ੈ♡‧₊˚ ❛ CHAPTER THREE, the temple of neptune ⌇🥀!;#
001 — Avery e Percy vão deixar meu coração quentinho no futuro (e me arrancar lágrimas)
002 — A meta de comentários para postarmos o próximo capítulo é vinte e três comentários.
Avery Grace
O templo de Netuno
PERCY PARECIA NÃO SE ALIMENTAR DIREITO A DIAS, então no caminho para fora do acampamento comprei um café expresso e um bolinho de cereja de Bombilo, junto com um pedaço de pizza.
— Valeu — ele murmurou, devorando o bolinho e então partindo para a pizza — isso aqui é incrível.
Troquei um rápido olhar com Hazel, então tentei dar um sorriso positivo.
— Se tudo ocorrer bem, logo você vai poder tomar um banho e descansar um pouco, acredito que deve estar cansado depois dos últimos dias.
— Você não viveu até ter tido um banho romano.
Percy suspirou exasperado.
— Não sei se considero fugir de monstros como viver.
— Você está respirando, não é?
Ele me lançou um olhar entediado.
— Vocês são divididos em chalés diferentes? — ele perguntou, mudando de assunto ao observar as construções.
Chalés?
— Mais ou menos — Hazel respondeu — Temos cinco Coortes de quarenta crianças cada. Cada Coorte é dividida em quartéis de dez, como, tipo colegas de quarto.
Mordi o lábio inferior para não rir enquanto ele tentava fazer a cona, aparentemente matemática não era o forte de Percy.
— Está me dizendo que tem duzentas crianças nesse acampamento?
— Por aí.
— E todas elas são filhas de deuses? Os deuses têm ficado ocupados.
Hazel e eu acabamos rindo.
— Nem todas elas são filhas de deuses maiores. Centenas são de deuses romanos menores. Além disso, muitos dos campistas são legados, segunda ou terceira geração. Talvez seus pais tenham sido semideuses. Ou seus avós — expliquei, sorrindo — depois que completamos nosso tempo de serviço, podemos nos estabelecer na cidade, frequentar faculdade e formar famílias.
Percy parecia verdadeiramente surpreso.
— Filhos de semideuses?
— Por quê? Isso te deixa surpreso?
Ele tinha uma expressão estranha no rosto, dei um pequeno toque em seu pulso, que chamou a sua atenção.
— Esses legad...
— Legados — Hazel corrigiu.
Fiz uma careta, pensando em um legado que eu ficaria muito feliz de eliminar.
— Eles têm poderes como um semideus? — Percy perguntou, tentando entender.
— Às vezes sim e às vezes não. Mas podem ser treinados. Os maiores generais e imperadores romanos, sabe, todos eles foram reclamados como descendentes dos deuses. Na maior parte do tempo estavam falando a verdade. O adivinho do acampamento que vamos conhecer, Octavian, é um legado, descendente de Apolo. Ele tem o dom da profecia, supostamente.
— Supostamente?
Hazel fez uma cara azeda e um trovão soou.
— Você verá — murmurei, lembrando daquele infeliz.
Percy me encarou, curioso.
— Vocês não se dão bem?
— Nem um pouco... Logo você vai entender. Acho que ninguém nesse acampamento realmente gosta daquele idiota, sério.
Ele concordou devagar.
— Então, essas divisões — Percy perguntou — as Coortes, sei lá o quê... vocês foram divididos de acordo com seu parentesco divino?
Hazel o encarou.
— Que ideia terrível! Não, os oficiais decidem onde colocar os recrutas. Se fossemos divididos de acordo com o deus, as Coortes seriam todas desiguais. Eu ficaria sozinha e Avery só teria Jason.
— Por quê? Qual é seu ancestral?
Antes de Hazel conseguir responder, alguém atrás de nós gritou:
— Espere!
Fiz uma careta ao ver Vitellius correndo na nossa direção. Me inclinei na direção de Percy.
— Se prepare, esse cara vai contar toda a história sobre os tempos de Júlio César.
Percy suspirou cansado.
— Ah, era tudo o que eu queria ouvir.
— É ele? — o fantasma apontou. — Um novo recruta para a Quinta, talvez?
Eu lembrava de quando Vitellius havia abordado eu e Jason, éramos crianças que tinham acabado de chegar no acampamento, estávamos perdidos e confusos com tudo ao nosso redor.
— Vitellius — Hazel disse — estamos meio com pressa.
O fantasma fez uma careta para Percy e caminhou ao redor dele, inspecionando-o como um carro usado.
— Não sei — ele grunhiu. — Só precisamos do melhor para a Coorte. Ele tem todos os dentes? Consegue lutar? Ele limpa os estábulos?
— Sim, sim e não — Percy disse. — Quem é você?
— Percy, esse é Vitellius — resmunguei desanimada — Ele é um de nossos lares, têm um interesse em novos recrutas.
Na varanda próxima, outros fantasmas riram enquanto Vitellius ia e vinha, tropeçava na toga e passava por cima do cinto da espada.
— É — Vitellius disse — nos dias de César, Júlio César, lembre-se, a Quinta Coorte tinha alguma coisa! Vigésima Legião Fulminata, orgulho de Roma! Mas nesses dias? A vergonha veio a nós. Olhe para Hazel, usando uma spatha. Arma ridícula para uma legionária romana, é para cavalaria! E você, garoto, você cheira como um cano de esgoto grego. Não tem tomado banho?
— Estive meio ocupado lutando com górgonas — Percy disse.
— Vitellius — Hazel interrompeu — temos que ler os agouros de Percy antes de ele poder entrar. Por que não vai ver Frank? Ele está no arsenal checando o inventário. Sabe quanto ele valoriza sua ajuda.
As sobrancelhas peludas e roxas do fantasma se ergueram.
— Marte Todo-Poderoso! Eles deixaram o probatio checar o armamento? Seremos arruinados!
— A vida pós morte finalmente arruinou sua visão ou você não está me vendo?
Vitellius se encolheu.
— Ah, Avery, claro que eu vi você.
— Eu sugiro que você pare de atrapalhar nosso caminho e desapareça.
Ele saiu cambaleando pela rua, parando sempre a alguns metros para pegar sua espada ou arrumar sua toga.
— Ceeeeerto — Percy disse, me encarando com uma expressão estranha.
— Desculpe — Hazel disse. — Ele é excêntrico, mas é um dos lares mais velhos. Está por aqui desde que a legião foi fundada.
— Ele chamou a legião de... Fulminata? — Percy perguntou.
— Armada do Relâmpago — Expliquei, voltando a andar — É nosso lema. A Vigésima Legião participou do Império Romano inteiro. Quando Roma caiu, várias legiões desapareceram. Fomos para o subterrâneo, agindo sob ordens secretas do próprio Júpiter: ainda vivo, recrutando semideuses e seus filhos, mantendo Roma. E foi assim desde então, se mudando para onde quer que a influência romana estivesse mais forte. Nos últimos séculos, estivemos na América.
— E vocês são da Quinta Coorte — ele adivinhou, — que talvez não seja a mais popular?
Hazel fez uma careta.
— É. Entrei em Setembro.
— Então... algumas semanas antes desse Jason desaparecer.
Percy me encarou, esperando a minha resposta, enquanto eu tentava não pensar no meu irmão gêmeo.
— Cheguei aqui quando tinha cinco anos — murmurei, sem o encarar — descobri que era filha de Júpiter, entrei na Quinta Coorte e então aprendi que não era permitido errar quando se era filho do rei do Olimpo. Super divertido.
Eu sentia seus olhos verdes em mim, mas tentei não pensar muito naquilo.
— Desculpe ter mencionado o seu irmão.
— Tudo bem... Vem, eu vou te mostrar a minha vista favorita.
Peguei a mão dele e o puxei, sua mão estava quente e por um momento pensei em soltar, envergonhada pelo meu ato repentino, mas Percy, apenas apertou minha mão.
Nós três paramos do lado de fora das portas principais. A fortaleza estava localizada no ponto mais alto do vale, então podíamos ver tudo muito bem, eu adorava ir ali para pensar enquanto observava todo o acampamento.
Percy observou a cidade, que era caótica e colorida, um verdadeiro contraste com o resto do acampamento. Ele olhava para aquilo como se não pudesse acreditar que fosse real, eu estava extremamente consciente de que nossas mãos ainda estavam juntas e que Hazel nos encarava.
Soltei a mão dele, dando um passo para o lado.
— Vocês têm famílias aqui? — ele perguntou.
— Na cidade, é claro que sim — Hazel disse. — Quando se é aceito na legião, você tem dez anos de serviço para prestar. Depois disso, você pode ir para onde quiser. A maioria dos semideuses vai para o mundo mortal. Mas para alguns, bem, é muito perigoso sair daqui. O vale é um santuário. Você pode ir ao colégio na cidade, se casar, ter filhos, se aposentar quando ficar velho. É o único lugar seguro na Terra para pessoas como nós. Então, é, vários veteranos fazem suas casas ali, sob proteção da legião.
— Mas e se o vale for atacado?
Hazel apertou os lábios.
— Temos defesas. As fronteiras são mágicas. Mas nossa força não é o que costumava ser. Recentemente, os ataques de monstros vêm aumentando. O que você disse sobre as górgonas não morrerem... percebemos isso também, com outros monstros.
— Sabe o que está causando isso?
Desviei o olhar.
— É complicado — murmurei, tentando evitar o assunto.
— Meu irmão disse que a Morte não é...
Ela foi interrompida por Hannibal, alguém atrás dele gritou:
— Abram caminho!
Arrastei Percy para fora do caminho, ele olhou incrédulo para o elefante. Percy cuspiu o pó da boca.
— O que o...?
— Elefante — Hazel explicou.
— É, eu li a placa. Por que vocês têm um elefante em um colete à prova de balas?
— Jogos de guerra hoje à noite — falei, então sorri — Esse é Hannibal. Se não o incluir, ele fica triste.
Lembrei da última vez que não deixamos ele participar, foi um desastre. Hannibal guardava mágoa por muito tempo.
— O que não podemos permitir — Percy disse.
Hazel riu, então ela apontou para o sul, do outro lado do rio. Nuvens escuras estavam se juntando no Templo da Colina. Clarões vermelhos de relâmpago lavavam os monumentos em luz cor de sangue.
— Octavian está ocupado — Hazel disse. — É melhor chegarmos lá.
Infelizmente tivemos que passar por um grupo de faunos no caminho.
— Hazel! Avery! — um deles gritou.
Ele trotou com um sorriso largo no rosto. Vestia uma camisa havaiana desbotada e nada de calças exceto o pelo amarronzado de bode. Seu enorme cabelo afro balançava. Seus olhos estavam escondidos por baixo dos óculos cor de arco-íris. Ele segurava um cartaz de papelão que dizia VOU TRABALHAR CAMINHANDO E CANTANDO embora por denários.
— Oi, Don — Hazel disse. — Desculpa, não temos tempo...
Eu apenas o ignorei, tinha aprendido que se ignorasse, eles iam embora mais rápido.
— Ah, que legal! Que legal! — Don trotou junto deles. — Ei, esse cara é novato!
Ele apontou para Percy e eu suspirei.
— Você tem três denários para o ônibus? Porque deixei minha carteira em casa, e tenho que trabalhar, e...
— Don — Hazel censurou. — Faunos não têm carteiras. Ou trabalhos. Ou casas. E nós não temos ônibus.
Jason tinha mais paciência com os faunos do que eu, mesmo já tendo levado inúmeros choques por minha causa, aquelas criaturas não aprendiam a lição.
— Tá legal — ele disse alegremente — mas você tem denários?
— Seu nome é Don, o Fauno? — Percy perguntou.
— É. Então?
— Nada — Percy tentou manter a cara de sério. — Por que faunos não têm trabalho? Eles não deviam trabalhar para o acampamento?
Don bufou.
— Faunos! Trabalharem para o acampamento! Hilário!
— Faunos são, hm, espíritos livres — Hazel explicou. — Eles aparecem por aqui porque, bem, é um lugar seguro para aparecer e mendigar.
— Ah, a Hazel é incrível! — Don disse. — Ela é tão legal! Todos os outros campistas são tipo, 'vá embora, Don' ou essa aqui, que me dá choques. Mas Hazel é tipo 'por favor vá embora, Don'. Eu adoro ela!
O fauno me lançou um olhar sério enquanto falava e eu agarrei seu pulso, dando um choque que lhe fez pular.
— Ai, Avery! Era brincadeira...
Don olhou para o chão e engasgou.
— Ahá!
Ele estendeu a mão para alguma coisa, mas Hazel gritou:
— Don, não!
Hazel o tirou do caminho e pegou um pequeno objeto reluzente, eu tinha a impressão de ver um diamante antes dela esconder aquilo no bolso.
— Qual é, Hazel — Don reclamou. — Eu poderia comprar rosquinhas por um ano com isso!
— Don, por favor — Hazel disse. — Vá embora.
Ela soou abalada, como se tivesse acabado de salvar Don do peso de um elefante à prova de balas. O fauno suspirou.
— Ah, não consigo ficar bravo com você. Mas eu juro, é como se você desse boa sorte. Toda vez que você caminha por...
— Até logo, Don — Hazel disse rapidamente. — Vamos.
No segundo seguinte, a garota saiu correndo e eu troquei um olhar com Percy, nós começamos a correr atrás dela.
Não era a primeira vez que eu via ela sendo estranha daquele jeito.
— O que foi aquilo? — Percy perguntou. — O diamante na estrada...
— Por favor — ela disse. — Não pergunte.
A gente andou em silêncio pelo resto do caminho para o Templo da Colina. Um caminho de pedra torto levava a uma variedade maluca de pequenos altares e grandes abóbadas.
Hazel apontou para o Templo de Belona.
— Deusa da guerra — ela disse. — É a mãe de Reyna.
Passamos por uma cripta vermelha maciça decorada com caveiras humanas e estacas de ferro.
— Por favor, não me diga que vamos entrar aí — Percy disse.
Eu neguei.
— Esse é o Templo de Marte Ultor.
— Marte... Ares, o deus da guerra?
— Esse é seu nome grego — expliquei, estranhando ele saber a forma grega — Mas é, o mesmo cara. Ultor significa o Vingador. Ele é o segundo deus mais importante de Roma.
Ele apontou para o topo. Nuvens giravam em volta do templo maior, um pavilhão redondo com um anel de colunas brancas suportando um telhado.
O lugar me intimidava, mas eu nunca havia admitido para ninguém além de Jason.
— Esse deve ser de Zeus, hã, quer dizer, de Júpiter? É para onde estamos indo?
— É — Hazel soou irritada. — Octavian lê os agouros ali, o Templo de Júpiter, o Optimus Maximus.
Forcei um sorriso.
— O melhor e o maior, em tradução livre — expliquei — ou como eu chamo carinhosamente, pai.
— Qual o título de Netuno? — Percy perguntou. — O mais legal e mais incrível?
Troquei um olhar com Hazel, eu não queria estragar a esperança dele.
— Hã, nem tanto — Hazel apontou para um prediozinho azul do tamanho de um barracão de ferramentas. Um tridente coberto de teia de aranha pendia acima da porta. Percy espiou lá dentro, em um pequeno altar estava uma tigela com três maçãs secas mofadas. Seu coração afundou.
A expressão de Percy me fez suspirar.
— Lugar popular.
— Me desculpe, Percy — murmurei, colocando a mão no seu ombro — É que... os romanos sempre tiveram medo do mar. Só usavam navios quando precisavam mesmo. Mesmo nos tempos modernos, ter um filho de Netuno por aí quase sempre era um mau presságio. Na última vez que um se juntou à legião... bem isso foi em 1906 quando o Acampamento Júpiter era localizado do outro lado da Baía de São Francisco. Houve esse enorme terremoto...
Ele me encarou, franzindo a testa.
— Está me dizendo que um filho de Netuno causou isso?
— É o que dizem — Hazel olhou se desculpando. — De qualquer jeito... Os romanos respeitam Netuno, mas não o adoram tanto.
Percy olhou para as teias no tridente. Ele colocou uma rosquinha no altar e meu coração se apertou, eu fiquei o observando.
— Ei... hã, pai — ele murmurou. — Se puder me ouvir, me ajuda, está bem? Devolva minha memória. Me diga... me diga o que fazer.
Sua voz vacilou e eu me abaixei ao lado dele, usando os ventos para tirar as teias de aranha e o pó do altar. Percy me encarou agradecido e eu dei um pequeno sorriso para ele.
— Vai ficar tudo bem. Está aqui agora. Você é um de nós.
Ele suspirou.
— É.
Acima de nós, um trovão retumbou. Uma luz avermelhada preencheu a colina.
— Octavian está quase acabando — Hazel disse. — Vamos lá.
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