39. Confiança
O aperto constante em minha mão demonstrava todo nervosismo que minha pequena princesa tentava não demonstrar. Aquela era praticamente a primeira vez dela num evento tão grande e sentia que estava um tanto ansiosa com o que esperar.
Embora quisesse tranquilizar seus nervos precisava inicialmente acalmar minhas próprias percepções, a tal festa para pessoas mais íntimas e funcionários se mostrou bem mais grande do que previa ser. Eu não sabia se queria realmente ser apresentada para seus pais num evento tão grande como este, pessoalmente preferia um lugar mais íntimo não somente por mim mas pela minha filha.
A casa se erguia como um grande monumento à minha frente, toda estrutura por si só causava grande impacto mas as pessoas enchendo o lugar criavam um ar mais sofisticado e instantaneamente ver tantas pessoas me deixava claustrofóbica.
— Mamãe essa é a festa do tio Junkook? — Perguntou puxando minha mão para olha-la. — Essa é a casa dele?
— Não meu amor, essa é a festa dos pais dele assim como a casa.
— Será que vai ter docinhos mamãe?
— Acredito que sim querida, muitos deles. — Digo piscando para si que logo sorri alegre e satisfeita.
— Essa festa não era somente pros íntimos? — Resmunga meu irmão atrás de mim. — Sinceramente é meio estranho a quantidade de pessoas que eles tem intimidade.
— É uma forma de falar, ao menos agora eu sei.
Ele olha pra mim com grande desagrado, embora não tenha sido obrigado a vir o tanto de pessoas realmente não o anima muito. Intimamente não me agrada tanto também, sempre preferi reuniões íntimas mesmo, somente família.
— Não me olhe assim, você também não gosta.
— Mas é quase impossível viver no mundo sem ter contato com as pessoas sabe, a gente precisa delas em algum ponto.
— Odeio gente.
Eu sorrio seguindo para o caminho de pedra que nos leva ao grande salão de festa, poderia apostar que aquilo era uma sala de estar estranhamente grande demais para abrigar somente duas pessoas. Quando Jungkook me contou pensava em simplicidade mas tudo aqui era opulento e sofisticado, talvez espaçoso demais.
Sempre pensava em casas grandes sendo preenchidas por vida, pessoas ou crianças para criar um lar. Não que eu fosse ter muitos filhos, na realidade mesmo tendo dinheiro suficiente para grandes casas, essas nunca me atraíram muito.
Enquanto olho a decoração leve que caminha do branco suave, chegando perto ao translúcido e o dourado forte no entanto sem grandes exageros. É como criar a equação perfeita para o equilíbrio, tornando tudo elegante e leve.
A iluminação reflete perfeitamente em tudo, embora considere um ponto cegante traz uma áurea acolhedora.
— Nari quer docinho, vou acompanhar ela.
Observo minha pequena fascinada com o quão grande parece tudo e sorrio comigo mesma, ela é simplesmente autêntica, talvez seja coisa de criança mas gosto de pensar que Nari precisa demonstrar não menos do que sente ou acredita.
Eu amo a minha pequena princesa.
— Querida? — Chamo-a. — Você pode ir comer com seu tio, tudo bem?
— Sim mamãe. — Ela deposita um beijo em minha bochecha. — Trago uns docinhos escondidos pra senhora, deixa comigo.
Ainda sorrindo, olha-a sumindo no colo de Yoongi em meio as pessoas que preenchem o ambiente. Essa era uma das melhores coisas da minha vida, ver minha filha crescer e formar uma personalidade. Eu estaria com ela até o fim, realmente esperava que o fim se pronlongasse por mim; por nós.
Vagando pelo lugar com uma taça de champanhe na mão vejo alguns empresários que conheci ao longo desses anos e evidentemente o pessoal da empresa Jeon, muitos deles com qual tive contato na competição sobre o contrato de Kang-Dae.
Embora tenha me acostumado bastante com ambientes cheios não me torna mais confortável, sempre evitava reuniões empresárias por isso.
— Distraída com algo? — Uma voz sussurra no meu ouvido.
Eu o observo.
Como na primeira vez, pensando então esse é Jeon Jungkook.
Agora soa muito diferente.
Então esse é o homem que amo.
Absurdamente atraente em seu terno totalmente preto sem gravata mas carregando toda elegância que o universo pode conceber, não era a roupa. Mas ele exalava presença, ficando atraente de moletom com os cabelos bagunçados ou mesmo em seu sono deitado na minha cama enquanto admiro quem ele é.
Ele faz o mesmo comigo, me observando em silêncio e as coisas mudaram bastante porque seus olhos carregam mais do que posso ver. Ainda que saiba exatamente como ele se sente.
Porque sinto o mesmo.
— Amor.
— Estava ao longe, reparando que possivelmente precisa que alguém ajeite as cordas de seu salto, como bom homem que sou vim me oferecer.
— Se oferecer? — Repito.
— Exatamente. — Diz sorrindo quente. — Permita-me.
Eu declararia o momento como a mais pura exibição embora Jungkook não notasse como seu gesto instintivo seria interpretado sobre a vista dos convidados presente, porque mesmo sem olhar ao redor sabia que observavam a cena.
Ele simplesmente ajoelhou a minha frente, pegando as cordas do meu salto para ajeitar cuidadosamente aproveitando para deixar carinhos sobre a pele desnuda. Seria simples se ele não tivesse apoiado-o sobre seu joelho pousando sobre o terno sob medida sem hesitar ou se importar.
O gesto em si parecia pequeno mas não conseguia tirar meus olhos dele, de como o homem mudou algo dentro de mim e talvez eu tenha mudado algo nele para agir impensadamente. Ainda que fôssemos Jungkook e Dyana as pessoas presentes viam mais que duas pessoas, elas enxergavam empresas rivais.
E talvez aquele fosse o grito de trégua.
— Perfeitamente colocado agora. — Disse dando batidas sobre o resquício de poeira preso na calça. — Onde estávamos mesmo?
— Acredito que você planejava me apresentar para seus pais. — Ele acena pronto para se mover mas eu o puxo para voltar. — Uh, as pessoas estão olhando pra nós.
— As pessoas sempre estão olhando.
— Você ajoelhou na minha frente, Jungkook.
— Não seria a primeira vez. — Ele pisca com um sorriso maroto, mas não consigo ignorar a ação. — Pare de pensar demais, seu salto estava soltando eu somente quis ajudar e tirar uma casquinha no processo admito.
— Uh, é uma recepção e tanto.
— Eu sei.
A forma convencida que ele diz é atraente demais, juntando com toda sua despreocupação ao olhos alheios faz parecer ainda mais simples. Como se estivesse sempre fazendo isso por mim.
Esse homem quer me matar.
— Olha, não vamos precisar caminhar. — Dia chamando minha atenção. — Minha mãe está vindo pra cá.
— Jesus que ela não tenha visto o que você fez.
— Querida, ela sabe bem o filho que criou. — Ele oferece seu braço como apoio que prontamente aceito. — Embora eu tenha dado uns leves desvios no meio do caminho.
A mulher que caminho diretamente pra nós, carrega um sorriso radiante enquanto sussurra algo no ouvido do homem ao seu lado que acredito ser o pai de Jungkook. É impressionante a semelhança que eles carregam, como se fossem versões em tempos de espaço diferente.
Quando se aproxima noto as sutis diferenças, como o cabelo de Jungkook carrega um tom mais escuro e como seus sorriso embora parecido conseguem ter um quê de diferença.
Mas o parentesco é inegável.
— Finalmente, Dyana certo? — Ela fala ao se aproximar. — Sou Nabi.
— Min Dyana. — Me curvo em respeito.
— Não precisa de tanta formalidade querida.
— Embora isso faça você ganhar muitos pontos com ela, não que minha esposa vá dizer isso. — Fala o pai de Jungkook ganhando um olhar repreensivo. — Perdoe-me Jeon Siwoo.
— É um prazer, sua casa é muito bonita.
— Acredite é melhor ainda quando temos menos pessoas na sala de estar, espero que posso fazer uma visita junto com meu filho. — Ele continua mantendo a voz baixa. — Deus sabe que minha mulher adoraria tê-la uns minutos para conversar.
— Jungkook disse que o senhor apreciava bastante as festas da empresa. — Comento.
— Eu faço, mas estou ficando velho demais para tanto evento.
Nabi caminha seus olhos para Jungkook enquanto sei que ele está me olhando. É exatamente da mesma forma que sua mãe olha para Siwoo quando fala gracinhas e mesmo que sua aparência corresponda ao pai os olhos, até a forma de olhar são da mãe.
— Querido desistiu de usar a gravata?
— Sim.
— Aliás o nome da senhora se parece bastante com o da minha filha, Nari. — Digo, sem saber quanto sobre mim Jungkook contou.
— Nomes definitivamente lindos, sendo bem humilde é claro. — Se ela se surpreende não demonstra nenhum pouco.
— Sim e adiantando meu pedido de desculpas não vou poder ficar tanto quanto gostaria, o ambiente é muito cheio e minha filha não está acostumada com o horário tardio.
— Imagino querida, meus meninos nunca respeitavam quando mandava subir para os quartos sempre pegava eles roubando comida da mesa escondido. — A recordação parece causar alegria e nostalgia em si, olhos distantes. — Adoraria que viesse para jantar conosco, traga sua filha vocês duas serem muito bem vindas.
— Obrigado.
Ela se volta pra Jungkook, um momento depois de observar a nós dois juntos os olhos se enchem e tornam a mulher uma versão de vida cansada mas extremamente satisfeita.
— Ele te ama. — Sussurra meu ouvido enquanto Jungkook conversa com seu pai. — É a forma como ele te olha, diz muito.
— Eu amo seu filho.
— É bom ouvir isso. — Suspira. — Sabe quando criança, ele ficava dizendo que gostaria de ter um casamento com o meu e de Siwoo, embora na época não estivéssemos tão bem.
— Ele não parece muito mas é romântico, me surpreendeu.
— Ele é assim, doce como sempre. Você só precisa saber que ele vai estar lá em todo momento. Jungkook quando realmente se importa é pra sempre.
Observando-o nada digo, mas mesmo que não seja pra sempre que ele esteja comigo enquanto tivermos tempo. Enquanto formos um do outro que possamos segurar as mãos e seguir juntos.
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Um tempo depois estou pronta para ir embora, apenas um pouco presa numa conversa com Kang-Dae e certamente não esperava vê-lo aqui ainda que, muitos empresários estejam presentes.
Ele parece entusiasmado com o contrato que formamos e os progressos que temos feitos nas negociações. Eu tinha garantido uma contrato com suas empresas por um tempo satisfatório e nosso relacionamento era o melhor possível dentro que que seria feito e do que queríamos ver entregue.
— Sinceramente a equipe nova está caminhando muito bem, acredito que teremos uma elevação considerável nas nossas vendas.
— Estou apostando minhas fichas nisso. — Olho para perto da saída vendo meu irmão esperando por mim enquanto Nari observa as flores.
— É uma pena que os negócios não vão ter mais você como CEO.
— Sim, peguei gosto para o trabalho mas eu tinha estipulado um tempo e chegou ao fim. — Sorrio um tanto melancólica e feliz. — Mas, Jackson vai cuidar perfeitamente de tudo no meu lugar, tenho total confiança no trabalho dele com a M.Tecno.
— Como assim o Jackson vai te substituir? — A voz dele parece um tanto instável, surpresa apesar de tudo e um pouco ressentida.
— Jungkook...
— É verdade? Você vai sair da empresa?
— Sim. — É tudo que digo.
— Só isso? Sem explicações ou não sei quando você pretendia me avisar disso? — Nesse momento estamos somente nós, sua voz é baixa mas sinto a emoção nela.
— Não é exatamente o lugar certo.
— Nunca é.
Eu sinto.
— Quando meu pai morreu assumi algumas responsabilidades, embora não quisesse a maioria delas. Então fiz uma proposta ao Jackson, estabeleceria os negócios, conseguiria contratos com alguns empresários importantes enquanto ele estava viajando. — Eu paro um tanto hesitante. — Ofereci o cargo de CEO, a empresa continua sendo da minha família mas ele se encarrega dela, negócios, parcerias, contratos, tudo.
— Você nunca pensou em me contar não é? — Eu não tenho tempo para responder. — Assim como não pretendia contar sobre Nari.
— Sim, eu pretendia.
— Mas pretender nunca é suficiente, certo?
— Eu ia te contar, Jungkook.
— Simplesmente não sei se você não confia em mim ou me deixa no escuro por pura conveniência. — Ele se afasta um pouco.
— É uma colocação um pouco cruel. — Digo. — Eu amo você.
Mas agora ele não carrega tanta certeza como antes, não como momentos atrás sorrindo pra mim e marcando um jantar com seus pais. Agora parece mais uma fala em provação porém não sei o que oferecer de mim.
— Eu amo você, Dyana só que não sei se quero ficar me perguntando sempre se tem algo que precisa me contar ou se você vai compartilhar comigo. — Ele sorri fraco. — Porque quero essa parte sabe, quero ser seu confidente e que você seja a minha, sejam partes chatas ou boas. Eu quero por inteiro porque não se ama pela metade, nem se confia pela metade.
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Atualização!!! Como vocês estão? Se cuidando direitinho?
Estamos em reta final, sim. Quase não aguentando aqui pois é minha primeira história a ser terminada, estou bem feliz.
Não surtem com o final prometo que tudo se encaminha pro lugar certo, se minhas contas e desejos estiverem certos nessa vida temos somente mais dois capítulos com um sendo o epílogo.
Vocês estão gostando? Tudo certinho na história?
6k de votos!!!!
Obrigada mesmo por acompanharem a história de verdade, isso me alegra bastante. E se animarem também vou postar a próxima da coleção Elas, vão ler?
Enfim é isso!
Beijinhos de luz ❤❤
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