Capítulo IX
Katsuki
Kirishima ia me dizer alguma coisa quando ouço alguém chamar por seu nome.
Era um cara de cabelos negros curtos, com olhos cor de carvão e um sorriso estranho.
– Kirishima? É você mesmo, cara? – O garoto disse enquanto se aproximava. Olhei para Kirishima por um momento e ele aparentava estar entrando em desespero.
– S-Sero? Quanto tempo... – ele diz não parecendo muito confortável com a situação.
– Não te vejo desde que saiu da cidade. – o moreno diz – Você não mudou muito haha
– Nem você. – Eijirou prosseguiu a conversa não aparentando ter muita vontade.
– E quem é esse loiro aí? – ele questionou e eu imediatamente fiquei irritado.
– Bakugo Katsuki, agora pode vazar daqui, filho da puta. – Acabo me descontrolando pela irritação.
– Ei Suki, não precisa falar assim. – Kirishima me repreende, mas ele parece querer tanto aquilo quanto eu.
– Suki? Ah, vocês estão juntos, é? – Sero diz de forma descarada e isso me pareceu mais uma provocação do que qualquer outra coisa.
– N-nós estamos namorando. – ainda bem que Kirishima responde por mim, mesmo ele estando tão envergonhado – Por que?
– Ah, foi só curiosidade mesmo, me desculpe se fui invasivo demais. – Ele diz coçando a nuca – Ainda bem que Dabi não está por aqui, ele ficaria que nem daquela vez... – o moreno dizia, abaixando o volume de sua voz a medida que sua expressão aparentava arrependimento.
No momento que o nome Dabi foi pronunciado, pude ver a expressão de Kirishima ir de surpresa até o desespero. Desci o olhar e suas mãos e pernas começavam a tremer.
Mas que caralhos esses caras fizeram com ele?
– N-nós temos que ir embora agora, sabe? – mesmo com a voz meio tremula, Kirishima declara – Foi bom te ver Sero, mas temos que ir logo se não vai ficar tarde.
E então sinto Kirishima envolver sua mão a minha e me puxar em direção a saída de forma apressada sem esperar resposta do tal Sero.
Ainda estou confuso com a situação, mas sinto uma pontada de irritação apenas por imaginar que alguém pudesse ter feito algo com Eijirou.
*
Quando saímos do aquário, já sou capaz de ouvir a chuva forte que nublava o céu.
Kirishima ainda estava tremendo e parecia se segurar para não chorar.
– Kirishima, você tá bem? – questionei mesmo já estando óbvio que ele não está – Aquele filho da puta fez algo com você? – ele nega trêmulo – Esse tal de Dabi fez? – e pela segunda vez naquele dia fui capaz de ver sua face novamente em desespero.
– Eu quero ir embora, Suki... – ele diz e eu não me contenho a abraçá-lo ternamente – Desculpa estar sendo tão chato depois de você ter me trago aqui, de verdade, me des-
– Cala a merda da boca, você não precisa pedir desculpa por nada, Kirishima. – quase rosno vendo ele pedir desculpas mesmo em uma situação tão ruim. – Vou te levar para casa.
Logo eu chamo um táxi e peço para ele chegar o mais rápido possível no endereço que eu havia dado, que era a casa de Eijirou.
No carro, Kirishima já havia se acalmado um pouco, mas mesmo assim eu mantinha certa proximidade dele e segurava sua mão como forma de acalmá-lo, já que abraços longos não eram algo que ele parecia gostar.
Quando chegamos na casa de Kirishima, sua mãe ficou aflita ao ver o estado dele.
– Eiji? O que aconteceu? – Ela questionou parecendo verdadeiramente preocupada. – Você fez algo com ele? – ela se volta para mim com uma expressão irritada e eu nego imediatamente, mas não parece ajudar.
– Ele não fez nada de ruim comigo, mãe. – as lágrimas eram perceptíveis na face de Eijirou. – Eu só encontrei alguém da nossa antiga cidade e-
– Um daqueles desgraçados? – ela questiona e isso me deixa intrigado.
– Mãe, só deixa eu ir para o meu quarto, por favor! – ele súplica e ela deixa de forma hesitante – Bakugou, você pode ir embora, obrigado por hoje e desculpa por-
– O cacete que eu vou embora. Não vou me dar o luxo de sair enquanto você não estiver bem. – digo irritado.
Ele aparenta não resistir mais e vejo mais lágrimas em sua face antes dele me abraçar forte, ainda estando com todo o corpo trêmulo.
Olho para sua mãe e ela parece me dar permissão para eu cuidar de seu filho, então eu espero até que ele se afaste do abraço e seguro sua mão delicadamente enquanto ele me guia até seu quarto. Ele deixa a porta aberta como de costume, mas não é algo que realmente incomode.
Ele se senta na cama, então eu me sento ao seu lado deixando a sacola com o tubarão de pelúcia na cômoda ao lado da cama. Eu queria mostrar que eu estava ali caso ele precisasse falar sobre seu trauma.
– Eu vou te falar. – ele começa, fungando – vou te falar tudo, S-suki.
– Não tenha pressa, tá? – digo tentando ser carinhoso, envolvendo suas mãos – Acalme-se primeiro, Eiji. – Acabo chamando ele pelo apelido que sua mãe usa, mas nenhum de nós da importância nesse momento.
Minutos silenciosos se passaram, e vejo que Eijirou estava esperando sua respiração normalizar e seu corpo relaxar. Fiquei apenas o observando, enquanto segurava sua mão, com o olhar perdido no quão belo ele era e pensativo sobre sua história.
Até que, enfim, ele deu início a história.
– Aconteceu há quase 2 anos atrás...
[...]
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O que será que aconteceu? 👀
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