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Capítulo XIII - Mente Confusa

"Quem imaginaria que entender pudesse ser tão desgastante...".

As vozes se calaram, e o coral cessou sua desordem, permitindo que Marianne voltasse a perceber o que acontecia ao seu redor. Enxergava tudo borrado, porque estava sem seus óculos, mas teve absoluta certeza de que não estava mais no teatro. Aquele lugar era muito mais amplo do que o teatro, além de ser povoado por brilhos das mais variadas cores, todos suspensos contra a escuridão cerrada que se desfraldava por detrás deles em todas as direções.

Marianne se recordou do lugar que vislumbrara através do portal de Hasa-Ithor, uma infinidade de nebulosas e nuvens cósmicas pintando a negritude do manto celeste... É, era isso. Estava do outro lado do portal. Mas como se ainda não o havia atravessado?

Havia um zumbido estranho em seus ouvidos, um estalido que enchia o ambiente e era tão incômodo que não conseguia se concentrar em nada direito por causa dele. Até mesmo o significado das coisas que as vozes haviam lhe dito ainda agora fugiam de seu entendimento. À deriva no oceano, sob o açoite dos ventos e dos trovões de uma tempestade e apenas com sua precária visão para guiá-la, era assim que Marianne se sentia.

Foi quando algo mais surgiu diante de seus olhos, próximo o bastante para que ela divisasse alguns de seus contornos. Era Taehyung.

O rosto dele pairava sobre o dela, completamente entregue às lágrimas. Exceto o branco da esclerótica e a vermelhidão causada pelo choro, os olhos dele — ainda os olhos de Khro — não ostentavam qualquer cor, só pretidão diluída em sal líquido. A expressão dele não era nada, senão desespero, tão diferente de antes... Mas por quê? Marianne não conseguia entender o motivo daquilo. Estava tudo bem agorinha, não?

Ele arregalou os olhos empoçados ao ver que ela o olhava de volta.

— Ela acordou... — Foi Khro a falar baixo e vacilante, quase como se não acreditasse no que via, mas V gritou logo a seguir, abrindo um sorriso de puro alívio. — Ela está aqui!

— Marianne? — Jimin abandonou qualquer traço de formalidade ao chamar por ela e apareceu em seu campo de visão. (Estava à esquerda dela, Taehyung estava à direita.) Ele havia trocado de roupa (usava azul-escuro agora), e os olhos se preenchiam uma vez mais com a cor das nuvens cósmicas, parecendo recortes do local em que se encontravam. Também chorava, a voz tremida e falha delatava que o pranto dele vinha sendo intenso. — Droga, o que você tem na cabeça?! Por que fez aquilo?!

Marianne se encolheu. Jimin... Hasa... Por que eles estavam gritando com ela?

— Eu- Eu não sei... — gaguejou ela, surpresa ao se perceber tão desvigorada. Sua boca, seu rosto, seu corpo todo formigava e estava levemente dormente. — Que... Que foi que eu fiz?

— Você... não se lembra? — Jimin parecia sem chão.

Aos trancos e barrancos por causa de sua língua e lábios anestesiados, Marianne contou a eles sobre as vozes que haviam começado a ecoar por sua mente logo depois que Taehyung assegurou que um dos outros Bangtan Sonyeondan daria um jeito no ferimento dele. Contou também que não havia conseguido perceber mais nada enquanto elas não partiram.

Os garotos se entreolharam quando ela se calou, e Khro disse:

— Diferente.

— Por falar nisso... — Um pequeno amontoado de ruguinhas se formou entre as sobrancelhas de Marianne, pois ela enfim se dava conta de que a não ser pelos olhos e nariz vermelhos por conta do choro não havia nada de errado com o rosto de V. Estava perfeito como de costume. — Onde está seu ferimento, Taehyung-ssi?

Ele limpou as lágrimas dos olhos com as costas da mão e ofereceu um sorriso doce a ela.

— Não precisa se preocupar com isso, Marianne-ssi. Como pode ver, já estou bem.

Está sim, mas... Bem, Khro acabou de me chamar de diferente de novo...

Ela engoliu em seco, insegura.

— Você ainda... está com medo de mim?

Taetae fez uma careta pensativa e balançou a cabeça de um lado a outro, dizendo:

— Não, nem um pouco. — E voltou a sorrir. — Podemos ser amigos se você quiser. Quantos anos você tem?

— Sabia que... perguntar a idade de uma dama... é falta de educação em... muitos países do Ocidente?

— Oh! Eu não sabia! — Os olhos de V ficaram tão enormes que o fizeram parecer um autêntico personagem de anime. — Só queria saber para tratá-la de forma apropriada. Me desculpe por isso.

— Eu só... estava brincando. Não ligo — Marianne o tranquilizou. — Eu tenho... 26 anos pela contagem coreana, portanto... nasci primeiro que você... bem primeiro...

— Ah, não. Você está é me gastando de novo.

É, ele não tinha acreditado. Nada de inesperado. Ninguém nunca acreditava quando revelava sua idade. Tudo culpa de seu tamanho e aparência. Droga, suas pálpebras começavam a pesar. Estava ficando com sono.

— Não, não, é sério — disse Marianne, reprimindo um bocejo. — Nasci em 1993.

— Então, é nossa noona? — Taetae ainda não parecia convencido, mas acabou por dar de ombros. — Está bem. É um prazer poder estar com você, Marianne noona.

Marianne deu um sorriso fraco e olhou para Jimin, achando-o de cabeça baixa com o semblante carregado, o maxilar travado e a postura rígida. Tudo indicava que estava pensando em algo complicado, mas a garota não conseguia escutar nada vindo dele. Talvez fosse aquele mal-estar obstruindo seus ouvidos (ou sua mente). Antes que pudesse perguntar o que havia de errado — Marianne estava tão atordoada, com tanta dificuldade para se concentrar nas coisas, que não havia percebido que os rapazes haviam acabado por não lhe contar o que tinha acontecido enquanto estava imersa no oceano de vozes; a razão para tê-los achado tão alterados seguia desconhecida —, ele começou a resmungar:

— Marianne noona, Mari noona, noona...

— Está... tudo bem, Jimin-ssi?

— Hum? Ah, sim! — disse Dooly, abrindo um sorriso bem-humorado (toda a seriedade que tomava conta das feições dele evaporou no instante em que Marianne proferiu seu nome), e Hasa emendou, fazendo um gesto de pouco caso com a mão. — Só estou um pouquinho irritado comigo mesmo por ainda não ter conseguido bolar um apelido que lhe faça jus, minha princesa. Não esquente a cabeça comigo. Logo passa.

Marianne não pôde segurar o bocejo dessa vez. Estava morrendo de sono.

— Tem... Tem certeza? Você parecia tão cismado, para não dizer preocupado...

— Isso é porque levo esse assunto muito a sério. É infantil? É, mas não posso evitar. — Hasa se calou por um momento, parecia estar tendo uma ideia. — Não é nada que mereça sua preocupação, mas já que você se preocupou, será que pode me responder uma coisa? — Ela sacudiu a cabeça uma vez. — Seu nome. É só Marianne Silveira ou tem algo mais?

— Marianne Marcel Eduarda Silveira Pestana de Sousa. — Pela cara dos meninos, parecia até que ela tinha acabado de dizer um palavrão. Embora não pudesse saber ao certo por causa do formigamento que se espalhava por seu corpo, Marianne imaginou que suas bochechas estivessem corando. — É comum ter mais de um sobrenome no Brasil e minha família não é lá muito econômica com nomes...

— Sorte a minha, assim tenho mais com o que trabalhar. — Hasa piscou um olho. — Vou ter seu apelido logo.

— Uhum. — Marianne até queria parecer mais entusiasmada (porque estava, não havia como não se deixar entusiasmar pela espirituosa presença de Hasa-Ithor), mas não tinha energia para isso, aliás para nada naquele momento. — Será que... teria problema eu... dormir um pouco?

— Claro que não, Marianne-ssi. — A calma de Jimin dizia que ele já esperava por essa pergunta, e a garota imaginou que devesse estar um caco por fora tanto quanto por dentro. Quem imaginaria que entender pudesse ser tão desgastante... Ele se inclinou para a frente, deixando um beijo em sua testa. — Sonhe com os anjinhos.

— Vamos conversar mais quando acordar, noonim¹ — acrescentou Taehyung, apertando de leve sua mão direita (que nem havia percebido estar em poder das dele). — Pode ter certeza que vamos.

Marianne sacudiu a cabeça mais uma vez, cansada demais para falar qualquer coisa que fosse, e fechou os olhos. Apagou no mesmo instante.

[NOTA: 1 - Noonim (누님) é a união do termo noona com o sufixo -nim.]

*     *     *

"Amizade também significa confiar na força daqueles a quem queremos bem e apoiar suas decisões apesar das circunstâncias".

— Ela já dormiu? — Quis saber Hasa-Ithor, ainda aparentando estar no auge da tranquilidade e do bom-humor.

— Sim — confirmou Khro-Yehath, ajeitando as mãos do Fragmento de Ak'Mainor entrelaçadas sobre o peito. — Adormeceu instantaneamente e foi direto para o sono REM. Até mesmo Akasha é incapaz de perceber o que ocorre fora de sua consciência estando nesse estado. Pode se desfazer dessa farsa, Hasa. — Em resposta, todos os traços de descontração na face de Jimin deram lugar à expressão carregada de preocupação (e desconforto extremo) com a qual Marianne havia se deparado antes. Taehyung ficou agoniado ao vê-lo desse jeito. — Você está bem, Jimin-ah?

— Não é comigo que tem que se preocupar agora, Tae. É com Marianne. Conseguimos arrastá-la de volta para cá, mas ainda está muito fraca. Precisa de tratamento. — Com um aceno de mão de Deva'seyire, o ar no caminho de poeira estelar tremulou a alguns metros de onde se encontravam. Era uma nova passagem para o Planeta Água. — Leve-a para Jin hyung e Qenía-Araso-nim.

— Mas e você?

— Eu irei em seguida. — V não se moveu, hesitava em deixar o amigo sozinho depois do que tinha acontecido. Sentia que ele estava muito assustado por debaixo de Confiança e toda a preocupação que dedicava à nova amiga. — Anda logo, ela não tem muito tempo!

Vamos, Taehyung, disse Khro não menos incomodado com a situação dos amigos, mas disposto a fazer o que fosse necessário pelo bem de Akasha. Recorda-se? Amizade também significa confiar na força daqueles a quem queremos bem e apoiar suas decisões apesar das circunstâncias.

Taetae assentiu, engolindo as lágrimas que começavam a se formar em seus olhos. Colocou a mochila de Marianne nas costas e a pegou no colo, se levantando e olhando para Jimin. Ele ainda estava ajoelhado no mesmo lugar, tremendo dentro do próprio abraço. As chispas de energia que se desprendiam da orla de sua durumagi haviam deixado de serem simples faíscas. Eram raios em agonia por não poderem fazer nada além de se agarrarem uns aos outros, só para rondarem os pés de seu conjurador. O som de seus estalidos enchia o ambiente. V engoliu em seco.

— Eu volto pra-

— Vai! — Dooly trovejou. Os braços de energia estalaram juntos, ecoando seu grito.

V desapareceu bem diante do olhar inflamado de Dooly, e no mesmo momento as tiras de toques se desmancharam numa cachoeira de cacos. O buraco aberto em pleno ar se fechou de súbito, encerrando Jimin e o Hagar da Carência no iridescente averso. Enfim, sós. Não havia necessidade de se conterem por mais tempo (nem que quisessem, poderiam. A sensação de autonomia e completude que sentiam havia passado, fazendo com que voltassem a perceber bem um ao outro e seus limites. Era poder demais, e, confusos como estavam com tudo que havia acontecido, aterrorizados pela possibilidade de desaparecer das dimensões dos vivos, de dormir para sempre e nunca mais voltar a ver seus amigos e Marianne, não tinham a sintonia de que precisavam para mantê-lo sob controle).

Afrouxaram o aperto de seus dedos, e a energia que vinham contendo fez o resto.

Seus braços se abriram, empurrados pela onda de poder que explodia de seu corpo, irradiando-se em todas as direções. O lugar foi tomado por uma violenta tempestade de raios. Trovões rugiam estrondosos, engolindo o berro que escapava de sua garganta e quase os ensurdecendo. Relâmpagos coloriram a paisagem galáctica de palidez fulgurante.

Ambos se perderam naquele branco.

*     *     *

"[...] 'Comandante de Hagar' significa muito mais do que 'aquele que ordena os guerreiros que assistem os Fragmentos de Ak'Mainor'".

RM foi o último dos rappers a entrar no quarto que Suga estava dividindo com Jin, e o único a perceber o hyung roncando no sofá.

Jin estava todo dobrado — o pescoço e as costas curvados, um braço fazendo vez de travesseiro e o outro abraçando as pernas, os joelhos quase encostados ao peito, os dedinhos dos pés encolhidos — e descoberto. Devia estar sentindo frio.

RM franziu os lábios e mirou as camas. Como pensava, estavam ambas ocupadas.

São os Fragmentos de Ak'Mainor, certo, En-Ephir-nim? Leader Mon indagou ao Hagar da Temperança.

Sim, mas é estranho. Qenía nos disse que apenas o Fragmento de Akisha havia se ferido. Porém, a energia da Criança de Akasha está muito inferior à de Akisha. Todas as suas células parecem ter sido submetidas a um processo de regeneração acelerado. Não é à toa que Qenía e Kim Seokjin estão nesse estado esgotado...

As palavras do Ak'hagar preocuparam RM, e ele até quis se aproximar dos Fragmentos para saber o que tinha acontecido (Taehyung estava por lá, conversando em baixo tom com Suga e J-Hope. Na certa, poderia lhe esclarecer), mas a última coisa que En-Ephir disse o deteve. Jin não podia ficar ali largado daquele jeito.

Sei que é seu dever proteger o Fragmento de Akisha de perto, En-Ephir-nim, mas...

Não somos necessários à Sua Excelência por agora, Nam Joon, não com Berat aqui. Além disso, "Comandante de Hagar" significa muito mais do que "aquele que ordena os guerreiros que assistem os Fragmentos de Ak'Mainor". Está no caminho certo. Então, prossiga.

Rapmon assentiu, aliviado, e pegou Jin no colo, tomando cuidado para não o acordar e o levou para o quarto que estava dividindo com V.

*     *     *

"[...] duas vezes!".

Taehyung estava sentado à beirada da cama de Marianne, mordendo o dedão e balançando o pé de tão nervoso quando os rappers entraram no quarto.

— Vocês chegaram! — disse ele, pulando do colchão e se aproximando dos amigos.

Suga passou direto pelo mais novo, focando o olhar no rosto empalidecido do Fragmento de Akasha.

— Que foi que houve? — quis saber Hobi, e Berat-Enira emendou, a dureza âmbar de seu olhar emergindo junto com suas palavras. — Qenía nos disse que apenas o Fragmento de Akisha havia se ferido durante o ataque.

— Ferido... — Yoongi murmurou e balançou a cabeça, rindo sem humor. Asha-Maiura disse:

— Essa Criança recebeu muito dano, nem a alma dela escapou. Não vejo como um Lirthua'shoa poderia fazer isso, ainda mais sem que Berat e eu sentíssemos. — Os olhos de Yoongi se voltaram para Taehyung completamente preenchidos de chamas solares, apesar do comandante dos Hagar de Akasha não estar usando os poderes no momento. V engoliu em seco. — O que aconteceu, Khro?

— Os Lirthua'shoa não fizeram isso à Marianne. Ela mesma fez, e Hasa também. — Os outros ficaram horrorizados, por isso o Hagar da Amizade se apressou a explicar — Mas, Hasa não teve escolha. Ela morreria se ele não fizesse.

— Mas do que é que você está falando, Khro? — Ak'houan-a-rae tinha as sobrancelhas franzidas, aquele relato era inverossímil demais. — Akasha ainda dorme, portanto, sua energia permanece lacrada. Como o Fragmento poderia ter causado tanto dano a si mesmo nessas condições?

— Akasha dorme, sua energia, não — Khro revelou e prosseguiu, murmurando mais para si mesmo do que para os companheiros. — Receei mudanças quando percebi que o gênero do Fragmento diferia do dos nossos hospedeiros, contudo não esperava algo tão grande. — Ele pigarreou e tornou a contar — Hasa e eu já estávamos a par de que parte das habilidades de Sua Excelência haviam despertado antes do previsto, pois Marianne se mostrava capaz de ouvir nossos pensamentos.

"Estávamos prestes a trazê-la para cá, o portal para o averso já estava aberto, quando ela quis cuidar do ferimento de Taehyung. Havíamos sido feridos no rosto por uma fagulha da espada de Aevarast, e o corte sangrava bastante. Não era uma ameaça imediata a nossa vida, Qenía poderia resolver com um estalar de dedos quando voltássemos, e Taehyung tentou explicar isso à Marianne, mas não deu certo. A preocupação dela não cedeu à serenidade e ao conformismo. Tornou-se angústia, medo, dor e tudo convergiu para um forte desejo. Ela cerrou os olhos e se aproximou de nós e os reabriu ao tocar o corte. Eram os olhos de Sua Excelência, puro poder.

"A energia fluiu para nós em um pulso e nos restaurou por inteiro, até mesmo a energia gasta contra Aevarast, tudo em instante algum após seu toque. Marianne caiu vazia. Sem energia. Sem vida. Hasa gritou e correu para ampará-la, só viu que havia acontecido algo quando Marianne caiu. Havia acontecido rápido demais para ele perceber, deve ser por isso que vocês não perceberam. Nós a levamos para o averso, a suspensão temporal de lá deteria o avanço de Sua Excelência em direção às Portas da Morte, poderíamos tentar reanimar Marianne. Nós tentamos, tentamos muito. Não adiantou. Estava exaurida. A alma havia se desligado totalmente do corpo e partido com o espírito de Akasha. Seria necessário puxá-los de volta, era o único modo. Estava além das nossas capacidades, contudo. Mesmo trabalhando juntos não daria certo. Hasa decidiu recorrer as Palavras de Poder."

Khro fez uma pausa, e quando os lábios de Kim Taehyung voltaram a se abrirem, era o próprio rapaz a falar:

— Eu disse a Jimin que era arriscado, pedi pra tentarmos achar outra maneira, mas ele não quis me ouvir. E, não havia outra maneira, como ele, eu também sabia. Falei com Khro e ofereci a Palavra de Poder dele, Marianne tinha acabado daquele jeito para me curar, mas Hasa-Ithor-nim rejeitou minha oferta. Sozinhas, as trevas poderiam danificar, até mesmo destruir, a alma de Marianne.

"Eles abriram o primeiro portão e descarregaram toda a energia dele em Marianne. Hasa-Ithor-nim estava certo em não deixar que eu tentasse. Se tivesse sido o poder de Khro não só a alma, como também o corpo de Marianne teria se desintegrado... Por outro lado, foi bem fácil para Jimin converter o corpo dela num portal para o Caminho dos Mortos, e a abertura do primeiro portão de Hasa-Ithor-nim não o afetou tanto, estavam indo bem, mas...

— Mas? — Suga o incitou a continuar.

— Não foi energia suficiente, eles não conseguiram puxá-las. E, para completar a desgraça, ao estar em contato com o poder dele, a suspensão temporal do averso se estendeu ao Caminho dos Mortos, e a marcha delas para as Portas recomeçou, e estavam avançando depressa.

"Eu me desesperei. Mesmo sendo algo tão arriscado, a Palavra de Poder não tinha funcionado, e não tínhamos tempo pra pensar em outro método. Achei que fôssemos perdê-las de vez.

"Hasa-Ithor-nim zombou do meu medo. 'Não nos subestime, benzinho. Ainda temos seis portões para abrir e vamos abrir quantos forem necessários para salvar Sua Excelência e a nossa menina.' Ele disse, e eu quis impedi-los. E, se eles morressem? Pior, e se eles morressem sem conseguir salvá-las? Jimin tentou me acalmar. 'A gente conseguiu alcançá-las, só precisa de um pouco mais de energia, só mais um pouco pra ser suficiente. Vamos ficar bem, Tae.' Eu não acreditava nisso nem ele, porque não dava para ter certeza de nada naquela situação. Mesmo assim, ele estava disposto a seguir em frente. Mesmo sem saber metade do que eu sabia sobre o papel dos Ak'hagar, ele estava mais inclinado a desempenhá-lo do que eu."

V se calou, o sentimento de culpa estampado na face. O Hagar do Medo retomou a palavra:

— O segundo portão de Hasa foi aberto. Energia transbordou no corpo do Fragmento, para além dele e a nossa volta. O barulho de estática estrondeava. Taehyung e eu cegamos à sombra dos Escudos de Hasa, não sabíamos o que era feito de Akasha e Marianne. Hasa e Jimin também não deviam saber. Víamos o desconforto deles, aquela liberação não havia sido inofensiva como a anterior, apesar disso eles iam abrir o terceiro portão. Felizmente, Marianne abriu os olhos, e eles se detiveram.

Khro contou sobre a breve conversa que tiveram com a garota, sobre a total ignorância dela com relação ao que tinha acontecido e também sobre a imersão dela no oceano de vozes. No tempo que Taehyung e ele ficaram sozinhos com os Fragmentos desacordados, haviam chegado à conclusão de que o poder de Akasha de alguma forma havia sido despertado e reagido à angústia do Fragmento, curando Taehyung e respondendo às questões da garota. Apenas poder bruto sem consciência, era natural que as coisas tivessem acabado tão mal. O poder sozinho não poderia controlar a própria quantidade de saída. Ou não se liberaria ou se liberaria todo, como ocorreu. Não poderia haver meio termo.

— Mas como uma coisa dessas pôde acontecer? — O Senhor dos Hagar andava de um lado a outro do quarto, perdido e perturbado. — Não há como a disparidade de gêneros de nossos hospedeiros ser a causa, tem de haver algo mais.

— Ela é diferente — disse Khro, que havia encontrado algum alívio ao simplesmente aceitar essa verdade. — Mas, está fora de perigo agora.

— Só até que o poder da divindade volte a corresponder aos desejos dela — Yoongi resmungou, Asha-Maiura se recolhia aos próprios pensamentos. — Poderia acontecer nesse minuto, por causa de um sonho bobo...

— E Jimin-ah, Tae? — quis saber J-Hope, apavorado pela ausência do amigo, pelo fato de V estar parecendo evitar o assunto e por Berat estar à beira de um colapso nervoso de tão preocupado com Chim, com Hasa, com Akasha e com a pequena hospedeira dela. Por todos os deuses, as Palavras de Poder eram perigosas! E Chim as havia usado duas vezes! — Onde ele está?

— Ele me pediu pra virprimeiro com Marianne e disse que viria logo depois — Taehyung respondeu comrelutância, encarando um ponto vazio no meio do quarto —, mas o portal para o averso se fechou e já faz duas horas quenão temos qualquer sinal dele e de Hasa-Ithor-nim.

Notas finas:

É isso, gente. Espero que tenham curtido! As coisas vão ficar um tanto bagunçadas pra gente por aqui e isso pode afetar um bucado o ritmo das postagens, mas chegaremos o mais breve possível com a continuação, ok? Bjokas e bjinhos no core 😘

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