Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

20. A casa dos Wolfhard

Não conseguia pensar. Era como se minha mente tivesse desligado. Eu apenas sai correndo de casa, focada em chegar o mais rápido possível. Não fazia ideia do que estava acontecendo, mas sentia que Finn não estava bem. Eu tinha certeza.

Acabei por demorar mais do planejei, pois quando estava quase perto da rua de filhinhos de papai, acabei me perdendo. O que me desesperou e realmente me frustrou. Tive que perguntar para as três primeiras pessoas que encontrei na minha frente para pedir informação. Elas provavelmente perceberam meu desespero pela urgência transparecida em minha voz.

Quando finalmente encontrei a rua, agradeci à Deus mentalmente mil vezes. A casa em si foi fácil de achar. Era uma das maiores daquela rua.

Assim que cheguei em frente à mansão dos Wolfhard, fui até o portão preto e apertei o botão do interfone.

- Boa tarde, o que gostaria? - Uma voz masculina de, provavelmente, um segurança da casa soou.

- E-eu vim ver o Finn... sou amiga dele.

Após alguns segundos, cheguei a pensar que ele não liberaria minha entrada pela demora a dizer algo, até que respondeu:

- Nome completo, por favor.

- Millie Bobby Brown.

- Seja bem vinda, Millie. Pode entrar.

Um ruído foi-se ouvido, indicando que o portão havia sido destrancado. Abri o mesmo e o fechei após passar por ele. Andei até a entrada, cruzando o jardim, tentava andar o mais calmamente que eu podia para não parecer mal-educada, com toda certeza aquele lugar tinha câmeras, eu pelo menos, não duvido nada. Assim que subo os degraus da entrada e chego perto da porta de mogno maciço, ela é aberta pela mesma empregada que eu havia visto no dia em que saí com Finn. Foi aí que eu encontrei a conexão daquilo tudo com a ligação. Só faltava compreender como ela sabia o meu nome.

- Olá Srta. Millie. Meu nome é Megan. Fui eu que te liguei, entre, por favor. - Assim o fiz, sentindo-me ainda mais nervosa. Olhei ao redor assim que entrei. A sala era toda moderna, era possível ver a sala de jantar logo atrás, mas ambas estavam uma zona. O chão estava molhado, garrafas de bebida haviam sido jogadas no chão, e sujo por vários cacos de vidro de vasos. Vários porta-retratos também estavam quebrados e jogados por ali, inclusive a mesinha de vidro ao lado do sofá. Peguei um dos porta-retratos, era uma foto atual de Finn com o pai, ambos sorriam e era perceptível que era uma daquelas fotos tiradas no intuito de manter uma espécie de imagem de uma família perfeita. O sorriso forçado de Finn era nítido. Mas o estranho, era que todas as fotos ali eram apenas do Finn com o pai. Aí meu Deus. Os pais dele são separados. Era isso... Céus, o que aconteceu aqui? - Finn e o pai brigaram assim que o Sr. Eric chegou em casa. Quando ele saiu, Finn pegou uma das bebidas do pai e começou a beber descontroladamente, eu tentei impedi-lo, mas quando ele está nervoso fica totalmente impossível. - Eu sei, conheço bem a peça, quis responder. - Ele começou a quebrar tudo o que via pela frente e gritar o seu nome e o da mãe.

Engoli em seco. Parte daquilo era culpa minha? Mesmo que não fosse, a culpa em meu peito foi inevitável. Parei de ouvi-la, suas palavras tornaram-se sussurros no fundo da minha cabeça. Pensamentos inundavam minha mente. A mãe de Finn havia ido embora, mas se ele não se dá bem com o pai por que não o levou junto? O que havia naquela história que eu estava deixando passar?

- Quando ele começou a ficar bêbado, percebi que estava ligando para alguém. - Ela continuou e eu a fitei, lembrando-me da ligação perdida que eu havia recebido quinze minutos antes dela falar comigo. Finn havia me ligado.

- Quando ouvi seu nome, lembrei de você. No dia em que te vi do outro lado da rua, perguntei à ele quem era antes de Finn sair com um skate. Veja bem, eu cuidei dele desde os seus dois anos, o conheço muito bem e achei estranho ele estar saindo com alguém que não fosse Iris, senti um alívio, devo admitir, aquela menina é muito mal-educada. Não respeita ninguém. No dia Finn comentou de você brevemente quando eu insisti, que era uma amiga e falou seu nome. Tomei o celular da mão dele quando você não atendeu a ligação, ele estava prestes a jogá-lo contra a parede. Resolvi ligar pra você, rezando para que se importasse com ele o suficiente para vir até aqui. Veja bem, ele não é nada fácil.

Ela jogava as informações de uma só vez e eu precisei de um instante para absorver tudo.

- A senhora não chamou a Iris... - murmurei, apesar de eu não aprovar nada essa ideia, faria mais sentido ela ter chamado a Apatow. Além do fato de que eles eram vizinhos e que ela chegaria bem mais rápido para tentar impedir toda aquela trajédia na sala, a governanta a conhecia, ao contrário de mim.

- A Srta. Apatow não é mais bem vinda nesta casa. O Sr. Eric não permite. Além disso, ela não faz bem para o Finn quando ele está neste estado. - explicou.

- Onde ele está?

- Lá em cima. Ele se trancou no quarto alguns minutos atrás. É o terceiro andar, virando à direita, o último quarto.

- Muito obrigada, licença.

Não consegui me conter e corri escada à cima, tentando não tropeçar em meus próprios pés por culpa da pressa.

Imaginei que o segundo andar fosse os quartos de hóspedes. O terceiro andar continha três portas, do qual passei direto antes de virar a direita. Passei por mais uma porta antes de chegar ao quarto de Finn. A porta estava fechada. Era pintada de preto e havia a placa pregada ali: "Não entre". Teria sorrido se não estivesse desesperada para vê-lo. Aquilo era bem a cara dele. Dei três batidas. Minhas mãos estavam trêmulas, soavam. Meu coração estava disparado.

Engoli a bile em minha garganta e esperei.

- Porra, vai embora, Megan! - voz de Finn soou do outro lado da porta. Estava agressiva, mas era nítido o tom embriagado. Eu tinha noção que ele bebia, apesar dessa ser a primeira vez que eu "via". O grito dele fez minha espinha se arrepiar. O tom de voz de Finn realmente estava alterado. Mas havia algo mais. Parecia estar... embargado, como se ele estivesse chorando. Aquilo partiu meu coração.

- Finn... Finn, sou eu... - Disse, colocando a mão na porta como se aquilo me fizesse ficar um pouco mais perto dele.

Pude ouvir som de chave sendo girada do outro lado e a porta se abriu. O cacheado apareceu à minha frente. Ele emanava cheiro de bebida forte. A escuridão de seu quarto deixava a expressão de seu rosto ainda mais assustadora. Seus olhos estavam vermelhos, as bochechas molhadas.

- O que está fazendo aqui, Brown? - Murmurou.

Ele se afastou da porta e me deu as costas, largando a mesma aberta. Apesar dele não ter me dado permissão alguma para entrar, a preocupação falou mais alto e eu adentrei o quarto, fechando a porta logo em seguida.

Reparei que Finn segurava uma garrafa de uísque na mão. Ele se sentou no chão, ao lado da cama, se encostando na mesma e dando um longo gole.

Me aproximei dele devagar, não queria deixá-lo ainda mais nervoso, ainda mais sabendo que ele estava uma pilha de nervos. Queria conversar sobre a ligação, o que houve lá embaixo e sobre o que ele fez, mas aquele ainda não era o momento.

- Finn... Finn, olhe pra mim. - pedi.

Ele não me olhava. Pensei que ele fosse gritar comigo assim que me visse ou qualquer outra coisa do gênero, mas eu percebi que ele não conseguia. Havia algo muito errado.

- Finn...! - Abaixei-me à sua frente e o olhei nos olhos. Por causa da luz apagada e as janelas fechadas, eu via com certa dificuldade que Finn fitava a parede, imerso em seus pensamentos, lágrimas caiam de seus olhos. Seu peito oscilava. Ele começou a soluçar, escondendo o rosto com a mão que tentava limpar as lágrimas inutilmente. - Finn, olhe pra mim. - Repeti, implorando mentalmente para que eu não estivesse entendendo o que estava acontecendo. Eu TINHA que estar confundindo os sinais. Peguei desesperadamente seu rosto com as mãos para que ele me olhasse com atenção. - Pare de pensar. Pare. Concentre-se em mim. Na minha voz. Apenas em mim. - ele me fitou, seus olhos demonstravam a dor que ele sentia. Ele pareceu prestar atenção no que eu dizia, apoiou a mão em meu ombro, tentando respirar. - Isso. Tente normalizar a respiração. Inspire e expire, vamos. Isso. - Passei a inspirar e expirar profundamente, para que ele me acompanhasse. Aos poucos, ele conseguiu respirar regularmente. Toquei seu peito, massageando o local. - Está doendo? - Ele assentiu. - Tente relaxar os músculos. Fale comigo, tá melhorando?

- Um... pouco. - Sua voz saiu rouca. Continuei massageando seu peito. Eu precisava distrai-lo de alguma forma.

- Você me disse que adorava ir na casa de sua tia quando pequeno, você se lembra? Me dá detalhes. Pense nesses dias. O que você mais gostava?

Ele fechou os olhos, após dois segundos, respondeu um pouco mais calmo:

- Lá eu podia ficar tranquilo. Me distrair, eu... - Hesitou. - escrevia poemas. Isso me ajudava a pensar.

- Do que você mais sente falta?

- A casa dela ficava em um condomínio aqui perto. Era tranquilo, cheio de bosques ao redor. Eu gostava de me sentar debaixo de uma árvore e escrever. Me acalmava e me ajudava a... esquecer.

Ele abriu os olhos, fitando o chão.

- Está melhor? - Perguntei, afastando minhas mãos.

- Estou... - Suspirei aliviada e ignorando a chance bem provável dele me afastar, enlacei meus braços em torno de Finn. Mas ao invés disso, ele retribuiu com um braço, já que a outra mão estava ocupada. - Por que nunca me contou que tem crises de ansiedade? - Murmurei.

- Por que contaria? - Respondeu no mesmo tom baixo.

Desfiz o abraço para fitar seu rosto, deixando minhas mãos sobre seus ombros, ele limpou o suor da testa com a costa da mão desocupada mas a repousou novamente em meu ombro também.

- Porque eu poderia ter te ajudado. Eu não sei como é a sensação mas sei que é horrível. Meu primo já teve isso durante a pré-adolescência. I-isso não é uma coisa que possa ser tratada sozinho, Finn. Alguém sabe que você sofre de ansiedade?

- A Megan... acho que foi por isso que ela a chamou. - Supôs, sua voz estava muito alterada. Ele já não estava mais sóbrio.

- Não. Ela me chamou porque você estava destruindo a sala. - Não pude conter o tom de bronca em minha voz. Ele me ignorou. - Finn, você precisa de ajuda, esta crise está avançada. Pareceu mais uma crise de pânico do que de ansiedade.

Ele bufou descrente e se levantou, segurando minhas mãos para que eu também ficasse de pé.

- Obrigado por...me ajudar. Mas acho melhor você ir embora.

Deus, por que ele é tão teimoso?

- Finn... - eu não podia deixá-lo.

- É sério, Millie. Eu estou bem. - disse friamente.

- Okay, mas eu vou levar isso comigo. - Peguei a garrafa do chão, não havia mais nada a fazer ali, porém eu não o deixaria continuando a beber.

Finn fechou os olhos, parecendo querer controlar sua raiva.

- Deixe isso onde está, Brown.

E voltei a ser chamada pelo terceiro nome...

- Ah, então você pretende continuar bebendo?! - exclamei.

- Pretendo! Você nem deveria estar aqui para começo de conversa! Dá o fora daqui! - berrou, pegando a garrafa de volta.

- Você é um idiota escroto! Não está vendo que eu estou tentando te ajudar?! - Por que a gente sempre terminava brigando?!

- Eu não pedi a sua ajuda! Nunca pedi, para de se meter no que não é da sua conta! - Gritou, socando a parede logo em seguida. Eu tinha certeza que os empregados do primeiro andar podiam ouvir nós dois.

- Eu vou embora... - Sussurrei.

- Isso, vá embora. Volta lá para o seu ex-namoradinho! Aposto que ele ESTÁ MORRENDO DE SAUDADE, vai lá. - Ele tomou a bebida de mim, dando outro longo gole.

Soltei um riso sarcástico.

- Eu não sabia que você parece uma criança infantil quando está bêbado.

- EU NÃO ESTOU BÊBADO! - Gritou irritado. - Sabe qual é o seu problema?! Você acha que só porque aquele babaca aparentemente é melhor do que eu, fica me provocando, mas não significa que ele realmente seja! Você não o ama.

- Para, Finn. - Pedi.

- A verdade é que você gosta de mim! DE MIM. Você não quer ele! - Exclamou, virando outra vez a garrafa.

- Ah, não quero? - Questionei sarcasticamente.

- Não, você me quer! E não é só para dar uma trepada. Eu sei disso. - Desviei os olhos, corando. Finn era inacreditável.

- Tá, chega. Me deixa ir embora. - Me afastei, mas voltei a me virar quando ele gritou:

- O que a Megan disse pra você?

- Ela não disse nada.

- Ela acha que eu preciso de ajuda só porquê quebrei metade da casa?! Patética. - Outro gole.

Fechei a cara, não era justo ele atacar a governanta. Ela estava morrendo de preocupação lá embaixo.

- Ela não é nenhuma patética, ela se preocupa com você, garoto ingrato!

- Aprenda uma coisa, Millie. Ninguém se importa comigo. Ninguém.

- Eu me importo! - Berrei. O que ele achava que eu fui fazer ali, afinal?

- Até descobrir as minhas merdas! Eu sou um cara fodido, lembra? Você sabe disso. Então por que está aqui?

- Por que bebeu, Finn? - Desdenhei.

- O idiota do meu pai! Tudo isso é culpa dele. É minha também. Eu sei que matei ela. Mas é tudo culpa dele! - Do que ele estava falando? Finn matou alguém?!

- Finn... - Toquei seu ombro, mas ele se afastou imediatamente.

- Me larga! - Ele virou a garrafa outra vez e eu comecei a me irritar com Finn com aquela garrafa na mão.

- Quer saber?! Eu vou embora. E vou levar isso comigo! - Arranquei a bebida dele novamente.

- Ficou louca, garota?! Me devolve!

- Ah, você quer?! - Joguei a garrafa longe, criando um som agudo de vidro quebrando.

- Puta que pariu, Brown!

- É sério, Wolfhard! E se você não parar de beber, eu nem sei viu, vou parar de falar com você! - Afirmei, usando o primeiro argumento que veio à minha mente, como se aquilo fosse, de alguma forma, impedi-lo.

- Você já estava sem falar comigo. - Retrucou, abrindo um sorrisinho de deboche.

Ai, como eu odeio esse sorriso.

- Tem razão. Mas acha mesmo que eu vou ficar vindo até aqui sempre que você precisar? Porque não vou. Romeo e eu somos apenas amigos agora, mas ele merece muito mais minha ajuda do que você. Tchau Finn.

Me virei para sair, mas ele me puxou de volta, eu sabia que colocar Romeo na conversa não era a melhor opção, e que era um puta golpe baixo, mas foi ele quem meteu Romeo na discussão, não eu.

- Não dá as costas pra mim!

(N/A: MAS MEU QUERIDO, VOCÊ NÃO QUER QUE ELA VÁ EMBORA, PORRA?)

- Não percebe?! Eu deveria ter lhe dado as costas há muito tempo, Wolfhard! Você é um cara fodido que só sabe cagar tudo o que toca! Se eu não me afastar de você, você irá fuder com o meu coração! Aliás, já está fazendo isso há muito tempo! Então será que dá pra me deixar ir embora?!

- Patética. - Desdenhou, dando um passo em minha direção.

- Sem noção. - Retruquei, imitando seu ato.

- Insuportável. - Outro passo.

- Mala. - Mais um passo.

- Ridícula. - Agora seu rosto estava tão próximo que nossas respirações se misturavam, nenhum ousava quebrar o contato visual cheio de ódio.

- Eu te odeio! - Exclamei, sem conseguir encontrar algum outro xingamento em minha mente.

- Eu te odeio muito mais! - Retrucou, elevando ainda mais o tom.

Quando vi, já estávamos nos beijando.

A língua de Finn invadiu minha boca, explorando a mesma de forma desesperada. Meu corpo ficou em chamas. Eu sabia que aquilo ia contra a todas as coisas que Maddie me disse para não fazer, mas no momento eu queria que todas elas fossem ao inferno. Eu só queria beijá-lo. Juro para mim mesma que aquela seria a última vez antes de levar minhas mãos até sua nuca, correspondendo ao beijo de forma urgente. Ele me empurra, prensando-me contra a porta e derrubando algo no meio do caminho que no momento não damos a mínima importância. As mãos de Finn descem até a barra do meu moletom, puxando o mesmo para cima, levanto meus braços, deixando ele retirá-lo. O cacheado agarra minha cintura, descendo as mãos aos poucos para minha bunda assim como os beijos acabam indo para o meu pescoço. Reprimo um gemido mordendo meu lábio inferior, puxo Finn novamente para um beijo, tentando deixar a vergonha de lado, descendo as mãos para a barra de sua camisa. Enfio as mesmas ali, até que ele me solta.

- Tira logo isso, Mills. - Ele retira a camiseta, jogando ela no chão.

Finn volta a beijar meu pescoço, agarrando meus cabelos para me manter imóvel. Ele distribui beijos e mordidas, me fazendo soltar um gemido quando ele passa a lamber, o que leva Finn a sugar o local, causando uma sensação maravilhosa por todo o meu corpo. Tomo coragem e passo minhas mãos por seu abdômen. Finn parece aprovar meu ato, descendo as mãos até a a barra da minha camiseta. Abro os olhos. Eu tinha que interromper aquilo antes que pudéssemos nos descontrolar.

- Eu... realmente tenho que ir embora agora... - Digo em um murmúrio.

Ele suspira e se afasta, levando junto toda a excitação que eu estava sentindo um segundo atrás.

- Está bem. - Diz, sem expressar nenhuma emoção.

Sinto um vazio em meu interior por ele não me pedir para ficar, mas eu havia jurado para mim mesma que aquela seria a última vez que aquilo aconteceria e agora eu teria que cumprir. Não poderia culpar Finn de me deixar ir embora. Eu não havia feito nada obrigada. Não tinha o direito de lhe cobrar nada àquela altura. Mas mesmo assim, não poderia dizer que não estava decepcionada.

Tateei a porta atrás de mim em busca da maçaneta e a girei, abrindo a mesma e saindo rapidamente.

Do lado de fora, me encosto na porta tentando normalizar a respiração. Podia sentir o cheiro de Finn impregnado em mim. Céus, eu havia jurado que aquilo não iria mais acontecer...

Desci até o primeiro andar enquanto passava as mãos pelo cabelo, arrumando os possível fios rebeldes.

Me senti vazia a cada degrau. Finn e eu brigávamos, acabávamos nos beijando e voltávamos à escala zero. Eu estava farta disso, e sabia que se não parássemos, aquilo se tornaria um ciclo vicioso e eu daria o que ele queria mesmo que pensasse que eu estava negando. Eu tinha que me afastar, sem recaídas desta vez.

- Como ele está? - Perguntou Megan, assim que desci o último degrau.

Dois empregados varriam os cacos de vidros enquanto outros recoliam os porta-retratos e levantavam a mesinha de vidro.

- Está mais calmo agora... - Respondi, julgando que Finn não iria quebrar mais alguma coisa àquela altura. - Posso... ajudar vocês?

Eu sabia que era trabalho deles, porém eu não conseguia retrair minha vontade de ajudar. Até porque parte do surto de Finn aconteceu por minha causa.

- Ah, não é necessário, senhorita. - Respondeu Megan parecendo ficar surpresa.

- Faço questão, sério.

Ela sorriu.

- Não, Millie. Você já ajudou muito vindo até aqui, mas posso lhe oferecer um lanche? Aposto que está com fome.

Ela disse lanche?

- Ah, eu aceito. - respondi, abrindo um sorriso.

Fomos até a cozinha. A mesma era duas vezes maior do que a minha mas o que realmente fez minha boca escancarar foi o estado em que ela se encontrava. Finn havia jogado no chão tudo o que viu pela frente que fosse frágil, principalmente os pratos e taças do pai.

- Céus... ahn, minha ajuda ainda está de pé. - Eu disse, mas Megan negou.

- Não precisa, Srta. Mas muito obrigada.

Ela me ofereceu waffles com cobertura de chocolate e mm's por cima. Senti vontade de roubá-la dos Wolfhard na mesma hora. Enquanto comia, pedi para que ela me acompanhasse à mesa e Megan resolveu tomar um pouco de café. Quando vi, já estávamos conversando à beça. Até que eu acabei tocando no nome de Finn.

- Me desculpe, mas ele sempre tem essas brigas com o pai? - Megan demorou para responder, ela limpou a garganta e me encarou.

- Não estou autorizada a falar sobre isso, Millie. Mas vejo que você parece próxima dele... - Comentou.

Senti minhas bochechas esquentarem, eu não sabia se eu poderia afirmar isso, mas resolvi não contrariá-la para que ela dissesse ao menos algo que me ajudasse a compreender aquela relação estranha de Finn com os pais.

- Ahn... um pouco.

- Bem... - Começou, colocando sua xícara sobre o pires. - O pai o culpa por uma coisa que Finn nunca fez. Mas o Sr. Eric não pensa dessa forma.

- A-ham... Mas... E quanto à mãe dele? - Megan me encarou de forma estranha, depois desviou os olhos como se aquele fosse um assunto totalmente proibido.

- A Sra. Mary morreu, Millie. Ela morreu no parto do Finn. - parei de mastigar. De repente, havia perdido a fome. Afastei meu prato, sentindo uma ânsia de vômito. Os waffles já não estavam mais tão gostosos agora. - Céus, você não sabia...pensei que Finn havia contado.

"Então sugiro que comece a me respeitar a partir de agora. Se é que sua mãe lhe deu o mínimo de educação!"

"Droga, não fale da minha mãe!"

"E quem disse que eu amo eles?"

"O quê? Você não...os ama?"

"Não."

"Próxima... descreva sua infância com três palavras."

"Solitária, diferente e... traumática."

- Srta. Millie? - Tirou-me dos meus pensamentos, a encarei novamente. Megan franziu a testa, parecendo estar preocupada.

- Ahn... Desculpe, posso ir no banheiro?

- Claro, primeiro andar, a terceira porta.

- Obrigada.

Me levantei para sair da cozinha. Assim que entrei no banheiro, levantei a tampa do vaso e coloquei os waffles pra fora.

Eu não conseguia imaginar pelo o que Finn passou durante toda a sua vida. Se o que Megan disse é verdade, Eric está fazendo Finn acreditar que matou a própria mãe...

"Eu sei que matei ela."

Que tipo de pai faz uma coisa dessas?

Abaixo a tampa do vaso novamente e dou descarga. Me levanto e me apoio na pia. Vejo uma pasta de dente ali e a pego. Passo um pouco na boca para me livrar do gosto ruim que ficou, lavo a boca e saio do banheiro.

Sinto algo gelado em minha barriga e percebo que eu acabei molhando minha camiseta. E então lembro. Eu esqueci meu moletom no quarto do Finn.

- Puta merda... - Sussurro.

Eu conseguiria voltar lá depois de termos nos...?

Deixa de bobagem, Millie. Penso, suba lá em cima, peça a blusa de volta e vá embora.

Eu queria conversar com ele sobre a mãe, mas ele havia acabado de ter uma crise, hoje não seria um bom dia pra isso.

Respiro fundo. E dou meia volta. Subo novamente ao terceiro andar. Mas quando estou prestes a bater na porta, ela é aberta bruscamente.

Encaro Finn surpresa. Seu olhar está determinado, assim que me vê, ele agarra minha mão e me puxa para dentro.

- O-o que está fazendo?

- Eu preciso falar com você. E desta vez você vai me escutar.

- Se for o assunto que você começou na biblioteca, eu não quero ouvir. - Sério que ele queria falar sobre Romeo outra vez?

- Mills...

- Não. E não me chama de Mills, eu só vim pegar a minha blusa. - Afirmo, pegando a mesma no chão. - Até amanhã, Finn.

- Não. Fica. - Franzo a testa, só poderia ter ouvido errado.

- O que disse?

- Fica aqui comigo...

- ...Sabe que eu não deveria. - Murmuro, tentando controlar a felicidade gritante em meu interior.

- Não. Você não deveria. Mas eu quero que fique.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro