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22. Eric Wolfhard

Havíamos nos deitado novamente. Nossas cabeças estavam sobre o travesseiro, mas com certa distância. Finn me encarava em silêncio, como se cada detalhe do meu rosto fosse algo incrivelmente bonito. Sua expressão era serena e havia um sorriso de canto em seus lábios.

Eu sabia que daqui a pouquinho eu teria que ir embora, logo seria seis horas e dona Winona com certeza irá surtar se chegar do trabalho e não me encontrar, já que eu esqueci de avisar que saí e deixei meu celular em casa, então resolvi aproveitar meus últimos minutos com ele.

Também o observava em silêncio. Meu olhar ia de seus lindos olhos e quando seu olhar ficava tão penetrante ao ponto de me deixar envergonhada quebrava o contato visual e fitava suas sardas que em minha opinião eram tão lindas quanto um céu estrelado, e sua boca. Finn, que não é nenhum bobo, logo que percebia isso abria um sorriso nada inocente.

- Está querendo me beijar, Brown?

Fechei os olhos com força, sorrindo totalmente envergonhada. Levaria tempo até eu conseguir me acostumar com as diretas de Finn. Pude ouvir seu riso antes de voltar a abrir os olhos e passar a mão pela testa até os cabelos, como se estivesse arrumando eles para disfarçar inutilmente a vergonha.

- Não acredito que está com vergonha depois de eu fazê-la gozar na minha cama, Mills. - zombou.

(N/A: KKKKKKK, MDS. ALGUÉM MANDA ELE PARAR)

- Finn! - Dei um tapinha em seu ombro, para logo em seguida cobrir o rosto com ambas as mãos morta de vergonha.

Céus, ele não disse isso.

Finn riu baixinho outra vez, mas logo voltou a ficar quieto e a me observar atentamente.

Minha mão fazia carinho em seus cabelos encaracolados e macios, um ato do qual eu percebi naquele momento que sempre quis fazer. O cabelo dele é muito lindo. Era perceptível que Finn cuidava muito bem dele. Percebi seus olhos começarem a pesar. Nunca poderia imaginar que ver a cena de Finn sonolento era a coisa mais fofa do mundo.

Mas agora que estávamos.. Juntos estava morrendo de vontade de aproveitar aquele momento para lhe perguntar algumas coisas mas estava indecisa. Não sabia se o Finn frio e irritado voltaria em um piscar de olhos se eu fizesse isso. Não estava disposta a arriscar aquele momento tão bom por causa da minha curiosidade. E, além do mais, ele estava com sono.

- Pode perguntar. - Permitiu ele com a voz rouca, me surpreendendo, como se tivesse acabado de ler a minha mente.

Impossível. Estava tão na cara assim?

Sorri.

- Eu não disse nada! - Afirmei em minha defesa.

- Mas está LOUCA para perguntar. Eu te conheço, Mills. Vamos lá, aproveita que hoje estou bonzinho. - Ri de sua ironia e Finn sorriu.

- Pode ser sobre... o motivo que me trouxe até aqui? - Perguntei. Queria mais detalhes mas sabia que era um assunto totalmente delicado. Não queria pressionar Finn, muito menos no mesmo dia em que ele teve uma crise de ansiedade.

- Pode... - Confirmou ele, desviando os olhos para a parede, sentindo-se claramente desconfortável. Seu olhar tornou-se vazio.

Me arrependi de imediato de fazer a pergunta. Mas já havia começado aquele assunto, teria que ir até o final agora.

- O que aconteceu...com a sua mãe? T-tipo, por que ela morreu? - Perguntei. Se aquilo havia ocorrido por causa da gravidez, como a gravidez dela tornou-se de risco? O nascimento de um bebê não matava a mãe do nada. Se aquilo aconteceu, era porque a mãe de Finn teve alguma espécie de acidente grávida. Só faltava saber como e eu tinha quase certeza de que Finn não sabia deste lado da história.

- ...Eu a matei. - Afirmou, quase automaticamente.

- Você não a matou, Finn. O que quer dizer com isso?

Ele continuava sem fitar meus olhos, como se estivesse com vergonha. Como se realmente fosse o culpado. Deus, o que Eric Wolfhard fez?

- Eu a matei quando nasci. Foi um parto difícil... ela não resistiu.

- Finn, olhe pra mim. - Peguei seu rosto delicadamente com uma mão. Seus olhos denunciavam a dor que Finn sentia. Ele parecia estar prestes a chorar. Comecei a dizer pausadamente para convencê-lo: - Você. Não. Matou. Ela. Entendeu? - Ele assentiu, apesar de claramente não ter se deixado convencer. Resolvi mudar um pouco o foco da conversa. - Megan disse que você brigou com o seu pai...

- Nós não temos um relacionamento de pai e filho muito bom. Eu passei minha infância inteira ouvindo ele me chamar de assassino. Ele me culpa pela morte dela. Até hoje.

Céus, aquilo não era pai. Eu não conseguia imaginar pelo o que Finn passou durante a sua vida inteira. Eu acho que nunca poderia ver este homem na minha frente. O que ele fez com o próprio filho...

Não era possível que ele nunca tivesse, ao menos tentado, amar o próprio filho.

- Ele nunca...te deu um abraço? Ou foi na festa de dia dos pais em sua escola? Ou te ajudou a estudar após a aula? - Perguntei quase que em desespero, não era possível que Eric nunca pudesse ter feito um ato amoroso como um pai.

- Não. - Negou, fazendo o aperto em meu peito voltar.
Finn continuou, em um tom tão baixo que era quase impossível de ouvi-lo se não estivesse prestando bastante atenção nele: - Megan cuidou de mim há anos. Mas não é a mesma coisa, sabe?

- Eu sei. Finn...meu Deus...alguém mais sabe disso?

Megan não poderia fazer nada. Além de trabalhar para o pai de Finn, uma denúncia contra ele acabaria com a vida dela, denunciar alguém com muito dinheiro, obviamente irá te deixar em problemas, principalmente alguém "importante" como ele.

- Iris. - Respondeu. - Mas ela não sabe tudo. Nem em detalhes. Digamos que ela não é a melhor pessoa para se abrir.

- Imagino...

Era completamente revoltante saber aquilo. Iris sabia aquele tempo todo pelo o que Finn estava passando e não havia feito NADA. E se achava no direito de mentir pra mim dizendo que eles estavam juntos, até aquela palhaçada na escola ela teve coragem de fazer.

Ela não gosta dele. Não gosta dele de verdade.

- Desde quando vocês se conhecem?

- Que tal falarmos dela uma outra hora? - Sugeriu Finn.

Ótimo!

Eu realmente não queria pensar nela agora. Principalmente no fato de que, Iris era a única que poderia ter tentado ajudá-lo e mesmo assim não o fez.

- Fechado.

Ele sorriu divertido.

- O que foi? Parece estar prestes a matar alguém.

Eu ri, dando um soco fraco em seu peito de brincadeira.

- Não, é que... não consigo não pensar no fato de que ela poderia ter ficado do seu lado e... n-não sei... ter te dado uma força sabe? Não que eu goste dela. Porque sendo bem sincera...

Percebendo que eu não conseguia parar de falar da Apatow, ele logo colou nossos lábios antes que eu tivesse chance de
raciocinar.

Foi quase um selinho, Finn segurava meu rosto com ambas as mãos enquanto calava a minha boca. Quando ele se afastou, a minha vontade era de puxá-lo de volta, mas apenas sorri envergonhada. Se eu soubesse que ele faria isso, teria começado a tagarelar antes. Céus, estava começando a ficar assustada com os meus próprios pensamentos.

- O que mais quer saber, Mills? - Sussurrou ainda bastante perto do meu rosto.

Ele sabia que tinha mais. O que me aliviou era que ele estava disposto a se abrir de verdade.

Sorri divertida.

- Quantas perguntas tenho?

Eram tantas que era impossível fazê-las todas agora. Então precisava saber quantas eu poderia fazer.

Ele levou sua mão até meu rosto vagarosamente e acariciou minha bochecha.

- Quantas você quiser.

Me sentei e me virei para o cacheado, pegando sua mão enquanto pensava no que perguntaria primeiro. Pude perceber que Finn me encarava um pouco nervoso.

- Você disse uma vez... que não precisará fazer faculdade e que tem outros planos. Quais são eles?

Ele baixou o olhar e sorriu.

- Primeiro me prometa que não vai rir. Você promete? - Pediu ele.

- Eu prometo. - Respondi de imediato. Nunca riria de Finn.

- Eu quero estudar música. Quando terminarmos o ensino médio, pretendo ir estudar em uma escola de música.

Foi então que eu entendi a guitarra ao lado da porta.

- Você já compõe? - Perguntei, abrindo um sorriso interessado e orgulhoso.

Ele hesitou. Mas acabou assentindo.

Então lembrei das aulas, principalmente de sociologia, Finn passava quase o tempo todo escrevendo algo em seu caderno, apesar de as vezes os professores não estarem passando absolutamente nada na lousa.

- Compõe durante as aulas, não é? - Perguntei sorrindo, como quem havia acabado de descobrir uma travessura.

Finn soltou o ar pelas narinas, em um quase riso, antes de dar de ombros, assentindo.

- Sim. Eu costumo compor durante algumas aulas. Mas as vezes realmente estou fazendo alguma atividade. - Ele riu pela minha expressão surpresa e continuou sua explicação. - Pode ser difícil de acreditar, mas sim. É muito difícil de entrar na escola de música que eu quero. A prova é muito difícil. Por isso aceitei estudar com você.

Pensei sobre suas palavras. E então outro ponto de interrogação veio à minha mente.

- Sobre isso...seu pai te obrigou a estudar comigo. Por quê?

- Está me ofendendo, Mills. - disse, em um tom de deboche. - Por que é tão inacreditável o fato de que eu não estava tentando melhorar minhas notas?

- Porque você não dá a mínima para isso, Finn. - Afirmei, rindo. O grupo inteiro de Iris nunca, nem sequer, prestava atenção ao que os professores falam em sala de aula.

Ele riu.

Eu lembro como ele se negava a estudar comigo no começo.

- Meu pai é um empresário importante. Famoso. Por isso ele não pode ter o luxo de ter um filho problema. Eu já saí em notícias algumas vezes. Não foram muitas, mas obviamente que causou polêmica ao sobrenome Wolfhard.

- Que tipo de notícias?

- Fotos minhas na entrada de festas, saindo do local com garotas, cambaleando bêbado pela rua com meus amigos, coisas do gênero. - Respondeu com total naturalidade, dando de ombros.

Pensei sobre o assunto.

- Aposto que ele odeia o fato de ter um filho que bebe, porém não faz nada diferente, não é? - supus.

- Como sabe? - Ele pareceu surpreso.

Aquela foi a minha vez de dar de ombros.

- Muitas coisas que fazemos, foram refletidas pelo o que vemos e aprendemos em casa Finn. - Expliquei.

Ele apertou minha mão gentilmente, sentindo-se desconfortável.

- Eu não quero ser como ele, Mills. - Murmurou.

- Você não é. Ei. - Segurei seu rosto. - Você não é. Mas precisa parar com esses hábitos. Não por ele. Mas por você.

Agora eu compreendia. Finn saia o dia inteiro e ficava em festas, não para apenas ficar longe do pai, mas para provoca-lo, para manchar a imagem farsante e perfeita que o pai criou para fingir que é um ótimo empresário. Mas tudo aquilo era apenas mídia. Os retratos que Finn havia quebrado era uma farça. Seu pai fingia ter uma família normal e amorosa, para não manchar a própria imagem.

Ele assentiu lentamente, abracei o mesmo antes de beijar seus lábios. Finn correspondeu ao beijo com convicção antes de afastar-se para continuar.

- E então ele veio com o papo de eu ter que estudar com alguém. Obviamente que eu não aceitei. Nunca iria abaixar a cabeça pra ele. Mas então meu pai falou com nosso professor por minhas costas. Mas quando eu me recusei a estudar com você - Eu me lembrava muita bem daquele dia, suas palavras vieram à minha mente no mesmo segundo: "Veja bem, eu nunca pedi sua ajuda. Esqueça essa ideia idiota. Eu sou alfabetizado e sei muito bem ler e escrever" -, Cheguei em casa e meu pai estava me esperando. Ele sabia que eu não obedeceria e chegaria após a escola. Ele jurou me colocar em um colégio interno se eu não "tomasse jeito" - Ele fez aspas com as mãos enquanto revirava os olhos. - E então não tive outra alternativa.

- Você me odiava? - Não pude reprimir a pergunta que pairava sobre a minha mente antes de nos beijarmos pela primeira vez. As respostas geladas e cheias de ódio, ao menos para mim, estava claro.

Mas sua expressão foi tomada pela culpa. Ele pareceu ficar quase que ofendido com a pergunta.

- Não! Mills, eu nunca te odiaria. - Afirmou. - Como eu lhe disse, não consigo lidar com essas coisas. Eu descarreguei meu ódio que sinto pelo meu pai totalmente em você. Ele sim, é quem eu odeio. Não você. Lembra do segundo dia em que você tentou me ajudar a estudar? - Eu assenti, lembrando-me do quão eu pensei que no primeiro dia seria o mais difícil, quando na verdade, foi o segundo:

- Bem, que tal começarmos por matemática desta vez? - Wolfhard apenas revirou os olhos.

- Nem pensar, odeio matemática. - Ele esbravejou.

- Ok, você é de humanas, não é? - Perguntei, tentando não desmanchar meu sorriso.

- E isso importa?

O ignorei.

- Inglês então, você pareceu ter mais facilidade nessa matéria ontem. - Wolfhard bufa e resmunga algo em um tom tão baixo que eu não consegui entender o que ele havia dito. - Bem... aqui. Este texto ajuda a resolver as questões que o professor passou hoje, você...

Ele revirou os olhos.

- Quer saber? Também não quero estudar inglês! - Exclamou ele.

O fitei incrédula, ele finalmente conseguiu desmanchar meu sorriso.

- O quê?

- E aliás não quero estudar nada dessa merda! - Afirmou, se levantando.

Me levanto também, devolvendo o olhar agressivo do Wolfhard pela primeira vez, farta por ouvir tenta petulância e grosserias de sua parte.

- Olhe aqui, eu passei horas em casa procurando atividades para passar pra você, planejei exercícios e estou dedicando todo o meu tempo estudando em casa para lhe ajudar. Então se você...

Ele me interrompe, gargalhando sarcasticamente:

- E você acha que eu me importo?! Por que está muito enganada! Se você quer tanto que eu te leve pra cama, diz logo porra! - Arregalo meus olhos horrorizada. - Só aviso que quem está perdendo tempo aqui é você, porque eu não estou interessado em uma nerd como você! - Sinto meus olhos arderem, não sei se pela raiva ou pela humilhação, só consigo ter certeza que meus sentimentos estão à flor da pele e não estou gostando nada disso.

- Você acha que todas as garotas caem aos seus pés, não é?! Pois sinto lhe informar, mas eu não estou interessada! Você é um estúpido, que pensa que o mundo gira ao seu redor! Pois fique sabendo que ele não gira! E que eu nunca pensaria em ir pra cama com alguém como você! - Retruquei no mesmo tom.

Ele começou a juntar suas coisas apressadamente e voltou a me fitar com ódio em seus olhos castanhos.

- Ótimo.

- Ótimo! - Retruquei outra vez.

- Ótimo! - Ele exclamou, se afastando imediatamente de mim.

- Lembro... - Sussurrei.

Era impossível não lembrar daquilo.

-Me desculpe por tudo o que eu disse, Mills. Tudo. Você não tem ideia o que aconteceu no dia anterior...

Ele estava mais nervoso do que o normal. Isso era fato. E eu precisava saber o porquê.

- O que seu pai fez?

- Ele descobriu o que eu quero fazer após a escola. Millie, eu quero estudar música desde pequeno. Eu me lembro... - Ele engoliu em seco antes de prosseguir. - que quando tinha em torno de seis à oito anos, disse para ele o que eu queria fazer "quando crescesse", eu disse que queria estudar música e fazer carreira solo. Ele riu na minha cara... Quando finalmente cedi estudarmos juntos, assim que cheguei em casa ele estava ao lado de Megan. Ela cuida de mim, mas sobretudo trabalha pra ele. Meu pai a fez confessar o que era o endereço sobre a escrivaninha em meu quarto.

- O endereço da escola... - Murmurei, já começando a imaginar a confusão.

- Sim. Eu fui lá para saber como funcionava, o que eu teria que estudar para a prova, quanto tempo seria, quanto teria que pagar...

- Sei.

- Ele disse que isso não passava de uma ilusão. Que eu deveria estar me preparando para assumir a empresa assim que fizesse dezoito anos e não... - Ele parou, percebi que estava tentando me dizer as palavras do pai, e pelo visto, elas o haviam machucado muito.

_ Não precisa repetir as palavras dele. - Assegurei, tentando ajudá-lo a prosseguir sem dar muitos detalhes. Só o fato de que ele estava me contando significava que Finn estava se esforçando.

Ele assentiu.

- Meu pai deixou claro que não vai pagar a escola. Não vai me obrigar a nada, contudo também não vai me ajudar. E que se eu realmente quiser seguir com isso, terei que me virar... - Murmurou, desviando os olhos para a parede.

Trinquei os dentes. Como um homem tão bem sucedido e com dinheiro de sobra para a vida toda, se recusa a ajudar o próprio filho a realizar o seu sonho?

Agarrei seu rosto com a mão outra vez, encarando Finn bem nos olhos para que ele visse claramente que eu estava falando muito sério:

- Finnie, presta atenção, a gente vai voltar a estudar junto, está bem? E eu vou pegar pesado com você, porque você vai passar nesta prova, okay? Ainda temos tempo. E você não vai só passar na prova. Vai fazer cursos gratuitos para melhorar o seu currículo e conseguir um bom emprego que banque a escola. Eu vou ajudar você! Não vou te abandonar, ouviu bem?

Ao invés de me responder, ele se inclinou um pouco mais para a frente, quebrando o pouco espaço entre nós, e grudou seus lábios nos meus. Logo abro a boca, aprofundando o beijo. Agarro seus cabelos e ele geme quando beijo mais forte.

- Tem ideia do quão você é incrível? - Perguntou ele, quando afasta sua boca da minha para que possamos respirar. Dou de ombros, envergonhada e Finn sorri. - Tem mais? - Perguntou, referindo-se às perguntas.

Assenti.

- Você escreve apenas letras de músicas?

- Na verdade, não. Escrevo histórias, poesias, letras de músicas...de tudo um pouco. Devo admitir que eu sou fascinado por tudo que envolve isso.

- Por isso gosta tanto de inglês... - Sussurrei.

Estava explicado o porquê dele ter literalmente fugido de mim quando eu comecei a supor isso quando estávamos começando a estudar após as aulas.

Ele assentiu.

- Escreve desde quando?

(N/A: SE ALGUÉM CONHECE UMA GAROTA MAIS CURIOSA QUE A MILLIE... SÓ DIGO MDS)

- Desde criança. Eu não lembro qual exatamente era a minha idade, mas eu tinha dificuldade para ler. E então, Megan começou a me colocar para ler bastante poesia todos os dias e, aos poucos, fui desenvolvendo certa paixão pela coisa até que comecei a escrever à apenas ler.

Megan era uma fofa. Deus, se não fosse ela na vida do Finn...

- Uau...Posso ler algo?

Ele ficou vermelho. Finn Wolfhard estava corando?

- Ahn, não.

- Aah, por favor! - Juntei as mãos, implorando para ele, sem me importar se estava parecendo uma criancinha quando ganha um presente um dia antes do natal e quer abri-lo agora.

- Nem pensar, Mills. - Negou novamente, rindo de mim. Mas eu não me importava.Também estava rindo.

- Por favor, Finn!

- Okay, okay! - Exclamou ele, derrotado. Sorri feliz da vida. - Eu sei que você não vai parar enquanto eu não disser sim. Amanhã levo meu caderno para a escola pra você. É um caderno com tudo o que eu escrevo. Costumo escondê-lo por aqui, no quarto.

Eu assenti.

Voltei a deitar ao seu lado, imaginando que já havia feito perguntas o suficiente. Voltei a encará-lo e percebi que Finn me fitava entre pensamentos. Ele começou a acariciar minha bochecha, até descer o polegar e passar o mesmo pelo meu lábio inferior.

- O que foi? - Perguntei, Finn estava estranhamente quieto.

Ele deu de ombros.

- Você... é intrigante, Mills. Nunca sei o que você está pensando. E toda vez que tento adivinhar, você me surpreende. Estou acostumado a saber o que uma garota quer, mas você...

- Isso é ruim?

- No começo foi. - Admitiu. - Mas aos poucos, isso foi me atraindo ainda mais.

- O que quer dizer com...saber o que as garotas querem? - O ciúmes idiota falou mais alto e não pude esconder a insegurança no meu tom de voz.

- Mills, nenhuma quis ter algo à mais comigo. Estou até agora tentando entender porquê você quis. Elas só querem uma noite com o filho do maior empresário deste país. - Explicou, me surpreendendo pela forma delicada que ele respondeu.

- Mas e a Iris?

- Ah, isso aí é fogo no rabo. - Afirmou, casualmente.

- Finn! - Exclamei, arregalando os olhos e abrindo um sorriso surpreso.

- É verdade! Ela também nunca quis nada. Iris começou a ficar desse jeito quando eu comecei a ficar com outras garotas e então começaram as crises de ciúmes e nunca mais parou. Mas eu sempre deixei claro que nunca passaria de ficadas. Não entendo porque agora ela está surtando. O engraçado é que você é a única que ela vê como ameaça.

Assim que ouvi a última parte, me inclinei para ele, arqueando uma sobrancelha, querendo entender o que ele queria dizer.

- Como assim, Finn?

- Nos últimos dias, a gente brigou. E ela começou a me questionar sobre você. Ela tocou no seu nome durante a discussão. Nunca havia feito isso antes.

Pensei sobre suas palavras. Iris me via como uma ameaça? Pensar no assunto era quase que engraçado. Mas fazia sentido. Iris viu Finn me defender dela própria na aula de educação física, nós dois sozinhos na biblioteca e, muito provavelmente, seus amigos devem ter contado à ela sobre o corrido na cantina, quando Finn me puxou pela mão para um lugar mais reservado na frente de todo mundo. Ela sabia.

- Porque estou tomando você dela. - Pensei em voz alta.

- Não tenho culpa. Você me fisgou. - Ele afirmou com naturalidade, dando de ombros.

O encarei totalmente surpresa.

- Fisguei?

Ele assentiu.

- Posso fazer... só mais uma pergunta? - Perguntei, jurando para mim mesma que seria a última.

- Não. Seu tempo acabou. - Finn afirmou, antes de me puxar para junto do seu corpo, agarrando minha cintura com força e colando nossos lábios outra vez. E eu desisto da pergunta de bom grado.

Finn acabou dormindo depois de alguns instantes, com o braço em volta de minha cintura. Ele parecia tranquilo e perfeito. Observava admirada seu peito subindo e descendo, sua expressão serena e calma e o suspiro que escapava de seus lábios carnudos. Sinto vontade de acariciar seu rosto, mas não o faço com medo de acordá-lo. Era nítido pelas olheiras abaixo de seus olhos que Finn não dormia bem há dias. Ele precisava descansar.

Retirei lentamente seu braço sobre mim, me virando para levantar com absoluto cuidado. Assim que consegui, vesti minha camiseta e blusa de moletom antes de calçar meu all star.

Encaro Finn pela última vez antes de rumar o mais silenciosamente possível até a porta. Estico minha mão até a maçaneta, mas congelo quando a mesma gira e, logo em seguida, a porta se abre.

Um horrível arrepio percorre minha espinha quando um homem pálido de terno, com os mesmos olhos e cabelos de Finn franze a testa assim que levanta o rosto e me fita.

- Olá... - Ele logo se recupera de sua surpresa e abre um sorriso do qual eu demoro a corresponder por não saber se era sincero. Não depois de ter escutado tudo aquilo que Finn me disse.

- O-oi... - Desviei os olhos por um instante. O responsável pelas noites mal-dormidas de Finn estava à minha frente e eu não conseguia disfarçar meu desconforto.

- É amiga do meu filho? Sou Eric Wolfhard, prazer. - Disse ele.

Seu tom de voz não era alto o bastante para acordar Finn. Mas eu sentia que sua intenção logo se tornaria essa assim que eu colocasse meus pés fora daquele quarto.

Filho...

Eu sentia que ele não tinha direito de chamar Finn de seu filho.

Meu Deus, eu nunca poderia sair dali agora e deixar Finn sozinho com ele.

- Prazer...

Merda, eu tinha que, ao menos, disfarçar o meu desconforto antes que ele percebesse que eu sabia muito mais do que deveria.

- Há algo errado? - Perguntou, em um tom aparentemente gentil, estranhando o meu incômodo.

- Não. Não, não. Desculpa. Eu... - O encarei, abri o melhor sorriso que consegui, rezando para que fosse o suficiente para convencê-lo e continuei. - Eu sou Millie, sou eu que estou ajudando Finn a estudar.

Ele assentiu.

- Muito obrigado, Millie. Sinceramente, eu não sabia mais o que fazer com esse moleque, sabe? - Ele disse, rindo como se não estivesse realmente falando sério.

Mas eu não consegui levar na brincadeira. Assim que ele disse aquilo, meu sorriso sumiu.

Minha mãe poderia estar no caminho de casa neste exato momento enquanto ele parecia estar apenas esperando eu sair dali e acordar Finn.

- Eu...vim entregar um livro para o Finn que ele havia esquecido comigo. Ele está dormindo agora. - Minha última frase saiu dura demais. Transparecendo o fato de que Finn havia conseguido dormir um pouquinho graças ao fato de que seu pai não estava ali para atormentá-lo.

- Claro. Pode ir tranquila, peça para que Megan lhe acompanhe até a saída, terei uma palavrinha com o meu filho.

(N/A: AAAAAAH, MAS NÃO VAI MESMO)

Limpei a garganta e engoli em seco, pensando em uma resposta boa o suficiente para que ele deixasse o quarto.

- Desculpe-me Sr. Wolfhard, mas eu percebi que Finn não consegue dormir há dias. Peço, por favor, que o deixe descansar.

Ele estreitou os olhos. Mantive o contato visual sem esboçar nenhuma expressão enquanto o Wolfhard mais velho parecia avaliar meu rosto. Alguns segundos depois, ele assentiu lentamente.

- É claro.Tem toda a razão.

Mas ele não moveu um músculo para sair. Por isso, também me mantive parada.

- Por favor? - Ele se afastou da porta, me dando espaço o suficiente para que eu passasse por ele.

Eu tinha que ir para casa agora. Mas sabia que ele estava ali para gritar com Finn por ter destruído a sala de estar, assim como a cozinha.

Era inútil. Se eu continuasse relutando em sair, ele logo perceberia que Finn abriu a boca e pioraria a sua situação. Sentindo-me muito mal por abandonar Finn, passei pelo mesmo e andei até o fim do corredor. Após virá-lo, percebi que ele não vinha atrás de mim. E então corri até o primeiro andar novamente.

A sala estava quase limpa novamente, Megan conversava com um empregado, parecia estar lhe dando algumas instruções sobre a casa e eu rapidamente fui até a mesma, sem me importar no momento por estar sendo incoveniente por intetrompê-los.

- Megan, tenho que ir embora agora. Mas o Sr. Wolfhard está no quarto de Finn, por favor, vá até lá. Não deixe ele sozinho com o pai. - Pedi com urgência.

Ela logo assentiu, parecendo entender meu desespero.

- Oh, céus. Pode ir tranquila, Millie. Muito obrigada pela ajuda. Acompanhe-a até a porta. - Pediu ao empregado, antes de ir apressadamente até as escadas.

Retornei para casa o mais rápido que eu pude. Assim que eu chegasse, mandaria uma mensagem para Finn já que, graças à ligação de Megan, agora eu também tinha seu número.

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