9. Novo mapeamento
O final de semana passou rápido. Fiquei em casa estudando e jogando jogos o dia inteiro. Meus finais de semanas não são tão animados, porque eu não sou muito de sair. Mas, claramente, minha mãe odiava isso. E por esse motivo, me arrastou para o shopping perto de casa que costumamos frequentar para pagar a fatura do cartão e, para a minha infelicidade, comprar algumas roupas pra mim.
Não que eu não goste de comprar roupa nova - longe disso -, o problema era que, Winona não se satisfazia em apenas me deixar escolher algo que eu goste. Eu tinha que escolher várias peças, de várias estampas - se, no caso formos comprar alguma camiseta, por exemplo - diferentes e ir para o provador para vestir cada uma para ela ver como havia ficado e eu não curtia muito fazer isso.
- Ok, agora esta aqui. - afirma, me entregando a milésima camiseta.
- Mãe, já chega. Eu já disse que tenho absoluta certeza que gostei dessa! - reafirmo pegando uma das várias camisetas em seu braço, mas ela não me deu ouvidos.
- Mas eu quero ver qual fica melhor. Vai, vai, vai, vai, vai! - ela me empurra levemente de volta para o provador e eu bufo enquanto reviro os olhos.
E no final das contas, eu sempre levava a primeira que eu provava, o que me tirava do sério mas Winona era irredutível, nada a fazia mudar de opinião.
Mas após toda essa tortura, no final sempre valia a pena. Porque antes de irmos embora, ela comprava sorvete do McDonald's pra nós duas. E, sinceramente, tem coisa melhor nesse mundo do que sorvete?! Não! Não tem! Eu sempre pegava um Top Sundae de chocolate e ela uma casquinha simples de baunilha - minha mãe nunca foi de comer muito doce como eu.
Quando chegavámos em casa, eu era obrigada novamente a colocar a roupa que fora comprada. Não importava que eu já tivesse a experimentado. Tinha de colocá-la novamente. Tsc, não consigo entender as paranóias da minha mãe mas ok, né? Eu que não irei contrariá-la, vocês não tem ideia no que Winona se transforma quando está zangada.
Na segunda-feira, fui para a escola alegre. Animada para rever tanto Noah quanto Jacob - mesmo que seja de longe -, quando piso na sala de aula meus olhos vão instintivamente para o fundo da sala, especificamente para onde o Wolfhard está sentado.
Fito seus lábios, os lábios que haviam beijado minha boca de forma tão intensa que me fizeram sentir sensações que eu nunca pensei que seria possível senti-las.
Os beijos inundam minha mente, a forma de como ele me beijou, de como pegou em meu corpo, de como se prensou junto à mim contra a prateleira... não. Pare de pensar nisso, Millie! Pare!
Foi apenas um beijo. Um grande erro. O maior erro de sua vida. Você não deveria ter feito isso. E ele tem namorada. N-A-M-O-R-A-D-A. E não é dele que você gosta. É do Jake. Do Jake!
Sentindo que está sendo observado, o cacheado levanta o rosto que segundos atrás estava concentrado no que ele estava escrevendo, para me flagrar o encarando. Penso que ele vai fazer alguma careta ou cara feia como sempre faz quando me pega o observando, mas me surpreendo quando ao invés disso, ele se limita a apenas passar a língua sobre seu lábio inferior de modo bem provocativo, sem quebrar nosso contato visual.
Minhas bochechas queimam, e eu rapidamente desvio os olhos. Recomeço a andar, indo em direção ao meu lugar.
Meu Deus, o que acabou de acontecer?
Droga, minhas batidas cardíacas estão aceleradas.
- Oi, Millie. Como foi seu final de semana? - Noah pergunta e só então percebo que ele já havia chegado e já estava em seu lugar, ao meu lado.
- O-oi, Noh. - não repare em minhas bochechas, não repare em minhas bochechas, não repare em...
- Por que você está vermelha?
Droga!
- E-eu...
- Aí meu Deus, você falou com ele?! - ele sussurra, com um tom orgulhoso em sua voz.
- A-ah, na verdade...
- O quê?
- E-eu não falei ainda.
Ele me fita confuso.
- Então por que está assim?
Pensa Millie. Depressa.
- Sabe como é, deve ser o frio. Você também não fica vermelho quando o tempo está assim? - pergunto, torcendo para que ele caia.
Noah me fita com desconfiança por um momento mas logo assente com a cabeça.
- Na verdade, fico sim. Mas Milli... - seja lá o que ele ia dizer, é interrompido quando o professor de Sociologia que entra na sala exclamando um "Bom dia" bem alto e animado.
Suspiro aliviada por ter escapado do interrogatório. Apesar de sentir uma certa culpa por estar escondendo mais uma coisa de Noah e só agora me dou conta de que, essa não é a primeira. Estou fazendo isso frequentemente desde o dia em que peguei o Wolfhard com a garota na biblioteca, e não estou gostando nada disso. Estou escondendo coisas dele enquanto Noh conta absolutamente tudo pra mim.
Não estou sendo sincera com ele. Estou escondendo tantas coisas sobre o Wolfhard que isso já se tornou um costume. Droga, já não bastava ter beijado o garoto-problema, ele ainda por cima é comprometido.
- Srta. Bobby Brown? - Levo meu olhar para até o professor, que espera alguma resposta de minha parte.
Opa, não devo ter escutado algo importante.
- Desculpe, pode repetir? - coro quando várias risinhos são abafados por toda sala.
Que vergonha.
- Outra vez, Millie? - ele pergunta, um pouco decepcionado.
Essa não foi a primeira vez em que eu fiquei distraída por conta de um certo cacheado no fundo da sala. E eu estou começando a me odiar por isso. Os estudos sempre estiveram e estão em primeiro lugar. Mas porque parece que meu cérebro está questionando essa regra nos últimos dias?
- Perdoe-me, professor. Não irá mais acontecer. - digo, sentindo minhas bochechas corarem. Eu tenho usado essa mesma frase como desculpa em todas as aulas em que eu tenho me distraído.
- Eu espero, Srta. Bobby Brown. Ou terei que tomar alguma medida um pouco mais drástica. - balanço minha cabeça assentindo, é a primeira vez em que um professor chama minha atenção. E essa sensação não é nada boa. O professor Pedro se recupera, para repetir a pergunta - Bem, a Srta. poderia me dizer qual a diferença entre o cosumo e o consumismo em nossa sociedade?
Sorrio satisfeita por ter a resposta pronta na ponta da língua. Sociologia é umas das matérias em que eu consigo tirar de letra.
- O consumo é o ato de comprarmos algo por pura necessidade, como por exemplo, comida, roupas de inverno, e etc. Já o consumismo é o ato que nossa sociedade tem praticado mais, o que não é nada bom. É o ato de comprarmos algo por pura futilidade. Sem necessidade alguma. Por exemplo, roupas e acessórios personalizados. Você comprar algo não por necessitar daquilo e sim pelo modelo. - concluo.
O professor Pedro assente, satisfeito.
- Certo outra vez, Millie. Muito bem. - ele diz sorrindo, e acrescenta - Só fique um pouco mais atenta durante a aula, por favor. Sr. Schnapp, poderia explicar como o consumismo começou?
Noah não era muito de participar das aulas. Ficava sempre quieto. Só dizia o necessário quando o perguntavam algo.
Me viro para Noh, para prestar atenção nele enquanto meu melhor amigo fala.
Ele se inclina na cadeira, colocando sua caneta azul sobre a mesa e movimentando as mãos enquanto explica a sua resposta:
- O consumismo começou após a Revolução Industrial. Essa revolução acelerou o processo de fabricação, ultrapassando o período artesanal. E, dando origem, ao produtos industrializados.
- Isso, muito bem. - ele o elogia, como se comprovasse algo em sua mente que não sou capaz de identificar. - Agora, Sr. Wolfhard...
Me viro para olhar para trás. Finn está escrevendo algo em seu caderno. O que é estranho, já que as aulas do professor Pedro na maioria das vezes são apenas em base de discussões, sem termos que escrever absolutamente nada. O que ele poderia estar escrevendo?
Matarazzo cutuca o cacheado várias vezes antes dele finalmente levantar a cabeça e sussurrar um palavrão.
- O quê?!
- Poderia nos dizer qual é a classe de idade que mais pratica o consumismo nos dias de hoje? - sinto um formigamento em meu braço, querendo levantá-lo para responder. A resposta para esta pergunta é absurda de tão óbvia.
Finn revira os olhos e abaixa seu olhar, como se estivesse pensando. Alguns segundos se passam antes dele fitar o professor novamente para dizer, dando de ombros:
- Eu não sei a resposta.
O Sr. Pedro não parece surpreso. Ele apenas assente novamente, antes de voltar para a sua mesa e dizer:
- Eu estava pensando em passar um trabalho para vocês. Um trabalho um pouco mais diferencial para darmos início ao ano melhor. - ele coloca suas mãos sobre a mesa, sem se sentar. - Agora peço que me digam, por que é importante estudamos Sociologia? Como ela se destaca? Como ela influenciou a vida humana? Por que o fato de estudarmos o comportamento humano é importante?
Levanto a mão.
- Millie, por favor, peço que desta vez um aluno do fundo da sala responda.
Silêncio.
- Alguém? - ele pergunta, mas os outros alunos permanecem calados. O sr. Pedro suspira antes de me permitir responder. - Millie?
- Porque os seres humanos conseguiram evoluir por ter a capacidade de se socializar uns com os outros.
- Isso. Exatamente. E agora, é isso o que eu quero que vocês façam. - o encaro confusa assim como todos os outros alunos. - Pessoal, vocês são capazes de muitas coisas. Todos aqui tem potencial. - ele passa os olhos por toda a sala e para exclusicamente no fundo. - Todos. Mas, vocês se socializam apenas com seus "iguais", vejam bem, isso é bom. Não chega a ser algo ruim. Mas, a partir do momento que vocês podem se socializar mais com outros alunos da sala, para compartilharem ainda mais conhecimento, então por que não apostarmos nisso? - silêncio. - Eu proponho, ao menos na minha aula, criarmos um novo mapeamento.
Essa simples frase faz com que todos os meus colegas começarem a resmungar várias reclamações todos de uma só vez.
Sinto Noah cutucar meu ombro e me viro para ele.
- Desculpe. Mas o que o professor quis dizer?
Me sentindo decepcionada, explico:
- Ele quer mudar alguns alunos de lugar.
- Ah, não.
Suspiro derrotada, guardando todo o meu material dentro da mochila, me preparando para deixar minha mesa. Não quero ficar em um lugar sem Noah ao meu lado.
- Eu sei pessoal, de primeiro momento eu sei que isso não será nada legal. Mas vejam pelo lado positivo. Isso fará vocês trocarem ideias com o colega que vocês ainda não têm muita intimidade. Mas com o passar dos dias, quem sabe isso não irá beneficiar vocês? Bem, vamos começar. Farei apenas pequenas mudanças para que vocês possam se acostumar com mais facilidade.
Ele observa atentamente a sala antes de começar.
- Bem, primeiro, eu quero que o grupo do fundo se separe. - eitaa, pequenas mudanças?
Apatow encara o professor como se ele estivesse com algum tipo de distúrbio mental enquanto Wolfhard, McLaughlin e Matarazzo o encaram de um jeito bem desafiador. Sink é a única que não lança um olhar de ódio ao Sr. Pedro.
- E não adianta me olharem assim que pra mim, olhar feio é fome. - alguns alunos começam a rir. - Vamos, gente será apenas na minha aula.
Ele colocou Iris ao lado de uma garota morena com aparelho que fica no meio da segunda fileira perto da porta. McLaughlin e Matarazzo foram cada um para lados opostos da sala, no primeiro lugar, ao invés de ficar no fundo.
Sadie fora a única que permaneceu ali, e comecei a me perguntar se o motivo era porque o professor havia percebido que ela fora a única que não demonstrou tanta irritação por ter que trocar de lugar. Agora o Wolfhard estava ao seu lado, indicando que seria ele seu parceiro.
- Bem, agora, Wolfhard troque de lugar com o Sr. Schnapp, por favor.
Arregalo meus olhos.
Não. Não! O Noah, não!
Não consigo refrear meu desespero.
- P-professor. O Noah, não. Por favor.
- Srta. Bobby Brown, vocês dois são excelentes alunos e, por este motivo, seria bom vocês trocarem suas ideias com outros colegas para ajudá-los também, além de compartilhar conhecimento. Não concorda? - Não. Não com ele. Não com Finn.
Suspiro.
- Está bem, senhor.
Noah se levanta, passando uma alça de sua mochila pelo ombro direito.
- Ei.
O encaro. Ele sorri.
Está explícito em seus olhos que ele também não quer isso. Seu sorriso é triste, mas de algum modo, reconfortante.
- Aguenta cinquenta minutos sem mim?
Devolvo o sorriso.
- Você aguenta?
- Não sei, vamos descobrir. - seu sorriso se alarga. - Até a segunda aula.
- Até. - respondo enquanto o vejo caminhar pela fileira e passar por Wolfhard, que está à caminho de seu mais novo lugar.
Finn se senta ao meu lado e eu imediatamente sinto a fragrância de seu perfume Polo Red, da Ralph Lauren.
Ele me encara frustrado e percebo tarde quando meus olhos vão rapidamente para seus lábios por instinto.
Sexta-feira vem à minha mente novamente. E meus pensamentos relembram meu beijo com o cacheado.
Merda.
Isso não vai dar certo.
A frustração finalmente parece abandonar seus olhos, dando lugar à uma forma intensa enquanto ele também me encara, e mesmo que eu não consigo decifrar seu olhar, posso dizer que Finn me encara de uma forma bem penetrante. E começo a me perguntar se ele também está pensando em nosso beijo. Quebro o contato limpando minha garganta e voltando a me virar para frente.
- Bem, esse será o lugar de vocês durante todo o primeiro bimestre. Irei observar atentamente cada um de vocês e no final dele, irei decidir se vocês devem permanecer o segundo juntos ou se terá alterações. Durante esta aula, já que é a primeira com vocês ao lado de novos parceiros, peço que apenas escrevam sobre seus parceiros. Para que se conheçam. E na próxima aula vocês me entregam as respostas. O trabalho será pedido no mesmo dia, então não faltem.
Uma garota loira com mechas roxas no fundo da sala levantou a mão.
- Que tipo de coisa devemos escrever?
- Hobbies, o que ele gosta de fazer, o que ele odeia, o que ele não gosta... podem começar assim. Apenas se conheçam. Podem começar.
Ele se senta finalmente em sua mesa e eu respiro fundo em total frustração. Como que ele quer que eu converse com o garoto mais antisocial desta sala de aula?!
- Vá falar com ele. - me viro para o garoto ao meu lado surpresa por ele ter dirijido sua palavra à mim.
- O quê?
- Vá falar com ele e peça para trocar de lugar. Não é isso o que quer?
Penso por um momento. O professor não vai ceder.
- Não vai adiantar. Eu tentei manter Noah aqui mas ele não cedeu. - sussurro. Ele bufa.
- Por que você se dá o trabalho?!
- Como?
- Por que se dá o trabalho de me aturar sendo que está claro que você não me quer aqui e sim aquele idiota do Schnapp?!
Ah, não! Ele não vai falar mal do meu melhor amigo NA MINHA FRENTE!
- Não fale assim do Noah!
- Ah é?! E por que não? O que você vai fazer? - ele pergunta, me desafiando.
Não havíamos percebido ainda que nosso tom havia se alterado e que a sala inteira nos observava.
Com cabeça quente, pego seu caderno sobre a mesa e o jogo no chão, causando um barulho alto e chamando a atenção do resto dos outros alunos. Eu sei que isso foi uma atitude absurdamente infantil mas na hora eu não me importei nem um pouco. Wolfhard me encara com raiva e eu imediatamente me arrependo do meu ato quando ele pega o meu caderno também e o joga no chão de uma forma que suas folhas amaçassem propositalmente. Não!
- Ei, vocês dois! - o professor nos separa um do outro e só então percebo que estamos de pé, fuzilando um ao outro com os olhos. - Parem. Agora, todos escutem aqui, ou vocês tentem se dar bem para fazer este trabalho dar certo ou é ZERO. E isso vale pra todo mundo! Sentem vocês dois.
Eu sou a primeira. Nunca na minha vida que eu vou tirar um zero. Seria uma humilhação ter esse tipo de nota em meu currículo escolar!
Ficamos quietos até o fim da aula, sem olhar ou falar um com o outro. E quando o sinal bateu, ele se levantou em uma rapidez inimaginável.
Enquanto Noah voltava para o seu devido lugar, fiquei pensando se a aula de Sociologia tinha sido tão torturante como fora pra mim, mas me surpreendi quando ele estava sorrindo.
- Ei.
Ele coloca seus cadernos sobre a mesa e me encara feliz enquanto se senta.
- Ei. E então, como foi?
- Horrível. E você? Pelo visto, deve ter sido ótimo. - comento.
Noah rapidamente desmancha seu sorriso e se recompõe.
- Não não, e-eu... fiquei aliviado por Sadie não ter me tratado tão mal como os amigos dela fazem.
- Sadie?
- O que foi?
- Você chamou ela pelo nome...?
- A-ah, não eu... me confundi. É que...
Ele é interrompido quando o professor de matemática entra na sala dando um bom dia bem animado:
- Bom dia, classe. Vou fazer a chamada para corrigir os exercícios de sexta-feira passada, pois hoje já iremos avançar na matéria.
Aquilo acabou me distraindo, me fazendo esquecer de perguntar a Noah como havia sido a aula passada ao lado de Sink. Mas uma sensação estranha de que eu estava deixando algo importante passar não me deixava em paz.
O resto das outras aulas passaram voando, em uma triste rapidez. Após a última aula, enquanto os outros alunos saiam da sala, começo a ficar nervosa. Finn e eu precisamos conversar sobre o beijo. Não será nada fácil. Mas precisamos esclarecer algumas coisas.
Coloco minha mochila nas costas e me viro, o pegando me observando à alguns passos de mim. Coro e caminho em direção da porta, sabendo que ele está vindo atrás de mim.
Entro na biblioteca e coloco minha mochila sobre a mesa. Ele se senta na mesma, com uma boa distância entre nós.
- Finn, antes de estudarmos precisamos conversar sobre o que aconteceu sexta-feira.
- Não aconteceu nada demais. - ele afirma de forma brusca e cortante.
Aquilo me irritou.
- Como não aconteceu nada demais?! Você me beijou e traiu a sua namorada!
Seu rosto impaciente torna-se incrédulo.
- Namorada?
- A Apatow.
- Ela não é minha namorada.
Penso sobre suas palavras. Será que ela mentiu pra mim?
"Escuta aqui, Bobby Brown, fique longe do meu namorado, entendeu?!"
Não. A forma de como ela agiu...
- Enfim, não importa. A questão é que...
Ele revira os olhos.
- Será que dá pra esquecer aquele beijo?! Aquilo não significou nada pra mim! - No fundo eu sabia disso. Eu sabia que Finn ficava com as garotas sem se importar com elas. E por que comigo seria diferente? Mas, de alguma forma, ouvir ele dizer isso me magoou. Mesmo sabendo de seu temperamento, aquilo ainda havia sido um tapa na cara. - O que foi?! Magoei você?! - faço força para reagir e negar com a cabeça. - Que bom, pois saiba que eu não namoro!
- Mesmo que isso seja verdade, qual é o seu problema com relacionamentos?
- Não tem porquê eu me prender a uma pessoa sendo que o amor não passa de uma invenção.
O encaro pasma.
- Uma invenção?
- Uma invenção. - reafirma friamente.
- Como pode dizer isso? - exclamo.
- Por que acha que estou errado?
- Fácil. Você não ama seus pais? Então, é a mesma coisa.
Seu olhar torna-se distante.
- E quem disse que eu amo eles?
- O quê? Você não...os ama?
- Não.
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