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17. Romeo?

Meu cérebro havia congelado totalmente. Sentia um bolo em minha garganta, que me impedia de dizer qualquer coisa. Eu simplesmente não sabia o que pensar e tinha a leve impressão de que havia parado de respirar. Minhas mãos tremiam.

Romeo também parecia estar confuso. Sua testa estava franzida e seus lábios entreabertos pela surpresa. Ele estava tão perplexo quanto eu por me ver.

Romeo está aqui.

Não consigo acreditar.

- É você... céus, não acredito. - seus lábios finos repucharam-se em um enorme sorriso antes de me enlaçar em seus braços definidos, denunciando o fato de que ele estava malhando.

Aquele toque me fez crer que aquilo realmente estava acontecendo. Era real. Romeo havia voltado. Depois de dois longos anos...

Meu ex-namorado apertou-me contra si e eu devolvi o abraço, enlaçando sua cintura delicadamente. Pude sentir seu perfume masculino levemente adocicado pela proximidade. Podia jurar que era o mesmo de antes. Eu tinha certeza, pois um ano atrás eu daria tudo para sentir esse aroma outra vez, vê-lo outra vez. mas agora, não pude me conter em comparar à fragrância do perfume de Finn, com cidras italianas e com um aroma mais amadeirado.

O que me deixou irritada por um segundo comigo mesma.

Romeo me soltou e eu aproveitei para analisá-lo melhor. Seu cabelo estava maior do que na época em que nós estávamos juntos, seu cabelo antes ralo é agora liso e totalmente jogado para trás. Ele havia retirado o aparelho, e seus dentes antes tortos estavam totalmente perfeitos.

- Diga alguma coisa, Millie. - ele pediu, rindo pelo meu silêncio.

Romeo me conhecia o suficiente para saber que eu estava totalmente sem reação.

- De-desculpe, eu estou tentando não surtar. - ri de nervoso e ele me acompanhou. - Você voltou...

- Eu voltei. Senti a sua falta. - disse ele, com naturalidade.

- Também senti a sua. Muito. - afirmei.

Havia perdido a conta de quantas vezes enviamos mensagens de texto um para o outro nos dois primeiros meses em que estávamos separados. Não queríamos aceitar que havia acabado. Romeo entendia que aquilo era melhor do que evitar um sofrimento futuro por causa da distância. Mas ainda doia. Para ambos.

E a mensagem que mais se repetia era a "eu sinto sua falta", pequena e simples, mas com um grande significado. De que havíamos marcado o outro, que nunca esqueceríamos os momentos bons que havíamos passado juntos. Que apesar de ter durado apenas alguns meses, foi um sentimento bom e puro.

Mas obviamente que com o tempo, as mensagens foram diminuindo com o passar dos meses, até que pararam de serem enviadas e recebidas. Não porque fomos esquecidos, mas superados.

Era difícil desejar algo por um ano inteiro e quando você finalmente se convence de que aquilo nunca vai acontecer, suas preces são ouvidas e então você consegue aquilo que um dia quis tanto mas que agora estava conformada que nunca aconteceria.

Eu havia me conformado com o fato de que Romeo nunca voltaria. E agora aqui está ele. Ele havia voltado e eu não sabia como reagir ou agir.

- Quando voltou? - consegui fazer uma das milhares perguntas que rondavam minha mente.

- Há alguns dias. Meus pais estavam começando a ter alguns problemas financeiros e meu pai começou a procurar um emprego melhor aqui em Nova Iorque para que pudéssemos voltar. - assenti lentamente, como se meu cérebro estivesse processando tudo aquilo ainda. - Você pode me mostrar onde fica a secretaria? Preciso descobrir qual é a minha sala de aula.

Aquilo me lembrou do fato de que ainda estávamos na escola e que se eu demorasse um pouco mais, estaria atrasada para entrar na sala.

- Claro. Por aqui. - acabei esticando minha mão para pegar a sua por instinto, dando-me conta do que estava fazendo a larguei sentindo minhas bochechas corarem por não saber como deveria agir. - Desculpe.

- Está tudo bem. - ele assegurou, abrindo um de seus habituais sorrisos gentis antes de pegar minha mão novamente. Tínhamos esse hábito mesmo antes de começarmos a namorar então acho que não haveria problema algum continuarmos, apesar de eu ainda precisar de um tempo para digerir tudo aquilo.

Sorri timidamente para ele e me virei, andando rumo à secretaria enquanto tentava não olhar para os rostos femininos que me encaravam com uma expressão de poucos amigos.

Elas deviam achar que estávamos juntos por estarmos de mãos dadas, mas não era por causa disso que eu deixaria de segurar a mão dele.

Após deixá-lo na secretaria, corri para a sala de aula. Eu deveria estar super atrasada.

Cheguei em frente à porta ofegante por minha pressa. Dei quatro batidas na mesma e esperei. Noah a abriu e eu sorri.

- Está atrasada, pensei que não viria. - sussurrou.

- Depois eu te explico. - murmurei em resposta.

Noh me deu espaço para que eu passasse por ele e fomos até nossos lugares.

Me surpreendi quando vi que era o professor de sociologia que estava dando a primeira aula.

- Está atrasada, Srta. Brown. - disse ele, apesar de não ter nenhum tom de bronca em sua voz.

- Perdão, professor.

- Bem - ele colocou suas coisas sobre a mesa e caminhou até a frente da lousa, como sempre fazia em suas aulas para discutirmos sobre algum determinado tema. - Vocês devem estar estranhando eu vir dar a primeira aula mas... - ele se interrompeu quando outras batidas na porta foram ouvidas. - Vocês não gostam de segunda-feira mesmo, né pessoal? Acho que vou voltar a dar aula na quinta... - brincou, fazendo a classe inteira rir.

Eu sorri, aliviada por não tê-lo irritado, já que muitos professores não gostam nada quando um aluno se atrasa.

O professor caminhou até a mesma e a abriu. Fiquei surpresa quando consegui ver que era Romeo.

O senhor Pedro e o castanho trocaram algumas palavras em um tom baixo, que impediu os outros alunos de ouvir, antes de Romeo adentrar a sala.

-Alunos, esse é Romeo Beckham, que veio da Flórida e ficará até o restante do ano conosco. - anunciou, antes de se virar para ele e dizer em um tom de voz mais baixo: - Pode se sentar, por favor.

O castanho se afastou dele e, provavelmente, por eu ser a única no qual ele conhecia ali, Romeo rumou até o lugar vazio ao meu lado direito, já que Noah estava do esquerdo, e sorriu pra mim antes de se sentar.

Devolvi o sorriso e me virei novamente para frente para prestar atenção.

- Continuando, o horário das aulas de alguns professores foram modificados. Então agora, as duas primeiras aulas da segunda-feira são minhas. E já quero avisar vocês que esta semana, vocês terão bastante provas e na segunda aula já irei aplicar a minha. - várias reclamações foram ouvidas em uníssono, até o professor conseguir acalmar a sala novamente. Para quem não tem o costume de estudar em casa, deve realmente odiar provas surpresas, eu não poderia dizer que entendia esse sentimento. - Qual é, gente, calma. Eu prometo pegar leve esse bimestre. Agora peço que façam as duplas que eu havia montado, por favor. Vou passar recolhendo a atividade que eu pedi, e sem desculpas desta vez. Lembrem-se que ela foi passada na semana retrasada.

Noah se levantou e eu o encarei. Havia chegado a hora de tentar agir da forma que Maddie havia me aconselhado assim que Finn se sentasse ao meu lado.

Tratei de procurar a atividade que o professor havia pedido para conhecer nossa dupla melhor dentro do meu caderno enquanto Finn se jogou ao meu lado de qualquer jeito. Parecia estar irritado com alguma coisa.

Contive a vontade de me virar para ele e perguntar o que estava acontecendo como uma boba idiota e colocar tudo a perder.

Após encontrar a atividade, coloquei a folha sobre a mesa de Finn sem encará-lo.

- Escreva o nome das bandas que você escuta. - murmurei, lembrando-o de nosso combinado de Finn escrever algumas bandas que ele gosta quando ele se recusou a me dizer qual era seu hobbie.

Vi pelo canto de olho o cacheado pegar a folha e escrever algo rapidamente antes de me devolver. Ele não parecia estar somente irritado. Parecia estar irritado comigo...

Mas por quê?

Peguei a folha para ler o que Finn havia escrito, mesmo que não conhecesse nenhuma banda além do Nirvana que ele havia me apresentado na sexta-feira, mas não consegui decifrar sua letra. Ela parecia estar pior do que nos dias em que estudávamos juntos.

Quando o professor passou por nós, recolheu a atividade e eu pude respirar mais tranquilamente. Não havia mais motivos para que eu precisasse ficar perto do Wolfhard.

No restante da primeira aula, foquei-me em apenas prestar atenção na explicação do senhor Pedro sobre os tipos de violência que existem e esquecer que Finn estava do meu lado.

Ele, ao contrário de mim, parecia fazer questão de me lembrar que ele estava aqui. Batucando a mesa com a tampa da caneta, com os dedos e fazendo barulhos irritantes com a boca.

(N/A: eu sei que vocês pensaram merda, suas pervertidas)

- Será que dá pra parar, Finn? - murmurei, irritada.

- Desistiu de tentar me ignorar, Brown?! - perguntou, em um tom totalmente sarcástico.

Bufei. Maddie tinha razão. Ele tinha certeza que estava no total controle da situação.

Bom, eu ainda tinha tempo de mostrar que ele estava errado.

Resolvi então mudar de tática. Ao invés de tentar ignorá-lo, iria tentar agir normalmente.

(N/A: Acho que teria sido melhor ter feito isso desde o início... ><)

Encarei Finn, tentando não expressar nenhum sentimento e abri um sorriso.

- Não estou te ignorando.

- Ah, não está?

- Não.

- Mentir é feio, Brown.

Me tratar da forma que você sempre me trata é muito pior, quis dizer.

Voltei a encarar o professor e percebi de canto de olho que Romeo parecia prestar atenção na minha conversa com o Wolfhard.

- Millie, sobre a noite de sexta...

O encarei, franzindo a testa propositalmente para que ele achasse que eu não estava entendendo do que ele estava falando.

- O quê que tem? - perguntei, aparentemente sem um pingo de mágoa na voz, o que me deixou orgulhosa de mim mesma.

Ele demorou a responder, avaliou meu rosto como se procurasse algum sinal de raiva, no fim, ainda confuso perguntou:

- Não está brava?

- Por que eu estaria? - desconversei, num tom inofensivo.

- Você sabe porquê. - afirmou, parecendo estar começando a se irritar.

- Não se preocupe, Finn. - sorri. - Você tinha razão.

- Eu tinha? - ele pareceu confuso. - Razão pelo o quê?

- Por tudo. Que não podemos ser amigos. Que eu estava enganada e que mereço um relacionamento de verdade. - senti uma pontada de preocupação por imaginar o que Romeo deveria estar pensando, mas concentrei-me em apenas dar o golpe final, pois eu não queria dizer aquilo, mas tinha que dizer. - Que o que aconteceu na sexta foi um erro.

Doeu. Doeu em mim dizer aquilo. Mas eu tinha que confiar em Maddie e deixar claro para Finn que ele não pode simplesmente me beijar para, no segundo seguinte, correr de volta pra a Iris.

Ele arregalou os olhos. Como se tivesse acabado de levar um tapa meu. Suas sobrancelhas juntaram-se, sua testa franziu e seu olhar tornou-se desapontado. Ele realmente parecia magoado.

Por um segundo, eu quis voltar atrás. Dizer que não quis dizer aquilo e que estava doendo em mim tanto quanto estava nele. Mas não pude deixar de pensar se aquilo poderia ser apenas fingimento de Finn. Para que eu ficasse com peso em minha consciência. Então resolvi não dizer mais nada.

Voltei a me virar para frente e, por coincidência, o sinal tocou. O professor parou de falar e foi até sua carteira para pegar as provas e nos entregar.

- Céus, eu não sou nada bom nessa matéria. Acho que vou tirar nota baixa... - comentou Romeo, sorrindo pra mim.

Tratei de deixar minhas palavras direcionadas à Finn de lado e sorri gentilmente para meu ex-namorado, tentando ignorar o garoto ao meu lado que havia voltado a batucar a tampa da caneta na mesa, mas de forma mais agressiva e em uma velocidade maior.

- Não se preocupe, você vai ir bem, tenho certeza.

- Obrigada, Millie. - agradeceu ele, colocando sua mão quente sobre a minha, que jazia sobre a mesa, e a apertando gentilmente.

Finn tacou sua caneta com força fazendo a mesma cair no chão, causando um ruído alto por conta do silêncio que havia se restaurado na sala.

- Algum problema, Sr. Wolfhard? - o professor perguntou.

- Se eu estivesse com algum problema, teria reclamado. - respondeu ele, com rispidez.

Era coisa da minha cabeça, ou Finn estava com ciúmes de Romeo? Por isso que ele estava fazendo essa cara?

Voltei a fitar a minha prova e após escrever meu nome, comecei a responder. O professor tinha razão, não estava tão dificíl.

Fui a primeira a terminar, me levantei com a folha na mão e caminhei até a mesa do Senhor Pedro. Coloquei a prova sobre sua mesa e dei meia-volta, pegando Finn no flagra fuzilando Romeo com os olhos. Qual o problema desse garoto?

Sentei novamente em meu lugar, bloqueando sua visão e fazendo-o voltar sua atenção para a prova. Após alguns minutos, o professor recolheu todas as avaliações e segundos depois o sinal voltou a tocar. Finn foi o primeiro a se levantar para voltar ao seu lugar. Ele se levantou em um pulo, pegando suas coisas e se afastando como um raio.

Suspirei pesadamente. Aquilo havia sido mais difícil do que eu havia imaginado.

Na terceira aula foi a vez da prova de matemática. Noah voltou ao meu lado e parecia a pessoa mais feliz do mundo fazendo a prova. Era incrível o quão ele gosta de exatas. Em algumas vezes eu passava um papelzinho do meu caderno para ele, pedindo para me passar a fórmula de algumas contas que eu sempre esquecia. Graças à Deus que o professor não me pegou.

No intervalo, sentei com Noah como sempre e enquanto comíamos, vi ao longe Romeo vindo em nossa direção com sua bandeja de comida.

- Posso me sentar com vocês? - perguntou ele, após chegar perto o suficiente.

- Claro. - Noah e eu respondemos em uníssono.

- Ah, Noah este é Romeo. Romeo este é Noah, meu melhor amigo. - apresentei, me dando conta que ainda não havia feito isso.

- É um prazer, cara.

- Prazer.

Espetei a carne em meu prato e enquanto mastigava, observei ambos entrarem em uma conversa aleatória sobre a Flórida, onde Romeo estava morando e como era a cultura de lá.

Estava prestes a entrar no assunto quando senti uma mão em meu ombro. Aquilo havia feito os pelos do meu pescoço se arrepiarem.

Pela reação do meu corpo, eu soube de imediato que era ele. Apenas Finn tinha esse efeito sobre mim, e eu estava começando a odiar isso.

Me virei para o mesmo. Sua expressão deixava claro que ele não estava para brincadeira.

- Preciso falar com você.

- Finn...

- Agora. - o cacheado simplesmente pegou a minha mão, me obrigando a levantar. Encarei Noah, tentando expressar apenas com o olhar que daqui alguns minutos eu estaria de volta. Ele assentiu mesmo parecendo confuso com a situação e eu me virei.

Deixei-me ser guiada por Finn, que andava na minha frente ainda segurando minha mão.

Fiquei intrigada com os olhares que recebíamos dos outros alunos, principalmente dos amigos de Finn, que nos observavam atentamente.

Fiquei brava com o cacheado, que parecia fazer questão de chamar toda aquela atenção.

O Wolfhard me puxou até um corredor vazio, em frente da porta da biblioteca. Onde já não era possível ouvir o barulho de vozes e risadas altas do refeitório.

Quando parou, puxei rapidamente minha mão, me livrando do aperto da sua, e ele se virou.

- Francamente, precisava chamar a atenção daquela maneira?! - exclamei.

- Precisava. Se é preciso te puxar até um lugar vazio pra você conversar comigo com franqueza, então eu o farei.

Só podia ser brincadeira.

- Acha que eu não fui sincera na sala de aula?

- Tenho certeza.

"Não, ele tem certeza. Tire essa certeza dele."

- E por que tem tanta certeza?!

- Qual é, Brown? Vai me dizer que em um dia, você se aproxima de mim, faz perguntas para me conhecer melhor, tenta mostrar que não é igual essas vadias que não querem nada além de uma transa comigo e depois me ignora como se nada tivesse acontecido?

Fechei os olhos.

Não era possível que ele estava confuso com o porquê de eu estar me afastando.

Desculpa, Maddie. Porquê eu vou abrir o jogo.

- Por que você não sabe o que você quer! Você fala coisas pra mim e depois contraria todas elas, e eu não aguento mais esse jogo de quente-frio com você. Prefiro que finjemos que nada aconteceu e nos afastarmos para que ninguém saia machucado. - eu disse, tornando a encará-lo.

Ele não diz nada. Um silêncio se instala no ambiente e eu percebo que aquilo havia sido um ponto final.

- Se é só isso, Wolfhard, tchau.

Passei por ele com passos firmes, voltando para o pátio de onde eu não deveria ter saído.

Após voltar a me sentar em meu lugar outra vez, Romeo e Noah me encaravam confusos. Principalmente Noah.

- O que foi aquilo? - perguntou ele.

- Nada demais. - respondi, minha voz saiu mais baixa do que eu gostaria. Voltei a comer, apesar de ter perdido completamente a fome, além do mais, minha comida havia esfriado.

- Quem era aquele cara? - perguntou Romeo.

- Finn Wolfhard. Ele é da nossa sala, eu estava dando aulas particulares pra ele após a escola, mas não deu muito certo e então parei. Ele veio me pedir para continuar. Foi só isso. - menti, levando o garfo até a boca e começando a mastigar.

Noah me fitou em dúvida e eu manti o contato visual, com medo dele perceber algo. Ele pareceu avaliar meu rosto por alguns instantes até que desviou os olhos, dando-se por convencido.

- Espere, você disse que o sobrenome dele é Wolfhard? - perguntou Romeo, parecendo ter lembrado de alguma coisa importante.

- Sim, por quê?

- O pai dele é Eric Wolfhard. O chefe do meu pai.

- É mesmo? - perguntei interessada, já que Finn se recusava a me dizer algo sobre seus pais.

- Sim. Ele é dono de uma empresa bem famosa. Um homem bem sério, a propósito.

- Como sabe?

- Meu pai comentou isso. Disse que ele nunca expressa nenhuma emoção.

Estranho...okay, talvez aquilo não signifique nada. Além do mais, é o local de trabalho do pai do Finn. Logicamente que ele tem que ser estritamente profissional. Mas e se ele for assim dentro de casa? Será que Finn não gostava de falar de seus pais porquê eles eram muito rígidos? Não. Deve ser outra coisa... Mas o quê?

- E quanto à mãe dele? - perguntei, querendo descobrir um pouco mais.

Romeo abriu a boca para responder, mas o som alto do sinal o interrompeu. Após o som cessar esperei pela resposta, mas ele se levantou com a bandeja para retornar para a sala. Fizemos o mesmo e eu anotei mentalmente que perguntaria depois, quando tivesse oportunidade.

Finn e eu não conversamos, muito menos olhamos um na cara do outro, nos restante das aulas. Fizemos prova de inglês e biologia - o que salvou meu dia -, e na última tivemos uma aula de química. No fim da mesma, a professora deixou claro que na próxima aula faríamos alguns experimentos. Hoje seria o primeiro dia em que tudo voltaria ao normal. Eu não daria aula para o Wolfhard. Voltaria para casa, limparia a mesma e estudaria o dia inteiro como sempre.

Fechei minha mochila e a coloquei nas costas. Noah me fitou na intenção de se despedir mas eu fui mais rápida:

- Eu também vou embora.

Ele franziu a testa, sem entender.

- Por quê?

Limpei a garganta.

- Não ajudarei mais o Wolfhard a estudar.

- Eu sabia que isso não ia dar certo. - ele murmurou, me encarando com preocupação.

- Vamos? - perguntei, agarrando a alça da mochila, um pouco nervosa.

- Claro.

Dei tchau para Romeo e ele me deu um abraço rápido. Sorri pra ele e acompanhei Noah até a porta.

Não ousei olhar para o fundo da sala enquanto saíamos. Caminhamos por entre os vários outros alunos em silêncio.

Quando saímos pelo portão, vi de canto de olho Noah pegar o celular para atender uma ligação.

- Alô?

O encarei de prontidão para me despedir, mas desisti assim que vi seus olhos se arregalarem. Algo estava errado.

- E-eu estou indo agora... - sua voz saiu totalmente embargada e baixa, ele desligou o telefone e me fitou.

À essa altura, eu já sabia o que estava acontecendo.

- Noah...

- Minha avó não está reagindo ao tratamento, Millie. O câncer se espalhou.

Tampei a boca com as mãos em choque. Ver a expressão do meu melhor amigo acabou comigo. Ele estava prestes a desmoronar. Sem pensar duas vezes, o abracei. Bem forte.

Senti ele corresponder. Me apertar contra si, em busca de apoio. Eu não conseguiria imaginar o que ele estava passando.

Noah apoiou sua testa contra o meu ombro e pude sentir a umidade ali. Eu sabia que ele estava chorando.

Poderíamos estar chamando a atenção, mas não me importei desta vez. Por ele, eu não me importava em receber olhares.

- Precisamos ir para o hospital. - sussurrei.

- Não se importa de vir comigo? - perguntou, desfazendo o abraço para me encarar novamente. Seus olhos já estavam começando a ficarem vermelhos por conta das lágrimas.

Eu riria daquela pergunta caso estivéssemos em uma situação menos tensa. Agora não era hora.

Era óbvio que eu acompanharia Noah.

- É claro que eu vou com você, Noh. - afirmei, abrindo um sorriso de canto para confortá-lo.

Eu iria até o fim do mundo com ele caso me pedisse. Não poderia deixá-lo sozinho neste estado.

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