Eu e o Jacob estamos a ver um filme qualquer na televisão, não consigo prestar atenção a nada. Os nossos pais estão quase a chegar e eu e o Jacob vamos ter de fingir que nada mudou.

Sinto uns lábios nos meus, interrompendo-me os pensamentos.

— Em que tanto pensas?— pergunta ainda com os lábios encostados nos meus.

— Daqui a pouco os pais chegam e nós vamos ter de fingir que nos continuamos a dar mal.— ele olha-me confuso.

— Tu queres contar-lhes, é isso?

— Não, eles nunca iriam aceitar. Mas também não lhes quero mentir. Talvez devêssemos dizer-lhes que estamos a tentar dar-nos bem.— ele assente.

— Tudo bem.— ele aproxima-se para me beijar, mas o som de uma porta a abrir faz com que nos afastemos rapidamente.

— Olá meninos!— diz Becky animada.

— Olá!— dizemos em coro.

— O que se passa com vocês?— pergunta o meu pai confuso.

— Nada, porquê?— falamos, mais uma vez, em coro.

— Porquê vocês não estão a discutir...— diz a Becky.

—... e a casa está inteira depois de vós termos deixado aqui sozinhos durante dois dias.— completa o meu pai.

— Nós falamos e chegamos à conclusão que devemos, pelo menos, tentar dar-nos bem, para o bem de todos cá em casa.— digo.

— Pensei que não ia viver para ouvir isto!— diz o meu pai.

— Nós também não íamos estar a discutir para sempre.— diz Jacob.

— Bem, eu estou cansada. Vou-me deitar que amanhã tenho aulas.— digo.— Até amanhã!

Subo para o meu quarto, visto o meu pijama e deito-me na cama. Eu adoro isto que tenho com o Jacob, mas detesto mentir ao meu pai. Ele fez tudo por mim até mesmo depois de se divorciar da minha mãe. Ela foi viajar pelo mundo sem querer saber da filha, mas o meu pai trabalhou ainda mais para garantir que não me faltava nada. Mas por outro lado, eu não lhe posso contar que me estou a apaixonar pelo filho da sua companheira. Nem ele nem a Becky vão aceitar. Por isso, o melhor é mesmo manter isto em segredo.

Assusto-me quando sinto alguém a deitar-se ao meu lado. Viro-me e vejo Jacob.

— Jacob, o que fazes aqui?

— Vim dormir contigo!— diz normalmente e abraça a minha cintura.

— E os pais?

— Esquece-os agora! Eles estão cansados da viagem, não vão acordar antes de sairmos para a universidade.— começa a distribuir beijos pelo meu pescoço.

— Tu és louco!— digo soltando uma gargalhada.

— Sim, sou louco por ti!— diz e puxa-me para si, adormecendo em seguida.

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Ps: Feliz 2018!