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20. Só pode ser suspense!

— Q-que... lance? — Lhe lancei um olhar frio. Iris devolveu incrédula até um sorriso debochado se abrir em seus lábios antes de zombar: — Não. Você não vai bancar o inocente agora. Depois da aposta ridícula que fez com o Caleb?

Reprimi a vontade de revirar os olhos em desdém.

Ela sabia muito bem como inverter a situação à seu favor. Mas nunca pensei que a garota o faria comigo. Principalmente por não nos conhecermos de hoje. Nunca fui um santo. Isso era certo. Mas não muda o fato de Iris ter manipulado a situação pra Millie descobrir; e pior: da forma que ela queria.

— Você usou isso contra mim pra acabar com o que eu tinha com a Millie — disse, estreitando os olhos para si. — Mas eu não vou deixar que faça isso de novo, me entendeu bem?

Ela cruzou os braços, me fitando da forma mais sarcástica que conseguiu.

— Ah, é?! Fui eu?! Fui eu também que dei uma de machão pra provar que consegue pegar todas as garotas desse colégio?!

Quase perdi a cabeça ali. Lembrava muito bem da reação dela quando a ideia de Caleb surgiu.

— Você tinha rido quando Caleb deu a ideia — retruquei, com meu tom de voz baixo, mas furioso. — Os únicos que se opuseram foram Sadie e Gaten.  Você não disse nada. Mas quando eu aceitei...

— Eu me preocupo com você, cacete — exclamou, se aproximamdo dois passos para perto com o rosto contorcido de raiva; como se eu fosse o maior idiota por não perceber algo tão óbvio. — Por isso achei melhor não entrar naquele jogo estúpido.

— Por que eu? Por que não ele também? — retruquei no mesmo tom de voz.

— Porque eu te conheço há mais tempo — retrucou. — Nós praticamente juntamos os Otários.

Neguei com a cabeça, me afastando dela. Que merda de desculpa era aquela?!

Então eu devia agradecer pelo o que ela fez comigo nos últimos tempos? Revivendo uma das coisas das quais me esforcei muito para esquecer para minha saúde mental, que já não estava lá essas coisas, ter um pouco de paz?

Tudo o que vinha na minha cabeça era o quanto Iris me fez mal ao me pressionar para contar o que fiz pra Millie. O quanto eu chorei sozinho, as noites viradas em claro, tanta culpa...

Neguei freneticamente.

— Você mudou muito, Iris. Tem ideia do quanto... — Lhe dei as costas, agarrando meus fios de cabelo zangado e os puxando. — Humgf!

Houve um minuto de silêncio enquanto eu tentava regular a respiração, ainda de costas. E percebi que minhas palavras a magoaram.

— Como você disse alguns dias atrás, Finn, todos nós mudamos. Sabe disso melhor que eu.

Soltei um riso e me virei para si. Essa garota é inacreditável.

— Vai mesmo me culpar por aquilo também? — Ela me fitou de forma fria e tive vontade de socar a parede. Berrei: — Eu nunca pedi a ajuda de vocês!

Iris pareceu se preocupar com o meu tom de voz. Olhou para ambos os lados preocupada com a possível presença de algum coordenador no pátio e afirmou, agora com a voz extremamente controlada:

— Eu não vou discutir isso com você aqui. Fala logo o que você quer para que eu possa ir pra sala dormir.

— Como conseguiu aquele vídeo? — questionei. Seu olhar hesitou. — Você conseguiu fugir dessa pergunta na noite em que contou tudo pra Millie. Mas não vai fugir agora.

— Eu já disse que aquele vídeo parou nas minhas mãos por acaso. — Fitou seus pés.

Aquela desculpinha estúpida foi a gota d'água para eu socar a porta do laboratório de ciências atrás de mim, causando um pequeno estrondo.

E por que você mandou ele pra Millie, porra?

Você mesmo disse que ia contar tudo pra ela, caralho! Você demorou, eu me irritei, e decidi fazer isso eu mesma! Como eu ia saber que aquele rolo todo não tinha nada a ver com você?

Quase soltou outro riso.

Você não tinha que se meter, Iris. Não tinha! — Abaixei meu tom de voz, respirando fundo quando aquele coordenador puxa saco adentrou o pátio pelos nossos berros e me aproximei dois passos de si: — E eu sei muito bem que aquela trombada não foi um acidente. Se você chegar perto dela de novo, pode esquecer que um dia a gente se conheceu.

A deixei lá, indo até a sala de aula com vontade de quebrar alguma coisa no caminho, ignorando o imbecil que nos mandava voltar pra sala. Inacreditavelmente, Iris não me seguiu para me contrariar, como sempre. Pelo contrário, evitou olhar na minha cara até o final do último tempo, e Caleb e Gaten estranharam seu comportamento.

Não me importei com a atitude dela. Estava com muita raiva de si por tocar no assunto de quando nos conhecemos.

Millie não retornou pra sala e o Professor de Educação Física comunicou que um dos pais precisou vir buscá-la antes de outro tomar seu lugar. Gaten sussurrou algo para a loira ao meu lado, mas não prestei muita atenção. Tanto ele como Caleb pareciam atônitos com o que ela fez.

Tentei terminar a letra que comecei a escrever depois da morte de Megan, algo mais como um elogio fúnebre, durante a aula chata de história. Mas, com Millie na cabeça, não consegui adicionar a porcaria de meia palavra.

Fui direto pra lá depois da escola. Caleb me chamou pra andar de skate, mas recusei, dizendo que ele e Gaten poderiam ir sem mim hoje.

Mas antes disso, passei em casa para deixar minha mochila e comer alguma coisa. Ignorei a presença da Clarke totalmente enquanto pegava uma maçã da fruteira e saí rapidamente, ignorando seu “boa tarde” baixo e trêmulo.

Ao fechar o portão de casa, fitei o carro do segurança parado em frente e minha atenção foi voltada para aquele imenso jardim vermelho do vizinho do casarão em frente. Eu o odiava. Além dos péssimos hábitos de cortar a grama ÀS OITO DA MANHÃ EM PLENOS SÁBADOS, não ia com a cara dele.

Fui em direção ao gramado, ouvindo Jorge, o segurança da parte da tarde de minha residência, sair do carro. Eu sabia que era proibido invadir propriedade alheia, e apesar de estar indo apenas até o jardim, os chamados dele demonstravam que me conhecia o suficiente para saber que eu estava com péssimas intenções:

— Sr. Wolfhard! Sr. Wolfhard, por favor, volte pra casa. — Sem dar ouvidos para ele, arranquei uma das flores vermelhas e a enfiei cuidadosamente no bolso. — Trará problemas ao seu pai, garoto! — Ri debochado pra ele ao me virar. — Finn, por favor, esse lugar é cheio de câmeras!

— Tenha uma boa tarde, Jorge. — Acenei pra ele antes de tomar meu caminho.

Levei uns dez minutos até a casa de Mills. Bati na porta da Brown várias vezes, sem conter a ansiedade em saber se estava bem e ia bater mais se não tivesse sido aberta em seguida.

Millie estava com suas roupas de antes de ter começado a se vestir igual à maioria das garotas da nossa escola. Uma calça moletom até a parte dos joelhos, e uma camisa do Homem de Ferro por cima da jaqueta azul. O joelho machucado já estava enfaixado com gaze.

— Finn? — Millie me olhou confusa, colocando uma mecha do cabelo úmido atrás da orelha.

— Como está o joelho? — disparei.

— Bom... E-entra.

Passei por ela assim que Millie me concedeu espaço. Foi nostálgico entrar naquela sala de novo, algo que temi nunca mais acontecer. Mas algo estava diferente: o travesseiro de Millie e cobertores ainda dobrados estavam jogados sobre o sofá maior. Mills se sentou e fiz o mesmo ao seu lado.

— Parece bem inchado — comentei preocupado, sem reprimir uma careta.

Ela sorriu fraco.

— O médico disse que ficando de repouso e fazendo compressas, em 48 horas vai ficar tudo bem.

Assenti.

— Vai ter que dormir aqui embaixo?

— Vou. Não posso ficar subindo escadas, apenas pra tomar banho. — Sua expressão mudou para uma compreensiva. — E eu sei que você não veio aqui só por isso.

Lhe fitei com certo nervosismo só de lembrar suas palavras rápidas quando estávamos na enfermaria.

— Setenta por cento por isso também, pode acreditar. Quase me matou de susto — resmunguei a última parte para mim mesmo. — Mas... aquilo que você disse na enfermaria... Tem certeza?

Millie pegou uma de minhas mãos, me deixando bem surpreso com seu gesto.

— Eu conheci a amiga da Laila por acaso. Ela... Me disse algumas coisas que a Laila estava passando e... elas não tinham nada a ver com você.

A encarei incrédulo.

— Como assim?

— A Laila namorava, Finn. O nome dele é Peter e... era o pai da criança que ela te fez acreditar que fosse seu.

— O quê? — Estreitei os olhos, entendendo absolutamente nada.

Millie continuou, como se tivesse receio de perder a linha de raciocínio que sua cabeça seguia:

— Ela nunca se importou com o bebê. Só enxergava uma oportunidade para...usufruir um pouco do dinheiro da sua família.

Desviei os olhos, tentando buscar as memórias vagas daquela noite.

Sempre tive quase absoluta certeza de ter me protegido. Quando ela veio com aquela história toda, não acreditei. Mas quando descobri que havia morrido por ter me negado considerar ter esquecido...

— Sabe — Ela acariciou a costa da minha mão enquanto murmurava: —, meu maior medo nessa história toda era... Que você não tivesse nenhum arrependimento do que aconteceu. Até que eu fui visitar a casa dos Jones Miller. — A olhei surpreso, mas Mills negou a pergunta que sabia que se passava em minha cabeça. — Eles não estavam. Me disseram que se mudaram há um tempo, mas entrei em contato com o pai por telefone e fiquei sabendo que você havia ido até lá. E no enterro também.

Desviei os olhos. Não gostava de lembrar as coisas que aquele cara me disse, por mais que eu nunca tivesse tirado suas razões.

— Finn, eles não deram absolutamente nenhum apoio à filha. A julgaram e disseram que não iriam lhe ajudar. — Millie afirmou com convicção, tocando meu queixo com os dedos para me fazer lhe olhar. — Se eu soubesse que você havia ido até eles pedir perdão... que se arrependia... Por que não me contou, Finnie?

Os olhos dela se encheram de lágrimas. Minha visão ficou turva instantaneamente e neguei, tentando não piscar.

Olhei para cima, minha voz saiu rouca apesar do autocontrole que acreditava estar tendo ao tocar naquele assunto:

— Porque as pessoas costumam pedir perdão quando esbarram em desconhecidos na rua, quando magoam os outros, quando cometem erros. Mas pedir perdão por ser responsável pela morte de duas vidas... — Lhe fitei, negando antes de encarar o chão. — Eu só fiz isso para os pais dela porque sabia que merecia todas aquelas palavras de ódio. Eu queria que eles me dissessem aquelas coisas. Para ser punido de alguma forma e sei lá... tentar seguir em frente. Mas de você... — Voltei os olhos para si, com as sobrancelhas juntas. — não. Seria como pedir para esquecer.

Ela me abraçou no exato instante em que uma lágrima caiu. Rapidamente a sequei e correspondi ao abraço, enfiando meu rosto na curva de seu pescoço como há muito tempo não pude ter o privilégio de fazer. O cheiro doce do seu shampoo de morango preencheu minhas narinas e inspirei fundo. Não sei como pude ficar sem isso por tanto tempo.

— Eu preciso que me conte tudo a partir de agora, Finn. Por favor. — Lhe ouvi dizer. — Tem algo que eu ainda não saiba antes de virarmos a página?

A soltei, incrédulo. Esperava não estar compreendendo suas palavras errado. Pisquei várias vezes, repensando o que acabei de escutar.

— ‘Virarmos a página’?

— Sim, Wolfhard, sim. — Ela riu.

A encarei boquiaberto. Puta que pariu, Millie não podia soltar uma coisa assim pra mim.

Meu olhar se iluminou e tive a certeza quando ela sorriu abertamente.

Merda, aquele sorriso. O sorriso que pensei nunca mais poder ver ser dirigido à mim.

Precisei de um momento para lembrar que Mills havia me feito uma pergunta.

Não queria repetir o mesmo erro nunca mais. Procurei qualquer vestígio de desculpa que lhe dei quando estava tentando evitar que Iris colocasse a boca no trombone.

— Na verdade, tem sim. — Uma coisa boba me veio à mente. Mas o medo de perdê-la de novo era tão grande, que não ia esconder nada. Millie me fitou tensa e esperou séria, imaginei que estivesse prevendo que descobriria mais uma bomba. Esfreguei nossas mãos e as repousei sobre minha perna, levando meu olhar ameno para o seu. — Se lembra... do dia em que eu estava com aquelas olheiras e disse que estava indo visitar o túmulo da minha mãe porque era aniversário dela? Ou quando disse que estava indo pra uma premiação do meu pai, onde minha presença era obrigatória?

— Sim. — Assentiu, atenta.

— Era tudo mentira — afirmei com pesar. — A Iris já estava fazendo ameaças de que iria te contar tudo e minhas crises aumentaram. Eu só estava indo pra casa pra tentar dormir um pouco e estava tentando esconder de você. Mas é só isso! — garanti.

— Por isso estava tão cansado naqueles últimos dias — murmurou, pensativa, antes de completar: — e estranho também.

Assenti. Baixei o olhar por um instante e ficamos em silêncio. Percebi que aquele assunto havia se encerrado e suspirei aliviado por isso.

Levantei o olhar.

— Millie.

— O que foi, Finn?

— Eu... — Levei a mão até minha nuca, apertando um pouco o local. Puta merda, devia ter planejado isso. — M-me lembro de não ter feito um bom pedido naquele tempo. Por mais que você tenha entendido minhas palavras, eu queria ter sido mais... direto com você. — Ela assentiu, sem entender nada. — Vou tentar fazer certo dessa vez, prometo. — Engoli em seco e prossegui com o coração começando a acelerar mais e mais: — Por isso, apesar de tudo que aconteceu hoje, não quero esquecer esse dia. Nunca.

Ela parecia intrigada com o meu tom sério. Provavelmente eu a estava confundindo.

— Como?

— Podemos... — Fitei a parede branca de sua sala, soando como se estivesse pensando alto. Caralho, aquilo era muito difícil. — combinar que será o dia do início do nosso namoro. — A fitei sugestivo, sem abandonar meu olhar levemente sério. — Aceita?

No mesmo momento, retirei a flor vermelha do bolso e lhe entreguei. Nunca havia feito uma coisa dessas antes e esperava não estar soando aqueles caras melosos. Porque, apesar de Millie reclamar desse meu jeito, eu sabia que, no fundo, ela também não gostava de romance exagerado.

Fui surpreendido pela Brown que aceitou a flor e me envolveu com os braços antes de selar meus lábios com os seus. Demorei um pouco para corresponder por ter sido pêgo de surpresa, mas já estava pedindo passagem com a língua para adentrar e explorar sua boca de modo lento, aproveitando cada segundo daquilo.

A beijei sem pressa, para não perder o fôlego muito rápido e acabarmos tendo que interromper. Segurei sua nuca e acariciei o final de seu rosto com o dedão.

Millie moveu o rosto para o lado contrário, numa tentativa de aprofundar o beijo e eu soube que, do modo que era viciado em si, não aguentaria manter aquele ritmo tranquilo por tanto tempo.

Desci minhas mãos para seu pescoço, sentindo seus toques tímidos em minhas costas, na tentativa de me trazer para mais perto de si. O beijo já não era mais tão lento e afastei minha boca da sua apenas para puxar seu lábio inferior com meus dentes e aproveitar para pegar um pouco de fôlego que a Brown me roubou.

Ao invés de Millie fazer o mesmo, parece que roubei um pouco mais do seu também, que ofegou com minha mordida leve.

Lhe deitei no sofá com cuidado, me colocando sobre si de modo quase que automático. Depositei selinhos em seus lábios até formar um caminho por sua bochecha até descer para o queixo e chegar até o pescoço, lambendo o local de leve e espalhando beijos molhados. Envolvi uma pequena região com os lábios, sugando fraco. Mills soltou um suspiro, e desejei ouvir qualquer coisa parecida de novo.

Desci minhas mãos para sua cintura e ia descer mais quando ela gemeu baixinho assim que movi minha perna e soube imediatamente que era de dor. Havia esbarrado em seu joelho enfaixado.

— Desculpa. Melhor a gente parar. — Saí de cima de si, mas a Brown me segurou. Merda, ela sabe o quão me enlouquece? — Não, Mills. Repouso. Você precisa repousar, não se esqueça disso.

Me afastei, rindo contido do resmungo que ela soltou, se sentando novamente. Entrelacei nossas mãos e aproximei meu rosto, depositando um beijo casto em sua bochecha antes de murmurar no pé do seu ouvido:

— Você ainda não me respondeu.

Me afastei com um sorriso de canto ao observar satisfeito a garota corada.

— Sim, Finnie, aceito. — riu, baixando o olhar.

Tomei seus lábios de novo, segurando seu rosto e o acariciando com as costas da mão. Podia fazer isso o dia todo...

Meu peito não parava de palpitar. Mal podia acreditar que a tinha de volta.

Millie afastou nossos lábios para poder voltar a respirar, encostando nossas testas. Minha respiração ofegante se mesclava à sua. Elevei meu olhos para os seus e a puxei para deitarmos no sofá com certa delicadeza para não machucar seu joelho no momento dela esticar a perna.

Para não ficarmos apertados ali, tirei a almofada ao meu lado e joguei para o outro sofá do outro lado da sala de estar.

Fitamos o teto por um momento e levei minha mão para as suas apoiadas sobre a barriga e as segurei.

— Senti muita falta disso. — Soltei, num murmúrio, como se lhe confessasse um segredo.

— Disso o quê? — Me olhou confusa.

Sorri com seu jeito bobo.

— Estar assim com você. Me sinto mais... — Continuei olhando para cima, mantendo o mesmo tom baixo. — Eu mesmo. Não sei como mantive aquele segredo por tanto tempo. Era como se você sempre soubesse.

Ela se moveu, fazendo uma careta de desconforto pelo joelho, mas mesmo assim me enlaçou.

— Não vamos falar mais disso. — Apoiou a cabeça em meu peito.

Levei minha mão para seus fios, acariciando o local de leve.

Suspirei aliviado só por tê-la ali. Lhe aconcheguei em meus braços e fechei os olhos por um minuto. Como senti falta de você, Mills...

— Podíamos ver um filme. — Abri os olhos com sua sugestão.

— Que tal a gente maratonar alguma série enquanto toma alguma coisa? — murmurei de volta.

— O que por exemplo? — Ela se sentou novamente assim que toquei seu corpo, lhe instruindo a me dar espaço para levantar.

— Ah, sei lá, onde ficam as bebidas do seu pai? — perguntei com um sorrisinho, já de pé, olhando ao redor.

— Eu falei da série, Finn — disse, soltando um riso contido.

— Você escolhe, eu deixo. Mas precisa ser suspense. — avisei, ignorando sua cara fechada. — Eu já volto. Vou preparar algo pra gente.

Fui até a cozinha fazer chocolate quente para nós dois. Estava um gelo do lado de fora e nada melhor do que isso agora. Tive a liberdade de abrir o armário para procurar tudo que precisaria.

Retirei de lá amido de milho, o chocolate em pó, açúcar, dois pauzinhos de canela e uma caixinha de creme de leite.

Ao terminar, coloquei em duas xícaras grandes e deixei minha baguncinha para lavar na hora de ir embora.

Voltei pra sala com as xícaras e lhe entreguei uma.

— Podia ter pêgo a do Batman. — reclamou com um risinho, olhando sua xícara simples laranja.

— Verdade, vou trocar a minha por essa. — Ameacei voltar pra cozinha, mas Mills agarrou a barra da minha camisa.

— Não se atreva! — disse sem conter mais o riso.

— “Obrigado por fazer chocolate quente pra mim, Finn!”, “Eu estou muito grata!” — Levei um tapa leve no ombro ao me sentar ao seu lado.

— Já escolhi a série, palhaço.

Assenti, pegando um dos cobertores para forrar o sofá e usar o outro mais grosso para nos cobrir.

— Que série é essa? — Fitei a TV, lendo a sinopse de certo surpreso. Não esperava que Mills escolhesse algo mais puxado para terror. Gostei.

— Não sei... Parece ser mais terror do que suspense. Preferi escolher algo de poucos episódios e como alguém só quer apenas desse gênero... — Me fitou sarcástica.

Marianne? — repeti, avaliando a sinopse. — Tá, coloca.

O episódio começou com a cena ‘assustadora’ de uma velha, que aparentemente era obcecada por livros. O que contrastava com a casa típica de todo filme de terror: escura e suja.

Millie escondeu seu rosto em meu pescoço apenas pela velha maluca literalmente arrancar um de seus dentes com um alicate.

— Mills, você precisa assistir. — Ri contra seu rosto, contente pela ideia genial que tive. Desse modo, não seria nada mal mais cenas assim.

— Não, Finn. Ai, meu Deus, isso foi uma péssima ideia!

— Pronto, pronto. Já pode olhar! — assegurei, assim que entrou a abertura. — Aliás, quem que vê terror com a luz acesa? Espera aí.

Não, Finn! Você vai me matar do coração! — reclamou, me enlaçando para me impedir de levantar. Sorri de lado, imensamente satisfeito.

As cenas que se seguiram, não tiveram nada de anormal. Fiquei bastante intrigado até com a história, parecia ser bem interessante o que estaria por trás daquele suspense todo. Sempre digo: a gente sabe quando a série ou o filme é bom quando não entendemos nada no começo! Principalmente quando começa no caos. Apesar de estar tudo normal até agora.

Mas logo a Brown já estava se encolhendo contra meu peito pela cena de suspense que prometia dar um baita de um daqueles sustos.

— Mills, calma, não é nada! Você vai ver. — Ela grunhiu ao esconder o rosto de novo, desacreditando em minhas palavras. — Viu, eu não disse?

Ela encarou a TV decepcionada, mas berrou quando o susto veio logo em seguida. Eu não pude deixar de gargalhar.

— Deixa de ser malvado, Finn. — Me socou de leve.

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