Capítulo 3 - Collins Enterprises
Olá lindas! Como estamos hoje? Sei que devem estar querendo me matar pela demora, mas em minha defesa eu estou sem notebook. Por isso vamos ser um pouquinho pacientes, estou fazendo o que posso. Obrigada a todo mundo que comentou no capitulo anterior, e pela divulgação massa que estão fazendo no Twitter.
O capitulo de hoje eu vou dedicar a uma moça que vai fazer aniversario logo, logo! Eu disse que faria, viu só? Espero que goste desse capitulo Dani! Feliz aniversario adiantado haha'
Agora vamos ao capitulo, espero que curtam bastante!
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Lauren Jauregui's Point of View
Karla, ou melhor, Camila. Segurou em minha mão de forma delicada, enquanto seus lábios se curvaram em um sorriso diabólico. Conectando seus olhos de forma tão intensa com os meus.
- Prazer... – disse ela ao se aproximar, depositando um beijo rápido em minha face, e então sussurrar. – Sinto até hoje quando o lembro, pena não ser na cama.
A mulher se afastou, ainda com os olhos fixados em mim. Eu engoli em seco ao processar suas palavras. Pisquei mais vezes do que deveria, sentindo um súbito nervoso tomar conta de meu corpo.
Ela havia mesmo dito aquilo?
Karla, quer dizer, Camila. Caminhou graciosamente para o lado do Sr. Collins, que prontamente repousou a mão em sua cintura, em um ato possessivo. A morena sorriu para ele, e depois colocou os olhos sobre mim.
- O que eles fazem aqui, meu amor?
- O comissário Brandon, e a agente Jauregui vão fiscalizar o movimento financeiro de nossa empresa.
- Algum problema?
Ela perguntou preocupada. Collins a fitou, e então sorriu abertamente.
- Nada com que deva se preocupar, meu bem. – disse ele ao depositar um beijo no rosto da esposa.
- Faço questão de saber. – insistiu.
- John acha que estamos sendo roubados.
Camila arregalou os olhos surpresa, colocando uma das mãos sobre o peito.
- Oh, Christopher! E você não me diz nada?
- Querida, eu não quero preocupar você! Não temos provas, por isso eles estão aqui. – o homem falou apontando para nós.
Eu senti meu corpo arrepiar ao sentir os olhos minuciosos de Camila sobre mim. Ela respirou fundo, e caminhou lentamente até a mesa de Collins, onde se encostou parcialmente, cruzando os braços debaixo dos seios.
- Então, agente Jauregui, você que irá investigar essa situação?
Mantive uma postura firme, eu não queria parecer uma armadora na frente do comissário Brandon. Mas não era todos os dias que você era escalada para solucionar um caso, onde a mulher da vitima havia feito sexo selvagem com você.
- Sim Sra. Collins. Pretendo dar o melhor de mim para essa investigação.
- O melhor? – seu tom de voz foi sugestivo.
- Sim Sra. Collins.
- Algo em mim diz que o seu melhor, é muito bom. – disse a latina com um sorriso de canto, e uma olhar malicioso.
Eu engoli em seco, tirando os olhos da mulher, para rapidamente colocar sobre Christopher, que me encarava naturalmente.
- Espero que sim, senhora.
- Tenho que concordar com a Sra. Collins. A agente Jauregui chegou há pouco tempo, mas estou apostando minhas fichas nela. – Brandon falou confiante.
Christopher se aproximou me analisando dos pés a cabeça. Seu olhar era superior e avaliativo, um tanto intimidador.
- Acha que uma novata consegue desvendar isso, Brandon?
Semicerrei os olhos em sua direção, sentindo o puro incomodo de suas palavras quase em tom sarcástico. Collins era um homem poderoso, egocêntrico, e puramente arrogante. Isso se notava há poucos minutos em sua presença.
- Tenho a total certeza disso Sr. Collins. – o homem ao meu lado disse serenamente.
- Pois, bem! Confio em seu trabalho, Comissário. – Christopher falou ao estender a mão, que logo foi apertada por Brandon. – Vou apresentar alguns setores da Collins Enterprise para vocês.
- Isso será ótimo!
- Me acompanha, Camila? – Christopher perguntou a esposa, que sem disfarçar mantinha os olhos sobre mim.
- Claro, querido. Faço total questão, já tem um tempinho que não venho aqui.
Droga, Droga! Se já não bastasse sua presença na mesma sala, ela ainda acompanharia durante todo o trajeto? Eu fechei os olhos por breves segundos, tentando manter a concentração no principal objetivo de estar ali.
- Perfeito! Me acompanhem.
Camila se pôs ao lado de seu marido, que gentilmente colocou a mão em sua cintura enquanto caminhávamos para fora da sala. O comissário e eu, prontamente seguimos os passos do casal que iniciariam nosso passeio.
- Vou mostrar apenas os setores mais importantes. Creio que não precisa ver todos hoje, não é? – Collins perguntou ao virar em minha direção.
- Não senhor. No decorrer dos dias conheço os outros.
- Certo. – Foi apenas o que ele disse antes de entrarmos no elevador.
- Você terá muito tempo para isso agente Jauregui. – Camila disse ao virar em minha direção.
A latina possuía um ar misterioso , sexy e imponente. Seus olhos castanhos pousaram sobre mim, fazendo-me sentir quase despida sobre seu olhar tão profundo. Eu engoli em seco, tentando controlar aquela tensão que se instalara entre nós. Mas tudo parecia se intensificar cada vez mais, já que a mesma não fazia questão de quebrar nosso contato visual. Collins apertou em um dos botões do painel de controle que nos levaria ao primeiro setor visitado. O elevador ficava no centro da Collins Enterprise, e pela parede de vidro maciço poderíamos ter uma ampla visão de quase todos os andares daquele lugar. O movimento de funcionários devidamente uniformizado mostrava o quão organizado aquela empresa poderia ser.
- Um bonito prédio, senhor Collins. – Brandon falou entusiasmado.
- Belo não é? A matriz é sempre a mais bela. Desse elevador, podemos ver todos os andares, mas quem está do lado de fora não nos vê aqui dentro.
- Não?
- Não, é um jogo de espelhos.
- Muito criativo.
Tentei manter minha atenção em tudo que poderia se enxergar do elevador que descia lentamente pelas dezenas de andares. Quando senti a mão de Camila repousar sobre meu ombro.
- Me dê uma ajudinha, agente Jauregui.
Christopher Collins estava a nossa frente, em uma conversa entretida com o comissário Brandon. E Camila agora tinha a mão repousada em meu ombro, enquanto ajeitava a pequena tira preta de seu sapato alto.
- Claro.
Ela baixou a mão até meu antebraço, onde apertou com um pouco. Sentir o toque suave de sua pele junto a minha me fez recordar situações, que não seriam bem vindas ao meu pensamento agora. Algo em mim gritava alarmante, que a mulher sabia exatamente o que se passava em meus pensamentos. Camila tirou os olhos de seus saltos, e colocou sobre mim. E um breve sorriso se instalou em sua boca, acompanhado de um olhar criminoso. Ela umedeceu os lábios lentamente, com a ponta da língua. Antes de retomar uma posição ereta, encostando-se na parede de aço atrás de si.
Deixei que meus olhos caíssem sobre seu corpo, analisando aquelas curvas que tanto me enlouqueceram. Ela usava um vestido preto, com detalhes em vermelho. O tecido leve se moldava perfeitamente bem nas curvas que aquela latina possuía. Ela pareceu notar meu olhar quase faminto em seu corpo, pois sorriu cínica, antes de retirar suas madeixas escuras que estavam sobre seu busto, deixando o decote extremamente visível para mim.
Ela só poderia estar brincando comigo.
Eu respirei fundo, tentando limpar minha mente de todas as imagens que ela havia deixado em minha cabeça há quase um mês atrás. Quando por sorte, e minha felicidade as portas do elevador se abriram. A morena rapidamente se recompôs aos olhos de seu marido, que sorriu.
- Estamos no faturamento da C.E. Aqui , que todas as saídas são registradas. – Collins falou enquanto caminhava pelo corredor. Diferente do seu andar, aquele as salas eram em conjunto. Um enorme grupo de pessoas estava agora devidamente posicionadas em frente às telas de seus computadores.
- Todo o petróleo que vendemos para as refinarias está registrado aqui. Das vendas de menor a maior escala.
- Imagino que tenha uma venda absurda.
Collins nos encarou com um ar convencido.
- Você não faz idéia do quanto, Brandon. Por isso vocês vão ter um bom tempo para conseguir apurar as informações.
- No decorrer do caso, vamos precisar dos dados. – disse para o homem que assentiu.
- Vou disponibilizar o responsável desse setor para ajudar em qualquer situação, agente Jauregui.
- Será ótimo, senhor Collins. Vou poder colher todos os dados necessários.
- Sim, tudo o que precisar. Eu quero desvendar esse enigma. – Collins falou serio.
- E nós iremos, com toda certeza.
- Não duvido disso! – Camila disse, ao repousar sua mão no ombro de Christopher.
- Vamos, quero mostrar o setor de programas, e o financeiro.
Seguimos novamente para o maldito elevador, que agora estava bem mais lotado que da ultima vez. E como da primeira vez, a latina de olhos castanhos fez total questão de ficar próxima de mim. Eu estava logo atrás dela, a poucos centímetros de seu corpo. Christopher entrou por ultimo, fazendo-a recuar um passo para trás. Eu fechei os olhos assim que o corpo da latina se esbarrou no meu, e em um ato totalmente impulsivo, segurei em sua cintura. Em surpresa, ela esticou a coluna rapidamente, mas logo relaxou.
- Odeio elevadores lotados. – o marido de Camila murmurou.
- Oh, eu também odeio. - Disse ela movendo seu quadril devagar.
Meu corpo estava praticamente colado ao dela, e sem qualquer tipo de escapatória, já que eu estava contra a parede de aço. O movimento leve de seu quadril, causava um atrito mínimo em nossos corpos, mais precisamente nas partes mais baixas. Eu fechei os olhos, sentindo meu corpo aquecer. O que diabos aquela mulher estava tentando fazer? Me enlouquecer?
O elevador parecia se mover o mais lento possível naquele momento, ter o corpo de Karla tão próximo inundava minha cabeça de pensamentos sujos e excitantes.
" - Fique de quatro para mim.
- Você..
- Faça o que eu estou mandando!
Ela mordeu os lábios em meio a um sorriso cínico, e prontamente obedeceu. Naquele exato instante eu tinha Karla de quatro sobre a cama, completamente nua.
- Eu vou acabar com você. – murmurei ao agarra-la pelo cabelo, obrigando a morena a ficar de joelhos na cama, mantendo seu corpo grudado ao meu. – Você entende?
- Diz como vai acabar comigo, diz.. – Sussurrou provocante.
Eu sorri para ela, e aproximei meus lábios de seu ombro, onde deslizei até sua nuca.
- Eu vou foder sua boceta todinha. Você nunca mais vai esquecer de mim.
- Então fode, Lauren. Mas fode bem forte."
- Porra! – sussurrei, em tom o suficiente para que ela ouvisse.
Camila lentamente ergueu as mãos até seus cabelos, retirando de seus ombros para repousar de um lado só, deixando sua nuca totalmente amostra para mim, o que me deu a chance de sentir o aroma adocicado que emanava de suas madeixas escuras. Ela virou seu rosto de perfil, fazendo-me analisar o quão bela ela era daquela maneira. De canto ela mantinha os olhos sobre mim, eu neguei com a cabeça, e ela curvou o canto dos lábios em um sorriso sacana.
Aquela mulher era louca.
O elevador mais uma vez abriu as portas, dando-me chance de recobrar a consciência que em poucos segundos aquele demônio em forma de mulher estava me fazendo perder.
- Está tudo bem, agente Jauregui?
Eu assenti freneticamente, apertando os passos atrás do casal que aos olhos de todos era perfeito.
- Nosso financeiro é esse! Está cercado de seguranças de uma agencia muito boa!
- Realmente, conheço essa agencia, é a melhor do país. – o comissário falou ao fundo.
- Gosto sempre de ter o melhor comigo. – Christopher falou, para depois colocar os olhos sobre Camila. – Não é, meu amor?
- Claro, Chris.
A morena olhou para seu marido, e sorriu abertamente. Christopher e Camila pareciam ter saído da capa de alguma revista, daquelas de empresários importantes que freqüentam grandes eventos. Cheguei ao ponto de me perguntar a quanto tempo os mesmos eram casados, será que não havia nem um mês? Afinal, a mesma estava em Mount Vernon, há algumas semanas, sendo fodida por mim.
Não pense nisso, Lauren!
- Você também vai ter total liberdade para analisar os balanços desse ano. Eu quero tudo sendo devidamente inspecionado, agente Jauregui.
- Pode ficar tranqüilo, senhor. Eu vou tomar conta de tudo que você tem. – meus olhos, em um breve vacilo, pousaram sobre a latina que me lançou um olhar sugestivo.
- Me sigam, vamos ao setor dos programas de controle.
Collins falou enquanto caminhava em direção ao elevador.
- Não! – disse rapidamente.
Os três me olharam rapidamente, ambos os homens tinham uma expressão confusa em minha direção, já Camila apenas sorriu.
- Algum problema, agente?
- Eu estou me sentindo um pouco enjoada, deve ser porque não tomei café da manhã. E o elevador, não esta ajudando. – dei a primeira desculpa que me veio à mente.
Eu não poderia ficar mais uma vez tão perto daquela mulher.
- Podemos ir de escada, é no andar de baixo. – Camila informou.
O homem ao seu lado não parecia ter gostado da idéia.
- Vamos de elevador. Brandon, acompanhe ela pela escada. Nos vemos em frente a sala 45.
- Tudo bem, Senhor.
O comissário me encarou com uma expressão preocupada, provavelmente tentando notar algum tipo de problema comigo.
- Quer ir para casa, Lauren?
Eu neguei com a cabeça rapidamente.
- Foi só um mal-estar.
- Certo, então vamos rápido. O Collins não gosta muito de esperar.
Por alguns segundos eu me senti arrependida de não ter escolhido o elevador. Mas a tortura durou pouco, logo estávamos caminhando em direção a sala de numero quarenta e cinco. Ao entrarmos no corredor, pude ver o homem com os braços envolvidos na cintura da esposa, depositando um pequeno beijo em seus labios. Eu me senti um tanto desconcertada com a cena, afinal, há poucos minutos eu estava tendo pensamentos nada saudáveis com a mulher do mesmo.
- Rápidos! – Collins soltou com um sorrisinho. – Bom, essa é a sala de programas, toda a movimentação financeira é registrada aqui. Qualquer transação muito grande precisa de minha autorização.
- Só a sua autorização? – perguntei.
- Exatamente. Os chefes de setores possuem um microchip que dá acesso as áreas permitidas do sistema. Mas somente o meu, que sou dono de tudo, pode ter livre acesso a qualquer movimentação, e qualquer setor.
- Isso é muito interessante, uma forma de proteção absoluta. – Brandon analisou.
- Exatamente. Qualquer tipo de movimentação fora do comum, é imediatamente alarmado, entrem.
Christopher tirou o pequeno cartão bolso e inseriu no leitor de microchip que ficava ao lado da porta. Entramos todos juntos na sala de monitoramento do sistema. O lugar possuía equipamentos da mais alta tecnologia.
- Nossa, isso é ótimo. – disse um tanto admirada.
A sala era repleta de computadores interligados, que analisavam todos os tipos de movimentações feitas naquele exato instante. Os números corriam frenéticos pelos monitores que era devidamente controlado por alguns funcionários.
- Tivemos um leve alarme na semana passada. Disseram que o sistema foi violado, e uma pequena quantia em dinheiro sumiu.
- Quanto foi? – Camila perguntou curiosa.
- Quinhentos mil dólares.
- Oh, Deus. Christopher, e você conseguiu identificar alguma coisa?
- Não, meu amor. O sistema foi claramente violado, mas até o momento não conseguimos identificar quem foi. Por isso, nossos agentes estão aqui.
- Eu espero que vocês consigam achar o mais rápido esse delinqüente.
- Nós vamos achar, Sra. – eu disse a tranqüilizando.
- Eu sei que vai, Lauren. – Camila falou olhando fixamente em meus olhos.
Depois de alguns minutos de conversa seguimos novamente para a sala do Sr. Collins, lá fizemos um leve planejamento sobre minhas necessidades em relação ao caso. O homem prometeu deixar qualquer um de seus funcionários a disposição para me ajudar.
- Agente Jauregui?
Ouvi a voz rouca de Collins chamar assim que me levantei da poltrona.
- Hoje à noite vamos fazer um jantar. Meu advogado vai estar presente, assim vamos poder falar dos mínimos detalhes para que consiga dar entrada nesse caso. Tudo bem por você?
Lancei um rápido olhar para Camila, e logo em seguida para o homem.
- Claro senhor. Só preciso do endereço.
- Minha secretaria vai lhe informar.
- Tudo bem. Até mais tarde então Sr e Sra. Collins. Foi um prazer.
[...]
De todos os casos possíveis em Nova Iorque, eu havia pegado o único no qual ela estava presente. Aquilo só poderia ser algum prova de fogo, ou uma pegadinha de televisão. Não era possível, com tantas mulheres nesse mundo, Collins tinha que ter casado justamente com Karla? Quer dizer, não era culpa do homem, se a algumas semanas eu havia transado com sua esposa, se é que na época eram casados.
- Está tudo bem? – Verônica perguntou ao sentar a minha frente.
Eu meneei com a cabeça negativamente, tentando voltar a minha realidade.
- Está! Eu só estou pensando no caso de hoje.
- Está animada? Soube que é um caso grande! – seu tom de voz era surpreso.
- É um caso importante, e difícil. Muito difícil.
- Pensei que quisesse um caso difícil, Lauren. Foi para isso que viemos para cá, não é?
Eu suspirei pesado, enquanto ela me fitava um tanto confusa.
- E eu quero! Vou resolver isso. Brandon apostou todas a fichas em mim.
- Isso é maravilhoso! Mesmo você não sendo mais delegada, creio que esse cargo é tão importante quanto!
- Com certeza é. Só tem um problema.
Verônica semicerrou os olhos em minha direção.
- Que problema?
Eu olhei para ambos os lados, como se procurasse alguém que tivesse interesse em nossa conversa. Apoiei meus braços sobre a mesa, me inclinando um pouco para frente, a ponto de ficar mais próxima de minha amiga.
- A mulher do empresário, Collins.
- Ela é gata? – perguntou com um sorriso.
Eu sorri da expressão sacana e ao mesmo tempo maldosa de Iglesias.
- Sim, muito!
- Oh, Deus! Você quer pegar a mulher dele?
- A questão é essa, eu já peguei.
Verônica arregalou os olhos em puro susto.
- Você está brincando, não é? – ela cochichou.
Fechei os olhos, levando meus dedos até minhas têmporas, onde fiz uma massagem leve.
- Não! Ele é casado com Karla Estrabão.
A mulher ficou calada por alguns segundos, talvez pensando em quem poderia ser Karla Estrabão, quando em um lampejo de memória, Vero tocou com a ponta do dedo indicador em sua cabeça.
- A latina do ménage?
Eu voltei com meu corpo para trás, encostando minhas costas na cadeira estofada.
- Ela mesma.
Vero levantou de sua cadeira, com uma risada que se espalhou por todo o ambiente.
- Você está muito fodida!
- Obrigada pela parte que me toca.
- Lauren, você passou o mês todo falando o quão boa na cama aquela mulher é. E olha que você já dormiu com muitas, mas nenhuma teve esse efeito sobre você.
- Eu sei! Porra. – resmunguei ao levantar de minha cadeira. – Ela não pareceu ficar desconcertada, pelo contrario, gostou de me ver.
Caminhei devagar até a estante, pegando uma das xícaras pretas com o brasão da delegacia, para depositar uma boa quantidade de café quente. Aspirei a pequena fumaça que saia do recipiente, sentindo o cheiro gostoso do café.
- De duas uma, ou ela é muito safada ou você está louca.
Eu virei em direção a Verônica, que me fitava com um olhar divertido.
- Eu aposto nos dois! – disse antes de tomar um gole do café quente.
- Eu acho que você deveria manter o foco no seu trabalho. Ela deu bola pra você?
- Ela passou o dia me provocando!
- Tem certeza?
- Vero, ela é cínica demais.
- Talvez você esteja assustada com tudo. Vai ver aquela noite deveria ser a despedida de solteiro dela. E ela aproveitou com você, e Keana.
Eu me encostei sobre a estante, deixando minha cabeça vagar sobre a idéia de Vero. Talvez eu estivesse louca, a correria e as poucas horas dormidas estavam me fazendo imaginar coisas que não existem. Mesmo que suas palavras estivessem nítidas em minha cabeça, eu ainda queria acreditar que eu estava ficando louca.
- O que vai fazer hoje? – Perguntou a mulher.
- Eu tenho que ir ao jantar com os Collins. Vamos relatar o caso mais detalhadamente. E você?
- Eu vou curtir a noite. A agente Pinheiro é interessante, e me prometeu algumas bebidas depois daqui. – seu tom de voz era animado.
Eu franzi o cenho.
- Você mal chegou e já vai sair com alguém da delegacia?
- Pelo menos não vou sair com a mulher da vitima, não é?
- Vai se foder!
Vero soltou uma risada e se afastou.
- Agora é serio, ela é divertida e bonita! Disse que me levaria para conhecer um pouco de Nova Iorque, e como tem poucos dias na delegacia, eu aceitei!
- Espero que tenha uma boa noite então.
Levantei a xícara como se fizesse um brinde.
- Com toda certeza eu terei, Jauregui!
[...]
Com delicadeza girei o pequeno botão para que o volume do som aumentasse. Meus dedos tamborilavam no ritmo da musica sobre o volante do volvo preto que agora estava sobre meu comando. O comissário Brandon achou justo que eu tivesse meu próprio carro, nada de viaturas da policia. Christopher deixou claro que quer total discrição sobre a investigação das finanças da Collins Enterprise. Devido a essas exigências, eu estava agora em meu carro do ano, vestindo roupas normais, nada de fardas policiais, a caminho de um dos restaurantes mais caros da cidade de Nova Iorque. O homem com todo seu poderio, fazia total questão de esbanjar seus bens financeiros.
Eu estava a duas quadras do bistrô aonde seria feita a pequena reunião. Passei cautelosamente os dois sinais de transito, para finalmente estacionar na vaga vazia em frente ao restaurante. Olhei pelo pequeno espelho, ajeitando alguns fios de cabelo que teimavam em ficar revoltos. Para em seguida guardar minha pistola cromada, no coldre que ficava em minha coxa, a arma era pequena e dificilmente seria notada por debaixo do vestido preto soltinho que eu usava aquela noite.
Sai do carro, pegando minha jaqueta de couro preta sobre o banco, na qual vesti rapidamente antes de entrar no restaurante. Um rapaz muito bem vestido estava na porta com um ipad nas mãos.
- Boa noite, senhora. Tem reserva? – perguntou educadamente.
- Sim, vim encontrar com o Sr. Collins.
- Oh, por favor. Venha comigo.
O homem lentamente me guiou até uma área mais privada do restaurante, onde só havia uma mesa. Nela estava Christopher, juntamente de mais três homens, incluindo o comissário Brandon. Agradeci mentalmente por não ver Camila junto a eles, era um alivio sair do campo de visão da latina.
- Boa noite senhores. – disse ao me aproximar.
Os três de forma galante levantaram de suas cadeiras para me cumprimentar.
- Sente conosco, agente Jauregui. – Collins falou ao puxar a cadeira ao lado dele.
Tirei minha jaqueta, e delicadamente me sentei ao lado dele e de mais um homem que não reconhecia.
- Esse é meu advogado, John
- Muito prazer, agente Jauregui.
- O prazer é meu.
- Bom, eu escolhi essa área mais privada para que possamos falar sobre o caso. Podemos jantar depois, se importam?
- De forma alguma, Sr. Collins. – Brandon falou educado.
- Perfeito! John, explique tudo.
John era um homem que aparentava estar na faixa de seus trinta e cinco anos, era branco de cabelos loiros, cortados em estilo militar. Seu porte físico mostrava que o mesmo, assim como Collins, passava boas horas na academia. Ele usava um terno cinza, e uma camisa azul claro por dentro.
- Bom, aqui estão às movimentações suspeitas. Eu tive o trabalho de recolher nos setores as papeladas na qual vimos à irregularidade. – disse ele ao entregar uma copia para cada pessoa da mesa.
- Vocês podem ver que os gastos programados não incluem a quantia que sumiu. O grande problema é que não conseguimos obter informações de quem fez isso, mas o mesmo falhou. O sistema foi brutalmente violado, por isso notamos rapidamente.
- Tiveram informações sobre o programa de segurança? – perguntei.
- Sim! O mesmo se isentou de culpa. Afinal, o alerta foi feito normalmente assim que o programa foi invadido.
- Vocês tem algum suspeito?
- Agente Jauregui, eu sou um cara que tem muitos recursos financeiros. Sou cercado de pessoas invejosas que querem o que é meu. Então é um pouco difícil apontar. – Collins disse de forma seria.
- Sim, eu acredito nisso. Mas quero saber se tem alguém interessado em lhe fazer mal.
- Tem algumas pessoas, mas não creio que sejam alguma delas. Esse alguém parece conhecer bem minha empresa.
- Sr. Collins, hoje em dia temos muitos criminosos que se infiltram nas redes para conseguir uma boa quantia em dinheiro. Não precisam necessariamente ter algum contato com vocês. Mas não se preocupe! Vou reunir alguns agentes que são peritos em programas de segurança, para buscar identificar alguma pista.
- Faça isso! Você pode entrar com sua equipe na empresa para buscar o que precisa.
- Certo, eu vou precisar dos nomes das pessoas que tem acesso ao programa. Vou falar com todas elas. Funcionários ativos, e aqueles que já foram demitidos. Quero falar também com a empresa que cuida desse processo.
- Terá tudo o que precisa.
A reunião durou mais alguns minutos. O caso parecia um tanto complicado, já que os mesmos ainda não tinham sequer uma pista de quem fosse. Os únicos dados que foram recolhidos não identificava absolutamente nada.
- Com licença. – o rapaz que me trouxe a sala, apareceu na porta. – Pode entrar Sra. Cabello.
Droga!
Eu desviei o olhar da porta, como se aquilo fosse me proteger de sua presença tentadora. Mas não durou muito tempo, logo Camila se aproximou da mesa com um sorriso cínico nos labios.
- Boa noite para todos. – disse ela de forma educada.
Karla Camila usava um vestido com estampa cinza, que caía perfeitamente bem em seu corpo, modelando as curvas sinuosas e latinas que a mesma possuía. Suas pernas estavam cobertas por uma meia calça preta e fina, que me fazia pensar se estava usando uma cinta-liga por baixo. Meneei com a cabeça, para então encarar seu rosto. Ela tinha os cabelos lisos, deixando seu rosto mais serio e desafiador.
- Chegaram mais cedo pelo visto. – disse ela ao encarar o marido de forma seria.
- Reunião chata, não queria entediá-la. Sente ao meu lado, meu amor. – O homem falou ao puxar a cadeira para sua esposa, que prontamente se sentou, a minha frente.
Os olhos castanhos intensos de Camila pousaram sobre mim assim que a mulher se sentou. De forma quase imperceptível, a morena curvou os labios em um sorriso que eu poderia jurar ser maldoso. Eu engoli em seco, desviando de seu olhar para tratar de um assunto trivial com o comissário ao seu lado.
- Podemos pedir o jantar.
E assim foi feito. O jantar transcorreu baseado em uma conversa interessante. Collins era um homem muito estudado, não era a toa que era um dos melhores empresários do país. E Camila não ficava para trás, os dois pareciam ter sido moldados da mesma maneira, com os mesmos conhecimentos e manias. O que me fazia pensar a quanto tempo os dois estavam juntos.
- Há quanto tempo estão casados? – Brandon perguntou como quem lia meus pensamentos.
Christopher sorriu, e repousou sua mão sobre a de Camila, fazendo um carinho leve.
- Estamos casados há cinco anos.
O vinho tinto que naquele instante eu tomava, desceu mais rápido do que o previsto, fazendo-me tossir descontroladamente.
- Está tudo bem, agente Jauregui?
Eu rapidamente peguei o delicado lenço sobre a mesa, colocando sobre a boca. Para finalmente cessar com a tosse.
- Está, não se preocupe.
Meus olhos se encontraram com os de Camila, que parecia saber exatamente o que se passava em minha cabeça. Se os mesmos eram casados há cinco anos, ela já não era uma esposa tão fiel assim. Christopher parecia ser apaixonado, ou apenas fazia questão de exibir sua maravilhosa esposa para quem quer que fosse. Das duas opções, eu ficava com a segunda.
- Um casamento e tanto! – Brandon sorriu.
- Sim, comissário. Eu tive muita sorte de encontrar Christopher. – Camila falou com um sorriso, para em seguida tomar um gole de seu vinho.
Ela olhou para o marido, e depois para mim. Eu podia ver o liquido escuro molhar seus labios tão carnudos, que eu daria tudo para sentir novamente.
Não!
Não, Lauren!
Tomei o álcool de minha taça até a ultima gota. Eu precisava daquilo para me manter tranquila o suficiente diante daquele olhar faminto. Em meu interior eu travava uma batalha continua para saber se tudo estava acontecendo, ou era apenas fruto de minha imaginação fértil.
- Camila é uma mulher maravilhosa, não tenho do que me queixar. – disse o moreno.
Eu arregalei os olhos assim que senti algo me tocar por debaixo da mesa. Me acomodei na cadeira, e aquilo continuou. A diaba estava secretamente deslizando os pés cobertos pela meia preta, em minhas pernas. Eu engoli em seco, fechando as mãos em punhos. Nossos olhares se fixaram sem o menor pudor, enquanto ela discretamente subia com a ponta dos pés por minha panturrilha até minhas coxas.
Eu respirei fundo, tentando me manter calma. Como ela poderia ser tão ousada? Camila sorriu doce para Christopher, que continuava a falar sobre sua esposa para o comissário, que parecia interessado no assunto. Eu fechei as pernas, unindo minhas coxas. E ela então negou com a cabeça, em uma ordem clara para que eu as abrisse.
Louca, isso que ela era.
O efeito da bebida estava começando a se fazer presente. Eu sentia a adrenalina correr em minhas veias, pelo medo de ser facilmente notada por Christopher, diferente de Karla, que parecia se divertir com a situação. O tecido de sua meia deslizava macio sobre minha pele, subindo por entre minhas coxas. A mesa era pequena, dando facilmente a oportunidade de ela chegar onde eu mais temia ou ansiava. Meus dedos tamborilavam nervosos sobre a mesa, eu estava começando a suar, como se tivesse a ponto de desarmar uma bomba.
- Meu bem mais precioso! Não deixo ninguém tocar, não é amor? – Christopher perguntou a Camila.
- É verdade, mas com isso não tem que se preocupar, meu bem. Só tenho olhos para você.
Camila levou a mão até o rosto do marido, que gentilmente beijou.
Aquilo só poderia ser brincadeira, que mulher filha da puta!
Depois do carinho, ela voltou os olhos para mim e deslizou a ponta da língua sobre os labios de forma provocante, para em seguida sorrir. Eu fechei os olhos, e tentei tirar forças de todo meu ser para levantar daquela mesa, e interromper tudo aquilo, mas ela foi mais ágil. Eu senti seu toque sutil sobre minha calcinha.
Porra!
Levei uma das mãos para baixo da mesa, empurrando seu pé para longe. Mas ela não desistiu, voltou a deslizar o mesmo por cima de minha boceta, sem a menor vergonha.
- Você parece um tanto desconfortável. Está tudo bem? – John perguntou preocupado.
- Se quiser te levo ao banheiro, Lauren. – Camila disse ao me fitar.
Tudo que eu menos queria era ir para um banheiro com ela, ou queria.
- Leve ela, meu amor. – Collins falou.
- Não! Eu estou bem! Só preciso ir para casa, tive um dia cheio.
- Tem certeza?
Eu assenti.
- Tudo bem então. – Christopher falou gentilmente.
Eu me levantei da cadeira rapidamente, arrancando um riso baixinho da morena a minha frente.
- Foi um prazer jantar com vocês. Eu prometo que amanhã inicio tudo com o caso.
O moreno se pôs de pé a minha frente, abotoando seu terno preto.
- Espero que sim, quero os melhores resultados, agente.
- Vou dar tudo de mim para que tenha tudo resolvido, senhor Collins.
- Não sei por que, mas acredito que Lauren vai fazer um trabalho maravilhoso. – Camila falou ao se aproximar, parando logo atrás de seu marido, mas ainda com os olhos sobre mim.
- Espero atingir todas suas expectativas, Sra. Cabello.
- Você vai, Lauren. Com certeza vai.
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Karla Camila é uma diaba sim ou claro?
Erros eu arrumo depois!
Um grande beijo, e até o próximo.
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