♪ - Pensamentos felizes fazem a gente voar
Encarei o microfone a minha frente e esperei o senhor dono dele ajeitar o amplificador no violão. Depois de alguns minutos tentando encontrar alguma música que eu sabia a letra, com uma que ele conhecesse os acordes, terminamos com Starlight, da Taeyeon e DEAN.
Procurei por Jimin, e ao o encontrar, ele fez sinal de positivo com as mãos. No rosto o sorriso que eu percebi que em tão pouco tempo, já adorava.
Então eu sorri de volta.
Depois disso, foi tudo meio estranho. Na verdade, já estava tudo estranho desde que eu cismei que a gata estava rindo da minha cara, mas eu estava adorando mesmo assim. Eu me arrepiei toda quando encarei o microfone porque eu achava ter superado aquela sensação de adrenalina que tomava conta de mim toda vez que eu me deparava com qualquer coisa relacionada à música.
E então minha dupla perguntou se eu estava pronta.
É claro que eu não estava. Mas, eu ia assim mesmo.
Eu não era tímida, nunca fui, mas esperava não dar pane no sistema ali bem naquele momento. As pessoas que estavam por perto não se afastaram, e até olharam curiosas quando me viram parar sobre os papelões no chão em frente ao pedestal. Meu Deus, aquilo era muito doido até para mim.
Escutei o homem ao meu lado dar os primeiros acordes no violão e logo começar a cantar sem muita dificuldade. Senti meu coração martelar em meu peito, os pelos da minha nuca se arrepiarem e respirei fundo apertando os dedos dentro dos meus sapatos, achando que ia desmaiar ali na frente de todo mundo se aquilo acontecesse eu ia me superar em todos os micos que paguei desde que cheguei na cidade. Disfarcei a tremedeira que tomou conta de mim com um sorriso, quase uma careta, e balancei a cabeça meio atrapalhada no ritmo da música, esperando chegar na parte em que combinamos que eu deveria cantar também.
Fechei os olhos e no momento que pronunciei a primeira frase, ouvi gritos de incentivo vindos das pessoas ao redor. Sorri sem jeito, o que me fez desafinar um pouco no próximo verso, mas erro aquele que ninguém pareceu perceber já que ao abrir meus olhos, notei todos batendo palmas e cantando juntos.
Sorri maior ainda.
"Você está sorrindo por trás daquele rosto estranho. Você é tão adorável, eu não pude me segurar, oh.".
Procurei novamente pelo responsável por aquilo estar acontecendo e avistei Jimin no mesmo lugar. Ele apertava os lábios em um sorriso engraçado e eu quase desafinei de novo, rindo, e senti uma dorzinha na barriga, não sei se era só nervoso de estar cantando após tanto tempo, ou por outra coisa.
É. Por eu estar cantando. Era sim. Eu acho que era.
"As coisas diárias são sem sentido, parece que tudo é novo como se eu estivesse vendo o mundo pela primeira vez".
Quando eu notei que as pessoas ao redor começaram a procurar a direção que eu estava olhando — eu não era a única fofoqueira ali! —, voltei a olhar o senhor que me acompanhava com o violão. Tentando chamar atenção novamente para mim, porque eu não queria que ninguém percebesse que eu estava olhando para Jimin e entendesse tudo errado. Me balancei no ritmo em que cantávamos e as pessoas pareceram se distrair novamente comigo e ainda nos acompanharam com palmas.
Pode me chamar de egoísta, to nem aí, mas eu não queria compartilhar o sorriso nem o olhar dele com ninguém ali não.
Me arrepiei mais umas 3x durante a música e assim que finalizamos, ao ouvir os gritos e aplausos, sorri envergonhada e me curvei mais atrapalhada do que antes, agradecendo.
Putz. Sabe, eu não tinha dúvidas de que era aquilo que eu queria para ocupar meus dias.
Me curvei também ao senhor, agradecendo a oportunidade e ele também inclinou a cabeça, em um sorriso que fez as rugas nos cantos de seus olhos aparecerem.
Ainda agradecendo as pessoas pelos comentários positivos dei uma pequena corrida até o local em que estava, minutos antes de cantar. Local de onde Jimin me olhava com um sorriso bonito e bochechas fofas e olhos quase fechadinhos.
— Eu odeio Administração! — falei meio esbaforida, parando em sua frente. Ele riu, provavelmente sem entender nada.
— E ama música, pelo jeito — comentou, e eu assenti, ainda sorrindo feito doida.
Sim. Ele tinha mesmo razão.
— Eu não sabia sentir tanta falta assim de cantar em um lugar que não fosse no chuveiro — sussurrei comigo mesma, pensando alto. — Jimin... — o chamei. Ele me olhou, esperando que eu continuasse.
— Sora... — ele sorriu, pela milésima vez naquele dia.
— Obrigada por me lembrar do quanto eu amo fazer isso.
♪
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