Capítulo XXXVIII
Tetsutetsu
Chegamos no shopping e eu ainda não estou tão à vontade, pois realmente não gosto de me meter na vida das pessoas como estou fazendo agora - não é algo másculo - mas não há realmente nada que eu possa fazer então pretendo conversar com Denki.
Ele meio que falou de uma forma diferente comigo algumas vezes e eu fiquei totalmente sem reação porque não tinha ideia se ele estava apenas sendo legal ou se apresentava algum interesse em mim, portanto, pretendo confirmar isso agora... só confirmar mesmo.
Não sei se é uma boa ideia namorar ele porque ainda tenho medo de que reação meu pai pode ter se por algum acaso descobrir sobre nós, e não é como se eu fosse tão legal ou atraente para o loiro me querer dessa forma.
Me aproximo dele, nossos ombros chegam a se tocar e penso no que falar.
- Você é gato, sabia? - eu não sei flertar.
Vejo sua face tomar uma coloração avermelhada e sinto a satisfação em tê-lo envergonhado.
- V-valeu. - ele responde em um sussurro tímido. Realmente fofo demais. - Cara, cê também é. - ele de repente fala com uma voz firme e um sorriso em seus lábios, me fazendo perder a compostura. Sinto-me envergonhado pelo elogio indireto que recebo de volta. Eu não deveria reagir assim, mas caramba, esse sorrisinho sacana me deixa desconcertado.
Sinto o olhar de Sero queimando sob mim e imagino que provavelmente ele esteja me condenando por dar em cima de seu irmão, é meio desconfortável e ele provavelmente vai avançar em mim caso eu tente outra investida, mas vou arriscar.
Passamos por vários lugares depois, mas mais importante que isso, encontramos Eijirou e Katsuki em uma livraria e o ruivo acabou tocando naquele assunto. Eu não gosto de sequer pensar nele e aceitei vir nesse passeio justamente porque Denki queria que eu me divertisse um pouco para esquecer os problemas, mas acabei revelando ao casal o que aconteceu comigo. A reação do loiro foi bem inesperada, eu diria, imagino que ele deva ter problemas similares. Já Kirishima, fica com um semblante entristecido enquanto disse que sente muito, o que me deixou preocupado. Não queria preocupar ninguém, ainda mais alguém que costumava me evitar.
Denki começa a contar alguma história sobre algo que ele viu para amenizar a situação. Aprecio seu esforço, rindo das situações constrangedoras que ele menciona ter estado. Ele é bem idiota quando quer e isso só o deixa mais interessante.
Quando estou com ele, os problemas parecem não existir.
Poucos minutos depois, loiro e ruivo se despedem pois vão continuar o encontro que interrompemos. Quando olho para Eijirou e Bakugou ainda me sinto meio triste por tê-los preocupado de alguma forma, mas logo quando eles saem sinto minha mão ser envolvida pelas do loiro que contava coisas idiotas ao meu lado.
- Bora no nosso próprio encontro, que tal? - ele sugere, provavelmente brincando, levantando nossas mãos juntas com os olhos fechados enquanto sorri animado. Me parece uma boa, mas a cara de Hanta enquanto ouve aquela proposta não é tão boa assim.
- Vai mesmo me deixar de vela, Denki? - protesta com as mãos na cintura, indignado. - É sério, cara?
- Tá, tá, foi mal mano - responde, desistindo da ideia anterior e deixo escapar uma risada com esta situação. Não foi hoje que tivemos um encontro totalmente inusitado, mas acho que vai valer a pena de qualquer forma, pois apenas de poder conversar com eles me sinto melhor.
Me aproximei desses irmãos de uma forma estranha, mas agora que estamos vivendo juntos nós começamos a andar juntos e eu já não converso mais com aqueles caras que eu costumava andar. A verdade é que eu só ficava com eles pois me valorizavam pela minha força, mas depois da briga no banheiro passadam a me evitar. Isso é ótimo, ao menos ambas as partes não querem mais se encontrar.
Realmente espero que as coisas deem certo.
*** *
2 meses depois
Bom, já passaram dois meses desde que fui expulso e passei a morar com os Sero. Nesse meio tempo eu tratei de arranjar um emprego de meio período, mesmo sendo menor de idade, para ir juntando algum dinheiro que pretendo dar aos pais do Denki por me acolherem aqui, já que basicamente é como se eles estivessem cuidando de um terceiro filho, o que pode causar prejuízos. Não quero ser um estorvo por aqui, então serei ao menos útil até conseguir que meu pai talvez me aceite de volta.
E, olha, eu realmente tô precisando, porque já chegou o terceiro trimestre e agora necessito que meu pai pague a mensalidade. Pretendo fazer algo sobre isso, então vou aproveitar que agora está anoitecendo e rumarei em direção à minha casa. Não quero mesmo continuar atrapalhando esta família incrível que me acolheu e mesmo que o senhor Takashi diga que ele pode ajudar com a mensalidade, eu não quero de forma alguma que paguem isso, já que é bem cara e eles não tem obrigação alguma comigo.
Pego a mochila com as roupas que tive que revezar durante esses meses e saio sorrateiramente pela janela da sala qual abre apenas por dentro. Denki está lendo, Hanta está jogando e os senhores Sero estão em seu quarto, então não é realmente difícil sair sem ninguém perceber.
Agora estou indo para minha casa e alguns pensamentos vêm à minha mente; Será que Denki vai ficar bravo? Talvez eu devesse ter avisado, mas ele me impediria, então achei melhor não avisar ninguém. Apenas deixei o dinheiro que juntei - mesmo não sendo muito - na mesa com um bilhete agradecendo a todos eles e saí. Não quero que ninguém se preocupe demais.
Principalmente Denki. Não quero preocupa-lo, ainda mais quando nós nos aproximamos bastante e agora realmente posso confirmar que estou apaixonado por ele, não tenho certeza se ele sente o mesmo. Nos beijamos às vezes, não passando disso porque acabo hesitando demais quanto a tudo, portanto, não pretendo pedi-lo em namoro também.
Não é que ele seja um problema, é só que como vou voltar para meu pai com ele continuando com a mesma mentalidade - o que significa que ele vai me dar uma surra por ter tido a audácia de voltar - seria problemático ter um relacionamento amoroso com o loiro. É inevitável o fato de que ele provavelmente vai me socar pra caramba, mas é o preço que vou pagar para não ficar me aproveitando da bondade das pessoas.
Chego ao destino, olhando a casa com estrutura simples e me aproximo da entrada. Bato na porta e aperto minhas mãos contra as alças da mochila em minhas costas com certo nervosismo. É muito medo de voltar, ao mesmo tempo que sei ser necessário.
A porta abre, revelando a figura de madeixas platinadas como as minhas, um olhar severo, que mudou para surpreso assim que notou minha presença. Não sei se é algo bom ou ruim, mas chuto na segunda opção.
- Eai pai. - junto coragem para falar, olhando em seus orbes com certo receio. Engulo em seco quando ele apenas me analisa com o olhar, sustentando uma expressão impassível.
- Quem é? - ouço uma voz feminina. É a voz de minha mãe. Senti saudade dela, ao mesmo tempo que dói um pouco pelo fato dela nem ter se apresentado preocupada com meu sumiço. - Oh, meu Deus. - ela diz assim que se põe ao lado de meu pai na porta, me fitando com certo espanto, provavelmente sem saber como reagir.
- Olha, pode me bater o quanto quiser, mas deixa eu ficar. Quero parar de causar problemas aos outros - digo com sinceridade ao platinado mais velho, já sofrendo antecipadamente com a dor que vou sentir com os socos que ele vai me dar por ser um "viadinho de merda". Mordo o lábio de tão nervoso que estou e abaixo a cabeça, apenas esperando pela resposta sem coragem de olhá-lo nos orbes.
Minha mãe fica em silêncio. Pude ver a preocupação estampada em sua face antes de abaixar a cabeça.
Logo sinto a mão grande do adulto pegar meu pulso, não com tanta força quanto esperava, mas ele me puxa para dentro da casa e fecha a porta. Já prevejo o cenário caótico que se desenrolara aqui e me preparo para ele. Só espero que ao menos ele me deixe ficar.
O aperto se desfaz e agora provavelmente vai vir o soco na minha cara, então levanto minha face, pois ele mandaria eu fazê-lo de qualquer forma e me preparo para o impacto.
Mas nada disso acontece, pelo contrário, sinto braços envolvendo meu corpo e me puxando para um... abraço?
Que merda...?
Não, isso não está acontecendo. É um sonho, um estranho demais para ser realidade. Eu me recuso a acreditar que estou sendo abraçado pelo cara que sempre me recusou qualquer abraço e sempre me disse que aquilo era para os fracos. - com sorte, parei de seguir sua mentalidade quando comecei a fazer amigos na internet - Esse cara "machão" está mesmo fazendo isso?
É piada? Se é, é uma de muito mal gosto, porque eu realmente não tenho nem palavras para descrever o que sinto diante dessa reação totalmente inesperada.
[...]
*******
Logo a explicação vem rs
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