
Capítulo 12 - Hacker Attack!
Olá meus amores!
Como falei mais cedo no twitter, hoje tem XM! Obrigada a todo mundo que é paciente e espera por capítulos novos. Em meio ao pouco tempo, eu e as meninas tentamos fazer tudo direitinho pra vocês. Aproveitem bastante!
"" Esse capitulo quero dedicar pra galera que tá lá no acampamento do vivo rio, passando fome, fedendo sem tomar banho, na chuva, na rua, na fazenda, numa casinha de sapê.. MENTIRA.. Enfim, pra galera que tá lá e que está guardando um lugarzinho pra gente.. E especialmente pra Cintia ( @5hfrombrazil ), @oldwaysnojinho @leerdoy ( que são menores de idade e não deveriam estar lendo XM, e pro meu amorzão, Gabe ( @twolfnudes ),que está atrasado na fic, mas é aquele ditado, né?! - Larissa Rios"
Sobre o textinho da Larissa, quero agradecer imensamente também por estarem fazendo isso! Estão sendo maravilhosos em ajudar toda uma galera que vai estar nesse show, inclusive eu. Muito obrigada mesmo!
Bom, agora vamos ao nosso capitulo...espero que gostem. :)
Secret's point of View.
Cruzei a enorme extensão daquela sala, ouvindo o barulho de meus passos sobre o assoalho desgastado daquele galpão abandonado. Olhei pela janela de vidro, suja por falta de cuidado, o movimento quase nulo de pessoas ao lado de fora, o horário já não era propicio para ter tantas pessoas na rua. Fitei meu relógio pela quarta vez em menos de vinte minutos, os ponteiros pareciam se mover mais lento que o normal, ou talvez apenas fosse à ansiedade do momento. Já passava das duas da madrugada, quando a luz de um farol chamou minha atenção. O carro mais do que conhecido por mim estacionou bem a frente da porta lateral do galpão. Os faróis se apagaram, fazendo o carro negro quase se perder em meio à escuridão da noite. Afastei-me da janela, e caminhei em direção a uma das mesas que havia ali, servindo-me de uma boa quantidade de whisky depositada em uma bela e refinada garrafa. Despejei algumas pedras de gelo no copo, juntamente do álcool que lá já estava. Movi o liquido de um lado para o outro, antes de erguer até meus lábios, tomando um gole significativo da bebida, o que fez minha garganta aquecer.
- Desculpe a demora, eu tive que passar para buscar alguém. – Falou ao abrir a porta e entrar na sala.
Abaixei o copo sobre a mesa, e encarei com uma expressão confusa e assustada.
- Alguém? Do que está falando?
- Calma, eu vou explicar.
- Acho bom que explique. – me virei em direção a procura de um lugar para sentar.
Ouvi um suspiro pesado e passos lentos, informando que se aproximava. Sentei na poltrona estufada, para relaxar meu corpo e manter a calma.
- Bom...Você sabe que da ultima vez que tentamos não deu muito certo, lembra?
Ergui o copo de whisky novamente até os lábios, que logo foram molhados pelo álcool de aroma tão forte. Um gole, apenas.
- Sim.
- Devido a isso, eu pensei que precisaríamos de mais alguém para nos ajudar. E tratei de procurar alguém de confiança que se unisse a nós. E bom, eu encontrei.
- Eu não acredito que você fez isso. – bufei em irritação.
- Era a melhor escolha.
- Você deveria ter me perguntado! Como toma uma decisão sem mim?
- Era a melhor saída.
- Que seja, poderia ter falado antes de fazer.
- Você não aceitaria. – exclamou um pouco mais alto.
- Obvio que não, é perigoso!
- E quer ficar na mesma? Você viu que a ultima vez foi um fracasso. Entramos no sistema, mas o setor financeiro estava bloqueado.
- Poderíamos resolver isso. Com um tempo e um bom trabalho. – soltei impaciente.
Levantei da poltrona, caminhando em direção a janela de vidro novamente. Eu respirei fundo, tentando manter a calma para não explodir naquele momento. Invadir o sistema da Collins e ter aquele dinheiro era uma questão de honra, e eu não poderia deixar que nada, absolutamente nada desse errado. Mas, colocar mais uma pessoa dentro do esquema não estava em meus planos, nunca esteve.
- Eu resolvi isso por nós. A solução é perfeita, e totalmente confiável. Não sairá nada daqui.
- Como posso ter certeza? – exclamei ao me virar, e fitar aqueles olhos receosos.
Eu vi seu peito subir e descer em uma respiração forte, como se estivesse tomando forças para manter sua decisão firme.
- Dou a minha palavra. – seu tom de voz saiu confiante como de um rei.
Ficamos em silencio por alguns segundos, como se estivéssemos selando um novo acordo. Suspirei pesado, mas aceitei em um breve aceno com a cabeça.
- Mande entrar.
Vi um sorriso vitorioso nascer ali. Neguei com a cabeça, enquanto seus passos foram em direção a porta, na qual abriu devagar.
- Bom, apresento a você, o nosso bispo.
Meus olhos se estreitaram na direção daquela pessoa que me analisou minuciosamente. Por uma fração de segundos eu senti aquela insegurança tomar conta, ter uma nova peça naquele jogo não era tão simples quanto parecia ser. A atenção agora seria redobrada.
- Bispo?
- Creio que é uma peça importante. E o que nos faltava. Não dizem que o bispo é uma peça um tanto rápida? Que se tiver o caminho livre pode ter um bom proveito? – perguntou ao se servir de um pouco de whisky.
- Sim, claro. – disse sem tirar os olhos de nossa nova peça.
- E pode manter a calma. O bispo não pula por cima de outra peça, e só segue na seqüência de casas da mesma cor. Ou seja, a nossa cor. – completou ao tomar um gole do álcool. – Eu sou a torre, e consegui um bispo para você.
- Você confirma isso? – perguntei ao "bispo".
- Com toda certeza. Sei que não tenho sua confiança ainda, mas terei logo. Vou ajudar na derrubada do rei.
- Eu não confio mesmo. Mas acho que está bem clara a nossa situação. Eu costumo ter uma generosidade imensa com quem realmente está do meu lado, muito diferente do Collins. Mas tenho algo em comum com ele. – falei calmante, enquanto me aproximava do bispo.
- O que?
- Sei como resolver problemas que me pareçam perigosos. E garanto que não é de uma maneira gentil. – soltei cada palavra com a precisão exata.
- Eu sei muito bem, tive uma ótima instrução antes de aceitar tudo isso. – disse antes de engolir em seco. – Não vou decepcionar.
- Perfeito. Estou lhe dando as boas vindas.
- Isso poderia ter sido mais gentil. – A "Torre" falou enquanto sentava na cadeira a frente da mesa. – Sabe disso, não é?
- Em minha posição, ser gentil não é algo bom. Já fui demais..
Eu seus olhos se revirarem em puro tédio, antes de convidar o bispo para se sentar ao seu lado.
- Vamos agora falar sobre o trabalho. Acho que vai mudar essa idéia quando souber tudo que podemos fazer em união.
- Eu já sei muito bem.
- Sabe?
- Sim, e tenho que te dar os parabéns por isso.
- Me agradeça quando tirarmos todo o dinheiro que aquele miserável carrega.
- Vamos ao trabalho, teremos uma longa madrugada. – disse ao abrir o notebook.
[...]
Caminhei de um lado para o outro sem parar, aquela maldita sensação de ansiedade estava me consumindo. Estávamos a mais de uma hora e meia de frente para aqueles computadores, o processo para entrar no sistema estava bem mais complicado do que dá ultima vez. As seqüências de números e letras pareciam infinitas, corriam sobre a tela do notebook utilizado pelo bispo. Respirei fundo, e procurei me concentrar. A sala era mal iluminada por uma lâmpada amarelada ao fundo, o brilho da tela dos computadores mantinha nossa atenção presa, enquanto nos rendia uma boa dose de tensão e ansiedade se algo ali desse errado.
- Pronto! Temos que agir rápido. Vamos! - ouvi o bispo falar com a atenção concentrada na tela do notebook de ultima geração.
- Conseguiu? – perguntei com certo nervosismo.
- Acho que sim. Mas vamos precisar da chave, para que o sistema não identifique o corpo estranho. Depressa! O sistema congelou.
- Deixe nas minhas mãos, agora é minha vez.
Estávamos em uma conexão tripla, cada maquina tinha um trabalho para fazer. O bispo abriu o caminho, para que eu entrasse livremente no sistema e retirasse o que me interessava. A torre apenas esperava pela quantia, que seria enviada para uma conta fora do país. Comecei a digitar a seqüência numérica em uma rapidez fora do comum, enquanto meus olhos corriam pelos números que apareciam na tela luminosa.
- Não temos muito tempo. O sistema está paralisado.
Ouvi aquela voz ao fundo, como se eu estivesse a muitos metros longe.
- Estou quase lá... – disse, sem parar de digitar os números que dariam livre acesso.
Eu poderia ouvir as batidas de meu coração, forte e frenético. Naquele momento, toda minha concentração estava ali. Digitei o ultimo numero, e cliquei no pequeno botão à esquerda. Quando uma nova janela se abriu na tela, informando a seguinte frase "Sistema financeiro liberado". Um sorriso escapou de meus lábios, atraindo a atenção da torre que se aproximou com rapidez.
- Espero que esse sorriso seja de coisa boa.
- Mantenha a atenção, vou transferir a quantia. – disse.
A adrenalina que corria em minhas veias naquele momento me proporcionava um prazer quase indescritível. O frenesi de fazer aquele momento acontecer tomava conta de mim. Os números da conta da Collins Enterprise estavam ali, bem a minha frente reluzindo.
- Ah, Christopher, você não sabe com quem se meteu. – sussurrei ao digitar a quantia desejada.
- Um pouco mais rápido, o tempo vai estourar.
- Vai pagar pelo que fez.
Confirmei a transferência, vendo a pequena tarja ser preenchida rapidamente, e consequentemente a caixa de mensagem com a frase "Transferência concluída"
- Pronto, avançamos algumas casas. Logo chegarei a você, rei.
Lauren Jauregui's point of view.
Um maldito barulho perturbava meu sono, me remexi sobre a cama em meio aos lençóis macios. Coloquei os dois travesseiros sobre a cabeça, na tentativa de fazer o ruído parar, mas não tive sucesso. Abri os olhos com certa dificuldade, sentindo minhas pálpebras mais pesadas que o normal. As poucas horas dormidas na casa de Camila estavam sendo descontada agora, ou ao menos eu estava tentando fazer isso. O barulho voltou novamente, quando só agora me dei conta que se tratava de meu celular, que tocava insistentemente sobre o criado mudo. Estiquei o braço, tateando sobre a madeira fina a encontro de meu aparelho celular. Capturei o objeto, levando até o ouvido.
- Alô? – soltei de forma sonolenta e irritada.
- Lauren... – Ouvi a voz de Vero soar baixa e temerosa.
- Eu espero que você tenha um ótimo motivo pra me ligar a essa hora. – resmunguei.
- Eu preciso que venha a delegacia agora.
- Por quê? Meu horário é as sete.
- Lauren, por favor. Venha aqui, eu preciso.
A forma como Vero estava falando começou a me assustar. Sentei-me sobre a cama, e dei toda a minha atenção para minha melhor amiga.
- O que aconteceu? – perguntei com receio.
- A Collins, foi roubada novamente.
Aquelas palavras me pegaram em cheio, como se eu tivesse recebido um soco forte no estomago. Acho que demorei cerca de alguns minutos para processar aquela informação tão desastrosa. Rouba, outra vez.
- Verônica Iglesias, você tem certeza disso?
- Tenho, vem pra cá agora.
[...]
Não demorei sequer meia hora, e meu carro já estava entrando no estacionamento da delegacia de Nova Iorque. Talvez eu tivesse passado absolutamente todos os sinais de transito possíveis, mas só talvez. Saí do veiculo, caminhando em passos rápidos para dentro do prédio. Já estava quase amanhecendo, mas a delegacia ainda se encontrava em pequena quantidade de funcionários pelo turno da noite. Corri pelo corredor de extenso, entrando no primeiro elevador disponível. Aquela droga parecia seguir em uma lentidão fodida. Assim que as portas de metal se abriram, caminhei em passadas largas até a minha sala. Dando de cara com a expressão preocupada de Iglesias, ela estava pálida e tensa.
- Que horas isso aconteceu? – perguntei ainda ofegante pela correria.
- Eu não sei. – murmurou.
- Como assim você não sabe?
Ela gesticulou com as mãos, sem deixar que qualquer palavra deixasse seus lábios. O nervosismo e ansiedade era notado a quilômetros de distancia.
- Lauren, o sistema do FBI congelou, não tive sinal sonoro de alarme.
Eu franzi o cenho, e fitei o nada.
- Vero, você estava de olho no sistema?
- Não...
Aquela simples palavra fez um peso cair sobre as minhas costas.
- O que você estava fazendo aqui?
- Eu estava aqui na sala, mas me distraí. A oficial do setor de baixo veio conversar e acabamos...
- Oh meu Deus, eu não acredito nisso! – exclamei furiosa.
- Me desculpe!
- Desculpar? Você fodeu tudo! – gritei.
Eu não conseguia acreditar no que estava acontecendo. Caminhei até o computador no qual o sistema do FBI estava instalado, vendo a janela do programa paralisado, com as letras em caixa alta escrito "ALERTA". Há duas horas atrás. Malditas duas horas atrás.
- Merda, merda! Ligue para Ally e Normani! Onde elas estão?
- Estão de folga, o turno essa noite era meu. – disse com a voz tremula.
- Liga pra elas agora!
Iglesias saiu da sala rapidamente, fazendo a porta de vidro bater. Sentei-me na cadeira, encarando a tela do computador totalmente congelada. O sinal de alerta estava ali, mas Vero não foi atenta o bastante para identificar isso na hora. Eu não fazia idéia do quanto havia sido roubado, mas com toda certeza não teria sido pouco. Seja lá quem estivesse roubando, estava a um passo a frente. Coloquei os braços sobre a mesa, abaixando minha cabeça. Eu sentia aquela pressão tomar conta do meu corpo e mente.
- Elas estão a caminho. – ouvi Vero falar, fitando-me receosa.
- Isso vai ser um inferno. Como você pode ser tão irresponsável??
- Foi um deslize!
- Um maldito deslize que vai custar a nossa carreira nessa merda! Você estava transando com alguém aqui né?
Ela respondeu.
- Meu Deus, conheço você tão bem! – exclamei ao me levantar. – Você tem idéia do que vai acontecer?
- Vamos dar um jeito! O que mais eu poderia fazer? O sistema congelou!
- Se você tivesse visto logo, tudo poderia ser diferente! Caralho.
Eu sentia meu sangue ferver, de raiva e ódio. Eu não poderia acreditar naquilo, todo um projeto por água abaixo.
- Não adianta mais ficar assim, temos que resolver. – Vero falou exaltada.
Eu nada falei, apenas me afastei dela. Minha cabeça borbulhava com uma imensidão de idéias e problemas que logo viriam à tona. Eu estava perdida. Minutos depois ouvi o barulho da porta se abrindo, logo Normani e Ally entraram com expressões assustadas.
- Viemos o mais rápido possível. – Ouvi a voz de Mani.
Eu nem sequer me virei para encará-las, estava ainda atordoada demais para tudo aquilo. Normani sentou na cadeira que eu estava há poucos minutos atrás, Ally puxou outra para sentar-se ao lado.
- O sistema está impossibilitado. – Ally exclamou.
- Podemos ligar para a central, pedir a chave de acesso universal. Já que essa foi pelo ralo.
- Faça isso, verônica. – meu tom de voz saiu cortante, e Vero apenas assentiu antes de se retirar.
- Eu ainda queria ficar aqui hoje, mas Vero disse que não era necessário. – Normani falou nervosa.
- Deveria ter ficado! Eu não sabia que as duas estariam de folga hoje. Desde quando você tem liberação nesses turnos Allysson?
A loira me encarou rapidamente e respirou calmamente.
- Eu tive que sair, precisava resolver algumas coisas.
- E você, Normani?
- Eu tive folga, fiquei nos últimos quatro turnos desse horário.
- Seja lá quem mexeu nisso, está bem agora.
- Eu quero que entre e veja toda a movimentação feita, quero saber a quantia e para onde foi transferida.
Caminhei de um lado para o outro na sala, enquanto as duas mulheres pareciam concentradas na maquina a sua frente. Eu estava a mil por hora. Vero entrou na sala com a papelada nas mãos, os códigos de acesso do FBI estavam ali, acreditava eu. Em poucos minutos, Normani e Ally conseguiram obter um sinal positivo do sistema, a imagem congelada havia se desfeito, e só agora poderíamos tentar ter alguma informação.
- Finalmente! – Normani falou esperançosa. - O sinal de alerta foi feito, há duas horas e meia. Mas pelo que parece, o setor que identifica para onde a quantia foi transferida foi totalmente bloqueado.
- Não podemos ver para onde o maldito dinheiro foi? – exclamei alterada.
Ally me encarou, e negou com a cabeça lentamente.
- De quanto se trata isso?
- Cinco milhões de dólares. – a loira continuou.
- Meu Deus! Isso não pode esta acontecendo.
- Espera, eu estou conseguindo ver de onde foi feito o roubo, e de qual tipo de maquina. O mapa vai me dar o endereço correto! – Normani falou enquanto digitava algo no teclado.
- Como alguém consegue congelar o sistema do FBI? Isso não deveria ser impossível?!
- Lauren, às vezes pequenas frestas podem ser identificada nesses sistemas. Quem tem conhecimento, consegue! Apesar de dar um extremo e delicado trabalho.
- Vão querer a nossa cabeça.
- Agente, se quiser, eu assumo a culpa pela irresponsabilidade. – Vero falou em um tom serio.
- Não vai adiantar, Verônica! Nada vai mudar isso. Eu estou à frente desse caso, a culpa vai cair nas minhas costas!
- Juntas vamos resolver isso. – Ally soltou calma.
Eu neguei com a cabeça, desviando o olhar de Vero. Eu estava decepcionada, com raiva e triste.
- Prontinho, meninas. O lugar parece afastado da cidade, não é nada publico. Pelas imagens mais me parece um galpão, vejam!
A mulher virou a tela do computador para que todas nós pudéssemos ver a imagem feita pelo satélite. Se tratava de um grupo de galpões. Talvez fosse um lugar de fabricas, ou algo do gênero. Analisei a imagem minuciosamente.
- Eu vou para lá. Enquanto isso, tentem desvendar tudo que for possível. Eu vou mandar informações a todo instante.
- Quer que eu vá com você? – Vero perguntou, enquanto eu me arrumava.
- Não, fique.
- É melhor ir acompanhada. – Allyson falou.
Eu engoli em seco, trocando um rápido olhar com a loira que me encarava. Eu apenas assenti, e me retirei daquela sala. Eu não queria ficar perto de Verônica agora, eu ainda a culpava por aquilo estar acontecendo. Não como se ela tivesse roubado, mas como se tivesse sido irresponsável o suficiente para deixar aquilo acontecer. Saí da delegacia, caminhando em direção a meu carro. Eu só queria poder mudar toda aquela situação, poder ter uma maldita pista de quem estava fazendo todo aquele estrago. Entrei no veiculo, me acomodando no banco do motorista, enquanto colocava minha pistola no coldre axilar.
- Pronto. – Vero falou ao abrir a porta do carro e se juntar a mim.
Eu não respondi, apenas virei à chave na ignição do carro, fazendo motor roncar. O caminho inteiro foi em puro silencio, a não ser pelas seguidas vezes em que eu trocava algumas palavras com Ally e Normani pelo radio.
- Normani está me informando que há sinal de conexão nesse galpão. O sistema está vendo um ponto de acesso disponível, mas pelo que pesquisei o lugar é totalmente abandonado. – Ouvi Ally informar pelo radio.
Soltei uma das mãos do volante, para aperta no pequeno botão do radio.
- Quem sabe o invasor ainda esteja lá.
- Foi o que pensamos. Então se apresse.
- Certo, qualquer coisa, chame.
Pisei no acelerador do carro, correndo em quase 160k/h. Vero ficou calada até chegarmos ao local de destino. Entramos em uma área mais deserta da cidade, eu nunca havia andado por aquelas bandas. Me guiei pelo GPS do veiculo, que indicava o caminho preciso até o local dado por Normani. Desacelerei o automóvel, para conseguir analisar minuciosamente o lugar onde eu estava entrando. O conjunto de galpões ficava um pouco mais distante da periferia, o lugar era totalmente abandonado.
- Acho que é aquele ali, Lauren.
Vero apontou para o penúltimo galpão, bem parecido com a imagem que vimos na delegacia.
- Com certeza é esse. – troquei a primeira frase com ela depois de todo o caminho.
Parei o carro bem a frente do prédio, o mais próximo possível.
- Vamos entrar.
Minha melhor amiga assentiu, enquanto se preparava. Retirei minha pistola do coldre, verificando se a mesma estava carregada e em perfeito estado, caso fosse preciso. Vero fez o mesmo, para somente depois sair do carro. Capturei o radio e sai, me juntando a ela.
- Vamos pela lateral, eu vi a uma porta menor. – a mulher falou.
Caminhei atrás de Vero que se aproximou da porta de ferro enferrujada, por sorte estava aberta. O ruído da porta me fez praguejar baixinho, mas suspirei aliviada assim que entramos. Saquei minha arma, e vi Vero fazer o mesmo. O galpão era uma espécie de fabrica abandonada, o maquinário todo ainda estava ali, coberto por poeira e teias de aranha. O cenário poderia ser macabro se não fosse pela claridade que invadia o lugar pelas janelas de vidro quebradas. Não havia absolutamente ninguém ali, a não ser pela presença dos pombos que lá estavam.
- Isso aqui está fedido. – Vero sussurrou logo atrás de mim. – Culpa dos pombos.
- Eu sei, mas fique atenta, e esqueça os malditos pombos.
Caminhamos lentamente entre as maquinas, a procura de algo. Tudo ali parecia velho e acabado. Cheguei a pensar que estávamos no lugar errado, mas continuei a olhar tudo. Segurei a pistola com mais precisão enquanto atravessava o galpão, indo em direção a uma escadaria de ferro corroído. Haviam duas portas no andar superior, o que eu julgava ser o antigo escritório. Ao subir a escada, ouvi um barulho vindo da sala superior, troquei um rápido olhar com Veronica, gesticulando para que ela ficasse esperta. A mulher assentiu e ergueu sua pistola preta para cobrir a retaguarda. Eu respirei fundo, e em passos lentos caminhei até a porta, aproximando o ouvido na tentativa de ouvir algo. Escutei um pequeno ruído, quando me assustei com o grito de Vero.
- Filho da puta! – a mulher exclamou. – O pombo cagou em mim.
- Porra.
Empurrei a porta com ombro rapidamente, e apontei a arma para dentro da sala. Vazia. Fechei os olhos, e tentei acalmar minha respiração.
- Você só pode está brincando comigo hoje. – falei quando Vero entrou na sala.
- Me desculpe, foi um reflexo. Não tive culpa.
- Já pensou se tivesse alguém aqui? Estávamos mortas agora, porque você gritou comum pombo. – as palavras saíram irônicas e irritadas de minha boca.
- Eu me assustei, sinto muito. Mas não tem ninguém. – a mulher falou ao tirar sua jaqueta suja. – Eca.
Me afastei da mulher, e adentrei melhor na sala extensa. Diferente do restante da fabrica, aquela sala parecia bem mais cuidada e limpa. Era nítido que havia sido utilizada. Normani estava certa, na verdade o sistema. Peguei o radio em meu bolso e levei até próximo da boca.
- Agente Kordei, na escuta?
- Kordei na escuta! – o som do radio saiu baixo.
- Veja no localizador se estamos no endereço que foi dado pelo sistema.
- É esse mesmo! Encontraram alguém?
Na sala havia um pequeno sofá de couro, uma cômoda e apenas uma mesa de escritório com uma cadeira.
- Não, está tudo vazio...mas estamos em uma sala de escritório agora. Pelo que parece foi utilizada recentemente.
- Ainda vejo o ponto de acesso presente neste lugar. – a voz deixou o radio.
Vero começou a abrir os armários à procura de alguma prova. Eu me aproximei da mesa, e sentei na cadeira. E pensar que há horas atrás a pessoa que roubou estava aqui, fez meu sangue ferver. Olhei para a lateral da mesa, vendo duas pequenas gavetas. Puxei rapidamente, mas as mesmas se encontravam trancadas.
- Eu posso abrir, tem um clipe ou grampo? – Perguntou Vero ao se aproximar.
Eu levantei da cadeira, e peguei minha pistola. Mirei na fechadura da gaveta e disparei.
- Ou você pode arrebentar ela toda...- Vero falou ao se afastar.
Abri a gaveta de madeira grossa, e retirei os objetos que estavam lá dentro. Chaves, um extrator de grampo, papeis e canetas, nada realmente proveitoso. Coloquei a mão novamente sobre gaveta, sentindo o fundo instável. Franzi o cenho, abaixando-me na altura da mesma para olhar. Tateei com a mão pelo fundo de compensado, notando que havia algo de errado.
- Droga! – exclamei irritada.
Coloquei o extrator de grampo pela pequena fresta que a gaveta oferecia, forçando com o pequeno objeto de ferro até retirar o maldito fundo.
- Iglesias!
- Oh meu Deus! – minha melhor amiga exclamou alegre.
- Agente Kordei, acabamos de encontrar um notebook. – informei pelo radio.
- Isso é maravilhoso! Tragam ele, por favor. Vamos analisar tudo.
- Vou levar, cambio desligo.
Coloquei o radio no bolso da jaqueta, e peguei o notebook prateado da gaveta. Ergui a tela fina, mas não liguei o aparelho.
- Vamos embora.
- Vamos, eu preciso de um banho.
Abaixei a tela, e carreguei o notebook para fora daquela sala. Saímos bem mais rápido agora já que conhecíamos o caminho para fora do galpão abandonado. Entrei em meu carro, e Vero fez o mesmo. Entreguei o aparelho para a mesma que repousou sobre sua perna. Liguei o carro, dando uma ultima olhada pelo lugar antes de sair dali. Em meio aquele caos um fio de alivio se fez presente com aquele notebook, apesar de não saber se o mesmo possuía alguma informação realmente aproveitável. O caminho estava silencioso, deixando que meus pensamentos vagassem por tudo que eu teria que fazer pra arrumar essa bagunça, e provavelmente por todas as coisas que eu ouviria de Brandon e Collins hoje. Não seria um dia fácil, talvez ele já tivesse acabado assim que ouvi a informação vinda de Iglesias, mas eu teria que virar aquele jogo.
Camila Collins' point of View.
Acordei com os gritos raivosos de Christopher ao telefone, o homem parecia nervoso e extremamente irritado. Capturei o travesseiro macio, colocando sobre minha cabeça para abafar o barulho que o mesmo fazia. Enquanto ele apenas andava de um lado para o outro, grudado em seu telefone celular.
- Eu não acredito que isso aconteceu de novo! Merda! Resolva as coisas, John.
Eu não ousei me intrometer, esperaria ele dar fim a ligação para somente aí perguntar o que havia lhe deixado tão irritado.
- Eu não vou deixar isso barato. Vou agora mesmo a delegacia falar com Brandon, aquela maldita agente não está fazendo nada! Filha da puta!
Ouvi algo que se referia a Lauren fez-me abrir os olhos rapidamente. Sentei sobre a cama macia, esfregando os olhos com os dedos em uma tentativa de despertar mais rápido. Meu marido meneava com a cabeça em um sinal negativo, seu semblante preocupado me fazia pensar no que havia acontecido.
- Eu sei! Cuide de tudo, vou me arrumar para ir à delegacia. – foram suas ultimas palavras com John, antes de desligar a ligação.
- O que aconteceu?
O homem me fitou com um olhar frio, fazendo meu corpo arrepiar.
- Fomos roubados outra vez.
- Oh, céus! Quando? E quanto?
- Hoje, nos levaram cinco milhões de dólares! Merda. – Christopher exclamou ao bater com a mão na parede de concreto.
Levantei-me da cama rapidamente, aproximando-me dele. Sua respiração estava ofegante, em puro ódio.
- Tiveram alguma informação de quem foi?
- Provavelmente não. Culpa daquela maldita iniciante de quinta. Não está resolvendo a merda do problema.
Ele praticamente cuspia as palavras, fazendo-me sentir incrivelmente incomodada por se referir a Lauren de uma maneira tão grosseira.
- Ela não poderia fazer nada.
- Poderia ter resolvido isso antes?! Poderia ter encontrado o maldito que fez isso e o matado!
- Não é tão fácil quanto parece, Christopher.
Ele franziu o cenho em minha direção e se afastou.
- Vai defender aquela incompetente?
- Só acho que está sendo precipitado em falar tantas coisas. Você sabe que o processo de investigação não é fácil.
Ouvi uma sonora e sarcástica risada.
- Você está virando amiguinha de sua segurança particular e pensa dessa maneira, Camila. Pare de ser idiota. Ela não serve pra resolver o caso. É uma incompetente e burra.
- Então por que não resolve sozinho? – exclamei mais alto.
Nos encaramos por alguns segundos, que me fizeram notar o quão cheio de ódio ele estava. Seus olhos se fixaram em mim, enquanto sua mandíbula estava trincada.
- Eu bem que teria um melhor resultado. Mas infelizmente tenho que deixar aquela infeliz resolver.
- Você..
Ele não me deixou completar, apenas seguiu em direção ao banheiro de nosso quarto. Alguns bons minutos depois estávamos devidamente prontos. Informei ao mesmo que não abriria mão de ir até a delegacia para estar presente na conversa que ele queria ter com Brandon e Lauren. O caminho até o centro policial foi em repleto silencio, não trocamos sequer uma palavra, eu ainda estava com raiva pela grosseira de mais cedo, e não mudaria de idéia tão cedo. O carro de luxo parou em frente ao prédio, e logo Carlos abriu a porta para que saíssemos.
- Sejam bem vindos. – um oficial falou ao entrarmos na delegacia.
Christopher nem sequer respondeu, apenas caminhou em direção a sala de Brandon. Entramos na sala dando de cara com o senhor com uma expressão receosa e preocupada, o oficial temia Christopher como ninguém.
- Sr. Collins.
O oficial que nos encaminhou até a sala rapidamente se retirou, deixando-nos a sós.
- Eu espero que você realmente resolva isso, Brandon. Porque mais uma vez fui roubado! – gritou.
- Não temos como controlar isso. Só estamos correndo atrás de quem esta fazendo e tentando fazê-lo parar.
- Quando? Quando esse maldito levar todo meu dinheiro?
- Isso não vai acontecer, Christopher.
- Pelo ritmo das coisas, não creio que vai demorar muito! Colocou a mais incompetente das agentes para o meu caso.
- Coloquei a melhor, não seja injusto.
- Injusto? Me levaram cinco milhões de dólares! Você tem idéia do quanto isso é? Aposto que não, vai trabalhar sua vidinha imunda toda nessa delegacia e não vai ganhar isso.
- Chris...- falei.
- Não altere seu tom de voz na minha delegacia. – Brandon assumiu uma postura firme.
Christopher suspirou pesado, e negou com a cabeça, afastando-se da mesa onde Brandon estava. Não demorou muito, e meus olhos paralisaram sobre a pessoa que entrou na sala. Lauren. Nossos olhares se cruzaram por uma fração de segundos, que logo foram quebrados.
- Olha só quem chegou...- meu marido falou.
Lauren engoliu em seco, e se manteve com a mesma postura. Sua expressão era frustrada e até irritada. Eu sabia que se Christopher estava daquela maneira, Lauren poderia estar bem pior, já que o caso estava em suas mãos.
- Me diga que conseguiu alguma informação, agente. – Brandon falou ao se levantar da cadeira.
- Até o momento não, senhor. Mas estamos apurando algumas coisas que conseguimos...
A risada sarcástica de Christopher inundou o ambiente.
- Está vendo o que estou falando? – perguntou, ao apontar para Lauren. – Ela não vai resolver nada!
- Estou em processo de investigação, Sr. Collins. – Lauren se pronunciou.
- Não pode ser mais rápida? Minha fortuna está sendo levada por inteiro! Inferno!
- Creio que esse processo seja demorado. – Meus olhos se encontraram com os de Lauren outra vez.
- Não vou ser compressível quando o dinheiro que ganhei com tanto esforço está sendo roubado, por culpa de incompetência de uma agente.
- Collins.
- Não, Camila. Estou falando a verdade!
O homem aproximou-se de Lauren, parando bem a sua frente. Os dois encaravam-se fixamente, sem baixar a guarda. Lauren não ousou falar nada, mas também não abaixou a cabeça e muito menos desfez sua postura firme diante de meu marido.
- Você está fazendo um péssimo trabalho, e está me causando um fodido prejuízo. Se quer ser uma das melhores agentes, é melhor treinar mais um pouco.
Lauren estava com os punhos fechados, forçando os dedos que pareciam esbranquiçados. Talvez em uma tentativa de controlar a raiva que sentia.
- Sim, senhor. – apenas disse.
- Volte para sua sala, Lauren. Continue com o processo, eu converso com o senhor Collins. – Brandon por fim falou.
Lauren Jauregui's point of view.
Eu sentia todo meu corpo tremer, mas não era de nervoso e muito menos de medo. Tudo poderia se resumir em raiva. Raiva pelo deslize de Vero, raiva pela falta de provas, raiva de Christopher Collins. Em toda minha carreira policial, nada igual havia acontecido. O empresário que se achava dono do mundo, jogou suas palavras de desdém contra mim de uma forma grosseira e humilhante. Mas como bem treinada, não ousei demonstrar o que estava sentindo, ao invés disso apenas agiria. Fechei a porta da sala do comissário, parando em frente a mesma.
- Eu irei viajar por dois dias, quando eu voltar quero que vocês tenham resolvido algo. Entendido, Brandon? – ouvi a voz grave de Collins soar irritada dentro da sala.
Caminhei em passadas lentas pelo corredor, pensando nas mil hipóteses que eu poderia devolver todas as grosserias de Christopher há minutos atrás. Mas nada era o suficiente, não para devolver de maneira gloriosa o que ele havia me causado agora. Peguei um pequeno copo plástico no suporte, enchendo o mesmo de água no bebedouro no final do corredor, quando por fim, tive a visão de Brandon saindo de sua sala, ao lado de Christopher. Os dois entraram na sala da frente, provavelmente a procura de algum documento. Meus pensamentos seguiram para Camila, que surpreendentemente ainda tentou amenizar as coisas a meu favor. Sorri fracamente, quando um estalo de idéias se fez presente. Voltei em passadas rápidas, verificando através do vidro se os dois homens já estavam voltando. Quando pensei em entrar na sala de Brandon, Christopher apareceu no corredor e, consequentemente, Camila saiu da sala do comissário. Recebi um olhar superior do empresário, que me fez querer sacar uma arma e mata-lo ali mesmo. Ao invés disso, apenas o fitei. O homem caminhou em direção a saída, e Camila o seguiu. Avancei alguns passos, e segurei no braço da morena, deixando que seu marido seguisse mais a frente ao lado de Brandon.
- Camila. – sussurrei.
A latina de olhos castanhos me fitou confusa, mas não impediu meu contato. Olhou rapidamente para onde Christopher estava e depois voltou seus olhos para mim.
- Eu quero vê-la hoje.
- O que? - A morena franziu o cenho, e aproximou-se mais.
- Precisamos conversar.
Ela suspirou e assentiu.
- Vá a minha casa hoje, Christopher vai viajar.
- Eu vou, pode me esperar.
Camila sorriu fraco e assentiu. Soltei seu braço devagar, vendo a morena de corpo tão belo, coberto por um vestido de tonalidade verde caminhar em direção a saída.
- Eu vou devolver da melhor maneira essa humilhação, Christopher.
Lauren está com sangue nos olhos, Christopher que se prepare...
Qualquer erro, eu arrumo depois. Não tive tempo pra revisar! Então vamos ser boazinhas com a Evelin aqui.
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