Aquela onde todo mundo comenta sobre tequila com Tobirama
CONSIDERANDO O QUANTO ESTAVA INFELIZMENTE FAMILIAR COM A DINÂMICA DAFAMÍLIA UCHIHA-UZUMAKI-SENJU, Kakashi não se surpreendeu quando Obito bateu na sua porta em algum momento da noite, travesseiro na mão e parecendo traumatizado.
— Tio Tobirama e tio Izuna estão no meu quarto.
Kakashi fez um som de entendimento. Mais cedo havia se perguntado quem era a vítima da vez. Mesmo como visita ocasional, já havia percebido um padrão ocorrendo.
Felizmente, até então, havia escapado do trauma.
— Vou dormir com vocês.
Obito anunciou, já entrando no quarto e puxando um futon para perto do seu. Revirou os olhos com isso. Tinha certeza que havia vários quartos vazios ou espaço para futons com os primos dele, mas resolveu não comentar nada. Nunca adiantava quando se tratava de Obito.
Pelo menos ele manteve o tom de voz baixo, vendo Minato dormindo em um futon perto, Naruto esparramado no peito dele. Mesmo com o cabelo do menino ainda pintado de preto, a posição dos dois durante o sono era tão similar que era ridículo pensar em como ele podia ter pensando que Naruto podia ser filho de qualquer outra pessoa.
Gênios estúpidos.
Uma mão de Minato estava segura nas costas do filho de forma protetora. Naruto era tão pequeno para idade que ela esparramava e cobria as costas dele totalmente. Kakashi não gostava de pensar nisso, ou nas costelas proeminentes nele quando o levantava. O desgraçado nem mesmo havia o alimentado, isso explicava a razão de o ver escondendo comida nos bolsos, algo que só alguém que havia passado fome poderia entender. Provavelmente o privar de comida era alguma punição frequente.
Isso, unido aos anos de cativeiro e treinos pesados em um corpo já mal nutrido haviam refletido na baixa estatura. Por sorte ele ainda era criança, poderiam tentar reverter isso, mas a situação em si o deixava furioso.
Sentiu um puxão em sua perna e suspirou, tentando ignorar a outra mão de Minato agarrada ali, como um lobo protegendo os filhotes. Ele entendia o medo de Minato de ter os dois fora de sua vista depois do que aconteceu, mas aquilo era ridículo. Viu um olho azul abrir quando Obito entrou, alerta, para então fechar de novo.
Idiota paranóico. Pensou, com certa ternura que negaria até o fim.
— Awn, seu to-chan é tão protetor, Bakashi.
Kakashi pensou em negar a parte de pai, mas sabia que era uma causa perdida. Já bastava ter aguentando Shisui comentando sobre Kakashi ter que chamar Tobirama Senju de ojichan. Shisui estava se tornando uma peste maior do que Obito na idade dele.
Outra prova do quanto andava naquela casa, no meio daquela gente maluca.
— Vai dormir, Obito. Por que está grudando o futon no meu?
O outro deu uma risada sussurrada, resistindo quando tentou empurrar o futon com o pé livre.
— Não tem espaço.
— Isso é uma grande mentira, seu mentiroso.
Mesmo na penumbra podia ver o bico idiota do outro enquanto os dois lutavam para empurrar e puxar o futon.
— Não seja assim, Bakashi. Senti sua falta.
Kakashi congelou e soltou um som abafado e frustrado. Por que ele tinha que ser amigo do Uchiha com defeito de fábrica?
Kakashi desistiu de mais uma causa perdida, virando de costas para o outro. Ouviu um suspiro satisfeito e um bocejo, tentando ignorar o Uchiha invadindo seu espaço. Ficava difícil quando percebia o quanto o outro estava feliz em ter ele por ali, apesar das circunstâncias.
Minato estava de olhos abertos, uma sobrancelha erguida. Kakashi tentou fingir normalidade.
Ele quase conseguiu, até um braço de Obito se agarrar na sua camisa por trás, uma perna por cima da sua.
O sorriso de Minato aumentou e Kakashi apenas sabia que ouviria sobre isso depois. Outro par de olhos azuis se abriu e claro que Naruto estava acordado aquele tempo todo também. Olhos azuis gigantes olharam de Kakashi para Obito, piscando de forma curiosa.
Com certeza catalogando a situação para comentar depois no momento mais constrangedor possível para Kakashi, a criatura de caos que ele era.
Obito jogou um braço em cima dele e Kakashi grunhiu. Ele apenas sabia que acordaria sem coberta, com um pé na sua cara ou alguém dormindo em cima dele na manhã seguinte.
Uchihas eram terrivelmente espaçosos.
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Tobirama sabia que iria acordar sem cobertas e quase fora da cama. A certeza disso trazia uma familiaridade que provava que devia parar de beber tequila com Izuna por perto, se já conhecia o terrível padrão Uchiha de acordar.
A surpresa dessa vez era alguém estar cutucando sua bochecha.
Abriu um olho irritado, sua cabeça explodindo pela ressaca e a noite mal-dormida, apenas para dar de cara com olhos familiares demais e cabelos bicolores.
Por um momento seu cérebro entrou em pane, tentando entender a situação.
Ele podia sentir uma mão fria abraçada em seu peito por trás, cabelos longos escorrendo por cima do seu ombro e uma perna bem firmada em cima da sua, o prendendo no lugar. Para alguém que se dizia tão distinto, o Uchiha com certeza gostava de parecer um coala.
O que ele não entendia era seu irmão mais novo estar ajoelhado ao lado da cama, perto da sua cara, o cutucando na bochecha mesmo quando claramente já tinha acordado.
— Que diabos, Itama.
Sibilou o mais dignamente possível, mas não devia mostrar muita intimidação na sua posição. Seu irmão continuava sorrindo serenamente em sua direção, parecendo feliz demais para a situação e horário.
— Ohayo, Tobi-nii. Tomou tequila ontem?
Tobirama estava perdendo respeito na sua família.
Tentou se erguer, mas sentiu outra perna se agarrar na sua, o imobilizando. O Uchiha murmurou algo nas suas costas, um nariz gelado roçando na sua escápula.
Itama deu uma risada abafada, o maldito. Tobirama lembrava de uma época em que seus dois irmãos mais novos o respeitavam mais do que qualquer um.
O quão ele havia caído?
— Ohayo, Izuna!
Um grunhido e um travesseiro voou na cara do seu irmão como resposta, o derrubando no chão. Quase ficou impressionado com a precisão, considerando que o Uchiha nem parecia de todo acordado. Ele só acordava bem após a terceira xícara de café.
Eu não devia saber disso!
Tobirama desistiu de se mover e se contentou com olhar seu irmão de forma venenosa.
Como sempre, com Itama, não funcionou.
— O que faz aqui?
—Hashi-nii chamou a gente para conhecer nosso sobrinho e sobrinho neto.
Claro que Hashirama teria feito isso. Seu irmão mais velho havia se tornado sádico com a convivência com Mito.
Respirou fundo, então pausou.
— Kawarama também?
Não era comum seu irmão mais novo viajar até ali, longas viagens o cansavam facilmente com sua saúde mais frágil.
Itama sorriu gentilmente, esfregando a cara onde havia recebido a pancada.
— E Toka.
— ...warama?
O Uchiha murmurou nas suas costas, parecendo mais desperto de repente. Revirou os olhos com isso. Seu irmão mais novo e o Uchiha, por alguma razão incompreensível, se davam muito bem.
Ele pensava até que Kawarama era o único Senju que Izuna realmente gostava. Considerando que os dois passaram a noite fodendo isso era alguma coisa.
Se Tobirama realmente sentisse algo pelo Uchiha, — o que ele não sentia de forma alguma! — ele poderia até ter algum sentimento de ciúmes com toda a proximidade, caso não fosse um fato conhecido o quanto Kawarama era o favorito de todo mundo.
— Kawarama está aqui?
Finalmente se viu livre da trepadeira espinhosa agarrada nele. Pela forma como Itama corou e fechou os olhos, o Uchiha continuava com o mesmo senso de pudor de sempre. Ele quase podia admirar a falta de vergonha na cara dele enquanto procurava as roupas pelo chão, ignorando que estava nu andando pelo quarto.
—Se eu não estivesse tão bêbado ontem e realmente lembrasse como vim parar aqui. — O Uchiha comentou casualmente, se fingindo de desentendido como de praxe para aquelas situações. — Eu podia jurar que algum maldito mordeu minha bunda.
Tobirama fez um som baixo, ignorando o gemido de estresse do seu irmão tapando os ouvidos.
— Se eu não estivesse fora de mim ontem, eu poderia lembrar vagamente que alguém não reclamou. Claro, considerando se algo assim tivesse acontecido.
O Uchiha o olhou de forma quase venenosa por cima do ombro.
— Então, Kawarama?
Itama parecia bem desconfortável com o Uchiha falando com ele. Ou talvez fosse o fato do Uchiha ainda estar nú. Quase podia sentir pena dele.
— Ele está comendo com as crianças. Distraindo elas para não virem acordar o Tio Tobirama e perder a inocência.
Não, Tobirama não sentia pena algum do seu irmão.
— Itama, você tem 10 segundos para sair daqui. Um, dois, três. Isso, corra seu merdinha.
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Izuna conheceu Kawarama quando os dois tinham apenas nove anos, em uma noite traumática que nunca esqueceria.
Foi em razão dessa noite traumática que, pelo o que soube depois, Madara havia resolvido ir contra as ordens do pai deles e dar um fim na disputa entre Senjus e Uchihas a todo custo. Ajudava que na época ele havia começado a se envolver com Mito e Hashirama, mas apenas depois dessa noite o trato entre os três havia se solidificado.
Um anos antes eles haviam perdido Hiyato, apenas um ano mais velho que Izuna, como efeito colateral do conflito. Anos antes eles haviam perdido seu irmão mais novo, Riku, no mesmo incidente que havia levado a mãe dele, Hikari. Os Senju também não havia escapado sem injúria, com a matriarca Senju sendo mais um vítima. Anos depois apenas Izuna soube que ela estava grávida quando foi atingida por uma explosão provocada por seu clã.
Naquela época os nervos estavam inflamados, em carne viva. O ódio e o desejo de vingança só aumentava, causando mais mortes em um ciclo que parecia nunca acabar. Izuna havia crescido em meio a isso, ele havia aprendido a odiar Senjus no berço ainda.
Quando Butsuma Senju ordenou que o herdeiro mais novo dos Uchiha fosse entregue a ele, Izuna se viu na pior situação possível de se estar. Ele lembrava de várias coisas naquela noite: de ouvir discussão alta de onde estava em um porta-malas, da voz exaltada de Hashirama Senju quando descobriu o que estava acontecendo, de choro de criança por perto. Gritos.
Tobirama, ele soube depois, havia se jogado em cima do pai quando ele ameaçou Hashirama, os Uchihas entrando em cena logo em seguida e tudo mergulhou em caos.
Foi quando sentiu o carro se movendo de forma desenfreada novamente, parando abruptamente ao som de um tiro, rodando na pista e sacolejando seu corpo. Quando alguém abriu o porta-malas, esperou tudo menos uma criança o olhando. A cara de Itama Senju, sujo de sangue e soluçando o perseguiu por muito tempo, assim como os gritos de dor do banco do motorista. Itama o jogou para dentro do carro e o mandou se abaixar.
No meio da confusão e troca de tiros, os dois Senju mais novos haviam aproveitando a distração e roubado o carro, o tirando da zona do conflito. Uma bala havia atingido o banco do motorista, onde Karawama e o irmão pilotavam o carro.
Em um entendimento entre crianças em uma situação perigosa, por longos e dolorosos minutos os três haviam ficado ali, tentando parar o sangramento, ouvindo os tiros ao longe e esperando alguém vir e começar a atirar no carro de novo. Kawarama, uma criança Senju, que havia tomado um tiro tentando ajudar Izuna, havia agarrado sua mão enquanto sangrava no banco do carro. Ele sobreviveria aquela noite, mas não andaria nunca mais.
Quando Tobirama apareceu tirando os três de lá, sem mesmo hesitar ao ver Izuna com eles, mas sim o ajudando a se acalmar, foi quando começou a entender que havia muita coisa sobre o que seu pai lhe contava que talvez não fosse verdade.
No fim daquela noite, Butsuma Senju estaria morto e Hashirama era o herdeiro. As coisas a partir daí, com seu irmão agindo pelas costas do seu pai, começaram a se controlar. Kawarama havia lhe contado anos depois, enquanto tomavam um chá em uma das suas visitas, em como ninguém sabia ao certo de onde havia saído o tiro que havia matado Butsuma. Nenhum dos filhos dele também parecia muito triste com a morte dele, aparentemente Tobirama havia sido o responsável por criar os irmãos mais novos enquanto Hashirama desviada a atenção do pai deles. Isso explicava o quanto o Tobirama era bom com crianças, e o quanto Itama e Kawarama respeitavam Tobirama mais ainda do que Hashirama, ele era mais pai dos dois do que o pai de verdade havia sido.
Aquela noite havia sido o começo do fim do conflito, mas também o começo da sua única real amizade entre os Senju. Ajudava que Kawarama era o único entre aquele bando que sabia manter uma conversa civilizada. Tobirama Senju era nerd demais para se aguentar por muito tempo sem perder a paciência quando entrava em uma tirada sobre alguma pesquisa qualquer, Itama era alegre demais, Hashirama era estúpido e irritante, Toka Senju era uma selvagem. Kawarama era o único que se salvava daquela geração.
— Vejo que tomou tequila ontem.
Pelo menos boa parte do tempo.
Pausou momentaneamente ao ver a criança cochilando nas pernas de Kawarama, a cadeira dele na sombra do pátio. Podia ver o filho perdido do Senju os observando de longe, um olho na criança que dormia, mesmo enquanto conversava com os outros pirralhos pendurados nele.
Hn. Talvez seja genético.
— Kawarama.
Falou com um tom casual, resolvendo ignorar a tirada anterior.
— É bom te ver, Izuna.
Da última vez que haviam se visto, Izuna havia tentado o convencer a voltar a morar em Konoha, na casa de Izuna se queria fugir do caos da família. Kawarama havia recusado, satisfeito em morar com Itama e perto de Toka.
O excesso de preocupação sempre o incomodava, mas Izuna ainda havia se sentido ofendido por uns dias por ele preferir morar com alguém que acordava às 5 da manhãs cantado.
Parou ao lado dele, se recostando na murada de madeira. Olhou com curiosidade quando a criança abriu os olhos ao se aproximar deles, o fitando sem piscar. Izuna o encarou de volta fixamente. Agora que sabia, podia ver o zigoma dos Senju ali, assim como a curva da mandíbula dele. Era difícil perceber mais do que isso, com os sinais de quase inanição que podia observar. Os olhos eram perceptivos demais para alguém da idade dele também, a tensão visível nos ombros pequenos, relaxando minimamente apenas quando Kawarama passava a mão nos cabelos dele.
Olhou para o Senju que assentiu a cabeça à sua pergunta muda. Ele também havia observado os sinais.
Ter uma criança Senju naquele estado, diante do poder da família dele, não devia ser um sinal fácil de se engolir. Qualquer criança na verdade, mas o fato de ele ter que passar por isso, diante do nariz deles sem que ninguém soubesse, era um golpe duro. Ainda mais vendo a diferença entre eles e as outras crianças passos a frente.
Aquela aliança, entre Senjus e Uchihas e Uzumakis, havia sido criada para que nenhuma criança mais sofresse como eles haviam sofrido. Que nenhuma criança fosse mais um efeito colateral no jogo de adultos idiotas atrás de poder ou vingança. E ainda assim isso havia acontecido debaixo do nariz deles. Izuna não sabia de todos os detalhes, mas sabia o suficiente.
— Naruto estava me contando sobre a oka-san dele e como o cabelo dele na verdade é loiro, mas que não posso contar a ninguém.
Izuna segurou um tremelique no lábio ao ouvir a voz indignada na criança com a quebra do sigilo.
— Ah, Naruto, Izuna vai guardar seu segredo. Ele é bom nisso.
Os olhos azuis desconfiados o fitaram, medindo a verdade nas palavras do 'ojisan' dele.
— Você está cheirando ao Tobi-jiji. Por que é isso?
Izuna ignorou a risada de Kawarama e seu rosto esquentando, olhando a criança nos olhos com a expressão calma.
Tobi-jiji?
Ah, iria provocar o maldito Senju com isso, sem dúvidas.
— Izuna e seu ojichan são amigos, Naruto.
— Não somos amigos.
A criança o olhou confuso, mas não se aprofundou no assunto. Melhor não saber que Izuna estava fodendo o avô dele, Izuna acreditava que ninguém ficaria feliz se falasse isso.
—'kay. Posso mexer no seu cabelo, ojisan? Ele é grande, como o da oka-chan.
Izuna foi pego desprevenido pela mudança abrupta de assunto, mas não devia esperar menos de alguém da linha do Senju, que podia mudar de tangente rapidamente. Kawarama segurou uma risada, comentando o quanto o cabelo de Izuna era mesmo bonito. Sentiu seu rosto ainda mais vermelho e abriu a boca para negar o pedido, mas sentiu todos no pátio, que pareciam tão ocupados, mas claramente estavam ouvindo a conversa, o olhando em aviso.
Era um pouco impressionante como assim como o pai, o filho do Senju achava que podia ser intimidador enquanto tinha duas crianças penduradas no ombro dele, uma delas comendo seu cabelo.
— Se fizer um nó no meu cabelo eu te penduro pelos pés, pirralho.
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Toka estava esperando Tobirama quando finalmente deu as caras. Com batom vermelho e uma roupa social bem alinhada, ela bem parecia decente e não a selvagem que conhecia.
Olhando assim nem se desconfiava que era o terror do submundo de Ame.
— Bebeu tequila de novo?
Tobirama às vezes odiava aquela família.
Grunhiu em resposta, levantando a gola da camisa e escondendo a marca evidente ali. Suas costas estavam ardendo ainda. Se não soubesse bem iria pensar que havia sido atacado por um tigre.
Maldito Izuna.
— Como está Ame?
A prima se colocou do seu lado em um passo já familiar. Sendo da mesma idade, os dois sempre haviam sido próximos. Ajudava que era a única da família que conseguia seguir seu raciocínio boa parte do tempo.
— A bagunça de sempre. Fiquei quase aliviada por Hashirama ter chamado.
Tobirama fechou a cara com isso.
— Anija não devia ter incomodado vocês para isso. Como está Kawarama?
— Conhecer seu filho e seu neto é algo importante. Dois galhos novos da nossa árvore. Duas novas mudinhas de Senju. — Toka deu um sorriso terrivelmente sádico ao dizer isso. Tobirama tentou chutá-la, mas ela segurou o golpe. Os dois continuaram no corredor. — E não foi só por isso que ele chamou a gente. E Kawarama está bem, não foi uma viagem longa. Itama disse que os dois estavam perto de decidir em voltar para Konoha de qualquer forma, tente não espantar ele ficando em cima. Ele sabe se virar.
Tobirama não ficava feliz com isso, mas sabia que era verdade. Kawarama odiava se sentir um inválido e Tobirama podia exagerar um pouco quando se tratava do irmão mais novo.
— O que quer dizer como não ter sido o único motivo? — Toka o olhou com uma sobrancelha erguida. — Danzou.
Ela assentiu.
— Ele enviou alguém para Ame, sem dúvidas para usar um de nós contra o clã. Hashirama me contou sobre a situação com seu neto. As coisas são bem mais complicadas do que se pensou a princípio. Danzou é muito mais perigoso do que se imaginava.
Isso não era nada bom. Hashirama trazer todo para Konoha só podia significar uma coisa: ele estava esperando uma guerra. A hora de ficar neutro havia acabado de vez.
— Há algo a mais com a criança também.
Tobirama havia percebido isso. Então seu irmão claramente teria também.
— Mito me explicou que Danzou devia estar preparando ele há anos para se tornar um receptáculo. Desde o parto.
— Algum selo?
— Provavelmente. E sem saber qual é difícil prever o que vai acontecer. E ainda teve o forte condicionamento, que por alguma razão parece ter falhado. Conhecendo Danzou, qualquer outra criança que não um Uzumaki seria só uma casca vazia recebendo ordens agora. A conexão entre o kitsune de Kushina e o filho dela ajudaram. Os dois foram isolados um do outro quase todo o tempo, mas a conexão permitia que se mantivessem em contato. A kitsune mantinha um link entre os dois.
Tobirama fechou os punhos com força.
Uma criança Senju, seu neto, havia passado por tudo isso.
Toka tocou seu ombro e relaxou minimamente. Ajudava que ela parecia tão furiosa quanto ele.
— Ele é uma criança adorável, mesmo com tudo que aconteceu. Tão esquisito quanto você era também.
Tobirama sentiu seu lábio se curvar, lembrando das duas horas em que passou ouvindo Naruto debater sobre espécies de sapos.
— E seu filho, hein? Sua mudinha. — Toka adicionou com um sorriso satisfeito e grunhiu desconfortável. — Um dos assassinos mais procurados em Iwa. As pessoas são avisadas para fugir quando veem o Namizake em um trabalho. Você não faz as coisas pela metade, Tobirama.
— Calada.
A maldita apenas riu.
— Parabéns, Tobirama. É um garoto!
Tentou chutá-la novamente, mas ela desviou. Conseguiu acertar uma joelhada, mas ela se jogou no chão, o levando junto, os dois rolando e parando na entrada do pátio, chamando a atenção de todos.
Piscou, levemente aturdido, ao ver Izuna sentado em uma cadeira com uma expressão de sofrimento nenhum pouco Uchiha, enquanto um bando de crianças enfeitavam seu cabelo com flores.
Kawarama parecia terrivelmente satisfeito.
Izuna encontrou seus olhos, o rosto vermelho. Assim ele parecia quase adorável e não a peste que conhecia.
— Nenhuma. Palavra. Senju.
Toka enfiou o cotovelo em sua barriga aproveitando sua distração e se ergueu, ajeitando o cabelo, parecendo digna demais para quem estava rolando no chão segundos antes.
Nenhum respeito naquela família, realmente.
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Notas finais
Yo! Novos personagens aparecendo, as coisas vão começar a esquentar.
Então, Kawarama, Itama e Toka são personagens do canon de Naruto. Kawarama e Itama morreram ainda crianças no conflito entre Senju e Uchihas. Toka era um dos membros do clã também. Madara perdeu também três irmãos mais novos no conflito, ainda crianças, resolvi referenciar isso aqui também.
Os senjus usam mokotun, o clã é ligado a árvores, logo crianças são as mudinhas :) Eu amo a Toka.
Butsuma, ameaçando matar uma criança de nove anos por vingança, irmãos Senju: Not on my watch!
Só um breve resumo sobre a idade dos personagens: Tobirama tem 54 anos, a mesma idade da Toka. Madara, Mito e Hashirama tem entre 60-70 anos entre eles. Izuna é 18 anos mais novo que Madara e 12 anos mais novo que Tobirama, ele tem 42 anos no momento, mesma idade do Kawarama. Itama tem 43 anos.
Minato (e Kushina) tem 32 anos, Tobirama tinha 22 anos quando foi pai.
Naruto vai fazer nove anos, logo Minato foi pai aos 23 anos.
Os pirralhos: Sasuke, Neji, Hinata e Sakura todos tem entre 8 e 9 anos. Hanabi tem 3 anos.
Shisui tem 16 anos e Itachi 15 . Obito e Kakashi tem 20 anos.
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