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6. A ideia de Noah

— Francamente, Millie. — Sadie reclamava, enquanto zanzava por meu quarto, cômodo do qual eu mal saía nos últimos tempos. Fitei a TV à minha frente, totalmente sem humor. Por fim, a ruiva bateu o pé antes de me encarar. — Você tem que reagir! Se passou um mês!

Noah a observava inquieto sentado em meu puff com um dos meus gibis aberto nas mãos, como se entendesse o meu lado. Ou apenas não quisesse mostrar que tinha uma opinião formada para não ter que me magoar.

— Já chega! — a ruiva veio até mim subitamente, em seu rosto era quase palpável a ideia maluca que vinha em sua mente, tirando minha atenção do desenho que eu tentava prestar atenção e me distrair muito antes dos dois chegarem, apesar de estar sendo uma tentativa falha, ao se sentar e agarrar meus ombros para que me concentrasse em si. — Vou te levar pra balada, te arranjar a porra de um gato ou o cacete que for, vocês vão transar e você vai superar!

Arregalei os olhos. Não era possível que a ruiva não conseguisse ver o quanto aquela ideia era totalmente insana e sem o menor juízo. Sink não aguentava mais me ver tão pra baixo, disso eu sabia. Mas propor uma coisa tão extrema...

Tá doida?! — Noh exclamou, antes que eu pudesse dizer algo, parecendo totalmente surpreso e ofendido com a proposta como se tivesse sido feita à ele. — Sadie, você não acha que está sendo um tanto drástica?

— Tem alguma ideia melhor? — a garota questionou ao se virar para o garoto, num tom que indicava que aceitaria qualquer coisa à aquela altura.

— A gente pode...dar uma volta. — Noh deu de ombros, corando um pouco ao indiciar que não havia conseguido pensar em nada. — Faz um tempo que a Millie não sai...

— Pelo menos ela voltou a comer. — respondeu Sadie pensativa.

— E fazer as lições com antecedência. — meu melhor amigo completou.

— Gente, estou aqui! — exclamei.

Os dois tratavam como se não estivesse ali ou doente demais para me manifestar!

— Que tal shopping? — a ruiva sugeriu, continuando a me ignorar, fazendo-me bufar.

— Chega de shopping. — Noh fez careta, negando com a cabeça.

— Apoiado. — disse, concordando com meu melhor amigo, apesar de ser um pouco suspeita para falar, visto que não queria sair para lugar nenhum de qualquer forma.

Olhei para a janela, vendo o mundo desabando lá fora. O tempo também não ajudava em nada.

— Então, o que você quer fazer? — Sadie me olhou esperançosa.

— Eu não sei. — dei de ombros e então a fitei. — Estava pensando em ir na biblioteca no centro para...

— Ah, eu concordo. — ouvi Noah dizer animado.

— Ai, podem parar. — Sink pediu, fechando os olhos, opondo-se à ideia. — Preciso distrai-la e não colocar Millie de cara nos livros. — reclamou para Noah. — Isso é o que ela mais tem feito.

— Tá legal, foi mal. — o mesmo levantou as mãos em rendição, fazendo-me rir um pouco.

A ruiva revirou os olhos antes de fitar a parede por um instante, pensando. Logo, estalou os dedos, abrindo um sorriso genuíno e me fitou:

— Podemos ir ao boliche!

Noah e eu nos encaramos em silêncio por alguns segundos. Devíamos ter pensado a mesma coisa, pois ambos começamos a rir. Gargalhar pra valer mesmo! A ruiva nos olhava com a testa franzida, sem entender nada, até conseguirmos parar para podermos respirar e eu explicar o óbvio:

— Somos péssimos, Sadie! Nós nunca jogamos!

Sink revirou os olhos como se não fosse nada de mais e sorriu:

— Vocês podem aprender! Eu ensino vocês.

— Não coloque fé nisso. — meu melhor amigo aconselhou, voltando os olhos para o que estava lendo.

— Tá! — exclamou a ruiva, impaciente com nossa falta de ânimo, até mesmo Noah não estava mais do seu lado, o que era perfeitamente compreensível para mim. A única atividade física que fazíamos eram as atividades de educação física da escola que éramos obrigados a fazer.

— Vamos ou não?

— Vamos, vamos. — concordei de uma vez, ciente de que seria impossível convencer Sadie a desistir de alguma coisa. Além do mais, ela tinha razão. Estava enfurnada em meu quarto a bastante tempo.

— Me recuso a passar por tal humilhação! — Noh afirmou, me olhando chocado por ter concordado com tal loucura. Céus, parece que nem conhece a garota do qual é apaixonado e que a verdade era que não tínhamos escolha.

— Pare com isso, Noah. — Sadie pediu, como se o mesmo estivesse fazendo o maior drama, fazendo o garoto revirar os olhos antes de lhe lançar um olhar desesperado do qual Sink ignorou ao se virar para mim: — Quer chamar mais alguém? Seria divertido se jogássemos em grupo, dupla, sei lá. — deu de ombros, sorrindo animada. Era a única.

Tentei esboçar um sorriso, tentando pensar em alguém. Se minha prima, Maddie, estivesse aqui, poderíamos chamá-la. Não nos dávamos muito bem antes, mas quando a mesma havia me aconselhado sobre Finn, começamos a nos dar melhor. Contudo, ela não estava aqui e geralmente só vinha nos visitar com minha tia em datas especiais, provavelmente viria para o Natal, o que alías, estava próximo. Mal poderia esperar para que começasse logo a nevar. Já que ela não estava aqui, ainda assim, havia...

— Podíamos chamar o Romeo. — sugeri, além do mais acho que devíamos andar mais com ele, éramos amigos e havíamos superado a época em que havíamos namorado. Romeo fora meu primeiro namorado, terminamos quando o mesmo teve de ir para a Flórida, mas voltou recentemente.

Eu sorria despreocupada, no entanto, Sadie me olhou como se estivesse com algum problema mental e aquilo fosse uma péssima ideia do qual eu não entendi. Por que ela teria algo contra Romeo?

— O que foi? — perguntei, franzindo a testa.

— Millie, você sabe que Romeo quer mais do que sua amizade, certo? — a ruiva revelou, juntando as mãos como se explicasse algo para uma criança que ainda não compreendia a maldade do mundo.

A olhei descrente, achando aquilo o pior dos absurdos. Romeo e eu fomos duas pessoas que já nos gostamos e que agora partilhávamos apenas um enorme carinho de amizade um pelo outro. De onde diabos Sadie havia tirado uma ideia maluca dessas?

— É claro que não. Somos amigos. — afirmei com convicção, dando a entender que não iria discutir sobre aquele assunto com a ruiva. Já chega Finn ter implicado com Romeo quando ele mal acabara de chegar, agora Sadie não!

— Sério isso? — Sadie pareceu incrédula com minha "ingenuidade", bufando ao eu ter descartado o que a mesma dissera sem nem ao menos pensar sobre, o que era um problema, pois para mim realmente não tinha o que pensar. E disso, a ruiva não iria conseguir me convencer do contrário. — Não reparou como ele olha pra você? Além do mais, Finn disse que Romeo afirmou ainda gostar de você! — Sadie jogou as palavras, esperando alguma reação de minha parte.

Meus olhos a fitaram chocados e entreabri a boca, por um instante, chocada. Mas não poderia ser possível. Namoramos a dois anos, logo não teria como Romeo ter continuado sustentando seus sentimentos por mim assim como vice-versa, e Finn logicamente devia ter dito isso por ciúmes quando ainda estávamos juntos. Lembrava perfeitamente como o cacheado implicava com o outro que sempre manteve-se quieto, demonstrando desde o início que não queria confusão.

— Impossível, Sadie. Terminamos a muito tempo. — insisti, negando com a cabeça.

A ruiva suspirou fortemente em sinal de impaciência e se sentou na cama para agarrar meus ombros e me olhar seriamente:

— O Finn disse que ele falou, Millie! Romeo confessou! — repetiu.

Neguei outra vez.

— Primeiro: Finn não tem mais nada a ver com isso; Segundo: Se é que é verdade, porque Finn mentiu em muitas coisas, Romeo estará perdendo seu tempo; Terceiro: não vou me afastar de Romeo porque Finn quer. — disse o óbvio, esperando alguma reação positiva da ruiva. Se ela estava preocupada se Romeo teria alguma chance comigo, estava redondamente enganada e eu quis deixar isso claro, para tranquilizá-la, contudo Sink apenas suspirou, cansada de discutir.

— Olha, não quero me meter, mas você não devia desconfiar de tudo o que Finn diz por causa do que aconteceu entre vocês. — me surpreendi com a troca de assunto. Antes que eu pudesse interronpê-la para protestar que tinha motivos mais do que suficientes como, por exemplo, o cacheado nem ao menos demonstrar arrependimentos por tudo o que tinha feito, entretanto a ruiva continuou rapidamente: — Finn tem coração bom. Ele tem um jeito meio torto, mas isso não muda o que ele sente por você. E ele não estava mentindo quando disse isso sobre seu ex.

— E como você sabe? — desafiei, sentindo-me desconfortável com a última parte que Sadie dissera. Segundos atrás a ruiva queria tentar me distrair, agora falava de Finn como se tudo o que ele tivesse feito tivesse perdão.

—Porque, pelo visto, eu o conheço melhor do que você. — o tom desapontado em sua voz era quase palpável e havia conseguido me atingir em cheio. Talvez ela tivesse razão. Não conseguisse compreender Finn. E, por um lado, saber disso doía.

Foi difícil não me chatear com suas palavras. Mas eu entendia que eles eram amigos a muito tempo e que, provavelmente, aquilo era absolutamente verdade.

— Enfim, chamamos Romeo? — Noah resolveu nos interromper, bastante desconfortável com nossa discussão.

— Sim. — respondi num suspiro ao virar o rosto para lhe encarar. — Sendo verdade ou não o que Finn disse, isso não muda muita coisa.

— Certo. — ouvi a ruiva dizer por fim.

Enviei uma mensagem para Romeo, que respondera minutos depois que nos encontraria no local combinado. Peguei um casaco de frio no armário e uns trocados amassados de dentro do bolso da minha calça jeans antes de sairmos para pegarmos um ônibus. A sorte da ruiva era que a mesma era bastante persuasiva, pois aquele tempo de chuva não era muito encorajador.

Romeo estava em frente ao Boliche vestindo calça jeans e um moletom vinho. O mesmo guardou o celular no bolso ao nos ver nos aproximar e sorriu. Fechei o guarda-chuva antes de lhe abraçar em forma de cumprimento. Sadie e Noah também o cumprimentaram ao se aproximarem.

— Obrigado por me chamar. — ele disse com um sorriso nos lábios. — Confesso que estava entediado em casa.

— Nós também. — respondi, soltando um riso nasalado. Conhecendo Romeo do jeito que conheço, questionei: — Fez o trabalho de história de amanhã?

O mesmo me olhou chocado, nem precisando responder a pergunta.

— Vale boa parte da nota nesse bimestre. — Noah disse, franco até de mais.

— Relaxe que eu também não fiz. — Sadie disse, numa tentativa falha de tranquilizá-lo.

Romeo não fazia parte dos alunos mais dedicados, contudo isso não significava que ele se importava menos em entregar as atividades e trabalhos. Na verdade, ele quase tinha um treco sempre que as provas se aproximavam. Dizia que estudaria, o que nunca acontecia. No entanto, quase sempre ficava satisfeito com as notas que tirava.

— Não acredito que esqueci. — resmungou, enquanto subíamos os poucos degraus até a entrada.

O boliche não estava tão cheio devido o tempo lá fora, além de ser quarta-feira. As poucas pessoas ali se divertiam com suas boas e falhas jogadas. Fomos até o balcão para reservar uma pista e trocar nossos sapatos.

— Não me surpreende. — respondi com sinceridade, apesar de sorrir em gentileza para o mesmo. — Se quiser, eu posso lhe dar uma ajudinha depois. — ofereci, sentindo os olhos sérios da ruiva sobre mim.

— Por favor. — Romeo riu em nervosismo.

— Muito bem. — Sadie disse assim que fomos até a nossa pista, pelo seu largo sorriso dava pra ver claramente que a mesma estava animada. — Vamos jogar em dupla? Garotas contra garotos?

— É claro! Millie e eu seremos humilhados por vocês se jogarmos juntos. — Noah afirmou o óbvio, fazendo Romeo rir. Mal sabia ele que Noh estava apenas sendo sincero.

— Você sabe jogar? — Sadie fitou Romeo num desespero claro de tornar aquele jogo um pouco mais interessante, visto que Noah e eu iríamos torná-lo um fiasco por Sadie ser a única com alguma noção do jogo.

— Sei. — disse ele, significando que as duplas estavam equilibradas, fazendo a ruiva suspirar em alívio.

— Perfeito. — Sadie cruzou nossos braços e me puxou para andarmos mais para frente, visto que seríamos as primeiras.

Dando início à primeira rodada, Romeo e Noah se sentaram à mesa enquanto eu pegava a bola e me preparava para a minha primeira jogada.

Definitivamente não queria ser a primeira, para poder observar como Sadie fazia e tentar imitá-la. No entanto, a ruiva insistira para que pudesse me explicar como se fazia.

Peguei a bola e escutei suas dicas, contudo quanto mais ela falava, mais complicado parecia. O que me tranquilizava, era saber que a dupla adversária estava na mesma que a nossa.

— Você entendeu, Millie?

Balancei minha cabeça em concordância, apesar de ter certeza de que se não perdêssemos, seria por pouco. Sadie assentiu e se afastou cruzando os dedos, como se aquilo fosse nos ajudar de alguma forma.

Respirei fundo e fitei a pista por alguns segundos insegura. Me posicionei, encaixando os dedos na bola, lançando a mesma com dificuldade. Realmente não era tão fácil quanto parecia.

A bola nem mesmo chegou a seguir linha reta, fazendo uma curva quase que de imediato. Fitei a ruiva com os dentes trincados em nervosismo, vendo a mesma dobrar os cotovelos para o alto e agarrar a cabeça com as mãos enquanto se virava de costas, murmurando para si mesma:

— Estamos ferradas!

A olhei tensa, enquanto escutava os meninos rindo atrás de nós como se a vitória já estivesse ganha e, não pude deixar de pensar, em como teria sido mais fácil termos ficado em minha casa assistindo algo na Netflix ao estar aqui passando por tal humilhação.

Como a garota toda debochada que Sink era, a ruiva mostrou o dedo do meio aos meninos sem se importar com a reação de Noah e foi pegar outra bola, exalando toda a autoconfiança que faltava em mim naquele momento.

A bola de Sink foi jogada com perfeição e seguiu reto na pista, fazendo-nos criar expectativas de nos salvarmos. Soltei um berro ao ouvir o strike da ruiva, que me acompanhou certamente para provocar e calar a boca dos rapazes.

— Acham que conseguem fazer melhor? — a mesma questionou, ao nos aproximar.

— Calma, ainda nem começamos. — Romeo respondeu, devolvendo a provocação num tom amigável.

Os meninos se levantaram e nós ocupamos seus lugares no sofá.

Assim como Sadie havia feito, Romeo deixou Noah ir primeiro, explicando mais ou menos como ele deveria lançar a bola.

— Conseguiu perceber como ele te olhava? — Sadie sussurrou sem tirar os olhos deles, chamando minha atenção.

— Normal... — respondi com sinceridade ao fitá-la. Sinceramente, eu estava prestando mais atenção nisso depois do alerta da ruiva, no entanto não havia pêgo nem uma vez sequer Romeo me olhando diferente.

— Certo, não irei insistir. Não adianta alertar alguém sobre algo do qual ela não quer ver. — a mesma disse, apesar de suas palavras duras, sua expressão demonstrava certa compreensão.

Voltei a mirar os meninos, sorrindo de forma contida ao ver Noah rir por, assim como eu, não ter, nem ao menos, conseguido fazer com que a bola seguisse reto. Contudo, surpreendentemente Romeo desviou os olhos de Noh para onde estávamos e os focou diretamente em mim. Percebendo que eu os olhava, sorriu minimamente, como se estivesse envergonhado por ter sido pêgo no flagra, antes de voltar-se para meu melhor amigo.

Ah, não. Não, não. Puta que pariu.

Sentindo-me contrariada, minhas bochechas ruborizaram e eu rapidamente desviei os olhos, processando o que não queria ter visto por comprovar o que a ruiva me alertara.

Durante o restante do jogo, o clima entre nós quatro se tornara estranho. Talvez fosse apenas coisa da minha cabeça, visto que eu já não tinha tanta certeza quanto aos sentimentos de Romeo. No entanto, não posso negar que evitara olhar para o garoto o restante do jogo inteiro.

Fico feliz e bastante orgulhosa em dizer que os ganhadores fomos Sadie e eu. De diferença de 200 a 100 pontos. Obviamente que Noah e eu não ficamos craques, o que já era de se esperar, mas conseguimos pegar um pouco o jeito e derrubar alguns pinos. Noh conseguiu fazer dois strakes, e eu apenas um, mas, para mim, já havia sido suficiente. Apesar de ser extremamente competitiva em qualquer jogo com o Noah. Além de me divertir bastante quando jogamos juntos, ele é um excelente adversário.

Havíamos combinado de os perdedores arcar com as despesas do que iríamos comer depois do boliche e eu fiquei super aliviada por Sadie e eu termos ganho, porque meus trocados já haviam praticamente acabado, o que signicava que a ruiva teria que pagar a maior parte caso tivéssemos perdido.

Entramos em uma discussão aonde deveríamos ir comer. Enquanto nós duas insistíamos que tínhamos o direito de escolher, afinal havíamos ganho, os meninos afirmavam que tinham mais por serem eles que iriam pagar. De forma bastante suspeita, Sink fora a primeira de nós duas a ceder, e fingi que não era por causa de Noah. Enquanto nós duas queríamos ir ao MC Donald's, eles queriam ir ao Burger King. Fiquei desapontada, contudo não iria insistir.

Eram quatro horas quando estávamos voltando. Romeo e eu tivemos que nos separar de Noah e Sadie por nosso caminho de casa ser contrário ao deles e fomos na direção contrária ao descermos do ônibus.

— Foi divertido. Obrigado por ter me chamado. — o mesmo quebrou o silêncio após algum tempo de caminhada silenciosa.

— Não foi nada. — respondi modesta, abrindo um pequeno sorriso nervoso sem encará-lo.

Foi então que ele simplesmente parou de andar e fiz o mesmo, fitando-o confusa.

— Você ficou um pouco estranha. Evitou olhar pra mim. Está tudo bem? — ele me olhou incomodado e ao mesmo tempo preocupado, como se tivesse feito algo errado.

Romeo, como sempre, bastante gentil e cavalheiro.

— Está, está sim. — lhe assegurei, mentindo.

Ele assentiu.

— Mesmo? — voltou a andar.

— Sim, claro. Quer dizer... Só estava concentrada em ganhar, sabe? E-eu e o Noah quando começamos a jogar, parece uma competição sem fim e... — comecei a tagarelar sem parar, ficando cada vez mais nervosa.

— Millie. — ele parou subitamente à minha frente, me fazendo paralisar no lugar. — Por favor, me fale a verdade. Eu conheço você e não é de hoje. — pediu.

Suspirei.

— Romeo... O que... O que você sente por mim? — perguntei sem fitar seus olhos, questionando-me mentalmente quando que eu iria aprender a falar sobre sentimentos de modo mais franco, sem tanta dificuldade.

Percebi seu leve sobressalto. O garoto não parecia esperar por isso.

— Você percebeu. — ele disse, como se tivesse falado mais para si mesmo do que pra mim. Franzi a testa com sua confirmação indireta. Uma parte de mim, ainda esperava que estivesse enganada. Não tinha absolutamente nada contra Romeo, só que ainda amava Finn e era difícil ter que negar os sentimentos de alguém tão fofo e gentil como o garoto à minha frente, já bastava a decisão difícil de ter que terminar nosso relacionamento antes. — Me desculpe, Millie. Eu sei que você acabou de sair de um relacionamento com o Wolfhard e que faz um tempão desde que terminamos. É que meus sentimentos por você simplesmente voltaram depois que voltei pra cá e ficamos amigos. Pensei que estava sendo discreto. — continuou ele, sincero.

— Não se desculpe, está tudo bem. Só fui pêga de surpresa quando notei. Quero que saiba que tenho um enorme carinho por você, mas eu... — ele não me deixou terminar:

— Eu sei. Você ainda ama o Wolfhard. — ele sorriu tristemente. — Tudo certo, só espero que isso não atrapalhe nossa amizade. Antes de qualquer coisa, você é uma querida amiga.

— Você também. — afirmei sincera, sentindo meu peito mais aliviado. Ele sorriu.

— Espero que isso não lhe impeça de me ajudar com o trabalho. — disse, descontraindo um pouco o assunto. Gargalhei.

— Claro que não. Depois envio mensagem.

— Certo, até amanhã. — despediu-se ao se afastar.

Foi então que percebi que estava na rua de casa.

Depois do jantar, repassei alguns tópicos do trabalho com Romeo, repassando alguns detalhes que o Professor poderia perguntar. Esse era o maior problema dos seminários.

Na segunda-feira Noah e eu estávamos nos preparando para a apresentação. Até que chegou nossa vez.

Deixamos os cartazes sobrepostos na lousa e nos viramos para a sala. Por ser um assunto um tanto extenso, comentamos os motivos da Segunda Guerra Mundial, suas consequências e principais acontecimentos num resumo feito por Noah. O Professor elogiou nosso trabalho antes de partir para as perguntas:

— Muito bom, pessoal. Mas preciso que vocês respondam. Qual foi o grupo que ficou responsável pelo fuzilamento de judeus nas regiões ocupadas pelos alemães?

Noah deixou que eu respondesse, visto que esta parte havia ficado para mim no conteúdo. Havia estudado o assunto muito por cima apenas por causa das perguntas. A minha sorte fora que havia visto este tema da Segunda Guerra antes do Professor solicitar o trabalho.

— O Einsatzgruppen — respondi, num tom de voz controlado apesar do nervosismo pela classe inteira estar prestando atenção em nós. —, os grupos de extermínio nazistas, foram os responsáveis por encontrar e fuzilar os judeus das regiões do Leste Europeu que eram conquistadas pelos nazistas na guerra. Ao todo, o Einsatzgruppen foi responsável pela morte de cerca de um milhão de judeus.

O mesmo assentiu antes de prosseguir com mais perguntas e então dar a chance da classe esclarecer algumas dúvidas. Pouquíssimos alunos se pronunciaram, já que a maioria só estava interessada em ir embora pra casa, contudo um certo cacheado levantara a mão subitamente, fazendo meu coração disparar. Surpreso, o Professor deixou Finn falar. Acho que a única vez em que o moreno levantara a mão fora para fazer uma piadinha totalmente sem graça na aula de sociologia no primeiro dia de aula. Os olhos do garoto foram de encontro aos meus, deixando claro que a pergunta era diretamente para mim. Engoli em seco, enquanto fitava seu olhar penetrante que mexia tanto comigo.

— Quantas pessoas morreram durante a Segunda Guerra Mundial? — fora a pergunta que o cacheado fizera.

O fitei um tanto descrente pela pergunta fácil que o Wolfhard havia feito. No entanto, entendi. Era o modo que o mesmo havia encontrado para que eu o olhasse. Tinha certeza disso.

— Ahn, os números são discutidos, mas morreram, pelo menos, mais de 70 milhões somando os dois lados do conflito. — respondi, correspondendo ao seu olhar que não se desconectava do meu até o sinal do intervalo soar e o Professor concluir nosso seminário.

Saí da sala um tanto atordoada ao lado de Sadie e Noah, pensando no quanto intensamente o Wolfhard me fitara durante a apresentação e se iria conseguir suportar aquilo por mais tempo. Em comparação ao mês passado, as coisas se tornaram um pouco mais fáceis pra mim. Mas ainda havia dias em que não conseguia deixar de pensar nele. Se ele estava fazendo o que havia lhe pedido. Se estava bem ou se sentia toda aquela situação tão imensamente insuportável como eu.

Segui com Sadie ao jardim enquanto Noah, que havia se oferecido para comprar nossos lanches, ia na outra direção. Resolvi não contar nada para a ruiva sobre minha conversa com Romeo no dia anterior, além do mais, já havíamos resolvido tudo entre nós.

Nos sentamos debaixo da árvore onde sempre ficávamos agora.

— Noah e eu estamos pensando em você fazer algo para que possa se distrair. — Sink comentou, arrancando um pouco da grama de forma distraída.

— Como assim? — a fitei. Céus, queria dizer para a ruiva que estava bem. Não estava sendo fácil pra mim, mas estava conseguindo levar. No entanto, meus amigos só sabiam discutir sobre isso nos últimos dias. Alguma atividade que eu pudesse fazer todos os dias, além de estudar. Apenas para poder ocupar um pouco mais a cabeça.

— Você sabe, algo que te dê ânimo. — a ruiva explicou, pela milésima vez.

— E o que sugere? — perguntei, soltando um suspiro cansado.

Sinceramente, tudo aquilo era uma completa bobagem pra mim. Tudo que precisava era de tempo. Só isso iria me ajudar. Ninguém esquece alguém que ama do dia pra a noite, isso era o que eu queria que Sadie e Noah entendessem.

Sadie pareceu desanimada ao revelar num suspiro:

— Esse é o problema. Não conseguimos pensar em nada ainda...

— Gente!! — olhamos na direção do pátio, onde Noah vinha num estado de euforia enquanto carregava nossos lanches. Ao se aproximar e nos entregá-los, revelou o motivo para tudo aquilo: — Já sei o que Millie pode fazer para tentar se distrair. — disse, mais uma vez, como se eu não estivesse presente.

— Seja o que Deus quiser. Vai, fala. — ouvi Sink o apressar.

— Conta, Noah. — pedi, apesar de achar tudo aquilo totalmente desnecessário.

Meu melhor amigo nos encarou com um sorriso bastante e exageradamente animado antes de nos revelar com entusiasmo:

— Boxe!

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