outra na tentativa de me esquentar.

— Querem comer alguma coisa? — perguntou o garoto, ao deixar a mochila sobre sua cadeira giratória em frente ao computador.

Meus olhos estantâneamente brilharam só de ouvir a pergunta, enquanto Saddy ria ao meu lado por algum motivo. Ao olhá-la, constatei que era de mim.

— Olha a carinha dela! — riu. — Vamos fazer pipoca. Ah, e deixa eu te ensinar aquele chocolate quente que te falei. — disse a mesma, andando na direção de Noah.

Observei eles saírem do quarto por um instante, com um sorrisinho orgulhoso brotando em meu rosto. O empurranzinho que estava dando às vezes parecia nem ser necessário. Ambos se amavam e se davam tão bem que voltarem a ficar juntos era apenas questão de tempo. Nem McLaughlin, nem Apatow e nem ninguém conseguiria mantê-los afastados por muito tempo. Infeliz, acabo pensando em Finn. Nós, ela havia conseguido separar. Tentei afastar esses pensamentos de minha mente rapidamente. Finn que havia feito isso com a gente e não Iris Apatow. Finn. É nisso que acredito ao acompanhar meus amigos até a cozinha do Schnapp para ajudar e não ficar sozinha com meus pensamentos infelizes.

A casa já estava bem mais quentinha ao voltarmos para o quarto com uma bacia cheia de pipoca, que parecia que não daria para nós três — só parecia mesmo. —, e três xícaras grandes de chocolate quentes espumantes. Noah retirou alguns cobertores de seu armário, enquanto eu apenas bisbilhotava sua estante apenas para passar o tempo, já que Saddy se encarregara de escolher o filme que iríamos ver. Curiosa, retirei um dos jogos de tabuleiro da prateleira de Noah de forma aleatória.

— O que é isso? — perguntei, fitando a caixa verde escrito Clue bem grande em cima com o desenho de vários personagens e uma sombra de um corpo caído, simulando uma cena de crime, tendo a resposta antes de Noah dizer.

— Jogo de detetive. Querem jogar?

Sadie não havia se empolgado tanto com o jogo quanto meu melhor amigo e eu. Tive então que suborná-la, prometendo-lhe que iríamos sair para fazer compras no shopping de novo. Com que dinheiro? Também não sei. Passamos então a jogar na mesa da cozinha enquanto comíamos. Noah explicou as regras enquanto embaralhava as cartas que seriam distribuidas para cada um de nós, deixando de fora três, do qual uma era do assassino, outra da arma que ele usara para matar a vítima e a última seria o local onde o crime ocorrera. O tabuleiro era de uma mansão, repleto de cômodos, onde podíamos entrar usando os dados para movimentar nossos piões dos personagens do jogo.

— Tá legal... — Saddy disse, ao seu pião finalmente adentrar a cozinha. — Eu acho que foi a Srta. Peacock, na cozinha, com... a corda. Combina mais com ela.

Eu ri com seu comentário, ao colocar uma das cartas que a ruiva havia dito sobre a mesa, já que apesar de ter todas, éramos obrigados a revelar apenas uma. E se, no caso, eu não tivesse nenhuma, Noah seria obrigado a revelar alguma, caso tivesse. Observei ambos riscarem a carta que eu havia deixado sobre a mesa no bloco de notas, onde podíamos anotar todas as armas, cômodos e pessoas que já havíamos descobrido que não faziam parte do crime.

Quando foi a minha vez de jogar, lancei os dados, tirando doze por sorte. Entrei na sala de jantar, que estava mais perto, apesar de ter certeza de o lugar em que havia ocorrido o assassinato havia sido na Entrada.

Sr. Mustard, sala de jantar, com a faca. — falei, encarando Noah, ambos nós dois sem expressão. Uma das regras do jogo era fazer a acusação do cômodo em que havíamos acabado de entrar, infelizmente.

Estávamos quase no final. Eu só precisava descobrir o assassino. Sendo que já tinha a carta da Sala de Jantar comigo, contudo eles não sabiam disso. Percebi Noah verificar suas cartas, olhando mais miniosanente duas e percebi que ele tinha ambas que eu dissera, só estava tentando decidir qual jogar. Ao revelar a faca, marquei em meu bloco, riscando a arma e o Sr. Mustard, sobrando apenas o Professor Plum. Noah estava mais adiantado, ele já tinha a carta, ou seja, já sabia quem era o assassino há mais tempo que Sadie e eu. Havia ganhado.

O garoto lançou os dados, tirando um número baixo. Estava longe da Entrada, o que indicava que eu ainda tinha chances.

Sadie ainda parecia não ter descoberto o local, pois, ao invés de andar em direção à Entrada assim como Noah tinha feito, foi em direção à Sala de Música, mas não conseguiu entrar.

Na minha vez, infelizmente tirei dois, sendo que precisava de um número maior que quatro. Noah se aproximou mais sete passos, ficando perigosamente perto. Sadie pôde fazer sua acusação, citando corretamente apenas a arma do crime. Revelei o local, ficando sem mais cartas na mão, deixando a Sala de Música sobre a mesa. Esperei ambos anotarem antes de lançar os dados, tirando nove em minha vez. Pela primeira vez, Noah abandonou sua expressão fria e soltou um grunhido frustrado, sabendo que havia perdido.

— Já era... — disse o mesmo, derrotado.

A ruiva franziu a testa para ele.

— Como assim? Ainda faltam quatro cômodos para saber o local. — ela me encarou, flagrando um sorrisinho de canto vitorioso de minha parte do qual não consegui conter. — Puta que pariu, sabia que não tava entendendo porra nenhuma.

Noah e eu rimos. O garoto estendeu a mão para mim, pedindo para que eu me apressasse.

— Acuse logo, Millie.

— Acusação final: Professor Plum, com o castiçal, na Entrada.

A acusação final deveria ser usado apenas quando se tinha certeza, pois se eu checasse as cartas e tivesse alguma errada, teria de sair do jogo e eles continuarem.

Peguei o envelope confidencial de cor pardo alaranjado do centro do tabuleiro e retirei as três cartas, checando sem que eles conseguissem ver. Ao ter certeza de que havia ganhado, coloquei-as sobre a mesa. A ruiva soltou um palavrão enquanto Noah cobria o rosto com as mãos.

Eu sabia! — exclamou o mesmo, cabisbaixo por ter perdido.

— E eu achando que era no Escritório! — reclamou Sadie.

— E por que não foi para o Escritório? — perguntou Noh, confuso.

— Eu precisava checar os outros cômodos primeiro, como teria certeza? — Noah e eu caímos no riso, fazendo a ruiva endurecer ainda mais sua expressão. — Chega vocês dois, pra mim já deu. Vamos assistir um filme de assassinato antes que eu assassine vocês. — ditou, levantando-se e indo até o quarto com a pipoca. Não sei dizer se o trocadilho com o jogo havia sido proposital ou não.

— Ei, calma aí sua maluca. — corri atrás dela, que fugira com a pipoca.

Por fim, voltamos para a cozinha ajudar Noah a guardar tudo do jogo dentro da caixa. Noah colocou o filme na sala mesmo. Me deitei rapidamente no sofá cumprido de três lugares propositalmente, atirando-me no estofado cinza fofo, obrigando Saddy e Noh se sentarem no outro de dois lugares. Sadie escolheu o filme, que parecia realmente ser legal. Só parecia mesmo. Acabei dormindo no meio do filme e quando acordei, o ambiente estava mais escuro, o que indicava o fim da tarde. Me desenrolei do cobertor e me levantei, olhando para o lado, encontrando uma ruiva adormecida no ombro do meu melhor amigo.

— Ei — ele sussurrou ao me notar desperta. — Está tarde.

— Eu sei. Eu já vou. — falei, pegando a bacia vazia do chão, colocando nossas xícaras dentro. — Deixa que eu lavo a louça, não precisa me acompanhar até a porta. — falei, já que ele precisaria acordar Saddy para que pudesse se levantar.

— Eu te impediria, mas acho que dessa vez vou aceitar. — ele sorriu, indicando a ruiva ao seu lado.

Ri nasal antes de rumar até a cozinha. Lavei a pequena louça que havia ali, já que aparentemente Noah era responsável pela a do café da manhã. Em seguida, me despedi dele antes de ir embora, torcendo mentalmente para que ambos conversassem assim que Sadie acordasse.

No dia seguinte, fiquei enrolando para estudar enquanto assistia algo. Naquele frio, minha única vontade era ficar assistindo enrolada nos cobertores o dia inteiro. Acabei mandando para o inferno a revisão que fazia toda as tarde e dei play à mais um capítulo da minha série. Um dia não ia matar.

No entanto, tive que me obrigar a levantar daquele sofá para me arrumar pra ir na academia. Não poderia faltar ainda em meu segundo dia de treino, por mais frio que estivesse fazendo lá fora.

Me agasalhei bem antes de sair. Estava um gelo do lado de fora, apesar de ainda não ter neve.

— Boa tarde. — desejei, ao adentrar a sala de treino com certo entusiasmo.

Haviam duas ou três pessoas a menos hoje.

— Boa tarde, Mille. — O professor Victor fitou-me com um sorriso. — Vamos esperar mais um tempinho antes de começar, para caso chegue mais alguém.

Assenti, ao abaixar o capuz de minha jaqueta de moletom azul-turquesa.

— Não sei se já foi solicitado, mas pedimos aos alunos para comprarem suas luvas, protetores bucais bandagem, certo? Não precisa ter pressa, já que você está começando.

— Tudo bem. — concordei.

— E, infelizmente, daqui um tempo, seria bom você tirar o óculos para treinar. Para ele não quebrar quando lutar. — alertou.

— Ah, é verdade. — sussurrei.

— Bem, vamos começar. — anunciou, indo para o centro do tatame.

Virei-me para os outros alunos após retirar meu par de all star branco cano médio e os deixar no canto, arregaçando as mangas do moletom até os cotovelos. Percebi uma cabeleireira castanha-escura e bem cacheada entre os outros enquanto prendia meu cabelo em um coque distraidamente. Franzi a testa em incredulidade, prendendo o ar em meus pulmãos ao reconhecer Finn. Ele vestia uma calça de moletom meio larga, com uma de suas típicas camisetas escuras.

— Finn...? — sussurrei ao chegar alguns passos mais perto dele, com a boca entreaberta em incredulidade.

O cacheado se virou para mim. Não parecia surpreso em me ver, o que me deixou ainda mais confusa por um minuto. Ele abriu um daqueles sorrisos de canto enquanto eu ainda estava tentando raciocinar:

— Olá, Mills.

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Aviso importante: Pessoal, o ENEM vai ser nos dias 17 e 24, então não vou escrever nada nas próximas duas semanas pra poder revisar. Não estranhem se eu sumir. Mas não se preocupem, vocês sabem que eu sempre volto <3

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