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11. Expectativas e frustrações

Sem compreender nada, assenti e o cumprimentei, dizendo meu nome. Ele se sentou ao meu lado, respeitando uma certa distância entre nós e permanecemos um tempo calados. Sentia um mesclar de sensações. Culpa e arrependimento com euforia. Nunca havia estado tão perto de Jacob. O garoto pelo qual fui apaixonada o ano passado inteiro antes de conhecer Finn melhor, no entanto, nunca havia lhe dirigido a palavra.

Procurei algo para dizer. Contudo, o alvoroço em minha mente ao vê-lo tão perto de modo súbito era um empecilho para conseguir pensar em algo. Por que ele havia vindo para cá para início de conversa?

— Dia ruim? — sussurrei sem fitá-lo, mordendo o lábio enquanto apertava minhas pernas junto ao corpo com os braços.

Ele deu um riso soprado sem emoção, fitando a parede um tanto melancólico. Será que havia tido um dia complicado ontem assim como eu? O garoto demorou tanto para responder, que eu começara a supor que ficaria sem uma resposta.

Contudo, ela acabou vindo:

— Estava procurando algum lugar tranquilo e encontrei você aqui. — Estreitei os olhos enquanto o observava, sem saber como interpretar suas palavras, até que Jacob completou, sorrindo pequeno: — Sorte a minha.

Desviei os olhos rapidamente, sentindo meus batimentos cardíacos dispararem. Ele havia mesmo jogado uma indireta para mim?

— E você? Por que tá sozinha aqui? — mudou de assunto, como se não tivesse acabado de dizer nada de mais.

Desviei meus olhos, tentando focar meus pensamentos em sua pergunta e não no que havia acabado de ouvir. Não era hora para isso. Contudo, merda, eu estava perto de Jacob depois de um ano observando ele apenas de longe e simplesmente não conseguia parar de tremer.

Desviei meu olhar dele assim que percebi que estava o encarando por tempo demais.

— Colocando os pensamentos no lugar, eu acho... — ri sem graça. Não tinha como dizer em voz alta tudo o que havia feito ontem, pelo menos não enquanto ainda estava me corroendo de remorso pelas minhas ações.

— Sei como é. — Riu novamente, apesar de estar claro que não achava graça alguma. Encarei o chão, ansiando por não deixar o papo morrer. Jake então pigarreou e prosseguiu, tornando seu tom mais ameno e gentil: — Talvez, você possa me contar, se quiser. Às vezes, isso ajuda...

Forcei um sorriso, que não se parecia nada com um, para não parecer grosseira e busquei alguma forma de explicar sem ser tão específica. O olhar atencioso dele me instigava. Meu Deus! Não tem como explicar isso...

— D-digamos que... eu fiz uma enorme besteira, e acabei decepcionando todo mundo... — O menino juntou as sobrancelhas e me encarou com pena. Teria achado sua atenção fofa se não estivesse me sentindo tão mal por minhas atitudes recentes. Engoli a bile em minha garganta e murmurei: — Eu só queria... poder retroceder.

Ele suspirou triste, assentindo em concordância.

— Eu também. Às vezes, penso que não faço nada certo. — O olhei sem entender. O garoto sorriu amarelo e deu de ombros. — Meus pais querem que eu seja Jogador de Futebol Americano Profissional. Pratico diariamente, tanto que quase não me sobra tempo para fazer outras coisas, mas... — Me encarou nervoso. — não é isso que eu quero pra mim... — O olhei com pena, imaginando como seria caso meus pais depositassem alguma esperança que eu fizesse outra coisa que não fosse ciência biológica, criando uma empatia rapidamente por ele. — Ainda por cima, meus amigos ficam dizendo o tempo todo o quanto isso é maneiro e como sou sortudo, e tem essas provas que estão chegando... — Bufou, mentalmente exausto, escondendo o rosto com as mãos.

Mordi o lábio. Naquele momento entendi porque dizem que nunca devemos reclamar tanto de nossos problemas.

— Nossa... e-eu nem sei o que dizer... — murmurei.

— Por favor, não precisa dizer nada. — Ele sorriu com simpatia, voltando a me olhar. O encarei boba por um instante. Jacob realmente parecia ser tudo aquilo que imaginei. Notei que já o estava encarando demais e pigarreei, corada, voltando a fitar o chão. — Não quero encher sua cabeça com meus problemas e egoísmo, sabe.

— Não, não. — neguei rapidamente, gesticulando com as mãos. — Claro que não! Imagina. — Soltei um riso nervoso e o garoto sorriu aliviado. — Não quero parecer indelicada, mas você não é obrigado a realizar o sonho de seus pais. Tem que fazer o que realmente ama.

— Você acha? — perguntou esperançoso. Devia ser realmente difícil para ele.

Me imaginei em seu lugar. Se meus pais quisessem profundamente que eu fizesse algo que eles gostassem, eu realmente consideraria. Os amo muito ao ponto de abrir mão do que gosto. Contudo, nem um amor do tamanho do mundo é capaz de nos manter fazendo algo do qual não sentimos apreço.

— Claro! Eles já fazem o que gostam, por que você não pode ter esse mesmo direito?

— Talvez você tenha razão. — Concordou, desviando os olhos atordoado. Encarei o chão, sentindo aquele clima mais leve e suspirei satisfeita. Jake permaneceu por um instante em silêncio, até que sussurrou, pensativo: — "Sou o melhor no que faço, mas o que eu faço não é o melhor", certo?

O encarei estupefata.

— É a frase do Wolverine! — exclamei. — Você gosta da Marvel. Ele é seu personagem favorito?

— É sim. — Ele sorriu surpreso, eufórico tanto quanto eu. — E o seu?

— Nossa — Levei a mão ao queixo pensativa. Era difícil escolher dentre todos eles. — São tantos que é difícil listar. Mas, no momento, o mais marcante é o Homem de Ferro.

— De fato. — concordou, assentindo. — Assistiu Guerra Infinita?

— Nossa, nem fala. — sorri triste. — Me revoltei com ele. Os roteiristas fizeram tantas alterações e tiraram vários personagens que foram sempre  cruciais nas sagas envolvendo as Joias do Infinito que... não sei, poderia ter sido melhor.

— Caraca — fitou-me perplexo. — Você também lê os quadrinhos.

— Leio. — Sorri. — Tenho a maior parte. Sempre fui apaixonada por tudo que envolve Super-heróis desde criança e coleciono os quadrinhos e jogos há muito tempo.

Jacob parecia se surpreender cada vez mais à medida que nossa conversa avançava. Provavelmente por eu ser menina. Conversamos sobre os últimos filmes que haviam saído, tendo uma opinião bastante semelhante com a maioria deles. Eu não poderia estar mais satisfeita. Meu maior temor de conversar com ele pela primeira vez era não termos absolutamente nada em comum e o papo morrer em dois minutos.

Foi uma surpresa o sinal bater, significando que mal tínhamos percebido os minutos passarem.

— Droga. — murmurei, frustrada.

Jacob riu, levantando-se e me estendendo a mão em seguida. A aceitei, levantando também.

Ao me soltar, seus olhos se mantiveram fixos nos meus.

— Sabe, você podia... me passar seu número — sugeriu, dando de ombros, me fazendo quase cair para trás. —, para gente conversar mais. Se você quiser, é claro.

— Passo sim. — afirmei, assentindo, talvez rápido demais.

Ele retirou seu celular do bolso do jeans, teclando antes de me entregar. Digitei meu número, dando meu máximo para não tremer em sua frente e lhe devolvi o aparelho. Então dobramos o corredor, que já estava lotado de alunos que voltavam cada um para suas salas. Andamos juntos por ele, até passarmos em frente à minha e nos despedimos brevemente, contudo não sem antes dele exclamar que me mandaria uma mensagem ainda hoje. Sorri e passei pela porta, ignorando aquele bando de adolescentes em frente à mesma, que deviam estar em seus lugares.

Ao sentar em minha carteira, Noah se virou para mim.

— Onde esteve durante o intervalo?

— Ah, fiquei no corredor próximo à biblioteca. — disse, apoiando meu braço sobre a carteira, deixando meu queixo sobre o punho.

Sua expressão tornou-se culpada.

— Não precisava ter ficado lá sozinha, Millie.

— Eu precisava pensar um pouco. — expliquei, sinalizando de que estava tudo bem.

— Por quê? — perguntou sem entender. — Tem algo a ver com sua falta ontem?

— Você nem imagina. — Suspirei. — Mas não vai acreditar quem foi pra lá e acabamos conversando. — O encarei animada.

— Não sei, o Finn? — chutou.

O Jacob!

Ele estreitou os olhos.

— Aquele que você gostava? — Assenti. — O que ele foi fazer lá?

— Por acaso, ele também estava frustrado e acabamos conversando. Noah, no final, ele pediu meu número! — afirmei, totalmente extasiada.

— E você deu? — ele pareceu chocado.

Sim! — afirmei, já que era óbvio.

Contudo, Noh parecia atordoado.

— Millie, como que você dá seu número para um cara que você nem conhece? — questionou preocupado.

— Eu o conheço há um ano, ok? E, eu sei que nunca nos falamos, mas podemos fazer isso agora. Noah, ele pediu meu número! Vai que ele gostava de mim em segredo assim como eu gostava dele...

— Não tô dizendo que é impossível, mas é estranho. Por que isso logo agora? — se perguntou.

— Como assim agora? — questionei, sem entender onde ele queria chegar.

As provas, Millie. Essa aproximação bem em cima da data das provas mais importantes do bimestre, que determinarão maior parte da nota. — O olhei totalmente pasma por sua insinuação. Ele me olhou com pesar após avaliar suas palavras. — Sei que parece cruel, mas você sabe melhor do que eu que maior parte desses alunos são cruéis.

— Você está dizendo que é suspeito um cara ter vindo falar comigo só por isso? Que é impossível alguém ter tido simplesmente apenas um interesse em mim porque sou nerd? — Noah arregalou os olhos, imensamente culpado por sua suspeita, mas já era tarde.

Srta. Brown. — Desviei meus olhos para frente. O Sr. Pedro nos encarava pacientemente, ao contrário da maior parte de nossos colegas, que pareciam querer arrancar nossos fígados por interrompermos a aula. Eu nem havia visto ele entrar. — Podem continuar depois, ou preferem prosseguir lá fora?

A garota da qual sentava com Noh nesta aula estava de pé, um pouco atrás dele. Era tímida demais para ousar nos interromper e provavelmente esperava que notássemos que já estávamos em aula.

— Perdão, Professor. — Passei a juntar minhas coisas, já que na aula de Sociologia teria que me sentar com Sadie. — Eu realmente não esperava isso de você. — murmurei, sem olhá-lo, para que apenas Noh escutasse antes de me levantar e rumar até a fileira próxima da porta.

Joguei meu material sobre a parte vazia da carteira da ruiva que teve um leve sobressalto, visto que estava com a cabeça entre os braços e provavelmente em seu décimo sono.

— Caralho. — Me fitou, esfregando os olhos. — Que bicho te mordeu?

— O Noah é um idiota. — resmunguei, sentando-me ao seu lado.

— O Noah? — riu incrédula. — Tem certeza que estamos falando da mesma pessoa?

— Ele foi um idiota. — corrigi, mal-humorada.

— Por quê? — Eu soube que ela ficaria do lado de Noh no instante em que lhe dei um breve resumo sobre como era minha rotina antes de Finn e a reação de Noah quando contei para ele que conversei com Jake. — Millie, você precisa entender que, você não conhece esse menino...

— Ah, Sadie...

"Ah, Sadie" é o cacete. Por favor, não me interrompa ainda. — cortou-me. — O Noah não foi delicado com as palavras, mas puta que pariu, se um cara começa a me dar ideia do nada, eu logo já começo a pensar que ele tá querendo me c... algo. — se corrigiu rapidamente ao ver minha cara. — Só estou dizendo que talvez seja bom ficar com um pé atrás.

— Mas o que ele poderia querer?

— Não vamos julgar sem saber. Mas, por enquanto, vai com calma. — pediu.

— Okay... — Suspirei.

— Me acorde quando o Professor começar a passar as questões para eu copiar. — pediu, abaixando a cabeça novamente.

Abri um pequeno sorriso, voltando-me para o Sr. Pedro que explicava sobre a nova matéria que boa parte cairia na prova de Sociologia.

Apesar do conselho de Saddy, não pude suprir a ansiedade que se apossou de mim assim que cheguei em casa. Grudei no celular a tarde toda e nada de Jacob me enviar algo.

Assisti um filme para ignorar a aflição, contudo qualquer notificação do aparelho já era motivo para surtos internos. Depois do filme, assisti três episódios de Grey's Anatomy mesmo sabendo perfeitamente que se mamãe soubesse que estava vendo sem ela, iria reclamar.

Eu que devia ter pego o número dele, pensei.

Assim que outro toque do celular soou, o peguei rapidamente, prendendo a respiração assim que vi que era uma mensagem de um número não identificado nos contatos do aparelho.

Número desconhecido: Oi Millie [18:35]

Me virei de bruços sobre a cama, mordendo o lábio no intuito de conter a agitação dentro de mim, apesar de estar impossível.

Oi Jake [18:35]

Número desconhecido: Desculpa se demorei pra te enviar msg :( [18:36]

Fiz biquinho, achando fofo.

Na verdade, estava ocupada :) [18:36]

Tudo bem, era mentira. Mas ele não precisava saber que eu estava esperando até aquele momento. Salvei seu contato, voltando à conversa ao som de outra notificação.

Jake♡: O que estava fazendo? [18:38]

Estudando para as provas [18:39]

Respondi por hábito. Era estranho eu estar tentando passar credibilidade de inteligente sendo que qualquer um notava isso?

Espero que esteja melhor com relação à seus pais [18:41]

Jake♡: Melhor agora [18:41]

Escondi meu rosto no cobertor, sabendo perfeitamente que havia ficado vermelha. Droga, o que estava acontecendo comigo?

Limpei a garganta, digitando rapidamente, com os dedos trêmulos.

E você? O que tava fazendo? [18:41]

Jake♡: Tava treinando. Dscp por não ter enviado msg antes [18:44]

Jake♡: A semana que vem é do Natal, ent vou dar uma pausa nos treinos [18:45]

Sorri pensando em como ele deveria estar satisfeito por ter mais tempo para ele ao menos por um curto período.

Td bem. É vdd! Essa é a minha época do ano favorita [18:45]

Jake♡: Parece que hoje de madrugada vai começar a nevar. Amanhã já vai estar tudo coberto de neve [18:47]

Arregalei os olhos. Meu Deus! Tinha me esquecido completamente de checar a previsão do tempo!

Ai MDS, é vdd! [18:47]

Deitei-me na cama de costas, comprimindo meus olhos, começando a surtar.

O toque da notificação me motivou a abri-los novamente.

Jake♡: Eu tbm gosto. A gente podia sair esses dias pra patinar se quiser [18:48]

Claro :) [18:49]

Jake♡: Enquanto isso a gente podia sair amanhã [18:50]

Jake♡: Aproveitar o tempo frio, e um café. O que acha? [18:51]

Sim. Amanhã às 15h. Onde? [18:51]

Jake♡: Naquela cafeteria perto da escola [18:56]

Okay [18:58]

Por um momento, meu sorriso morreu. Era estranho fantasiar tanto passar o Natal com alguém e depois sair para patinar com outra pessoa completamente inesperada.

Balancei a cabeça. Tinha que tirar um certo cacheado da mente.

Programei meu celular para despertar no horário em que a previsão do tempo dizia que começaria a cair os primeiros flocos de neve. Eu costumava assisti-los com meu pai a partir dos meus nove anos até os doze. Desde então continuei fazendo isso sozinha.

Às três da manhã coloquei um suéter e uma calça quentinha antes de abrir minha janela e me escorar na mesma. Quando percebi que iria demorar, me distraí com meu celular, sempre dando uma checada no intuito de não perder caso começasse.

Estava assistindo a um vídeo do YouTube sobre uma teoria do filme Coraline quando algo pequeno e branquinho chamou minha atenção.

Sorri, aproveitando que meu celular estava em mãos para gravar o momento. Após registrá-lo e postá-lo, assim como algumas outras pessoas do Instagram, voltei minha atenção aos flocos, que iam aumentando. Acompanhei uma bolinha branca que ia em direção ao chão e mantive meu olhar lá, imaginando o asfalto todo branco e relembrando um momento meu com três ou quatro anos usando meu agasalho preto do Mickey Mouse que eu sempre usava para brincar na neve e meu pai correndo atrás de mim para me acertar com um pequeno punhado de neve na mão, dando continuidade à guerra de bola de neve que eu havia criado. No entanto, assim que ele conseguira me pegar no colo, deixou aquilo de lado e riu comigo.

Sorri com a lembrança e fechei a janela, retirando as peças pesadas para voltar pra cama.

Ao acordar, me levantei num sobressalto. Peguei um casaco quente o suficiente do armário e abri minha janela outra vez, suspirando feliz ao ver as casas, ruas e automóveis cobertos por camadas grossas de neve.

Fechei tudo novamente e corri para o banheiro, deixando minha blusa sobre a cama.

Coloquei botas, duas calças e um sobretudo escuro de lã com dois botões por cima de um suéter, me sentindo eufórica, descendo as escadas correndo.

Meus pais riam do meu entusiasmo, acostumados com a mesma empolgação que eu demonstrava nessa época todos os anos. Tomei meu chocolate quente sem me sentar e deixei a xícara sobre a pia.

— Ok, gente, preciso ir.

— Millie, espere. Você nem tocou nos waffles! — Mamãe me chamava de volta. — Millie!

Sorri abertamente ao abrir a porta e me dar de cara com aquela vista. O caminho para a escola seria lento.

Devido à neve, os alunos eram proibidos de ficar do lado de fora do pátio — nos jardins —, que não era coberto. Por isso, Noah, Sadie e eu tivemos que ficar no refeitório mesmo. Noah e eu trocávamos conversas curtas um com o outro, recebendo um olhar reprovador a todo momento de Sadie.

Ao retornar pra casa, subi correndo para tomar outro banho e me arrumar para sair com Jake. Dificilmente tomava banho mais de uma vez no inverno, contudo queria causar uma boa impressão e fazia questão de tomar banho mais uma vez. Um dia não me mataria, por mais que me sentisse quentinha com minhas duas blusas de frio e meu corpo se recusasse a tirá-las.

Desta vez, coloquei botas cáqui, calças jeans com outra por baixo, um moletom vinho com uma jaqueta azul por cima e uma touca. Saí de casa quinze minutos antes da hora marcada, aproveitando que havia parado de nevar.

Entrei na cafeteria grata pelo ar-condicionado que deixava o ar do ambiente perfeitamente agradável. As paredes eram de tijolos rústicos, em contraste com toda a decoração em preto assim como as mesas e cadeiras. Escolhi uma mesa ao lado da janela já que não encontrei Jake, presumindo que ele ainda não havia chegado. Enquanto esperava, em busca de me distrair, após lhe enviar uma mensagem avisando que já estava no local, peguei o cardápio, que tinha um lindo design escuro com as letras brancas, para olhar minhas opções.

— Já decidiu?

Levantei os olhos. Uma moça uniformizada de sorriso simpático se aproximara para anotar o meu pedido.

— Na verdade, só estou olhando por enquanto. Estou esperando alguém. — expliquei, sentindo certo déjà vu por aqueles filmes de romance onde esta situação acontece com frequência.

— Tudo bem. — A garçonete se afastou para atender outro cliente e me voltei novamente para o menu.

De imediato me interessei pelo pedaço de bolo de chocolate recheado e o croissant e fui para os tipos de bebidas quentes. Decidi que quando Jake chegasse pediria um Macchiato. Contudo, minha barriga roncou no momento em que imaginei a espuma derretendo em minha boca e o gosto do expresso substituí-la. Não sabia quanto tempo iria aguentar até ele chegar.

Depois de ler todo o menu, tive que me distrair com alguma outra coisa e decidi tirar o celular do bolso. Jacob não havia visualizado minhas mensagens. Suspirei, procurando não me sentir ansiosa mais do que já estava e abri o Tumblr, rolando a página enquanto passava os olhos rapidamente pelas imagens, batucando os dedos sobre a mesa redonda de madeira carvalho.

Depois de alguns minutos, resolvi abrir os vídeos dos grupos em que eu participava. Dificilmente abria os arquivos que as pessoas enviavam e as conversas rotineiramente se acumulavam. Interagi um pouco até ver alguém de canto de olho sentar-se à minha frente.

— Estou um pouco atrasado, desculpa.

Levantei os olhos para ele, que bagunçava os cabelos claros para retirar um pouco da neve que impregnava seu cabelo. Chequei o relógio para constatar que não era apenas impressão minha que ele havia demorado bastante. 15h40.

Limpei a garganta, me remexendo sobre meu lugar.

— Vamos pedir?

— Claro. — disse rapidamente, pegando o cardápio. — Já sabe o que vai querer?

Assenti, guardando o celular novamente e o fitando.

Jacob passou os olhos pelo menu rapidamente antes de levantar a mão para chamar a garçonete. Fizemos finalmente nossos pedidos e me voltei a ele, que pigarreava, com o rosto corado.

— Me desculpa mesmo, tive que treinar depois da escola. Estava todo suado, então tive que tomar outro banho e trocar de roupa.

— Certo, certo. Tudo bem. — Assenti, de modo ameno e cansado. Não iria surtar por isso, apesar de detestar atraso. — Só acho que você poderia ter me avisado que iria demorar.

— Desculpe, Millie. Eu realmente estava ocupado. — explicou.

— Certo. Mas poderia ter avisado que estava vindo. — persisti.

Ele se calou e me mantive quieta também enquanto a mulher voltava para deixar meu croissant e o pedaço de bolo e um misto-quente para Jacob.

Resolvi deixá-los intocados enquanto esperava pelo café e observei Jacob que já comia seu salgado. Tratei de deixar seu atraso de lado, visto que àquela altura não poderíamos fazer nada a respeito, e resolvi iniciar uma conversa, me remexendo sobre a cadeira acolchoada:

— Você disse que ser Jogador de Futebol não é o que quer pra você. Então, qual é a sua paixão?

— Ahn, quero estudar Arquitetura. — Jacob deixou seu misto sobre o prato e olhou para algo atrás de mim, sorrindo enquanto pensava distraído na resposta.

— Sério? — Me surpreendi, deixando ambos meus braços sobre a mesa.

— Por quê? — riu.

— Ah, sei lá. Você parece ser mais do tipo que curte esportes. — Ri, apesar da sinceridade.

— Isso é só por causa dos treinos. — Deu de ombros e sorriu compreensivo. — Sei que não pareço ser do tipo que curte esse tipo de coisa. Mas eu sempre gostei muito de arte, design e cálculo.

Quando nossas bebidas quentes finalmente chegaram, fizemos outra pausa na conversa e meus olhos brilharam só de ver o quanto eles caprichavam nos cafés. Aquilo realmente parecia estar bom.

E, sem que eu percebesse de imediato, comecei a relembrar uma tarde na casa de um certo cacheado quando tomamos lanche da tarde juntos e Finn revelara que era louco por cafeína. Ele provavelmente gostaria bastante daqui.

Imediatamente afastei o moreno de meus pensamentos e me distraí com o meu café, bebericando a bebida e apreciando o sabor levemente amargo misturado com a espuma doce que deixava o sabor da cafeína mais leve e adocicada.

— Já sabe qual área prefere seguir? — perguntei, voltando ao assunto enquanto pegava o croissant com o guardanapo, dando a primeira mordida. Céus, com toda certeza voltaria mais vezes...

O garoto fez uma expressão um tanto confusa, e julguei que ainda não sabia, o que era perfeitamente compreensível, visto que estava focando na carreira que os pais queriam para si.

— Tinha me interessado por Desenho de Mobiliário, que envolve bastante design, e... só, por enquanto. — disse ele, dando de ombros com um sorriso acanhado.

O olhei admirada, voltando a sugar o canudo da minha taça de vidro antes de assentir.

— Deve gostar bastante de desenho, então. — deduzi.

— É. — balançou a cabeça, olhando para algo atrás de mim. — É, é isso.

— E por que não conta a verdade para seus pais? — questionei. — Aposto que eles apoiariam.

No entanto, ele negou triste.

— Eles ficaram meio decepcionados quando comecei a falar sobre. Acho que na época eu não tinha tanta certeza do que eu queria e acabei desistindo facilmente. Entende? Só depois que comecei a investir no futebol que percebi a burrada.

Jacob ficou cabisbaixo. O observei por um instante, sem saber o que fazer para consolá-lo até resolver largar meu café e segurar sua mão, lhe olhando com carinho.

— Tudo bem. Tenho certeza que uma boa conversa sincera com eles pode resolver. — apertei seus dígitos contra os meus, no intuito de lhe transmitir conforto. O garoto olhou ao redor sem dizer nada, o olhar tristonho. — Quer trocar de assunto?

Ele deu de ombros, ainda mirando o ambiente.

Franzi o cenho.

— O que foi?

Jacob bebericou um pouco do seu Latte e deu de ombros:

— Eu costumava vir muito aqui com minha mãe quando criança. — Assenti, atenta em seu desabafo. Seu tom se tornou mais melancólico, cheio de saudade: — Sabe, eu sinto muita falta daquela época. Costumávamos pedir sempre Cappuccino. Geralmente depois de algum passeio vínhamos pra cá. Claro que quando a cafeteria passou de dono, mudou bastante. Mas sempre tive muito apresso por esse lugar devido àquela época.

Assenti.

— Você diz isso porque...

— Desde que comecei a me dedicar ao futebol houve certo afastamento entre nós. — Soltou um riso soprado triste. — É até irônico. Por isso, não paro de ficar lembrando de quando ela costumava ir para todos os lugares comigo antes de tudo isso.

Assenti com pesar.

— Eu sinto muito... — murmurei.

Ele não prosseguiu com a conversa e eu não fiz questão de dizer mais nada. Mordi meu croissant como uma espécie de pausa e o fitei enquanto mastigava. Ele pareceu mais aliviado pela nossa pequena troca de afeto e apertou minha mão de volta, sorrindo pequeno para mim. Seu toque não tinha o mesmo calor que o de Finn, nem transmitia aquela sensação de segurança que ele me passava do qual estava ainda habituada. Contudo, estava tudo bem. Além do mais, tinha certeza de que isso viria com o tempo.

Ao se sentir mais reconfortado, pedi ao sentir o clima mais leve:

— Me conta mais sobre o que você quer fazer.

E ele explicou. Disse o que mais queria estudar na faculdade, e o que faria depois. Já tinha em mente até a faculdade que queria. Depois disso, voltamos para nossa conversa da escola sobre a Marvel e de lá conversamos sobre outros tipos de filmes e até mesmo a atuação dos atores. Jacob parecia entender bastante sobre o assunto e citou alguns nomes de atores que haviam começado sua carreira tendo início no teatro.

Jacob era bom de papo. Saboreava minha sobremesa enquanto me permitia ser distraída pela conversa, apesar de fazer esforço para não comer muito rápido e acabar pedindo outro pedaço de bolo. Apesar do clima mais leve, faltava algo. Talvez a adrenalina. Não era como estar com Finn. Como ir até o shopping ouvindo Rock and Roll juntos ou cair de seu skate e quase beijá-lo. Não era voltar para casa ao crepúsculo com ele e nos beijarmos na chuva. Era mais confortável. E, independente de ser um tanto decepcionante se comparado ao que estava acostumada, conforto era o que eu precisava naquele momento.

Uma hora mais tarde, Jake pediu a conta, pagando sozinho, mesmo com meus protestos para, ao menos, dividirmos. Tentei não pensar que Finn deixava que eu pagasse algumas vezes, no intuito de me agradar, porque sabia que evitaria que eu me sentisse mal. Precisava parar de compará-los e me entregar totalmente ao momento.

Saímos do café e caminhamos lado a lado pelo asfalto fofo pela neve e sorri, morrendo de vontade de me abaixar, juntar um pouco nas mãos protegidas pelas luvas e jogar nele para começarmos uma guerra. Estava quase cumprindo esse pensamento quando Jacob começou a reclamar do frio, fazendo com que eu me contesse. Talvez ele não gostasse tanto daquele clima quanto eu. O que era perfeitamente normal.

O garoto fez questão de me levar em casa, e concedi. Ao chegarmos em frente à minha porta, me virei para Jake com um pequeno sorriso.

— Obrigada pelo café. Estava muito bom.

— Imagina, eu que agradeço por aceitar. — sorriu, enfiando as mãos nos bolsos da calça jeans. - E, principalmente, por me ouvir. — brincou, me arrancando um riso.

— Imagina! Você também me ouviu hoje mais cedo.

Ele assentiu, e meu corpo petrificou assim que o dele aproximou-se do meu de súbito. O encarei descrente, porém assim que tive a certeza de que Jake iria tentar me beijar, o impedi. Ele pareceu um tanto surpreso ao sentir minhas mãos segurando seus ombros de leve e sorriu pequeno, se afastando rapidamente, coçando a nuca.

— Perdão, eu...

— Não, não. — neguei rapidamente, sinalizando de que estava tudo bem. — Me perdoe você. Eu... acabei de romper com outra pessoa. — expliquei de uma vez sem olhar em seus olhos antes que perdesse a coragem. — Espero que possamos ir com calma.

— Claro. — disse, enfiando as mãos novamente nos bolsos, demonstrando que não estava chateado. — Não tem problema algum, podemos ir no seu tempo.

Assenti aliviada.

— Mas, preciso perguntar. — O encarei tensa. — Pode ser sincera comigo, não tem problema se a resposta for sim. Mas você ainda sente algo pelo seu ex?

Porra. Não havia pensado que ele perguntaria aquilo. O olhei descrente, e ao constatar de que aquilo era sério, o respondi com toda frieza que pude reunir:

— Não. Faz mais de um mês.

E realmente fazia, contudo ao me dar conta do fato que um mês e pouco é insuficiente para esquecer alguém, a mentira descarada já havia saído. No entanto, ou Jake se deu por satisfeito ou resolveu manter a discrição.

Ele assentiu com uma expressão aliviada e disse "até amanhã". O respondi de volta, apesar de ficar confusa. Aquilo significava que nos encontraríamos na escola amanhã para conversarmos mais?

Resolvi entrar em casa de uma vez. Antes que ficasse louca.

Larguei meu celular sobre minha cama, para ficar com as mãos livres e poder me desfazer das peças pesadas e quentes. Uma notificação fez o aparelho vibrar e o peguei após retirar a calça de baixo.

Noah: Sadie disse que vocês saíram. Já voltou? [17:02]

Noah: Como foi? [17:02]

Terminei de colocar uma calça moletom e peguei o aparelho para lhe dar uma resposta:

Foi tudo bem Noh [17:02]

Mordi o lábio, querendo pedir desculpas pela forma que briguei com ele na escola antiontem, contudo não sabia como fazê-lo.

Noah: Me desculpe pelas coisas que eu disse [17:02]

Você não disse por mal. Está tudo bem :) [17:03]

Noah: Aonde vocês foram? [17:03]

Num café perto da escola. Acabei de chegar [17:03]

Conversei um pouco mais com ele sobre minha curta saída com Jake, até que me surpreendi com uma mensagem do garoto.

Jake♡: Acabei de chegar em casa :D [17:04]

Achei estranho ele me avisar disso e resolvi apenas responder com um emoji. Frustrada, me deitei sobre a cama. Estava tanto com Finn na cabeça que não conseguia me concentrar em outra pessoa. Frustrada, preferi colocar um filme de romance para poder me distrair com a vida amorosa dos outros do que ficar me preocupando com a minha.

Acordei na sexta-feira tão animada quanto no dia anterior por conta da neve. Se eu pudesse, viveria apenas nesta estação e muito provavelmente me mudaria para algum país do Sul assim que me formasse em Ciências Biológicas. A imagem de Jake se encolhendo devido ao frio me veio à cabeça e rapidamente afastei o pensamento, enquanto abria o registro do chuveiro e esperava a água esquentar. Era muito cedo para pensar nessas besteiras, em todos os sentidos.

Passei pelos corredores da escola com menos pressa do que maior parte dos outros alunos, desesperados para fugir do frio e meus olhos encontraram Jake perto dos bebedouros com outros dois meninos de sua classe que eu conhecia apenas de vista. Parei, pensando se deveria ir até lá dizer 'oi', já que provavelmente passaria o intervalo inteiro com Sadie e o Noah.

Contudo, antes que eu pudesse decidir, os olhos do menino me encontraram, já que eu era a única parada ali. Então sorriu, instigando-me a ir até eles.

Jacob murmurou algo baixinho pra eles antes que eu pudesse chegar perto, um pedido para que ambos se comportassem ou algo semelhante.

— Oi. — murmurei tímida.

— E aí? — Ele olhou para os meninos, que esperavam uma apresentação e prosseguiu: — Ah, esses são Klaus e Anthony.

— Você é do Segundo Ano, certo? — questionou o tal Anthony, um moreno com um brinco enorme em uma das orelhas. — A garota que o Jacob não para de falar pra gente, parecendo um disco quebrado.

Fiquei vermelha imediatamente. Definitivamente não esperava uma revelação como aquela.

— É, acho que vocês dois já podem ir. — disse Jake, sem se abalar pelo o que o amigo dissera. Provavelmente percebera minha timidez e expulsava os amigos no intuito de aliviar meu constrangimento.

— Como você mesma pode ver, ele ama a gente. — brincou Klaus, o de cabelo loiro tingido que tinha uma franja que quase cobria seus olhos.

Jake deu um soquinho no amigo, num sinal para que eles fossem logo, que riu e murmurou que era um "prazer" ter me conhecido antes de nos deixar sozinhos, sendo seguido pelo o outro.

— Não liga pra eles. — Jake deu de ombros, sorrindo sugestivo para mim: — Posso te procurar no intervalo?

— Claro. — confirmei, sorrindo sem graça.

Seguimos pelo corredor. Ao entrar para minha sala, deixei minha mochila sobre a carteira, encostando meu corpo nela. Noah demorou um pouco para me olhar, já que estava ocupado com provavelmente o exercício de Física que o Professor passara na última aula.

— Física? — murmurei.

Ele sorriu envergonhado.

— Não. — Deu de ombros, largando o lápis. Assim que olhei melhor, era um rascunho de um texto que preenchia todo o papel, com várias frases rasuradas. Noah sendo Noah. — Eu tô tentando escrever a maldita da redação sobre Shakespeare de Inglês, mas tá muito complicado. — disse sincero, me fazendo rir. Encolheu os ombros: — Eu... esperava uma pequena ajudinha.

— Okay. — afirmei, feliz por estarmos agindo naturalmente depois de toda aquela discussão. Estendi a mão, sugerindo: — Posso dar uma olhada? A gente pode usar algumas coisas.

No entanto, o Schnapp negou, fazendo-me rir soprado.

— Não. Por favor, esquece esse.

Cedi, arrastando minha cadeira para perto da sua, entre o pequeno corredor das nossas fileiras. Aproveitamos os quinze minutos adiantados que tínhamos e expliquei partes essenciais que ele poderia colocar no restante do corpo do texto, resolvendo encerrar antes que a aula começasse e fôssemos interrompidos.

— Então — me olhou tenso. — Como foi com Jack?

Jake. — corrigi. — Foi legal. Só não foi muito o que eu esperava...

— Por quê? — Estreitou os olhos.

— A gente conversou bastante. Ele foi bem compreensivo por eu estar... você sabe. — Noah assentiu, entendendo perfeitamente sobre quem eu estava falando, me deixando grata por não ter que dizer. — Não sei, talvez eu tenha imaginado muitas coisas e...

— Criado muitas expectativas. — Completou.

Assenti. Noah colocou a mão sobre a minha e apertou.

— Não sei o que dizer. — Rimos soprado por sua sinceridade e ele completou: — Mas pense que... você está finalmente conversando com ele e o conhecendo. Apenas... deixe rolar. E-eu acho.

Ri novamente, assentindo.

— É, eu não sei bem o que estou sentindo.

— Só o conheça melhor. Tenho certeza de que vai descobrir. — afirmou.

— Certo. — Me levantei para colocar minha cadeira de volta em seu lugar. E então desconfiei, achando aquilo tudo que ele dizia com uma certa cara da ruiva, já que Noah normalmente tinha certa dificuldade de me dar conselhos: — Tem falado com Sadie?

Ele parou. E então sorriu pequeno.

— É, ela me pediu para lhe dizer isso. — Me aproximei para lhe acertar um soco fraco, quando ele completou rapidamente: — Calma, espere! A parte do 'deixar rolar' é minha!

Rimos enquanto me afastava. Durante o intervalo, Sadie queria saber como havia sido o "encontro", apesar de eu ter dito várias vezes que não era um.

— Pensei que você não ia gostar de saber disso... por causa do...

— Do Finn. — completou ela. — Por que está evitando dizer o nome dele? — revirou as orbes azuis. — Olha, acho que ele foi seu único namorado. — Fiz uma careta e ela prosseguiu, aumentando seu tom com impaciência: — Namorado mesmo, Millie. Entende? E acho que é normal ter outras experiências. Você é solteira. Apesar de ainda amá-lo. Só não o culpe se acontecer dele resolver fazer a mesma coisa.

Engoli em seco.

— Sadie, pare com isso. — cortou Noh, vendo minha cara contorcida de ciúme só de imaginar.

— Sei que está certa, Sadie. Mas acho que não vamos voltar. — repeti pela milésima vez.

A ruiva revirou os olhos mais uma vez, como se soubesse perfeitamente onde tudo aquilo iria dar.

— Vocês são dois teimosos! — murmurou, em um som audível.

Quando estava prestes a lhe responder, alguém segurou minha nuca e meu rosto foi virado. Lábios quentes e macios foram prensados contra os meus. Quando Jake se separou de mim, fiquei olhando para si chocada. Sabia que não era a única, já que ninguém falou nada para aliviar a tensão que havia se instalado no ambiente.

— Tudo bem eu roubá-la de vocês um pouco? — perguntou o garoto num tom docemente educado, virando para meus amigos que permaneciam sem reação alguma.

Eu não estava diferente.

(N/A: NÃO, NÃO PODE! DEIXA ELA AÍ.)

— Claro. — Noah concedeu, coçando a nuca, recebendo um olhar reprovador de Sadie, que eu sabia perfeitamente que estava pronta para falar barbaridades para Jacob por ter me beijado sem meu consentimento.

Deixei-me ser puxada pelo garoto. Nos sentamos numa mesa no fundo do refeitório e me virei para ele, sem realmente ouvir uma palavra do que estava dizendo.

— Jake, eu pedi para irmos com calma. — o repreendi calmamente.

Ele pareceu confuso. Ao notar que a expressão de meu rosto não havia relaxado, seu rosto corou levemente.

— Ah... perdão. E-eu pensei que... Droga.

— Está tudo bem. — garanti rapidamente. — Só, por favor, não faça isso de novo.

— Certo. — assentiu. — Foi mal, é que... Você gosta de mim, certo?

Corei.

— V-vamos deixar essa conversa mais pra frente. — pedi.

Ele sorriu.

— Tudo bem. Você é tímida, gosto disso. — Desviei os olhos, morrendo de vergonha, sentindo meu coração palpitar. Jacob sugeriu que fôssemos comprar algo para comermos e ao retornarmos para a mesa, ele voltou, para meu alívio, a conversar mais casualmente: — Eu sei que você gosta de filmes de Super Heróis, mais nada. Qual outros são seus preferidos?

— Saga Harry Potter. — respondi, sem hesitar.

— Nunca assisti todos. Acho meio confuso.

— É confuso para quem não leu os livros. — concordei. — É um universo um pouco complexo.

— Já li Percy Jackson. Acho bem interessante tudo sobre Mitologia Grega.

— Já li os livros de um amigo. São muito bons, mas os filmes...

— Ah, nem me diga! Pura vergonha alheia o Segundo filme. — afirmou, me fazendo rir.

Era bom estar com Jake. Me deixava mais leve, além de me fazer sentir aquela tremedeira leve quando estava próxima de si e um frio na barriga. Contudo, era como colocar um band aid em um machucado. E, em algum momento, eu teria de tirá-lo para que ele sarasse sozinho.

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