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1. Primeiro dia de aula

Abro meus olhos lentamente, encaro o teto escuro do meu quarto e percebo que provavelmente acordei antes da hora do meu despertador despertar para eu ir pra escola. Me remexo na cama. Vejo no relógio branco em cima da minha cômoda ao lado da cama que são 5h00.

Meu nome é Millie Bobby Brown, moro em Nova York e tenho 16 anos. Estou no segundo ano do ensino médio. Moro aqui desde que me conheço por gente e sou conhecida pelas outras pessoas - meus colegas de classe, por exemplo. - como uma "nerd".

E sinceramente, talvez eu seja um pouco. Sou extremamente apaixonada por tecnologia e basicamente tudo sobre ciência e meu maior vício é estudar.

Desisto de tentar recuperar meu sono e me levanto, indo até o banheiro. Hoje é o primeiro dia de aula, e eu estou super animada. Sempre gostei de estudar, e apesar de não ter muitos amigos - na verdade, não ter amigo algum -, nunca deixei que isso me abalasse, na verdade isso até me ajuda a me dedicar aos meus estudos cada vez mais, sem ter que ficar pensando em coisas fúteis como: sair para festas, beber, se drogar, cabular aulas e etc.

Eu prefiro ficar em casa estudando, além do mais, se quisermos ser alguém no futuro, precisamos adquirir conhecimento. Isso é fundamental. E meus pais sempre me disseram: "Podem roubar tudo de você, Millie. Mas o nosso conhecimento, ninguém tira.", e eu acredito inteiramente nisso.

Desde pequena, enquanto minhas amigas prefiriam brincar de boneca ou de "casinha", eu lia livros científicos e me lembro que ficava fazendo perguntas um pouco estranhas para os meus pais como, por exemplo, o porquê do céu ser azul. Sempre fui muito curiosa.

Eu sei, essa pergunta parece mesmo estranha e idiota quando se a escuta logo de cara. Mas parando pra pensar, tem que ter algum motivo, certo? Ninguém olhou para o céu e simplesmente disse: "você será azul."

Depois de um banho bem tomado, volto para meu quarto enrolada na toalha.

O tamanho do meu quarto é praticamente médio, as paredes são da cor lilás e o piso do mesmo branco. Os móveis como: o meu guarda roupa, a cama, a cômoda e as prateleiras de livros são pretos. Há uma escrivaninha ao lado da estante com um computador. Sobre a estante, está um vídeo game e uma TV de 42 polegadas. Pôsteres e quadros de Star Wars, Harry Potter e super-heróis como o Batman, estão espalhados pelo quarto. Em cima da minha cama, há almofadas do mesmo tom de lilás das paredes e em contraste, escrito em letras brancas: Ctrl, Alt e Del e também o meu bichinho de pelúcia Lucky, tenho ele desde os meus 4 anos, Lucky é praticamente o meu porto seguro, sempre me trancava no quarto e o abraçava quando eu estava triste ou chorando. As colchas da minha cama são brancas, assim como o piso e há um quadro escrito: "Mãe, jogo online não tem pause", na minha porta. E um tapete em frente à minha cama escrito "Bazinga!", - expressão usada pelo personagem Sheldon, de The Big Bang Theory.

Visto uma calça jeans escura justa, uma camiseta do jogo Mario com uma blusa de moletom vinho com capuz - uns dois números maiores que o meu - por cima e all star cano baixo azul.

Penteio meu cabelo que chega um pouco abaixo dos meus ombros, o prendo em um rabo de cavalo e coloco meus óculos, que são redondos e da cor bege.

Pois é, sou míope. Uso óculos desde os meus 11 anos. E se tem uma coisa que eu sempre odiei, é gente que usa óculos sem grau, ou seja, sem necessidade. Isso pra mim sempre foi um absurdo, um óculos é muito caro para ser usado apenas por "estilo", sem contar que miopia é uma doença.

Verifico se não esqueci nada dentro da minha mochila, já que comprei todo meu material escolar às pressas ontem.

Passo um dos meus braços por uma das alças da mochila, e vou para o corredor e desço as escadas.

Coloco ela sobre o sofá e vou até a cozinha, sentindo minha barriga roncar.

Entro no cômodo sentindo um ótimo cheiro de café da manhã e me sento na mesa.

- Bom dia, mãe. - falo encarando a mulher em frente ao fogão que vira alguns ovos na frigideira e se vira segundos depois, colocando um prato de waffles à minha frente. Minha comida favorita.

Meus olhos brilham diante daquela linda visão e rapidamente ataco meu café da manhã.

- Bom dia, filha. - ela responde sorrindo carinhosamente e beija minha testa logo em seguida. - Acordou cedo... - ela comenta.

Mordo um pedaço, mastigando rapidamente para respondê-la.

- Pois é, acho que estou um pouco ansiosa. - deduzo, depois de engolir.

- Acha? - ela pergunta ironicamente e nós duas rimos. - Vou acordar seu pai, termine seu café.

- Ok. - respondo de boca cheia.

Meus pais são Winona Bobby Brown e David Brown. Minha mãe é uma mulher carinhosa e batalhadora, seus olhos e seus cabelos são castanhos, ela trabalha em uma loja de roupas do shopping, já meu pai é policial, extremamente protetor e ciumento com ambas nós duas. Tenho ótimos pais, o que posso dizer sobre a nossa família é que apesar das discussões - que não são poucas -, é que somos muito unidos.

Quando estou na metade do meu waffle, meus pais entram na cozinha. Meu pai faz carinho em minha cabeça, em um gesto familiar e se senta na mesa, ao meu lado.

- Bom dia, filha. - ele diz sorrindo.

- Bom dia, pai. - respondo. - Está de bom humor. - comento, por conta do trabalho, ele quase sempre levanta um pouco estressado.

Seu sorriso se alarga enquanto minha mãe termina de fazer o café e se senta na mesa conosco.

- Bom, achamos uma ótima pista do criminoso que assaltou o banco semana passada. Não vamos demorar muito para pegá-lo. - ele revela.

- Que ótimo, pai. - termino meus waffles e me levanto. - Eu tenho que ir. Tchau gente, amo vocês.

Depois de me despedir, vou até a sala para pegar minha mochila antes de sair de casa.

***

Passo pelo enorme portão da minha escola e quando chego perto do estacionamento da mesma, uma moto para uns quatro metros à minha frente. O garoto montado nela retira o capacete, revelando seus cabelos cacheados e rebeldes. Enquanto ele segura o capacete com uma mão, usa a desocupada para passar levemente pelo cabelo, provavelmente tentando diminuir o volume do mesmo. Você provavelmente deve estar se perguntando quem ele é. Finn Wolfhard, um garoto alto, magro, com pele bem clara, olhos castanhos-escuros penetrantes e um sorriso extremamente cafajeste. O mais desejado de toda a escola - exceto, é claro, por mim -, ele é do tipo que pega a garota sem ao menos saber o nome dela e logo depois de conseguir, a descarta, e provavelmente já ficou com todas as meninas da escola.

Não é questão de querer ser a "diferentona", o Wolfhard apenas não é o meu tipo, ao contrário de várias garotas dessa escola, que até fingem serem quem não são só por causa de meninos como ele. Devo admitir que acho isso um pouco patético, mas eu não sou ninguém para julgar. Sem contar que eu... t-talvez esteja afim de um outro garoto aí.

E o Wolfhard, bem... confesso que ele é um gatinho, mas beleza pra mim não é tudo. E, digamos, que ele não é de se preocupar com os sentimentos dos outros quando diz o que pensa. Sempre que alguém se aproxima, ele é curto e grosso na maioria das vezes e isso não é o tipo de coisa que uma pessoa - que já é tímida - quer ouvir quando se aproxima.

Não tenho nada contra ele, mas sempre procuro manter distância por causa dos seus amigos. Como por exemplo:

Iris Apatow, uma garota loira de olhos azuis, a líder de torcida. Não se engane por sua beleza. Ela fez bullying comigo o ano passado inteiro, então digamos que eu não tenho muitos motivos para gostar dela.

Apenas quando o Wolfhard me fita que eu percebo que estou literalmente parada a um tempão o encarando igual uma mongolóide.

- O que foi, perdeu alguma coisa aqui, princesa?! Caí fora. - ele exclama em um tom sarcástico e grosseiro antes de me dar as costas e entrar na escola, enquanto eu o fito incrédula.

Como ele agiu dessa forma comigo sem eu ter nem ao menos aberto minha boca?

É, digamos que manter distância do Wolfhard não é a coisa mais difícil do mundo. Mas veja bem, isso não quer dizer que eu o odeie. Nem a Iris. Em minha opinião, a raiva é um sentimento bastante negativo.

Mesmo que a raiva seja uma energia responsável por impulsionar o indivíduo a agir para superar as dificuldades de forma construtiva ou destrutiva, e que expectativas e desejos frustrados são os principais causadores desse sentimento, que é muito importante para que indivíduo reaja às situações que estão prejudicando sua vida, raiva excessiva pode gerar rancor e mágoas, desencadeando quadros de estresse, depressão e ansiedade. Então eu procuro sempre evitar senti-la.

Mas claramente que sou humana, então sempre que eu sou dominada por esse sentimento, procuro me distrair com algo, como por exemplo, jogos, livros e artigos científicos.

Sou uma dos primeiros a entrar na sala de aula. Me sento em uma das primeiras carteiras, bem perto da lousa.

Enquanto o professor não chega, apesar das altas conversas entre os outros alunos, pego meu livro de dentro da mochila e logo, estou desconectada do mundo e de todos, focada apenas naquele universo fictício da história.

Minutos depois, ouço uma voz autoritária e levanto meu rosto, um professor entrou na sala. Fecho meu livro e o guardo dentro da bolsa.

Estudo nessa escola desde o ano passado, mas posso reparar em alguns alunos novos espalhados pela sala.

O professor se apresenta para a turma, dizendo seu nome - Pedro. - e afirma que irá nos ensinar Sociologia, uma das minhas matérias preferidas. - apesar de que na prática, eu não seja muito boa, se é que me entende. - Na metade de seu discurso, metade da turma abaixa a cabeça, pegam o celular escondido para checar suas redes sociais, etc; eu acho isso uma tremenda falta de educação, e procuro prestar bastante atenção no que ele está dizendo.

Quando o professor finaliza a história de sua vida, vai até a sua mesa e pega um giz. No mesmo minuto, pego minha caneta rosa choque que já está sobre a minha mesa, ao lado do meu caderno.

O Sr. Pedro começa pela data, e logo escreve uma pergunta bem fácil para nos ajudar a parar para refletir: "O que é Sociologia?"

- Algum de vocês pode me dizer? - ele pergunta sorrindo com simpatia, e eu logo começo a gostar dele. Vendo que a sala inteira se cala, ele continua. - Vamos, não tenham medo. Estamos aqui para aprender, não estamos?

Depois de alguns segundos, ouço um lindo sotaque britânico vindo do fundo da sala:

- Bom, você é o professor. Você que tem que saber. - em seguida, várias risadas por toda a sala são abafadas.

Me viro para olhar pra trás e vejo que foi o Wolfhard quem disse a piadinha sem graça. Balanço minha cabeça em reprovação e me viro para frente novamente.

O professor ri com a piada dele e diz:

- É claro que eu sei, Sr. ...?

- Wolfhard.

- Wolfhard. Sim eu sei, mas quero saber se vocês também sabem. - ele diz, sem ficar bravo com a brincadeira.

Vendo que ninguém mais se pronuncia, levanto a minha mão, e o sorriso do professor se alarga.

- Hora, muito bem. - ele me elogia por ter tido coragem e eu sorrio, um pouco corada, não sou muito de chamar a atenção para mim, mas também gosto de participar das aulas. - Bem, vamos lá. O seu nome é?

Sorrio timidamente. - Millie Bobby Brown, Senhor.

Ele assente.

- Ok. Srta. Bobby Brown, me diga, o que é Sociologia?

- É o estudo científico da organização e do funcionamento das sociedades humanas e das leis fundamentais que regem as relações sociais, as instituições, análise de determinados comportamentos sociais, entre outros.

- Muito bem! É isto mesmo. - ele elogia. - A Srta. se incomodaria de escrever na lousa?

- Hã, cl-claro. - digo, me levantando.

Ele me dá o giz que estava segurando e eu escrevo minha resposta na lousa. Minha letra não chega a ser feia, mas em minha opinião, poderia ser melhor. Talvez seja por conta da minha pressa em escrever, para organizar meus próprios pensamentos, sou melhor digitando, já que é um pouco mais rápido.

Quando termino de escrever, volto para o meu lugar com um pouco de vergonha, apesar de gostar de participar da aula, ainda sou extremamente tímida.

No decorrer da aula, presto bastante atenção na explicação da matéria e sempre pergunto quando surge alguma dúvida.

Quando faltam 15 minutos para a primeira aula terminar, o professor passa alguns exercícios.

Sou a primeira a terminar de resolvê-los, levo meu caderno para o professor vistar, aproveitando para dar uma boa olhada nos alunos do "fundão", sim, nos alunos "descolados".

Os amigos do Wolfhard. Em toda escola ou sala de aula tem aquele grupo que toda a escola respeita. Aquele grupo, que ninguém é idiota em desafiar. Bom, na minha sala, esses são a Iris Apatow, - a garota do qual nunca foi muito com a minha cara. - Gaten Matarazzo - um garoto de cabelos mais cacheados do que os do Wolfhard só que menores e de pele bronzeada -, Caleb McLaughlin - um garoto negro e também o mais caladão da turma -, Sadie Sink - uma garota ruiva, do qual eu havia me oferecido para fazer seus dois trabalhos de recuperação pra ela não repetir de ano e em troca, ela me defender da loira uma vez - e Finn Wolfhard.

Todos eles se vestem praticamente iguais, de jaquetas de couro, camisas de banda heavy metal e coturnos.

Eles sempre sentam no fundo, é como se fosse a marca registrada deles. E obviamente, ninguém é idiota o bastante para ir se sentar lá. Finn Wolfhard é o mais encrenqueiro de todos eles, e - devo admitir - ele é muito bom de briga, sem contar do seu olhar ameaçador que consegue colocar medo em qualquer um.

Eles fazem bullying praticamente com todos da escola, e os principais alvos são os alunos "nerds", assim como eu.

Fico tão distraída com meus pensamentos que só então percebo que Finn me encara com curiosidade, depois de me flagrar observando-o. Merda!

Outra vez, Millie!

Pego meu caderno de volta e me sento em minha mesa rapidamente enquanto sinto minhas bochechas corarem.

Droga, eu tenho que parar de olhar pra alguém enquanto fico entre meus próprios pensamentos.

Apoio meu queixo em minha mão enquanto encaro a porta e suspiro frustrada comigo mesma.

- Oi. - escuto uma voz masculina ao meu lado esquerdo e viro meu rosto com curiosidade. É um dos alunos novos. - Prazer, meu nome é Noah. Noah Schnapp. - ele diz educadamente, abrindo um sorriso que logo é retribuído por mim.

Nunca alguém havia sido tão educado daquela maneira comigo nesta escola, e quando reparo em seu jeito e principalmente suas roupas - camiseta polo, colete e sapato social -, isso faz com que criemos uma conexão imediata.

- Prazer, sou Millie Bobby Brown. - respondo. - Você é novo aqui, correto? - pergunto para confirmar. As bochechas de Noah imediatamente mudam de tonalidade e eu me arrependo um pouco da minha pergunta retórica, nunca alguém gosta de ser um aluno novo em uma escola onde não conhece ninguém.

- Aaahn... sou. - ele confirma com certo receio, mas sem deixar de sorrir. - Eu meio que não tenho nenhum amigo.

- Ah, entendo. Bom, podemos ser amigos. - afirmo rapidamente e ele me encara surpreso. - Se você quiser, claro. - completo.

- Eu quero, quero sim. - ele responde.

Depois disso, começamos uma conversa animada até o final da aula.

Basicamente, Noah se mudou recentemente para esta cidade de Nova York por causa do novo emprego de seus pais, ele tem quase os mesmos gostos que eu. Amamos Star Wars, as sagas de Harry Potter e Percy Jackson,O Guia do Mochileiro das Galáxias, a trilogia Marte, alguns outros filmes e seriados como: A Princesa Prometida, Firefly, Doctor Who, Battlestar Galactica, Red Dwarf e Robotech. Os jogos: Portal, DragonFable, e Counter Strike e nossa banda favorita é Warp 11.

No fim da aula esperamos o próximo professor, sem parar de conversar.

- Muito bem, pessoal. Formem duplas, por favor. - o professor pede, colocando sua pasta em cima da mesa e se sentando.

Noah e eu nos encaramos rapidamente retribuindo o sorriso.

- Quer fazer dupla comigo?

- Claro. - respondo.

Os 10 exercícios de física são bem fáceis, eu respondo 5 antes passar meu caderno pra ele.

Quando terminamos, Noah entrega a folha para o professor.

***

Depois da terceira aula, vamos lado a lado até o refeitório.

- Então...desde quando você estuda aqui? - ele pergunta.

- Desde o ano passado. Conheço a maioria dos alunos, mas... aí! - exclamo, interrompendo minha frase quando alguém literalmente esbarra em mim.

A Apatow.

- Olha por onde anda, garota! - ela esbraveja.

Antes que eu possa ter a chance de pedir desculpas, Noah me puxa para nos afastarmos dela rapidamente.

- Quem é aquela garota? - ele pergunta quebrando o silêncio que havia se restaurado até chegarmos na fila da cantina para pegarmos nossa refeição.

- Uma garota que estudou comigo no ano passado, podemos dizer que ela não gosta muito de mim. - solto um riso nervoso. - Mas esquece isso.

- Ah, não liga pra ela. - ele sorri pra mim. Um sorriso cúmplice que eu logo retribuo.

Depois de pegarmos nossos pratos de comida, nos dirigimos à uma das mesas ali.

- E então, sente falta da escola antiga? - pergunto levando o garfo com um pequeno pedaço da carne à boca.

Noah termina de mastigar e engole antes de responder:

- Um pouco, confesso. - ele abre um sorriso. - Mas acho que é apenas questão de me acostumar.

Concordo com a cabeça, mas acabo parando de prestar atenção no resto da resposta de Noah quando um garoto andando pelo refeitório chama a minha atenção.

Jacob Sartorius. Está no mesmo ano que eu, mas infelizmente somos de salas diferentes. Ele é o garoto pelo qual eu tenho uma espécie de amor platônico, ou como você preferir chamar. Gosto dele desde o ano passado mas provavelmente, - como a maioria dos alunos dessa escola - ele nem deve saber da minha existência.

Fico observo-o se sentar do outro lado da cantina, sem conseguir desviar os olhos daquele garoto lindo.

- Hã, Terra chamando Millie. - desperto do transe quando Noah estrala seus dedos perto do meu rosto, me fazendo pular levemente no banco de susto.

- Oi? Desculpe, o que disse? - pergunto, sentindo minhas bochechas esquentarem e infelizmente, Noah percebe.

- Porque está vermelha? - ele pergunta sorrindo. Noah vira seu rosto, procurando o motivo de eu ter ignorado totalmente a sua presença durante alguns segundos.

- Ok, para. Para. - levo rapidamente minhas mãos até seu rosto, fazendo ele se virar para mim. - Não chame atenção.

- Então me diga. - ele pede abrindo um sorriso, tendo a absoluta certeza de que eu irei falar. Noah nunca esteve tão enganado.

Solto um riso e respondo:

- Nem pensar. - volto novamente minha atenção à meu prato enquanto Noah faz cara de cachorrinho abandonado, o que eu ignoro.

Não que eu não confie nele, se fosse apenas questão de confiança eu contaria sem ao menos hesitar, pois Noah não parece ser o tipo de cara que sai por aí contando esse tipo de coisa. Mas eu nunca tive coragem de falar dos meus sentimentos sobre o Jacob com absolutamente ninguém, nem com os meus pais, eu sei que posso dizer e desabafar sobre qualquer coisa com eles mas falar sobre esse tipo de sentimento é embaraçoso demais. Então, dificilmente isso iria acontecer agora.

Somos os primeiros a voltar pra sala quando o intervalo termina. Me sento em meu lugar e continuo minha conversa com Noah animadamente.

- Olha só, o novo casal de nerds da sala! - ouço a voz da Apatow atrás de mim e me viro para encará-la. Sua fala é seguida de várias risadas de seu grupo. O Wolfhard está ao seu lado e os outros um pouco mais atrás, todos com sorrisos maldosos estampados em seus rostos.

- Apatow, por favor. Deixe a gente em paz. - eu peço, sem elevar meu tom de voz.

- "Deixa a gente em paz!" - O Wolfhard repete minha fala em um tom de voz ridiculamente fino, fazendo o grupo voltar a gargalhar.

E pela primeira vez, perco o controle. Não sei porque a grosseria daquele garoto me tirou tanto do sério, simplesmente aconteceu. Eu não sei como, mas a raiva me dominou. Eu me levanto irritada, nem sei bem o que eu iria fazer - nunca briguei com ninguém em toda a minha vida -, mas braços atrás de mim seguram os meus sem usar força.

- Nossa, ela ficou brava! - Gaten afirma ainda rindo.

- Ignora, Millie. Não vale a pena. - Noah sussurra para que somente eu o escute, e aquilo me traz de volta. Traz de volta a minha sanidade.

- Vamos, gente. Deixa esses otários aí. - o Wolfhard diz, e eles voltam a seus lugares.

Somente quando eles já estão bem longe que eu relaxo meus ombros e volto para o meu lugar, enquanto Noah retira suas mãos de meus braços.

- Desculpe. Olha se você quiser parar de ser zoado, lhe aconselho a parar de andar comigo. - afirmo sincera.

E é verdade. Eu entederia se Noah quisesse parar de falar comigo, por que apesar daquele grupo zoar praticamente qualquer um que dar na telha deles, eu sou um alvo mais fácil por causa da Iris.

- Eu não ligo pra isso, Millie. Não é a primeira vez que isso acontece comigo e nem será a última. Somos amigos agora, não somos? - ele pergunta sorrindo.

- Você é um garoto estranho, Noah Schnapp. - afirmo e nós rimos. - Sim, nós somos.

E apertamos nossas mãos, aquele gesto faz aquele momento se tornar algo muito mais marcante. Aquilo não foi apenas um aperto de mãos. Era uma promessa. Uma amizade verdadeira surgindo.

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