31. Chama-se
Jeon Jungkook _ P.O.V
Dentre todos os romances, o nosso era meu predileto, mas ela ainda não sabia. Podíamos ser diversos outros casais, cada um afundando em sua própria versão de amor. Mas na minha vida, éramos Dyana e Jungkook.
E essa é minha versão do amor.
Os clichês de filmes não chegavam perto do nosso relacionamento, então sim, todos mentiam, porque o sorriso dela é o mais belo do mundo. Mas é porque ele significa muito para mim. Porque a felicidade dela era a minha felicidade, meu sorriso.
Esse sentimento tinha diversos nomes, formas diferentes de sorrisos, um bilhão de definições que tornam-se uma quando você sente. Agora eu compreendia o brilho nos olhos de meu pai quando olhava para mamãe; pois meus olhos brilhavam para ela neste momento. Eu sorria junto, parecia realmente o mais perto da perfeição.
Quando criança, mesmo depois de adulto enxergava o amor longe, não existia mulher perfeita eu sabia, não queria perfeição alguma. Queria uma mulher que me cativasse. Sendo impactante em todos os extremos possíveis, fazendo bagunça nos pensamentos, seria a mulher dos meus desejos íntimos, sejam sexuais ou não.
Anos se passaram, paixões que se apagavam tão subitamente quanto surgiam. Mulheres maravilhosoas não posso negar, nenhuma arrancando meus suspiros, nenhum me cativando o suficiente para ficar. Talvez, elas existissem para cativar um outro alguém, não era eu. Tenho certeza que fui feito para encontrar essa mulher.
Então, Dyana chegou.
Extremamente quente, absurdamente decidida e definitivamente confiante, loucamente invadindo meus pensamentos com respostas afiadas e um riso desafiador. Ela era como a ascensão do luar em noites escuras. Chegando sutil, avassaladora e dominando tudo ao redor com sua beleza ofuscante. Tão bela, tão simples e envolvente.
As melhores promessas realmente existem, são as surpresas que a vida te ocasiona. É o sorriso dela no fim do trabalho, são os olhos meigos e confiantes. São as conversas deitados no sofá após o expediente, ou como é extremamente irresistível debaixo de mim, como se torna delicada como uma rosa ao dormir. É quando os olhos brilham para sua filha, em todos os nuances existentes. A forma como sabe o que quer, quando e como quer, mas igualmente é seu lado imperfeito e confuso.
Dyana é a minha definição perfeita do amor.
Eu não sabia que o amor poderia acontecer em uma noite iluminada pela lua, um abraço íntimo e vulnerável que fosse simples. Mas aparentemente o amor surgia em lugares que não pedem explicação, eu a amo.
E intensamente normal estar feliz com esse momento? Descobrir o amor?
— Tudo bem. — Ela ainda em meu colo se afasta para me olhar. Não houve nada mais que um filete da lua iluminando seu rosto, os olhos pareciam agora um castanho acentuado. — Pode me dizer, por que não para de sorrir desse jeito misterioso?
— Acho que é preciso entender, então não. Infelizmente para você, querida, não direi nada. — Por enquanto, acrescento mentalmente.
— Nenhuma pegadinha estranha ou comentário malicioso?
— Por que eu faria um comentário malicioso?
— Você sempre faz comentários maliciosos, Jungkook. — Nota sarcástica.
— Não quando tem uma criança de seis anos perto, mesmo que dormindo elas absorvem tudo. Nada seguro mesmo.
Ela arqueia a sonbrancelha um pouco descrente da minha fala, mas logo acaba aceitando minha resposta deitando novamente a cabeça em meu ombro. Isso é realmente tudo que posso querer.
— Mas como tocou no assunto, cadê o piercing?
Ela gargalha.
O corpo se inclina para trás com a explosão harmônica em sua garganta, as mãos se firmam frente a boca, talvez pelo silêncio irrompido ou por não apreciar tanto seu próprio riso. A questão é que, ela continua linda, acredito ser impossível algo roubar sua beleza.
Consigo ver como os olhos se fecham, sorrindo baixinho gradativamente com o tempo, eu observo tudo como um apreciador experiente de arte. Os cabelos soltos caminhando rumo ao rosto, as bochechas enchem, o corpo relaxado e leve.
— Você passou a noite toda pensando nisso?
— Não a noite toda, um pouquinho quando cheguei, um pouco demais, agora. Enfim, cadê?
— Não estou usando. Na verdade fazia um tempo que não usava, aquela noite que estivemos juntos foi uma exceção. Quero deixar cicatrizar.
— Por que? É excitante, ficou lindo.
— É, tem tudo isso. Mas não sei, era uma garota diferente quando coloquei, era ousado sair com ele marcando explicitamente. Claro que não aqui em Seul.
— Deveria usar. Tipo, por mim, pelo bem coletivo do sexo que é espectacular.
— Primeiro estamos falando do meu seio. Segundo o que uma coisa tem haver com a outra?
— Imagina se eu ficar o tempo todo pensando que falta o piercing? Tipo você gemendo, eu adorando, e de repente eu penso "cadê o piercing?".
— Sinceramente Jeon Jungkook... — Ela deita estrategicamente empinando para trás, deitando sobre meu tórax de forma que sinta os seios sob a fina camada da blusa. — Você não vai sentir falta de nada, nem tempo pra pensar em algo que não seja eu e você.
— Tem certeza?
— Muita. — Sussurrou depositando um beijo casto na junção de meu ombro.
Tê-la em meus braços, desprendida de todas as incertas era um presente maravilhoso. Dyana estava constantemente pensando no futuro, em como tudo poderia dar errado, e como reagir se isso de fato acontecesse conosco. Sempre que estivemos juntos conseguia sentir uma parte de si recuando a hesitar. Agora entretanto era como uma pluma leve ao vento.
Talvez esse sentimento de amar fosse recíproco?
Isso não importava muito, obviamente ser correspondido é uma parte definitiva sobre amor. Como as coisas passam de complicações para simplicidade, sinceramente, saber dos meus próprios sentimentos e ter esse momento tão íntimo chegava a perfeição.
Era como se meu pai soubesse realmente da verdade, porque para mim é amor. Eu sinto, é tudo que consigo sentir.
— Como estamos agora? — Pergunto acariciando o toque quente entre nossas vibrações.
— Não sei, como estamos senhor Jeon?
— Diga-me você senhorita Dyana?
Ela moldou seu corpo confortavelmente encaixando-o em minhas mãos, bochechas quentes e pele macia. Olhos castanhos quase perto ao negro de uma noite sem luar, eram intensos. A boca delineada naturalmente, tudo gritava para mim que se a eternidade passasse nesse momento ficaria feliz. Esperando que anos viessem mais, e mais.
Eu a amo, nessa efêmera eternidade.
Mais tarde quando não se tornava apropriado passar o restante da noite ali, ela me acompanhou durante todo percurso para o estacionamento. Os braços arrepiados pela ventania que passava em nossos corpos, um riso contido no rosto, mordendo os lábios com frequência. O acanhamento evidente enquanto desviava o olhar para nossas mãos.
Juntas, entrelaçadas.
Ato desapercebido que se conectou no momento que levantamos para seguir em direção à porta. No elevador eu a abracei sem desvencilhar esse contato, e mesmo quando percebemos não houve quebra alguma. As coisas estavam ficando bastantes íntimas. Um tipo de intimidade carregada a olhares silenciosos que se reconhecem e se entendem em pura harmonia.
Ela sorria.
Eu a amava mais que antes.
— Chegamos — Sorriu olhando para o carro estacionado frente ao seu prédio. — Obrigada por vir, de verdade.
— Eu que agradeço, foi maravilhoso. Ela é maravilhosa.
— Se quiser pode vir pro desjejum. O Jackson provavelmente vai aparecer pra levar a Nari na escola mas vocês podem se conhecer. Digo você e minha filha.
— Desjejum?
— É.
— Eu venho sim. — Confirmo agarrando um tanto prepotente admito sua cintura e puxando-a para mim. — Coloque um lugar pra mim na mesa, eu realmente não vou fugir disso.
Acenando silenciosa ela beijou minha boca. Erguendo-se um pouco para abraçar meus ombros, ela tocou-me como um pedido de desculpa. Acariciou minha face com certa melancolia no olhar descendo novamente para beijar-me mais.
Em nosso calor as rajadas frias criavam um contraste interessante, pois com um toque descuidado aquele momento poderia quebrar. Era assim que sentia, a língua se movendo de encontro a minha, uma delicadeza infinda. Demonstrava muito sobre todas as sensações que tínhamos ainda que lentamente desabrochando para nós.
Existe uma beleza oculta em beijar alguém. Uma intimidade subestimada por bocas sedentas de desejo e escassas da verdadeira magia do ato. São como estrelas explodindo em órbita, queimando lentas sob olhos atentos. Enxergando cada rompante queimar contido. Um beijo que te despe, que te deixa exposto demais.
Um beijo de amor.
Eu não conseguia explicar de outra forma.
— Preciso te deixar ir. — Suspirou separando minimamente nossas bocas para sussurrar.
— Você não precisa.
— Mas tenho que deixar, lindo.
— Lindo, uh? — Risonho como nunca digo olhando-a se afastar para longe do carro, de mim.
— Espero você amanhã, pontualmente. — Abraça o corpo sentindo o arrepiar mais forte. Ela caminha graciosa balançando numa melodia interna, tão linda que quase não me incomodo em vê-la ir para longe. Quase. — Pare de olhar minha bunda e entra no carro Jungkook.
— Tem certeza que a bunda não pode vir junto?
As gargalhadas ecoam pelo estacionamento deserto, altas e revigorantes. Logo sendo acompanhadas por um sonoro "talvez". Ela me deixa como um bobo sorrindo para o vento, porque eu sei que estou amando a mulher certa.
____
Pequenos feiches de luz adentraram o quarto, furtivos se espreitando nos vãos da cortina semi-fechada. O calor ameno esquentando fracamente meu corpo que despertava, em dias rotineiros passaria um tempo ali. Mas mesmo minha mente sabia que essa manhã não seria apenas eu no desjejum.
Espreguiçando com uma demasia preguiça eu levanto. Tocando o chão frio e sentindo um arrepio trespassar a espinha. O quarto tinha ficado estranho sem a presença delirante de Dyana, os lençóis não obtinham seu perfume mas o travesseiro carregava um pouco da essência. Isso mostrava-me que sentia falta de sua presença, sua voz delicada ou confiante.
Tudo nela me trazia saudades imensas e nervosismos absurdos que antes, nenhuma mulher causaria em mim.
Entretanto não sou o mesmo Jungkook.
Após um banho o vigor se fez presente, embora eu realmente quisesse deixar as roupas sociais de lado teria de ir a empresa. Esperava não aparentar ser sempre muito formal e eventualmente sério. Gostava da vestimenta de certo, acrescentava uma imponência interessante mas, amava roupas casuais e moletons folgados.
Esquecendo esses pensamentos segui para meu compromisso da manhã, parando para comprar croissants sem querer chegar de mãos vazias. Acredito ser uma boa escolha desde que não sei qual opção de café da manhã terão. Um tradicional coreano ou de origens estrangeiras.
Dyana carregava ambas nacionalidades, coreana e americana, seu paladar uma mistura excêntrica de diversas regiões do mundo. Um fraco especial pela culinária brasileira e os diversos pratos diferentes. Era interessante conhecer uma mulher aberta para diferentes sabores, coisas diferentes.
Ela não se incomodava com a mudança, encarava como um primeiro passo para novas possibilidades, eu admiro tanto sua visão do mundo, assim como a admiro. Pois eu mesmo represento um caminho diferente e desconhecido, agora temos diversas possibilidades.
Tudo que posso querer, chances e possibilidades.
— Oh, chegou cedo — Ela comentou comigo parado na porta. Terno alinhado, cabelos penteados para trás um tanto longos e um riso frouxo. — vai precisar trocar o terno, ao menos o paletó e a blusa social.
— Por que? — Pergunto adentrando o lugar, o aroma de baunilha e framboesa sobe rápido para minhas narinas.
É como estar em casa.
— Querida, nossa companhia chegou.
— Papai! — A menina exclamou, eu travei. Ela correu o apartamento todo chegando a mim com uma expressão confusa, olhos atentos e a roupa suja de algo que presumo ser farinha. — Você não é o papai.
— Observamos. Seu pai vem na hora de ir pra escola querida, por enquanto temos o Jungkook que já pode se mexer.
— Ah... desculpe.
— Desculpado Junkook, ele vai fazer panquecas com a gente?
— Jungkook, filha. E sim, mas primeiro ele precisa estar adequadamente vestido, você é uma pequena bagunceira com farinha.
— Mamãe ele ainda não sabe disso. — Sussurrou baixinho ainda que tenha ouvido tudo.
— Bom, vamos fazer panquecas — Digo fingindo não ter ouvido e arregaçando as mangas precatimente preparado para cozinhar.
Eu não tinha muita noção do que fazer, impressionado que uma garotinha de cinco anos soubesse e delegasse tudo que fosse fazer. Definitivamente como sua mãe nesse quesito.
— Tio Junkook, precisa pegar espaluta pra usar.
— Espátula?
— Esse treco, então muita farinha pra...
— Não se deixe enganar pelo sorriso bonito da minha filha com a questão da farinha, ela gosta de exagerar e se deixar vai cair direitinho.
— Mamãe!
— Muita farinha. — Falo pegando o saco para despejar na vasilha. — O que mais precisamos pequena chef?
— Limites eu diria. — Dyana fala com um breve sorriso ao observar o olhar repressivo de sua própria filha.
— Junkook, acho que vamos ser apenas nós, já que a mamãe resolveu me trair. — Fala empurrada, inflando as bochechas um tanto rosadas.
— Tudo bem querida, não vou interromper. — Levanta as mãos em sinal de rendição. É muito transparente a forma brilhante que seus olhos admiram a filha.
Eu não me importaria de todas as manhãs me ver em meio ao impasse de amor delas. Mesmo a forma como falam demonstra amor, aquele que ouço todas as vezes quando minha mãe chama meu nome.
— Aproveite, lindo. Vou apenas observar o estrago.
— Ficaremos bem.
— Você vai se arrepender.
Meia hora depois, cinco tentativas frustradas de panqueca, e toda minha roupa salpicada graciosamente por farinha me fez concordar com ela. Eu estava uma bagunça, a cozinha era prova da guerra de farinha acidentalmente começada por sua filha. A garota era uma pequena bagunceira sem limites, rindo com uma expressão adorável e jogando montes de pó no meu cabelo alinhado.
Dyana não moveu um músculo sequer que não fosse destino a gargalhar do meu estado. Ela sabia exatamente o que aconteceria comigo, parecia estar amando cada segundo porém existia outra coisa brilhando nos olhos indecifráveis dela.
— Estão prontas mamãe — Nari arrebita o nariz seguido de um espirro pela farinha excessiva que se amontoa em sua cabeleira castanho escuro, quase negro. Como os da mãe.
— Isso é comestível, querida?
— Se julgar pelo nosso estado tem que ser. — Digo um tanto trágico em minha aparência.
— Ele faz muita bagunça mamãe. — Comenta pedindo colo para ela que amorosamente nega. — Poxa, tio Junkook.
— Vamos, quero saber se ficou bom.
Hesitando ela corta cuidadosa a massa, para colocar na boca com lentidão o pedaço. Mastiga rindo o bastante para criar um suspense irritante. Essa mulher ainda vai me deixar louco.
— Bem, ficou melhor que a última vez.
— O que aconteceu da última vez? — Pergunto.
— Sabe, Nari confundiu as quantidades ou os potes e colocou muito sal.
— Tio Yoon disse que conseguia sentir o sabor entrando na cabeça dele. — A pequena sorri, bastante despreocupada com seu erro, ou os efeitos no estômago de outros.
— Ficou maravilhosa querida. — Dyana levanta presenteando-a com um beijo nas bochechas. Como uma chama acendida seu ânimo melhora mil vezes mais. — Agora, minha princesa precisa banhar.
— Bate aí, Junkook. — Eu o faço, acompanhado de um gritinho de comemoração dela.
Eu não tinha muito convívio com crianças, menos ainda quando eram filhas de uma mulher que estava interessado. Mas eu surpreendente gostava dessa, mesmo ela me sujando inteiro sem nenhuma vergonha. Acontece que a risada enérgica dela era cativante demais para ficar bravo, crianças precisam se divertir; as minhas custas somente essa criança.
Bato a farinha da roupa, observando as partículas refletidas na pequena luz solar atravessando o lugar. Eu passei do estado de elegância para decadência total em trinta minutos.
Dyana me olha, comendo em silêncio.
— Não quer mel?
— Não gosto de mel.
A avaliação dela é costumeira, entretanto me acostumar nunca pareceu o certo. Toda reação é diferente das anteriores, hoje eu apenas sinto o quanto a quero comigo em tudo. Amar alguém pode trazer muitos medos, em mim causava uma animação avassaladora e estranha.
— Estou esperando o meu beijo de parabéns.
— Beijo de que?
— Você beijou Nari, eu ajudei na panqueca. Cadê o meu presente de trabalho feito?
Ela levanta sorrindo, para deixar o prato na pia. Encosta esticando os braços para apoiar seu peso, nada mais que divertimento vestindo sua face.
— Não vou te beijar, Jungkook.
— Por que não?
— Eu estava parabenizando a minha filha, ela gosta de se aventurar na cozinha, agora você foi por conta própria com ela.
— Amor, olha meu estado. — Aponto para mim. — Mereço um beijo de recompensa, não acha?
— Hum — Ela parece pensar. — Não, não acho.
— Sendo assim, devo apelar para medidas mais extremas. — Furtivamente me aproximo como se não quisesse nada.
Ela me encara desconfiada e quando percebe minha intenção recua alguns passos, mas já estou perto o suficiente para enlaçar meus braços em sua cintura. Uma risada de protesto irrompe de seus lábios enquanto faço pequenas cócegas em si; ela é como um anjo sorrindo.
O som torna-se adoravelmente sôfrego, escapando nos momentos de fôlego entre as risadas consecutivas. Eu estou vislumbrando a imagem da minha vida sobre esse instante, como seria ter todas as manhãs assim?
Dyana atingia o auge da perfeição ao sorrir despreocupada, olhos vibrantes e encantadores se desvencilhando um segundo de sua obstinação.
— E meu beijo? — Pergunto dando-a um tempo para respirar o suficiente e refletir.
— Não...
— Estou muito tentado a continuar?
— Quer um beijo? — Retruca.
— Sim.
— Pode pegar, Jungkook. — É um convite simples que, no entanto, acende os sentidos possessivos existentes sobre nossos beijos. Aquela boca tinha sido criada perfeitamente para mim, não haveria encaixe como esse.
Eu a olho. Me perguntando quando a sorte chegou, acaricio sua pele quente, estou fascinado. Eu a beijo. Roçando nossas bocas para sentir a electricidade envolvendo nossos corpos, logo traspassando a língua que é bem recebida por seus carinhos. Tudo aqui é recíproco, é acolhedor.
Não existe malícia, somos apenas nós, desfrutando de uma intimidade recém descoberta e para mim um amor em sua primeira inesperada primavera.
Abraçando eu sinto seu desabrochar. Ela retesa entregando-se em segurança e sinto-me satisfeito com tamanha confiança. Pela primeira vez desde que nos conhecemos o desprendimento é palpável.
— Você não deveria ser tão bom nisso. — Sussura se olhos fechados.
— Gostaria mais de mim se não a beijasse assim?
— Nada mudaria como me sinto com você, nem se você tivesse habilidades duvidaveis em beijos. — Sorri tomando uma certa distância. — Eu poderia te ensinar algumas coisas.
— Imagino que sim, o senhora experiente.
— Não zombe de mim.
— Faz parte do relacionamento. — A menção da palavra causa surpresa, ela disfarça no momento que noto, afastando até não estar mais me tocando.
— Sabe... fica encantador coberto por farinha.
— Sua filha pareceu muito certa de que não se cozinha sem sujar as mãos.
— Ou a minha cozinha inteira. — Observa. — Preciso estipular uns limites com Nari.
A campainha toca, seguida de uma entrada sem permissão e nesse instante lamento meu estado se comparado ao homem adentrando o lugar. Ele averigua a mim, minuciosamente sem indícios de um começo amigável.
Jackson Wang, o ex-namorado.
Estaria mentindo se não admitisse a semelhança dos olhos dele com a pequena, era como se enxergasse o mesmo tom de castanho. Uma junção que indicava todos os traços de seus progenitores, Nari é basicamente a prova dessa união.
— Interrompo alguma guerra de confeiteiros, querida? — O apelido corre em sua boca e me causa um desconforto grande se considerar a forma afetiva que a olha.
— Nossa rainha estava testando os dotes culinários.
— No seu, presumo... amigo.
— Ele foi uma vítima da astúcia dela. — Responde nada desconfortável com a ppalavra "amigo". — Jungkook, esse é Jackson.
— Eu me lembro dele. — Sorrio leve.
— Você é o robô, segundo minha filha.
— Um apelido memorável devo dizer.
— Tudo que envolve Nari tende a seguir essa linha. — De esguelha volta-se a Dyana alheia a nossa tensão. — Assim como a mãe.
O cara simplesmente ignora minha presença, depositando um beijo na bochecha dela acompanhado de um comentário que a faz sorrir. Eu não tenho tendências a ser ciumento, mas algumas causas é um impulso mais humano do que relacionado a minha personalidade.
— Onde está nossa rainha?
— Tomando um banho, obviamente as panquecas atrasaram um pouco. — Ela ultrapassa a sala sumindo de vista.
— É. Acho que mais alguém precisa de um banho.
— Jackson certo? — Resmungo.
— Sim.
— Você é quem permitiu minha entrada no apartamento se não me engano.
— Sim, fui eu.
Silêncio.
— Jungkook — Dyana, chama-me. — Tem uma toalha extra no banheiro do meu quarto caso queira tomar um banho.
— Eu pensei que estava encantador, tsc mentindo pra mim descaradamente.
— Eu nunca minto. Continua encantador mas duvido que esteja gostando do seu estado atual...
— Diz a mulher com farinha nas bochechas.
Um olhar repressivo é suficiente para causar uma risada em mim, lembrando como é a sensação de nossas bocas unidas. O balançar de cabeça indica que sabe exatamente o que estou pensando; satisfeita.
Um pigarreio quebra o momento.
É Jackson.
— Prove as panquecas, tem mel e calda de chocolate se quiser, eu vou levar o Jungkook pro banheiro.
Ele não parece feliz, mas nenhuma palavra se ouve. Obediente acompanho-a para seu quarto, é a primeira vez que entro nele. Parece muito pessoal e gosta de como soa para mim, entretanto nada é muito revelador.
A cama king size ao centro, com lençóis cinzas aproximando-se ao branco total, uma mesa logo a frente perto a janela que oferece uma visão privilegiada da cidade. As paredes em sua maioria carregam um azul celeste ornando com toda áurea do lugar.
Algumas fotos penduradas pela parede ao lado de suas roupas, e na outra olhando-se para a porta encontro a essência real. Desenho, diversos deles em cores e estilos diferentes. Visualmente posso distinguir que é projeto de sua filha pelos traços infantis e perdidos, ainda que fofos.
Exibidos como uma galeria de orgulho.
Eu nunca esperaria isso, talvez não um dia atrás.
— Terminou de analisar meu quarto?
— Nari desenha? — Não respondo interessado naquela parte do lugar.
— Alguns rabiscos. Ela gosta de desenhar deixo tudo em minha vista para que ela continue fazendo-os.
— Você é uma boa mãe.
— Descobriu sobre minha filha horas atrás, não acho que seja um julgamento assertivo.
— Não precisei de muito tempo para notar. — Aproximo-me fascinado. — Seus olhos dizem muito quando olha pra ela, amor.
— Continue me chamando de amor e vou ficar mimada demais, Jungkook.
— Acho que posso correr alguns riscos... — Findo nossa distância, beijando-a.
Porque realmente é tudo que sinto. Como poderia chamar de outra forma a mulher que me fez descobrir o amor?
Eu simplesmente não poderia, não queria. Talvez em algum momento desse universo caótico eu tenha tido a sorte de encontrar esse sentimento.
O amor tem olhos marcantes, uma força de vontade inconfundível e tanta teimosia que deixa qualquer um prestes a surtar. Carrega um riso debochado e provocações afiadas na ponta da língua, consegue manter um adorável sorriso e expressar sentimentos olhando para quem ama.
O amor tem curvas lindas, uma boca que somente pode ter existido em minha lembrança, é encantadora em momentos tempestuosos embora não pareça é delicada demais, quando mostrando vulnerabilidade torna-se outra; quando entregue uma deusa. Pode não ser universal, outros nomes ou definições não importa.
Para mim o amor chama-se Dyana.
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Atualização! Sentiram minha falta amores? Como estão, se cuidando?
Gente primeiramente tenho uma pergunta, vocês acham a minha escrita confusa para se entender? Tenho pensado nisso recentemente, mas espero que não seja complicado algumas partes.
Jungkook e Dyana num love maravilhoso!
Jackson não vai causar problemas, mas ainda sente ciúmes então em alguns momentos vamos ficar um tanto raivosas com esse neném.
Agora teremos muito interação com a filha dela, construir uma laço. Aliás não tenho muita certeza de quantas capítulos ainda temos pela frente, mas por enquanto longe da reta final.
O barner foi um prêmio do projeto @illusionprojectt amo demais ele gente, ficou muito lindo ❤❤❤
22K de leituras!!! Gente de verdade muito obrigado por todo apoio que vocês me dão, amo os comentários de verdade espero arranjar tempo para responder, aliás no próximo capítulo farei um especial deles — os que me fizeram rir muito ou me deixaram morrendo de amor — obrigado mesmo ❤❤❤
Enfim é isso!
Beijinhos ❤
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