Onde Shisui fica de olhos bem abertos, porque aqui ele não os perdeu
MINATO FEZ UM BOM TRABALHO EM IGNORAR O AR DESCONFORTÁVEL AO SE SENTIR OBSERVADO POR TOBIRAMA SENJU. Seria mais fácil se Toka Senju não estivesse sendo bem óbvia em tentar fazer os dois conversarem. Ele não tinha certeza se o quanto disso era ela tentando ajudar a situação estranha entre os dois, ou apenas se divertir às custas do primo.
Tsunade trocou um olhar com Mikoto Uchiha e rolou os olhos em direção aos dois - que estavam ambos ignorando o problema até ele sumir - murmurando algo sobre 'o fruto não cai longe da árvore'.
Em defesa de Minato, descobrir que se tem um filho e sobre um pai no mesmo dia não era muito fácil de assimilar, ainda mais considerando que a situação de seu filho estava longe de se resolver. Danzou Shimura havia silenciado após o ataque, a ordem de captura havia desaparecido. Todos eles sabiam que isso não era um bom sinal.
Isso era o silêncio antes da tempestade.
O clã Uzumaki-Senju-Uchiha podia ser o mais poderoso de Konoha, mas Danzou comandava o submundo há muito tempo e se ele também tinha envolvimento com o sobrenatural, o perigo era real.
Ele estava movendo as peças e sabia mais do que eles sobre o que estava acontecendo.
O que levava a necessidade disso.
Minato abraçou Naruto contra seu peito, sentindo o corpo pequeno tenso em seus braços na cama da enfermaria.
Mito-Sama sorriu de forma asseguradora na sua frente, mas Minato não se sentiu mais tranquilo por isso. Ainda mais ao ver os símbolos escuros, que até então nunca tinha visto, surgirem no peito de Naruto. No exato lugar do seu coração.
— Isso não estava aí dias atrás.
Minato saberia. Ele havia ajudado Naruto a se trocar mais de uma vez nos últimos dias.
— Foi como imaginei. — A senhora falou, uma expressão mais tensa no rosto. — Eu o vi logo quando vocês chegaram e Tsuna o examinou, mas as cores parecem mais fortes agora do que antes. Era quase uma marca de nascença.
— Não parece uma marca de nascença. — Minato se felicitou quando sua voz saiu calma. — Naruto? Bambi, olhe para mim.
Olhos azuis grandes o fitaram e Minato viu o pavor e confusão por trás deles.
Minato tentou sorrir, o assegurar, mas não sabia se estava tendo muito sucesso.
— Pode dizer quando isso apareceu? Tudo bem se não lembrar, mas pode tentar?
O garotinho negou, a testa franzida. Minato o sentiu tremer sob os dedos gelados em seu peito enquanto a senhora olhava o desenho, colocando um papel para copiá-lo com rapidez e maestria invejável.
— É um selo. — A garota, Karin, murmurou por cima do ombro de Mito-sama, a expressão surpresa. — E essas linhas... Isso é horrível.
Naruto gemeu ao ouvir isso, parecendo ainda mais apavorado. A garota entrou em pânico ao ver os olhos azuis cheios de lágrimas: — Quero dizer, não que seja algo ruim, não sabemos se é, pode ser, mas...
— Karin. — Toka Senju a cortou, a expressão exasperada. — Está piorando a situação.
— Desculpe.
— Se isso é um selo, qual o propósito dele? — Tobirama perguntou, direto ao ponto. — Por que está aparecendo só agora?
A senhora não respondeu de imediato, fechando a camisa de Naruto e cutucando sua barriga, o fazendo rir e se encolher. Minato a olhou com gratidão por isso.
Ela se ergueu da cadeira, levando o papel até a mesa do consultório. Tsunade ergueu os braços em direção a Naruto. Minato o apertou mais perto e ela lhe deu um cascudo de leve em resposta.
— Só vou o examinar, pai idiota. Ele não me deixou fazer direito logo quando chegou.
Naruto, o pequeno traidor, olhou para Minato que esfregava a cabeça e ergueu os braços para a mulher de imediato. Parece que seu filho tinha um melhor instinto de autopreservação em não ir contra a médica do que ele.
Tsunade levou Naruto para a outra cama, em direção a balança e fechou a cortina. Mikoto a seguiu sem hesitar muito. Ela parecia bem apegada a Naruto e Minato não sabia o que pensar sobre isso.
Seus pensamentos foram para cabelos vermelhos e balançou a cabeça, sentindo uma dor fantasma em seu peito ao pensar na mãe de Naruto. A mulher da qual nem lembrava, mas que o fazia se sentir tão... nostálgico? Esperançoso? Saudoso. Ele apenas sabia, que lembrando ou não, ele queria ver a mulher que havia criado Naruto, que havia lhe dado a oportunidade de o conhecer. Ela havia lhe presenteado com algo grande e precioso demais para não ficar ansioso em vê-la e aliviado ao saber que estava viva.
Minato olhou a cortina fechada, cruzando os braços agora vazios.
Parece que o exame era um desculpa para eles conversarem longe de pequenos ouvidos. Apesar de com a audição boa da sua cria, era difícil de saber o quanto isso iria funcionar.
Todos olharam Mito-Sama, sentada diante da mesa, analisando o papel com uma lente de aumento no rosto.
— Eu não tenho certeza sobre para que ele serve, nunca vi algo assim. É quase rudimentar.
A expectativa de todos caiu ao ouvir isso.
— Porém. — A senhora falou devagar. — Eu tenho uma teoria. Karin?
A garota se colocou ao lado da senhora, olhando o papel. Minato ficou um pouco surpreso ao ver isso. Mito-sama parecia bem confiante nas habilidades da garota.
— Karin é a sucessora de Mito-san no clã. — Toka o olhava com uma expressão curiosa e muito avaliativa. Quando ela sorriu, o sorriso mostrava dentes demais para não parecer predatório. Minato se perguntou se todas as mulheres daquele clã eram assim. Era estranho que ele não sentia medo disso? — Ela é a melhor em selos do clã Uzumaki em muito tempo, com exceção de uma pessoa. Não é Tobirama?
Tobirama a ignorou e a mulher o olhou de cara feia, mas continuou.
— Kushina, a mulher com quem você rolou e nasceu a mudinha, era um gênio em selos.
Minato sentiu seu rosto esquentar e tossiu, se engasgando em saliva.
Tobirama bateu em suas costas, uma reação automática, por sua expressão desconfortável logo em seguida. A mulher sorriu para os dois.
Tobirama tirou a mão das costas de Minato e cruzou os braços.
— Com o incêndio de anos atrás, não resta muitos do clã Uzumaki principal. — Ela continuou, ignorando sua mortificação. — Mas os que existem, são sempre especiais. A mudinha tem bastante deles.
Minato sorriu de forma automática: — Bambi com certeza é alguma coisa.
Tobirama bufou: — Um pequeno criador de caos.
Minato reclamaria, se não tivesse notado o tom afetuoso, pelo menos pelo standard do outro homem, ao dizer isso.
Toka sorriu mais ainda, olhando de um para outro, e só então Minato percebeu que assim, de braços cruzados e com um sorriso no rosto ao falar de Naruto, os dois eram muito semelhantes. Ainda mais quando descruzaram os braços ao mesmo tempo ao perceber isso.
— Tem uma ativação de tempo. — A voz da garota os salvou da mortificação. — Por isso não havia aparecido antes.
— Tempo? E qual o gatilho? — Para quem estava se divertindo às custas deles, Toka Senju conseguia ficar séria bem rápido.
— Se tenho um palpite. — Mito-Sama removeu a lupa. — Pela data em que Kushina descobriu a gravidez e a teoria sobre o nono ano ser o momento em que Shimura precisa para a transferência, eu diria que o aniversário de Naruto.
— Sabemos o dia?
Eles se entreolharam, então para a cortina. Com sorte Naruto saberia a data do seu aniversário. Sendo Danzou, pelo o que eles podiam observar da forma como seu filho foi tratado, tudo era possível. Porém pela urgência com a qual era foi removido de Danzou, ele deveria ao menos saber um dia aproximado.
— Mas qual a função do selo? — Toka perguntou. — O que ele está fazendo com ele?
— Por enquanto não parece está fazendo nada, mas se for de ativação pela data, é uma questão de tempo.
— Mito-Sama, pode removê-lo? — Minato falou com urgência. Havia um selo desconhecido em Naruto. Um selo provavelmente colocado por Danzou. Minato queria esse selo fora de Naruto.
— Sem saber a função dele pode ser arriscado. — Karin falou de forma hesitante. — E pela localização dele...não se sabe o que vai acontecer se o tirar. Pode não acontecer nada, como pode acontecer algo...não muito bom.
— Não muito bom?
A garota trocou um olhar com a senhora, antes de continuar em voz baixa: — Como o coração dele parar.
Minato empalideceu drasticamente. Uma mão se firmou em seu ombro e só então percebeu que havia se erguido de forma abrupta.
Tobirama o fez se sentar novamente, a mão permanecendo no lugar. Minato fechou os olhos, tentando acalmar seu coração.
— O deixar também pode ser perigoso, não sabemos o que pode acontecer. Se ele vai colocar a vida dele em risco, ou colocar quem estiver por perto em risco. — Mito concluiu após um minuto. — Podemos ter um palpite que ele está envolvido com o ritual que Danzou pretendia fazer, com o que ele fez com Naruto em todos esses anos. Com sorte, Kushina sabe o que ele é, e como o remover. Conhecendo ela, eu acredito nisso. E nesse caso, ela vai vir logo.
— Precisamos mais do que sorte. — Minato passou a mão no rosto, seu coração apertado. — Eu não posso confiar em sorte com ele.
— Nós entendemos isso, Minato. — A voz de Toka foi incrivelmente gentil nesse momento, uma mão tocando seu ombro livre. Minato sentiu o peso das duas mãos atrás dele, era estranhamente calmante. — Tenho certeza que Mito-san e Karin vão tentar achar uma solução no meio tempo.
— Com certeza! — Karin rebateu firmemente. — Isso não era nem para ter dúvidas! Vou estudar esse selo até descobrir, Namikaze-san.
— Enquanto isso, é importante ficar de olho nele. — Mito continuou, encarando Minato. — Para a proteção dele, mas também de todos nós.
— Você está falando como se ele fosse...perigoso.
— Oh, mas ele é. — Minato olhou para Tobirama, a expressão incrédula. O homem não se intimidou. — Todos sabemos que ele é perigoso. Desde o primeiro momento em que o vimos. O que quer que Shimura tenha feito, deixou uma marca nele. Por sorte, nessa família, isso não faz diferença.
— Ser perigoso é quase um pré-requisito nesse ponto. — Toka deu uma batidinha em seu ombro, não tão de leve. — Então relaxa, nós cuidamos das nossas mudinhas.
Minato não sabia o que responder a isso.
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Shisui amava sua família, era um fato incontestável.
Ele amava a árvore genealógica confusa, a casa sempre movimentada e o fato de todo mundo ajudar a cuidar das crianças em conjunto. Mesmo quando seu pai morreu, quando ainda era muito criança, Shisui nunca se sentiu desamparado e a memória dele estava em todo lugar.
Tobirama-ojisan havia colocado o primeiro livro na sua mão, Mikoto-Obasan o ensinado a primeira kata e Itachi sempre foi sua pessoa favorita.
Shisui amava ter crescido com todos seus primos, de sangue ou não, sob o olhar atencioso de tantos adultos diferentes. Havia um senso de proteção incrível em saber que Shisui sempre teria com quem contar, que eles sempre cuidavam um dos outros, não importando as brigas internas, que não eram poucas.
Shisui amava sua família.
E por isso ele se encontrava estranhamente ansioso com o clima na casa nos últimos dias. Havia um sentimento de antecipação, que algo grande estava para acontecer, e que não seria agradável. Ele via isso nos olhares ansiosos dos adultos, nas reuniões super secretas, na forma como Tobirama-ojisan olhava para eles. Shisui sempre podia olhar para ele para testar a seriedade de qualquer situação, porque Tobirama-ojisan nunca mentia, mesmo para poupar os sentimentos das pessoas, mas mais que tudo, para quem fingia que não, ele era quem mais se preocupava com os mais novos do clã.
Se Tobirama-ojisan estava preocupado, Shisui tinha que se preparar.
Ele não sabia se os outros haviam reparado. Itachi provavelmente sim, ele sempre absorvia o clima do lugar facilmente. Os mais novos brincavam ao redor do pátio, absorvendo a atenção de tantas caras novas. Exceto por Naruto, que tenso, se mantinha perto de Namikaze ou Tobirama-ojisan a todo momento, mantendo Kakashi em vista no momento em que ele entrou com Obito no pátio. Shisui se perguntava o quanto disso era apenas pela familiaridade ou se instintivamente ele sabia que eles eram os que tinham mais chances de o proteger.
Shisui o viu se aproximar de Toka, que se agachou para conversar com ele, o pegando nos braços segundos depois. Ele parecia relaxado com ela, mais do que com Itama ou Izuna. Kawarama não contava, todas as crianças amavam ele. Shisui sabia que Toka e Tobirama-ojisan eram possivelmente os adultos mais capazes presentes naquele momento.
Naruto parecia saber disso também.
E isso era outra coisa: Izuna não era tanto uma novidade, ele visitava com frequência. Madara-ojisama era superprotetor com o único irmão que tinha e Izuna nunca passava muito tempo sem vir trocar farpas com Tobirama-ojisan. Toka, Itama e Kawarama já eram outra coisa. Eles raramente visitavam, preferindo viver a vida deles longe de Konoha e todas as más lembranças que a cidade carregava para eles. Os três estarem ali era sinal que algo grande estava acontecendo.
Shisui só tinha 16 anos, ainda assim ele era o mais velho da sua geração. Itachi vinha logo atrás, mas seu primo nunca havia demonstrado muito entusiasmo nos negócios da família, em lutar ou nada disso, mesmo que ele fosse o mais talentoso entre eles. Itachi queria uma vida tranquila. Então, Shisui era mais experimente, Shisui era o protetor dos seus primos.
Shisui precisava saber o que estava acontecendo.
— O que acha que está acontecendo?
Itachi se colocou mais perto, buscando conforto de forma involuntária com toda a tensão no ar. Apesar de estarem sorrindo e conversando, era muito claro que todos estavam preocupados.
— Envolve Namikaze. — Itachi murmurou. — Eles se reuniram essa manhã de novo.
Shisui observou o homem loiro, que mantinha os olhos em Toka, mesmo enquanto conversava com Hatake. Aquele homem era perigoso, Shisui sabia. Assim como Itachi, ele era um gênio. Diferente de Itachi, ele se ergueu do nada. Sem nome, sem dinheiro, sem uma família por trás dele como apoio. E ainda assim ele chegou ao topo. O nome dele fazia pessoas desistirem de negócios, ninguém queria o irritar.
E ainda assim, alguém havia o atacado. Alguém muito desesperado e com conexões o bastante para fazer pessoas seguirem essa ordem. Uma combinação não muito boa.
Era a primeira vez, desde que lembrava, que seu clã havia se envolvido em um conflito tão diretamente.
Shisui virou o rosto levemente, olhando os adultos reunidos. Notando os olhares deles.
— Não. — Shisui murmurou suavemente. — Não é sobre o Namikaze.
Itachi o olhou de lado, uma sobrancelha erguida.
Shisui virou os olhos de volta na direção do pátio.
Itachi piscou lentamente. — É o garotinho?
Shisui assentiu: — Todos eles ao redor dele. Tobirama-ojisan e Toka, Karin, sua mãe.
— Os dois Senju mais fortes, Uzumaki, especialista em selos.
Itachi murmurou e Shisui percebeu o entedimento imediato dele.
— Sua mãe é a melhor Uchiha no momento e com uma especialidade bem específica. Namikaze e Hatake tem uma conexão com ele. Não parece apenas por proteção. Não com esse nível de cautela. Namikaze sabe disso, por isso ele está tão tenso. Vê?
— Por que eles estariam tão cautelosos sobre ele?
— Eu não sei. — Shisui admitiu. Tobirama-ojisan olhou em direção a eles, a expressão com significado. — Mas logo vamos descobrir.
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Tobirama estava esperando Izuna quando ele entrou na garagem do distrito.
Ele havia recebido uma ligação da delegacia, ter faltado os últimos dias havia jogado o lugar em um caos. Ele sempre perdia a noção do tempo quando visitava o clã.
A situação dessa vez era mais delicada e se pegou realmente hesitante em se afastar. A tensão no ar, a ansiedade de todos o deixou em alerta. O pouco que sabia da situação o deixava certo de que algo grande estava vindo, ainda mais se envolvia Danzou Shimura.
O clã e a máfia haviam se mantido afastados e sem envolvimento por anos, em cautela mútua.
Exceto que agora ele descobria que não era a primeira vez que Shimura se metia com sua família. O sumiço de Kushina, o filho dela, o incêndio nos Uzumaki anos atrás, uma ordem que havia interceptado e que havia trazido Kawarama e Itama para o distrito por segurança.
Danzou não seria tão idiota de atacar eles de novo, seria? Seria uma guerra que não poderia vencer e outros clãs iriam se envolver. E ainda assim, seu irmão parecia ansioso sobre isso, mais do que havia o visto em muito tempo.
Madara não queria que saísse do distrito enquanto não resolvesse aquela bagunça, mas Izuna tinha um trabalho a fazer e seu irmão por vezes esquecia que não era mais uma criança.
Izuna não podia deixar Konoha em caos, mesmo por sua segurança.
Passou por Tobirama, tentando o ignorar, mas ele segurou seu braço antes que abrisse a porta do carro.
— Falou com Madara?
O tom o fez pausar, mais do que o nome. Tobirama raramente chamava seu irmão pelo nome, sem um insulto. Ele nunca havia perdoado Madara por 'corromper seu amado Anija'.
Izuna às vezes se questionava como havia passado tantos anos da sua adolescência correndo atrás desse Senju. Ele se consolava que havia sido o encanto por um cara mais velho que havia salvo sua vida quando criança, porque bastou perder o encanto de herói e o conhecer de verdade para perceber que Tobirama não passava de um gato ranzinza com um complexo de irmão, um nerd que amava mais pesquisas do que pessoas.
Izuna tinha gostos duvidosos. Devia ser de família.
— Izuna.
Ergueu uma sobrancelha em questionamento. O chamar de Izuna sem um insulto, fora da cama, também era uma novidade.
— Falei. Pode devolver meu braço?
Ele o ignorou: — Então sabe que é idiotice sair do distrito nesse momento.
— Eu tenho trabalho.
Izuna libertou seu braço, mas quando tentou abrir a porta a mão dele o impediu, fechando-a e quase pegando seus dedos. Izuna enfiou o cotovelo na barriga dele em retaliação, mas ao tentar se virar, o outro braço impediu seu movimento, o prendendo contra o carro.
Olhou para o rosto do outro, o fitando de cima, tentando passar toda a irritação que sentia no momento. Ele tinha quase certeza que conseguiria sair fácil dali, mas estava curioso.
Tobirama nunca havia agido assim antes. Izuna não sabia o que pensar sobre a quebra da rotina.
— Eu não tenho tempo para isso, Senju. Tenho uma delegacia me esperando.
— Não seja idiota. Fique no distrito.
A chave do seu carro sumiu da sua mão e fugiu do seu alcance.
— O que foi, Senju? — Izuna o olhou de cara feia, ignorando seu coração acelerando com a proximidade. — Vou pensar que está preocupado comigo.
— Eu estou.
Isso era inesperado.
E o deixou mudo. A admissão fácil. Izuna abriu a boca, então a fechou.
Maldito Senju o surpreendendo assim. Não era justo.
— Agora está me assustando.
— Bom. — Tobirama tirou uma das mão do carro e tocou seu rosto, levantando seu queixo. — Isso quer dizer que existe algum senso de autopreservação nessa sua cabeça.
Izuna fechou a cara.
— Olhe para mim. — Ergueu os olhos de forma involuntária. Tobirama tinha uma expressão estranha no rosto. — Shimura está caçando nosso clã. Fora daqui, você vai estar sozinho.
Izuna engoliu, sentindo a mão em seu rosto. Era terno. Diferente do usual. Não sabia o que pensar sobre isso. Tobirama deveria realmente estar preocupado.
— Eu sei me virar.
Os dois sabiam disso. Izuna era bom no que fazia.
Os dois se encararam por um longo tempo. Tobirama o soltou devagar, parecendo frustrado. Ele sabia que não conseguiria prender Izuna. Izuna sabia que Tobirama não se ofereceria para ir com ele também, não com as crianças ali. A única constante daquele homem era se sentir responsável por elas.
[Era uma das qualidades dele, uma das coisas que amava nele, mas nunca admitiria isso.]
— Minhas chaves.
Por um momento achou que ele não iria entregar, mas ele as soltou em sua mão estendida.
Izuna hesitou por um segundo antes de puxar Tobirama para baixo pela camisa e o beijar.
Algo havia mudado. Ele não sabia o quê, mas havia.
Tobirama encostou a testa na sua e isso foi mais íntimo que o beijo ou qualquer coisa que haviam feito.
— Apenas...Não faça nada idiota, Uchiha.
— Digo o mesmo.
Izuna se afastou devagar, sem o olhar nos olhos. Tobirama o deixou ir.
Entrou no carro, ignorando o tremor em suas mãos, seu coração acelerado.
Quando olhou para os portões do distrito pelo retrovisor, ele apenas esperou que aquela não fosse a última vez que passaria por eles.
Madara protegeria o clã, a família deles, por dentro.
Era dever de Izuna os proteger por fora
Notas finais
Bem. As coisas vão ficar bem intensas daqui para frente. Estamos na reta final.
Vou sumir por uns tempos, tenho que resolver umas coisas da minha vida. Peço paciência, serão recompensados. Mas se chegaram até aqui sei que paciência é o que não falta a vocês.
Beijos na bunda e até.
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