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29. O sumiço

O sinal bateu tão depressa que eu não pude acreditar que nossos vinte minutos de intervalo tinham literalmente voado.

Não conseguia entender como Sink havia ido parar no meio daquele grupo de amigos que passavam a maior parte do tempo fazendo piadinhas maldosas dos outros alunos. Ela não tinha nada a ver com eles.

Noah nos fez parar um pouco para nos sentarmos e conversarmos, e Sadie começou a falar de Star Wars. De Star Wars! Provavelmente foi isso que levou todo o restante do intervalo, sem nos darmos conta.

Meu melhor amigo e eu então ajudamos Sadie a guardar tudo antes de sairmos da biblioteca e voltarmos para a sala, com nossas risadas sendo abafadas com as vozes altas dos outros alunos no corredor movimentado.

Fomos para nossos lugares perto da mesa do professor enquanto Sadie ficava na primeira fileira, do outro lado da sala. Foi difícil me concentrar na aula. Ainda sentia a eletrização da animação no intervalo e, claro, Noah notou:

- É... Perdi a atenção da minha ruiva. - sussurrou.

Abafei um riso irônico.

- Minha ruiva? - questionei. - Isso aí vai acabar é dando casamento... - falei, para provocá-lo. E as bochechas coradas de Noh não passaram despercebidas por mim.

Passamos duas aulas fazendo prova de matemática, do qual, Noah e eu passávamos cola para Romeo de uma questão ou outra.

E nas duas últimas, tivemos filosofia. Já que, segundo o professor, todo o nosso horário da semana havia mudado. Após passá-lo novamente, ele deu início à atividade, nos colocando em duplas. Noah acabou tendo que fazer com um garoto atrás dele, enquanto eu fiquei com Romeo.

A atividade era até bem simples. Tínhamos que interpretar a quinze pensamentos filosóficos.

Foi uma aula até mesmo engraçada. Vários alunos liam as frases em voz alta, com um tom filosófico exagerado, que fazia uns aos outros rirem.

Sem nada para fazer depois de termos entregado a atividade, Romeo e eu passamos o restante da aula conversando sobre sua vida na Flórida e o que perdeu desde que foi embora:

- Na Flórida, estávamos morando em um apartamento. Um ano depois, meu pai conseguiu subir de cargo na nova empresa, o que facilitou muito. E então ele comprou uma casa mais próxima da minha família.

Sorri com certa nostalgia.

- Você nunca gostou de apartamento. - comentei.

Romeo deu de ombros e continuou:

- Eu tinha feito algumas amizades na nova escola, mas - ele sorriu. - não se comparavam com as daqui. - comentou ele.

- Compreensível. Você passou sua infância inteira aqui. - falei, ficando um pouco ressentida. - Ainda me lembro do dia em que você me contou que ia embora...

- Eu não queria... - ele começou.

- E nem eu. - o cortei. Só havia percebido que uma lágrima havia caído do meu rosto, assim que Romeo a enxugou com os dedos.

- Eu estou aqui agora. - disse, em uma tentativa de me confortar. Mas já não era a mesma coisa. Estava emocionada com a lembrança e não porque aquilo ainda me doía. Havíamos amadurecido. - O que perdi depois que fui embora?

- Bom, nada além do que te contei. Lydia trocou de escola, Aspen ficou mais um ano, mas se mudou para a casa da mãe após ter outra briga com o pai e, consequentemente, teve que ir para uma escola mais perto e Audrey... meio que nos afastamos antes dela concluir o último ano.

Romeo não pergunta o motivo. sabíamos que todos andávamos juntos porque eu era sua namorada. Audrey e eu não tínhamos porquê manter uma amizade que nunca existiu de fato.

O sinal tocou, nos interrompendo.

- Muito bem, pessoal, as duplas que não conseguiram concluir a atividade, podem deixar para entregar na próxima aula. - disse o professor, arrumando suas coisas sobre a mesa.

Me levantei da cadeira e passei a arrumar minhas coisas. Assim que fitei Romeo, ele sorriu, abri a boca para me despedir dele, mas sou interrompida por braços firmes me enlaçando pela cintura. Finn apoiou o queixo em meu ombro e curvou a cabeça, depositando um beijinho em meu pescoço, em uma clara tentativa de marcar território.

- Vamos, Mills? - perguntou, por um instante parecendo estar se dirigindo ao garoto à nossa frente, e não comigo.

- Vamos, ahn, tchau Romeo. Até amanhã. - falei, tentando compensar a falta de simpatia do meu namorado.

- Até, Millie. - ele sorri, como o bom garoto discreto que eu lembrava bem.

Me despedi de Noah antes de deixar Finn me puxar pela mão até o corredor com certa urgência, que incrivelmente, já estava vazio devido a urgência desesperada dos outros alunos para irem pra casa.

- O que foi aquilo? - perguntei casualmente, enquanto andava, sem soltar nossas mãos.

O cacheado deu de ombros e sorriu.

- Nada, ué.

- Sei. - o encarei, sorrindo também. Finn estava perdendo a manha de disfarçar seu ciúmes.

- Ahn, Millie - ele parou de andar. - Eu... tenho que resolver uma coisa com os caras. Então a gente estuda amanhã, tá?

O encarei confusa.

- Como assim? - Ele desviou os olhos. - Tá tudo bem? - perguntei.

- Tá sim, é besteira. Mas depois eu passo na sua casa para irmos na pista. - sugeriu.

Resolvi não perguntar mais nada. Finn podia ter suas crises de ciúmes, mas nem por isso ficava questionando tudo o que fazia, então não iria começar a fazer isso ali naquele momento e, aparentemente, nem tinha motivos.

- Tá bom, até mais tarde. - falei, antes de tocar seu rosto e beijar seus lábios em um selinho rápido.

Assim que cheguei em casa, deixei minha mochila no quarto e resolvi estudar sozinha. Coloquei meu material sobre minha escrivaninha e liguei o computador. Repassei algumas matérias e pesquisei questões relacionadas com as da prova de matemática de hoje, tendo certeza que havia ido bem.

Antes de ir para sociologia, resolvi pesquisar por consultórios de psicólogos mais próximos para ir com Finn. Eu queria ajudá-lo, mas sabia que ele precisava de ajuda médica. Assim que encontrei, anotei no celular.

Quando me dei por mim, já eram duas horas. Chequei minhas mensagens. Nenhuma. Deveria ter perguntado que horas Finn viria. Pensei em ligar, mas acabei desistindo. Ele já devia estar no caminho.

Resolvi ligar minha TV para me distrair, acessando a Netflix e colocando o primeiro filme que me chamou a atenção. Me deitei na cama ainda com a roupa que havia ido para a escola, como iria sair com Finn não precisaria tirá-la.

De minutos em minutos checava as horas no celular, ficando cada vez mais nervosa. O filme acabou às quatro e nisso me rendi à ideia de ligar para ele.

Caixa postal.

Tentei não me preocupar, mas foi impossível. Quando percebi, estava parada fitando seu contato, esperando algum sinal, durante dez minutos.

Merda, que coisas que ele tinha que resolver? E por que não me avisou que se atrasaria?

Acabei me levantando em sobressalto, deixando o celular sobre a escrivaninha antes de trocar de roupa. Se ficasse ali esperando, sabia que iria enlouquecer. Depois de colocar um short e calçar meus chinelos, desci em busca de uma vassoura, rodo e pano de chão.

O tempo voou. Limpei os quartos e o banheiro. Quando terminei, deixei o volume do toque do celular no máximo para que eu acordasse, caso Finn ligasse. Tomei outro banho, coloquei o pijama e deitei na cama, caindo no sono.

- Millie - alguém me sacodiu de leve. - filha.

Soltei um resmungo preguiçoso em resposta, sem abrir os olhos.

- Querida, venha. Vamos jantar fora. Estou te esperando lá embaixo, ok?

- Hm, tá. - respondi, meio que sem saber direito o que minha mãe disse.

Levei cinco minutos, depois que mamãe saiu do quarto, para resolver mexer um músculo. Sem pressa, coloquei uma calça justa e uma blusa de lã azul. Penteei meu cabelo e o amarrei em um meio rabo de cavalo.

Meus pais me esperavam ao pé da escada e quando vi o Senhor Harbour todo arrumado, saquei o motivo daquilo tudo. Aniversário de casamento. Papai era do tipo que não ligava pra roupa, mas fazia de tudo se fosse para impressionar mamãe.

- Acabou de acordar, não é, garota? - perguntou ele, rindo da minha provável cara de sono.

- Claro que não. - neguei, contendo o riso.

Fomos para o Ellen's Stardust Diner. Um restaurante bastante animado, com um estilo dos anos 50. Do outro lado da rua, já era possível ver a enorme fila do lado de fora. Era normal encontrá-lo sempre cheio no horário do almoço e jantar, devido ser famoso dentre os turistas. Após trinta minutos na fila, papai nos guiou até uma mesa no fundo. Além da clara inspiração nos clássicos anos 50, todas as cadeiras eram vermelhas, haviam quadros com artistas da época e tocava uma música ambiente muito agradável.

O principal motivo de seu sucesso eram as apresentações musicais dos funcionários, que além de excelentes, algumas eram muito engraçadas.

Não demorou muito para um garçom vir até nossa mesa. Escolhi o primeiro lanche que meus olhos encontraram no menu. Não estava com fome. Não estava no clima. Não queria estar ali. Contudo, ainda assim, tentava sorrir.

Passei o jantar inteiro distraída, pensando em Finn. Parte minha querendo saber o que havia acontecido e a outra me amaldiçoando por esquecer o celular em casa. A verdade era que eu queria ir embora, não estava no menor clima. Mas nunca faria isso com meus pais, que estavam bem alegres.

- Está calada, Millie. O que foi? - perguntou papai. - Você sempre adorou vir aqui...

Apesar de sorrir boa parte do tempo e tentar me distrair com a música para o meu mau-humor passar despercebido, eles sempre percebiam com o meu silêncio.

- É o sono. - afirmei, esfregando os olhos e baixando o olhar para a minha sobremesa.

- Bem, e como está o Finn?

Travei. Não queria dizer que estava preocupada perto da minha mãe. Ouvir ela dizer aquilo tudo para papai ontem, me fez sacar que ela ainda não tinha total confiança nele.

- Está bem, sim. - foi a única coisa que eu disse.

No caminho de volta pra casa, eu contava os segundos para pegar meu celular. Para me decepcionei outra vez ao ver que ele não havia dado notícias ainda.

Estava claro que eu terminaria minha noite de uma só forma: com videogame.

Cheguei até mesmo a ligar para Noah para jogarmos algo juntos pelo celular mesmo, precisava de distração, mas ele estava estudando inglês, o que me obrigou a ligar meu Xbox mesmo. Podia ter passado duas ou três horas que eu estava jogando. Eu já não sabia mais.

- Boa noite, querida. - escutei mamãe dizer, encostada na porta.

- Boa noite. - respondi, sem desviar os olhos do jogo, apertando os botões do controle em minhas mãos freneticamente.

Por um instante, pensei que ela havia saído, até que segundos depois, ela voltou a se pronunciar:

- Millie, dá um boa noite olhando nos meus olhos? Você tá jogando esse troço a não sei quanto tempo...

Deus, eu acabei de ligar...

A TV desligou. Levei meus olhos para Dona Winona e a encontrei ao lado da tomada, segurando o cabo. Ah, não.

- Mãe! - exclamei.

- "Mãe", uma ova! Você está jogando isso desde que chegamos do restaurante, mocinha!

Revirei os olhos.

- Eu estava quase matando ele! - respondi, referindo-me ao jogo. - E eu não tenho vício em jogo.

Ela cruzou os braços.

- Então por que não pausou para me responder?

Indiquei furiosamente com a cabeça o quadro pregado na porta, BEM NA FRENTE DELA.

Dona Winona apenas bufou.

- Está de TPM? - questionei. Havíamos acabado de chegar do restaurante, ela estava tão calma...

- Só estou te achando estranha. Eu sei que você joga durante mais de uma hora quando está chateada com alguma coisa. - baixei meu olhar.

- Mãe. - chamei. Já estava começando a virar hábito pedir conselhos à ela, o que era uma coisa bem estranha pra mim.

- Hum?

- É... - Como abordar o assunto sem tocar no nome de Finn? - Se, supostamente, papai sumisse o dia inteiro, o que a senhora faria?

Ela não respondeu de imediato. Me fitou por um momento, parecendo repensar sua resposta, até que por fim, sorriu:

- Vamos por partes. - disse, sentando-se na cama. - Se, supostamente, F...seu pai sumisse, por quanto tempo você se refere?

- A tarde toda. - respondi, sentia-me envergonhada. Parecia estar tratando aquilo como se Finn estivesse sumido há dias.

- Bem...Isso depende. Ele, supostamente, não mandou mensagem?

- Se... papai supostamente não teria mandado mensagem? - abordei.

- Isso, isso. Exatamente. - ela concordou.

- Bem... não. Supostamente, se ele tivesse simplesmente sumido.

- Poderia ter, supostamente, acontecido algo grave. - supôs.

- Não. - neguei. Só a ideia me aterrorizava, não suportava nem considerar aquela suposição. Se o pai de Finn tivesse feito algo com ele...

- Bom, eu certamente ficaria furiosa! - afirmou mamãe por fim.

Mas de certo modo, eu não conseguia. Não até saber o que aconteceu.

- Bem, querida, alguns homens, isso para não dizer todos, não tem o costume de dar satisfação. Se, supostamente, estivesse acontecendo com você e Finn, você teria que deixar claro que este tipo de coisa é inaceitável. Como sua avó sempre dizia: fez uma vez, fará sempre.

Fiquei mais aliviada. O fato dela dizer aquilo, me deixou com mais segurança de estar com raiva. Tinha direito de questionar firmemente o Wolfhard.

- Entendo... Bom, obrigada, mãe. Mas a senhora não acha demais eu brigar com ele? - perguntei.

- Garoto nenhum vai fazer minha filha sofrer. - afirmou, fazendo-me rir. - Se ele não der uma boa desculpa, pode brigar com ele! Mesmo que seja para dar um sustinho, então dará valor.

Fiquei pensando nisso no resto da noite até conseguir dormir. Chequei o celular mais três vezes e nada. Me ocorreu a ideia de ir até sua casa amanhã, caso ele faltasse à aula. Mas desconsiderei a ideia quase que em seguida. Óbvio que ele iria.

No dia seguinte acordei vinte minutos antes do despertador tocar. Saí de casa às pressas. Assim que adentrei a sala de aula, meus olhos focaram quase que automaticamente o fundão. Ainda estava cedo, e devido meu desespero, eu teria que esperar um pouco mais. A sala estava praticamente vazia e nenhum de seus amigos haviam chegado.

O Noah adentrou a sala depois de mim, conversamos sobre algum assunto ameno enquanto eu virava o rosto para olhar para trás minuto ou outro. Faltando dois minutos para a aula começar, o desespero me atingiu quando vi que seu lugar era um dos únicos vazio. Seus amigos estavam já estavam lá.

Tomei fôlego e me levantei, sentindo o olhar preocupado de Noah grudado em minhas costas. Rumei até lá. Iris foi a primeira a me olhar com desdém.

- Cadê o Finn? - perguntei, com um tom firme.

Ela riu com deboche e encarou os outros.

- Olha... - Matarazzo tocou os bolsos da calça. - no meu bolso não está, e no de vocês?

Eles gargalharam.

- Não! - disserem em uníssono.

- Lamento, nerd. - disse ele, sorrindo falsamente.

Mordi o lábio. Encarei um a um, fitando McLaughlin por último, que estava com um olho roxo devido o soco de Finn no dia anterior, que me olhava com um olhar mais sério.

Respirei fundo e voltei para meu lugar sentindo meus olhos vermelhos. O que eu poderia ter feito?

- Millie? - escutei Noah me chamar assim que me sentei. - Millie, tá tudo bem?

- Tá sim! - respondi, limpando a lágrima que acabara de escorrer por minha bochecha. Abri meu caderno logo em seguida, agradecendo silenciosamente Noah por não insistir e me deixar no meu canto.

As três primeiras aulas pareciam que iriam durar uma eternidade. Assim que deu o intervalo, levantei-me às pressas, sendo, pela primeira vez, uma dos primeiros desesperados para sair dali, largando minhas coisas em cima da mesa.

Corri até o banheiro feminino e me tranquei. Sentei na privada com a tampa abaixada e me encolhi, com as pernas também sobre a tampa. Peguei meu celular, ligando novamente para o cacheado. NADA.

Passei as mãos pelo rosto, até meu cabelo, bagunçando-o em cima.

- Ela não deve estar aí! - ouço uma voz conhecida do lado de fora.

- Óbvio que deve estar, Noah. Para onde é que uma garota vai quando está triste na escola?

- A Millie iria para a biblioteca...

- Sabendo que eu estaria lá?! Pelo amor! - há uma pausa e então me sobressaltei quando a porta da cabine em que estou se abriu bruscamente. Sadie arregalou os olhos surpresa, provavelmente por ter me encontrado tão facilmente. - Millie!

- C-como sabia que eu estava nesta cabine? - perguntei.

- Você se trancou na primeira. - ela respondeu e eu me amaldiçoo, mesmo sabendo que eu nunca poderia imaginar que eles iriam vir me procurar.

- Ah... - é tudo o que consegui responder.

- Você e o Finn brigaram? - ela perguntou, cruzando os braços. Revirei os olhos.

Deus, por que é que todo acha que Finn é o único motivo do meu mau-humor?!

- Assim, eu poderia estar irritada, estar com fome, EM UM MAU DIA, não necessariamente triste por causa de um garoto! - exclamei, chamando a atenção das meninas que estavam entrando no banheiro, deixando-o cada vez mais lotado.

Sadie arregalou os olhos e levantou a mãos em sinal de paz:

- Calma aí, gata! Estou tentando ajudar.

- Não, desculpa... - pedi, arrependida. Além do mais, ela abandonou o próprio castigo para vir me procurar. Eu estava sendo mais do que injusta. - Só preciso ficar sozinha.

- E é assim que você vai ficar melhor? - perguntou ela sarcasticamente, tentando me convencer.

- É. - afirmei, fechando a porta novamente.

Esperei pelo momento da mesma voltar a abrir, mas isso não aconteceu. Me amaldiçoei por ter sido grossa com ela. Estávamos tentando nos tornar amigas e eu tinha que estragar.

Sou a última a sair do banheiro ao fim do intervalo. Sibilei um "desculpe" para a ruiva ao retornar para a sala, ficando um pouco mais aliviada assim que a ruiva sorriu gentilmente e deu de ombros, indicando que estava tudo bem.

Passei o restante das últimas aulas distraída, contando os minutos para ir embora. Me despedi de Noah e Romeo de um modo breve, mas mais educado, desculpando-me com Noah pela grosseria.

Ataquei a geladeira assim que cheguei, fazendo um sanduíche com tudo o que tinha direito e subi para o quarto.

Tirei os tênis, ficando de perna de índio sobre a cama. Coloquei Star vs as forças do mal, e após alguns minutos, minha preocupação se esvai um pouco.

(N/A: MELHOR DESENHO EVER! ASSISTAM, TEM NA NETFLIX)

Estava no quinto episódio quando ouvi batidas na porta. Pausei o desenho e peguei o prato com apenas as migalhas do que havia sido o sanduíche.

Desci as escadas de dois em dois degraus, deixando o prato na pia às pressas antes de correr novamente para a sala. Abri a porta. E, em um segundo, todo o meu desconforto me abandonou em um segundo. Senti-me mais do que aliviada e, ao mesmo tempo surpresa, até que uma raiva insuportável começou a crescer em meu interior.

- ...Posso entrar? - perguntou Finn, e apesar de sua expressão envergonhada, senti raiva por sua imensa cara de pau.

Acabei por não responder nada. Apenas larguei a porta aberta e saí de perto da entrada, sentando-me no sofá. Finn entrou e fechou a porta sem cerimônia, entendendo aquilo como um: Óbvio, idiota! Porque seria isso que eu responderia.

Ele sabia que, apesar de eu estar tentando manter a calma para não surtar com ele, seria bom respeitar meu espaço, ficando parado perto da entrada, longe de mim com segurança.

- Millie...

- Onde você foi ontem? - fui direto ao ponto.

Ele demorou para responder.

- Eu disse ontem. Eu fui resolver umas coisas com os meus amigos...

- Ah, é? - exclamei, me pondo de pé. - E precisou da tarde de ontem e a manhã toda pra isso?

Não conseguia manter-me calma. Finn, de alguma forma, conseguia fazer minhas emoções e sentimentos ficarem à flor da pele. Eu havia cabulado a aula de educação física, enfrentado a Iris, me trancado no banheiro, tratado Noah e Sadie de forma grosseira e injusta, me distraído durante a aula, querendo ir embora imediatamente assim que havia percebido que Finn havia faltado. E apesar disso não ser algo tão significante para alguns, eu estava odiando, porque essa não era eu. Ele estava me mudando.

Ao invés de me responder, o cacheado disse:

- Eu vi que você me ligou.

Soltei um riso sarcástico, pensando que Finn só poderia estar de gracinha comigo.

- É óbvio que eu liguei! Você sumiu, porra! - berrei. Finn olhou para a parede friamente, evitando meu olhar furioso. Os papéis haviam se invertido. Dessa vez era eu quem queria colocar pra fora tudo o que sentia. Respirei fundo.

- Se vai continuar gritando, eu vou embora. - ele disse, ainda sem me olhar.

Ai, que vontade de socar sua cara, Finn!

- Wolfhard, se ousar sair por esta porta, tudo entre nós acaba, entendido? Quero respostas agora. - era um TREMENDO golpe baixo usar ameaças, mas eu precisava entender o que aconteceu ontem. E Finn era marrento demais para ceder.

- Como é? Está fazendo isso só porquê eu não vim te buscar ontem?! Para com esse papo, Millie, você não é minha mãe! - ele exclamou e passou a mão pelo cabelo com raiva, bagunçando-o ainda mais. Era isso que ele fazia, distorcer as coisas para poder se sair por cima. Mas parei por um instante. Finn não podia escutar esta palavra sem ficar sentido.

Mas assim que reparei em sua mão machucada, me distraí de seus olhos vazios.

- Finn, você andou brigando? - questionei.

Pronto. O mais engraçado era que eu não havia perguntado nada antes dele sumir para não ficar parecendo a namorada maluca e obsessiva e olha o que estou fazendo agora.

- E isso é da sua conta desde quando? - ele desdenhou.

- Você é inacreditável! Eu estava ontem mesmo pesquisando consultórios de psicólogos pra ir com você, enquanto você estava por aí com seus amigos!

Ao invés de se envergonhar ou me responder, ele arregalou os olhos em incredulidade:

- Você o quê?! - exclamou, estreitando os olhos com certa mágoa. - Mas que ótimo! Minha namorada falando bem na minha cara que eu sou maluco, era tudo o que eu precisava. Só espero que você não esteja contando com que eu lhe agradeça.

Era a primeira vez que ele me chamava assim, dizendo a palavra com todas as letras. Mas obviamente que ele tinha que estragar isso também.

- Wolfhard, precisar de terapia não é ser louco! - me levantei. - Estou fazendo isso porque quero te ajudar!

- Ajudar?! - debochou, cruzando os braços. - Saiba que ajudas desse tipo, estou jogando no ralo.

Não adiantava. Com ele, era assim. Só debater. Qualquer coisa que eu falasse, ele viria com resposta sarcástica. E se não era pra resolver nada, eu não faria questão.

Andei a passos largos até a porta, escancarando a mesma.

- Sai. - ele estreitou os olhos novamente em incredulidade. - Se vai ficar com desaforo e não me esclarecer nada, vai embora. Você quer brigar e eu não vou ficar dando motivo pra isso não.

Ele não diz nada. Ficamos calados por alguns segundos, Finn parecia esperar que eu mudasse de ideia, até que finalmente decidiu sair pela porta sem mais nem menos. E eu a bati com força, sentindo-me vazia.

Respirei fundo. Namorar Finn Wolfhard era CANSATIVO.

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