Sentimentos novos, momento errado
Desculpa a demora amores
Tô de volta
Aproveitem a leitura ❤
“O que eu vejo não passa de uma casca. O mais importante é invisível...”
— O pequeno Príncipe —
–x– W R O N G –x–
Como assim ir até a janela?
Não acredito que Zayn estava no quintal, arranjando um modo de me humilhar. Sinceramente, meu limite de paciência com ele, não estava lá, em cem por cento de agrado. Ele acha que ficar me perseguindo, irá resolver alguma coisa?
Respirei fundo, deixando o celular no criado mudo, não vou até porcaria de janela nenhuma, me senti humilhado o suficiente, com a ceninha de Zayn hoje.
Arrastei-me até o banheiro, com a cabeça doendo, um pouco fora de controle. Segurei na maçaneta, enterrando dentro do cômodo e trancando a porta atrás de mim. Estava sujo no canto da perna, por culpa do Malik; “o senhor possessivo”. Me despi, para não ficar cheirando a gozo.
Debaixo do chuveiro, deixei a água batendo nas minhas costas, baixei a minha cabeça, enquanto as minhas mãos estavam apoiadas na água. Sabe o que eu tenho medo?
Tenho medo de me apaixonar, relacionamentos são tão assustadores, eles acabam com você, desgastam e por fim te destroem. Não sou um monstro, por ter essa impressão, mas acredito que nesse mar de rosas aonde as pessoas que acreditam no amor, mergulham de cabeça sem medo do que vai encontrar no fundo, eu, Liam James Payne, não me encaixo. Não consigo acreditar mais em amor... Não consigo acreditar nas pessoas.
A certos momentos da vida, que não posso fingir que realmente é para mim. Como: Amar, ser amado, estar vivo e seguir a vida, como se estivesse prestes a ver a luz no fim do túnel.
Minha fé foi abalada pelas palavras grosseiras que ouvi durante toda a minha vida, quis acreditar que tudo um dia melhora, mas realmente, é tudo uma farsa. Ao menos para mim é.
Nós dias de hoje, as pessoas se baseiam na felicidade alheia para serem felizes. Muitos se perdem por não conseguirem aceitar que suas vidas são míseras, quando às dos artistas, famosos, pessoas que possuem grande porte, são tão boas quanto. Existem pessoas que vivem máscaras, escondendo seu próprio eu por aí, fingindo ser felizes, quando na verdade sua realidade é outra. Tem gente precisando de ajuda, precisando de amor, querendo apenas receber um sorriso no seu dia, contanto que está para fazer isso, está olhando para seu próprio umbigo, reclamando de barriga cheia, insistindo em colocar o leite que se derramou no copo, sabendo que isso é impossível, quando simplesmente ele pode limpar a sujeira e encher outro copo.
As pessoas colocam complicações em tudo, para terem desculpas forjadas para dar. Se limitam, se destroem, se fingem de cegas...são muitas coisas e eu demoraria um bom tempo, somente citando os mil exemplos.
Enfim, essas são questões minhas, questões que faço comigo mesmo, quando entro no diálogo com o meu eu.
Desliguei o chuveiro, saindo do box após enrolar a toalha na minha cintura, antes de sair, encaro o meu reflexo no espelho. Lá estava eu, com um sorriso cínico é falso no rosto, apontando o dedo para mim, aqui do outro lado, da minha boca ouvi um “Culpado”. Neguei com a cabeça, quando as sirenes da ambulância e da polícia ecoaram, tapei meus ouvidos, sentindo as lágrimas subirem.
“OLHA O QUE VOCÊ FEZ!”
“CULPADO”
A medida que eu balançava a cabeça, as lágrimas estava vindo. Me vi cercado por pessoas cobertas de preto, batendo em mim, xingando-me e mostrando o que fiz, eu queria fugir mas tudo que fiz, fora cair de joelhos no chão. Meu ar faltou, eu só quis que aquilo parasse.
E parou...
Depois de segundos, acabou. Ergui meu olhar com o corpo tremendo, estava no banheiro, vazio, nada de pessoas e nem barulhos. Eu sei o que era aquilo, faz muito tempo que eu não tinha um surto, ataque de pânico por causa do trauma que vivi no passado.
Fiquei seis meses indo ao psicólogo, todos os dias tomando remédios e tendo medo de sair de casa. Mas sendo obrigado por Rayven, que mesmo vendo meus problemas, ela me forçou a trabalhar. E me tornei problemático, somente quando vim morar com o Harry e o Louis, que consegui mudar isso, para o meu bem. E agora estou assustado e estou com medo, porque posso estar voltando aos sintomas.
E eu não quero voltar a ser problema, como antes...
Fungando, apoio a minha mão na parede, estava bambo, com uma vertigem forte. Andei de vagar até a porta, a abrindo com cuidado, respirei fundo e andei até o meu quarto.
Eu só não esperava ver ele, ali sorrindo com uma roupa de motoqueiro, como se eu tivesse o convidado para entrar.
— Olá docinho! – Zayn disse, naturalmente.
— Como entrou aqui dentro? Que eu saiba os meus tios estão dormindo e com toda certeza...
— Entrei pela janela! – Apontou para a mesma.
“CULPADO”
Não, não é hora de surto. Não na frente do Zayn...
Apertei minha mão na maçaneta, tremendo mas sendo forte para não mostrar isso ao Malik.
— Invasão?! – Indago — Por que você não consegue me deixar em paz? Por que não pode seguir a sua vida? – olho dentro dos seus olhos negros — Droga, você devia cumprir com as suas palavras, mas parece difícil...
— Seria mais fácil, se você colaborasse.
Arqueei a sobrancelha, quase rindo em deboche.
— E me diz que porra de merdas eu faço, pra mim evitar que isso aconteça?!
— Dois palavrões na mesma frase. – Constatou.
— Ah, faça me o favor! – Rolei os olhos.
Os sons de sirene voltaram, mais alto, sentia alguém falando ao meu lado que sou um caso perdido, mãos me apertando, dizendo que eu estava ferrado e que a culpa é minha. Comecei a entrar em pânico, sentindo falta de ar novamente, essas pessoas mostravam tudo o que vivenciei no passado, estavam gostando de me ver daquele jeito.
— Liam? – Zayn mudou a expressão do rosto, estava preocupado.
As lágrimas queimaram o meu rosto, eu queria morrer e que aquelas pessoas me deixassem em paz, olhei para o lado, tudo estava escuro, uma luz forte veio na minha direção, uma buzina forte e os gritos aumentam. Ergui a minha mão, para que não fosse atingindo e cai no chão.
— Para por favor... – Pedi de cabeça baixa, meu corpo estava doendo e eu nunca senti tanto medo, como estava sentindo agora.
Eu sou um merda de verdade, por isso que sinto isso. Por isso que vejo o que vejo.
Desistindo de lutar contra as vozes, eu coloquei a minha cabeça entre os meus braços, chorando tudo que tinha que chorar. Até que sinto duas mãos me tocando na cintura.
— Liam, o que houve? – Era Zayn...
Havia me esquecido que ele estava ali, vendo todo o meu show. Mas eu não consegui dizer nada, só faria isso, quando recobrasse os meus sentidos novamente.
Eu preciso por aquela dor para fora, de algum modo, eu não aguento mais, odeio sentir isso, odeio esse peso que estava me fazendo cair, toda vez que aparecia.
— Liam, levante! – Zayn levanta meu corpo, me segurando e guiando-me até a cama.
— Me deixa em paz...
— Cala a boca, você não está bem! – Ele bradou, me colocando sentado na cama. — Fique aí.
Ele foi até o meu closet, enquanto abracei a minha perna, olhando para cada canto do meu quarto, como se alguma coisa fosse me acontecer a qualquer momento. Fazia tanto tempo, esqueci como aquilo dói e como lutar para não sentir, machuca ainda mais.
Zayn aparece rapidamente, com as minhas peças de roupas nas mãos. Ele estava sério mas também preocupado, poderia jurar que poderia ver a confusão sendo esboça no brilho fraco que seus olhos estavam quando me fitavam.
Todo o barulho acabou, quando me permitir chorar.
Vejo o Zayn pegando minha cueca box vermelha na mão, e olhando para as minhas pernas como se fosse me vestir. Aquilo já seria humilhação demais para mim.
— Eu me visto. – disse, pegando-a da sua mão.
Zayn assentiu, apenas observando meus movimentos. Vesti de costas para ele, não conseguia encarar seus olhos depois do que aconteceu, envolvido por vergonha ou algo parecido. Não desejo isso para ninguém, ter trauma é como ter uma vida inteira prejudicada.
Literalmente isso acontece.
Termino de colocar minha calça preta de moletom, a blusa de manga longa escrita: FEAR OF GOD. Em seguida deixei a minha toalha na cadeira, logo indo para a minha cama. Mantendo o meu olhar no chão, embora sentisse o seu olhar sobre mim. É torturante, é tentador não querer encará-lo.
Mas conseguir ser forte, resistir a tentação. Até ele vir para perto demais.
— Sei que não é da minha conta, mas o que aconteceu? – perguntou.
Mordi os lábios olhando para as minhas mãos. Privei ao máximo as pessoas de verem meus surtos, lata evitar responder suas perguntas. Porque não gosto de falar sobre o meu passado. Elas nunca vão entender o que está se passando, mesmo que explique mais que o necessário.
“Frescura”, sempre é a resposta final.
Prefiro o silêncio, a ouvir aquilo. Perder a minha cabeça e fazer uma merda maior do que estou carregando durante toda a minha vida. E tomando coragem, ergui meu olhar para o fitar.
Achei que fosse ser forte como sempre sou, dizer simplesmente: “Vai embora, me deixe em paz, porque isso não é da sua conta”. Mas não foi bem como o imaginado, encarando os olhos de Zayn, me identifiquei ali: vi uma pessoa perdida, fria mas que está procurando alguém para ser seu ombro amigo, alguém para te ouvir quando está com problemas.
Posso estar completamente enganado, contudo era o que sentia.
Tudo o que eu fiz, contraindo todas as minhas perspectivas, fora, derramar algumas lágrimas, balançando a cabeça. Zayn se sentou ao meu lado, envolvendo seus braços ao redor de mim, apertando-me contra o seu peito, para que eu pudesse me livrar de toda aquela dor.
E não acreditei...
Estava mesmo fazendo aquilo. Queria apagar o meu passado, ao menos as coisas ruins que nele o compôs, todavia fazer isso, é completamente impossível. Ainda mais quando se trata de um passado que lhe persegue e gruda em você, como goma de mascar.
Deslizei a minha mão até a sua cintura, sentindo sua pele encostando na ponta dos meus dedos ressecados. Zayn me apertou mais, quando eu fiz isso, não sei o que está acontecendo comigo, mas não me importei com o que estava acontecendo, ou os motivos que me deixaram fulos e perdendo as estribeiras com Zayn.
Ele me puxou, estava em seu colo, com a cabeça no seu ombro, apertando seus braços como forma de apoio. Sinto Zayn, massageando minhas costas, beijando meu ombro e mesmo não sabendo o que se passava comigo, sussurrou: “Vai ficar tudo bem”.
Digamos que a maior parte do tempo eu chorei, deixei a dor que senti, esvair em lágrimas e mais lágrimas. Até meu corpo amolecer e eu dormir nos braços do Zayn.
-x- -x-
1:00 A.M.
Rolei para o lado da cama e senti minhas pernas batendo contra um corpo. Isso de certa forma, me fez abrir os olhos lentamente, eles estavam inchados devido ao meu choro....
Droga!
E a nostalgia veio como doce na boca de criança. Lembrei que tive um surto, lembrei que Zayn estava no meu quarto, eu fiquei no seu colo, que sem dizer nada, eu chorei até apagar.
Tirei um cochilo...
Ergui meu olhar, vendo que ele estava ainda ali, sentando ao meu lado, com o olhar sobre mim. Era tão estranho estar com aquele Zayn ali, não vou mentir, ele não parecia o cara que gosta de me irritar, deixar minhas 24 horas, no verdadeiro estresse.
Quem eu estava vendo; Era um Zayn, que eu queria que ficasse ao meu lado, naquele momento, porque eu estava com medo de um possível surto. Mesmo sabendo a resposta, perguntei para quebrar o silêncio:
— Eu dormi muito? – a minha voz estava rouca, falha e melancólica.
— Apenas duas horas no máximo. – respondeu — Como está se sentindo?
— Estou... – Apoio a mão no colchão, para poder me sentar e encostar as minhas costas na cabeceira da cama —... bem, amenos ao que aconteceu.
Zayn me encarou balançando a cabeça.
— Quer falar sobre o que aconteceu? Porque eu realmente me assustei.
— Zayn... Olha, não é querendo ser grosso com você, mas eu acho que não estou aberto para falar sobre os meus problemas pessoais com você. Eu juro, que tentei evitar que você visse essa cena. Faço isso com todas as pessoas, então, eu não prefiro comentar.
Poderia ter falado demais e dito o de menos. Mas acho que deixei bem clara as coisas para ele. Sentia que estava em uma outra montanha, os rostos errados que vi, as lembranças do passado, era duro tentar ser forte, e eu dava o meu máximo, estava tentando mover aquela montanha para poder me sentir bem, em outra montanha, como se estivesse no céu.
Por enquanto estava caído na terra, tentando a escalada do impossível...
— Não vou insistir, acredito que em meu caso, também gostaria de me privar. – ele tossiu, passando a mão na sua barba.
— Obrigado. – falei e solto um suspiro — Por que veio aqui?
Zayn se movimentava inquieto ao meu lado, contudo não parecia desconfortável com a minha pergunta, afinal, eu ia fazê-la à qualquer hora.
— Iria levá-lo para sair, na minha moto, a força ou não. Dependendo do seu comportamento. – foi sincero.
Abri e fechei a minha boca, não consegui falar nada.
— Eu não iria, de qualquer forma.
— Acredita mesmo nisso? – ele franziu o cenho.
Olhei para frente, a parede iluminada pela luz da lua, lembrando que nas minhas últimas 48 horas, não consegui resistir a nenhum mísero toque e ameaça de Zayn, era provável que se ele viesse me ameaçar, era 99% de chance dele sair ganhando.
— Eu não vou admitir nada para você, ainda mais porque é muito convencido. – respondi em tom seco.
Ouvi uma risada vir ao meu lado.
— Qual é a graça? – o encaro — Porque estou querendo rir com você. – deixei o comentário sair sarcástico.
— Se eu contar, perde a graça. – ele tocou no meu queixo.
Apenas rolei os olhos, cruzando as pernas e mantendo meu olhar no abajur, em seguida o acendi, para iluminar mais o quarto.
— Estou achando isso muito estranho. – comentei.
— O quê?
— Não estamos trocando farpas até o momento. Aquelas pesadas que costumamos dizer um para o outro.
Zayn colocou um sorriso natural – bonito pra caralho – no rosto, fazendo com que meu coração reagisse.
— Pode ser uma trégua.
— Eu não acredito nisso. E acho que nem você! – Apontei com o dedo para ele.
O vejo soltar outra risada.
— Por que tem que ser complicado, garoto?
— Porque as coisas fáceis demais, acabam estragando a coisa toda. O fácil, muitas vezes não é a melhor opção.
— Claro, exatamente por isso, que não consigo sair de perto de você. É como um desafio, mas que vale a pena, correr atrás.
Fiquei em silêncio com o seu comentário, engolindo em seco, mudei o foco da minha visão, olhando para a janela. Que parecia um modo de me deixar menos constrangido como agora. Eu nunca fui o cara de ouvir algo assim, até porque tudo que sei fazer é pegar, sair e seguir para outra pessoa.
Ou talvez eu esteja interpretando tudo errado.
Estou torcendo para ser mesmo tudo errado, porque não quero que seja a certeza, do que meu coração está começando a dar indícios...
— Ao menos você explicou o motivo por não me deixar em paz! – comentei após o silêncio, o encarando.
Ele balançou a cabeça concordando.
— E por que eu? – Indaguei mas acho que ele não entendeu bem — Por que eu ser o gato que você está “perseguindo”?
— Eu não sei, só não estou conseguindo sair de perto de você.
Ficamos nos encarando por um momento, eu comecei a sentir algo estranho, no meu estômago, por uma fração de segundos, desconfiei que fosse um sentimento crescendo no meu peito, mas talvez seja apenas uma pequena bobagem que me envolve.
— Não acha isso estranho demais? Ainda mais de tratando de um garoto como eu?
— Por que não seria? – Zayn indaga, dessa vez ele avançou o passo, após segurar a minha mão.
Mantive no meu lugar, para não mostrar a minha reação para ele.
— É o que eu gostaria de saber...
— Melhor mudarmos o assunto... – tossi, não consegui puxar a minha mão, porque ele a segurava firmemente.
— Por quê?
“Agora quero ver você achar uma boa resposta, Liam Payne”, pensei, quase engasgando com a própria saliva. Vasculhei na minha mente, vários motivos para responder aquela pergunta, sem ser o “óbvio”. Umedeci meus lábios, abrindo a boca e fechando, querendo dizer algo, mas não saindo nada.
— E por que está me respondendo com perguntas? – Rebato, encarando-o.
Zayn ficou em silêncio, posso anotar na plaquinha que agora foi 1x1 para nós dois. Sorri em vitória, novamente ficou aquele clima tenso, aonde esperar um tomar a palavra era a coisa mais constrangedora. Ouvia o som do relógio, o tic-tac deixava um incômodo ali. Minhas mãos começam a suar a palma, não sei se Zayn está sentindo isso, espero que não.
Minhas axilas estavam da mesma forma, tanto que meu pescoço começou a pinicar sem parar. Remexi na cama, para tudo aquilo parar, mas como evitar o inevitável?
Olhar para aquele quarto não estava me fazendo bem, ficar nele estava me deixando sufocado.
— Ainda quer sair? – o encarei, meio sem graça.
Não acredito que estou cogitando em aceitar, a sair com Zayn, mesmo sem ele ter me lançado a pergunta.
— Essa é uma pergunta que eu deveria fazer...
— Vai ficar de gracinha? – Indaguei com a sobrancelha erguida. — Acho melhor esquecer o que falei....
— Tudo bem, só coloque os sapatos. – Disse ele de pé.
Fiquei parado o encarando, por um momento, achando que ele é muito estranho.
— Vai ficar parado me encarando, docinho?
Bufei, soltando a sua mão e andando para longe dele. Eu sou uma anta ambulante sem dúvida, mas esquece, provável que eu me arrependa do que estou fazendo agora, mas também não vou dar para trás, depois de ter me auto convidado para sair com Zayn. Não sei o que ele estava planejando, no momento ele está sendo a minha única chance de sair depois do que aconteceu.
Coloquei meu tênis, o relógio e o colar prata. Com os documentos na carteira, fui ao encontro de Zayn, ele estava encostado na janela do meu quarto. Seu olhar encontrou o meu, pude ver um sorriso saindo dos seus lábios.
— Vamos? – Se pôs para fora da janela.
— Você é maluco....
— Se eu não fosse, você não estaria saindo comigo agora. – ele me lançou uma piscadela, descendo.
Tinha um suporte de ferro perto da minha janela, para as plantas trepadeiras crescerem por ali, como não estava na época, ficava somente o ferro. Zayn estava descendo por ele, olhei para trás, não senti medo, nunca fui disso, então, tudo bem, vamos lá. Passei pela janela, segurando no ferro ao lado, espero que meus tios não acordem.
Fui descendo, vendo o Zayn já lá embaixo, me encarando. Ou a minha bunda, enfim, ele me encarava de modo que me deixa desconcerto. Complicado de explicar.
Pulei na grama quando cheguei no solo, Zayn me guiou para o outro lado da rua, aonde deixou a sua moto luxuosa estacionada – deve ser por isso que não ouvi ele chegando. Ali estava um Suzuki GSXpreta com detalhes vermelhos.
— Como você deixa uma moto como essa, no meio do nada? – pergunto, quando ele me estica o capacete.
— Não achei que fosse demorar...
— Eu sabia que você era doido, mas não tanto. Um moto cara dessas, dando bandeira para os bandidos.
— E você disse que não se importa com dinheiro.
— Eu não me importo. Só estou comentando o óbvio. E acho melhor, não começar a estragar tudo com seu comentário idiota!
Zayn ergueu as mãos para cima, em forma de rendição. Coloquei o capacete, esperei ele sentar para fazer o mesmo na garupa, poderia negar a me sentar, mas não fiz isso.
Apoiei a minha mão na garupa da moto, esperando Zayn dar a partida.
— Se eu fosse você, seguraria em mim.
— Estou bem...
Ele empinou com a moto e automaticamente, abracei a sua cintura com o coração acelerado. Ouço sua risada e o motor da moto arrancando em seguida.
— Você é um idiota.
— Obrigado, estava com saudades do apelido carinhoso que me deu. – ele falou, com a voz cortada, por conta do capacete.
Ignorei seu comentário, deixando minha atenção voltada para a rua. Não sei que tipo de loucura era essa que me deu; sair com Zayn, sem saber para aonde vamos, sabendo que ele é um cara possessivo, alguém que pode te machucar, mas que mesmo assim, está me fazendo algo esquisito, que não quero sentir.
Naquele momento, só entreguei na mão do destino e vou deixar que ele faça o resto.
-x- -x-
Estávamos a mais de 140 km por hora....
Particularmente, não vejo problema, gosto de estar em velocidade. Lembro que corria muito, quando eu tinha a minha moto, saia para pensar e me perdia no vento batendo sobre meu rosto. Confesso que sinto falta da minha vida, sem restrição.
Olhando para os lados, vejo as palmeiras, da estrada. As ruas de Londres eram iluminadas, das cidades pequenas, eram mais ainda. Cada vez mais, Zayn me levava para um lugar próximo de Canvey Island, perto do litoral de uma praia.
Era uma cidade pequena, incrível e atrativa, cujo o ponto turístico era a praia Thorney Bay, para aonde estava sendo nosso destino.
Não havia muitas pessoas nas ruas, mas tinha o suficiente para dizer que alguém está sob circulação na cidade. Zayn acelerou mais a moto, até chegarmos perto de um homem cujo, estava limpando um Iate branco, grande, conhecia o modelo era uma companhia chamada Sunseeker e o modelo era um Manhattan 66.
Nem em mil salários, eu conseguiria comprar um Iate daquele, nem em sonhos na verdade.
Quando descemos da moto, o senhor simpático, sorriu para Zayn quando deixamos os capacetes na GSX.
— George, que bom que não viu problema em esperar um pouco. Meu convidado teve alguns problemas e bem, isso explica nosso atraso. – vejo Zayn apertando sua mão.
— Tudo bem, isso me deu tempo para verificar as condições da lancha, Senhor Malik. – George, tinha cabelos pretos, enrolados num quase grisalho, poderia medir 1,67 de altura, corcunda mas tinha um jeito simpático, seus olhos eram escuros, rugas e algumas manchas no rosto, com a barba rala.
Ele sorri para mim com um aceno e fiz o mesmo.
— Sem formalidades, amigo. – Zayn tocou em seu ombro — Bem, vamos indo, provável que voltaremos após o sol nascer, pode cuidar da minha menina?
George soltou uma risada, assentindo com a cabeça.
— Estará segura e a sua espera, quando voltar. – garantiu.
— Grato. – Ele se vira para mim — Vamos?
Assenti em silêncio.
George foi embora com a moto de Zayn, enquanto descíamos a escada de concreto feita pelos homens em 1934, mais ou menos por aí. Não decoro datas, andamos até a ponte de madeira, indo até ao Iate, parada a nossa espera, assim eu pensava.
Zayn esticou a mão para que eu fosse o primeiro a entrar, passei a perna por causa da pequena distância, em seguida entrei, ele soltou a corda e veio para dentro junto comigo. Andamos até a escada, aonde tinha uma porta, a abri vendo que já a frente tinha uma escada que levava ao andar de cima, Zayn me pediu para subir pois era lá que ficava o volante.
Enquanto ele ia pegar algo dentro do Iate. Realmente, assim que subir, estava a cadeira do piloto, um lugar para os passageiros ficarem, era como um sofá bem gostoso de se dormir. Tinha travesseiros e uma mesa, de madeira como o chão feito do Iate.
Tudo o que eu sabia sobre ele era que ele foi projetado para maximizar as opções de entretenimento, com janelas panorâmicas que fornecem iluminação natural nos espaços internos do Iate. Possui o conforto dos Iates grandes e luxuosos. O flybrigde, uma configuração recente da linha, cria a sensação de estar em um Iate maior, e foi criado no intuito de entretenimento e relaxamento. Podia sentir isso, há assentos para banho de sol e um bar equipado. A praça de proa possui amplo sunpad para duas pessoas com mesa de centro, e um banco em forma de U ideias para petiscar.
O layout do deck torna a praça de popa para as pessoas se comunicarem, a sua plataforma é capaz de lançar um Williams 385 jet RIB.
O deck inferior oferece um layout, com uma suíte casal, cabine master e duas cabines singles com duas camas de solteiro cada. Comporta no máximo oito pessoas confortavelmente acomodadas.
Me sentei no banco aonde ficava comporte para dois, o deck inferior foi iluminado pela luz de LED, assim como o de cima, estava tão deslocado, que só consegui ficar parado, olhando para o céu estrelado daquele noite abafada.
Zayn logo surgiu com uma garrafa de vinho e duas taças de vidro, ele estava sem sua jaqueta, apenas com sua blusa preta, calça jeans escura, esboçando mais da suas tatuagens. Ele deixa sobre a mesa, colocando a quantidade da bebida na taças.
— Agora vamos nos afastar um pouco mais dessa praia, se não se importa. – ele falou, após dá um gole no vinho.
Segurei a taça sem jeito e o encarei.
— Contanto que sua intenção não seja me sequestrar e jogar meu corpo no mar. Não vejo problema. – dei de ombros.
— Vou ter que mudar meus planos, já que você acabou de adivinhar o que era. – ele disse com humor, indo até o volante e sentando-se no banco do motorista.
Não sou muito a favor de mar, então, estava apreensivo, contudo procurei não pensar sobre isso. O Iate que estava parado, começou a navegar para longe praia, Zayn era um bom piloto, não tive medo. Enquanto ele conduzia a direção, tomei o vinho, deitando a minha cabeça sobre o braço apoiado no banco, olhando para o mar e procurando não pensar em nada.
Fechei meus olhos pedindo mentalmente para que não voltasse a reagir ao meu trauma, aquilo foi muito ruim, acabou comigo em segundos, não quero que me dê um fim definitivo durante toda a vida.
-x- -x-
Zayn dirigiu até estarmos próximos de Southend-on-Sea, ele parou o barco, próximo da costa de visa, desligando o motor, o mar estava calmo e parado, aquela madrugada, talvez seja devido ao tempo abafado em Londres, que milagrosamente estava fazendo.
Ele se juntou a mim na cadeira, com seu copo com vinho intacto nas mãos.
— Então... Por que quis me trazer aqui? – Perguntei, deixando a minha taça quase vazia sobre a mesa.
— Você acha que tudo tem que ter um motivo.
— E não têm? – Indaguei, passando a perna, para debaixo da minha bunda.
— Talvez.. – ele sorri — Quero conversar com você sobre a ideia do Louis...
— Ah não... – neguei com a cabeça. — Eu acho que não é uma boa ideia, esse negócio de vender minhas obras. É viajar demais.
Zayn colocou sua taça sobre a mesa. Estava sério e me segurou na mão, dizendo “Venha aqui”. Me guiou para o outro lado, da embarcação aonde mirava a lua sobre o mar, como se beijasse o mar, sendo refletida por ele. As estrelas brilhavam mostrando que além da lua, elas deixam o céu contemplado por uma beleza estonteante.
Ele me posicionou de frente para aquela vista, ficando atrás de mim, colocou as mãos na minha cintura.
— Feche os olhos agora. – Sussurrou no meu ouvido.
— Zayn...
— Faça.
Bufei, fechando os meus olhos e como visão, enxerguei o nada. Sentindo a respiração do Zayn passando pela minha nuca, senti o meu corpo tremer.
— Imagine que ao invés de água, tem somente areia, a Lua é o Sol, o vento está tomando conta do seu espírito, a medida que ele é soprado e roça em sua pele. Seus olhos, eles estão pesando, nesse momento, sua garganta está seca, está ansiando por água, não aguenta mais, esse deserto. – Ele suspira — Quais são a chances de você encontrar alguma água?
— Quase nula. – Respondi obviamente.
— As pessoas procuram pelo poço no deserto, na esperança de encontrá-lo, muitas vezes desistem no meio do caminho. “O que torna belo o deserto é que ele esconde um poço em algum lugar.”
Abri os meus olhos, após ouvir que ele havia citado algo, que eu conhecia muito bem. No meu lugar eu disse:
— Sim. – Respondi-lhe —, quer seja a casa, as estrelas ou o deserto, o que os torna belos é invisível!
Zayn continuo com a fala do livro.
— Estou contente – senti as mãos dele me virando de frente, encarei seus olhos de âmbar — que estejas de acordo com a minha raposa.
Sorri porque lembrei de Rubby, em como ela amava o Pequeno Príncipe. Impressionado com o fato de Zayn saber sobre ele, o perguntei:
— Como sabe sobre isso?
— Ora, quem não sabe sobre, O pequeno príncipe? – ele ingada.
— Achei que um homem culto como você, não lia histórias infantis. Digamos assim, você tem cara de que ler mais documentos de uma empresa e é o patrão que causa medo nos funcionários.
Zayn começou a rir.
— Talvez eu seja, mas minha mãe costumava ler esta história para mim. Tem um trecho importante dessa história, que vejo em seu talento; “O que tanto me comove nesse príncipe adormecido é a fidelidade de uma flor; é a imagem de uma rosa que brilha nele como a chama de uma lamparina, mesmo quando ele dorme...”
O interrompi:
— “E eu então o sentia ainda mais frágil. É preciso proteger a chama com cuidado: um simples sopro pode apagá-la!” – completei o trecho do parágrafo que eles falam sobre encontrar o poço no deserto. Suspirando me afasto do Zayn, indo para outro canto — Por que está fazendo isso? Por que se importa comigo?
Segurei na borda, para respirar, até no momento, a lua estava me irritando, com aquele seu brilho melancólico. E ele se aproximou de mim, sem me tocar.
— Eu sei que você tem talento, nessa história, sua flor, são suas obras, Liam. Elas são o que fazem seus olhos brilharem, a chama da sua alma. Realmente, quer apagá-la? – permaneci em silêncio e ele continua a falar — Falando de um profissional para alguém que aprendeu o suficiente sobre arte, digo que você tem esse talento, você sabe como usar um pincel, sabe colocar intensidade nas suas obras. É um aluno aplicado daquele curso, acha mesmo que é incapaz de vender uma obra? Eu acredito que não.
Encostei a minha bunda na borda, o encarando novamente.
— E está sendo bom demais para mim... – respondi, porque esse seu comportamento está me deixando apreensivo — Eu não sei Zayn...
— É quer ficar nessa dúvida para sempre? Ao invés de investir tudo e saber a resposta?
Fiquei em silêncio, pensando sobre o que ele acaba de me falar. Ele estava diferente, estou odiando ver esse seu outro lado, a questão é, até quanto tempo vai durar?
— Vou pensar sobre isso, ainda tenho muito tempo.
— Pense. Oportunidades na vida de uma pessoa, vem de uma entre um milhão. Não é certo desperdiçar assim, quando se pode estar a vivendo. – Ele me alertou, como um bom cara maduro.
Assenti com a cabeça, ele estava certo, não adianta que eu negue isso.
Batuquei o meu dedo, para que não ficasse novamente aquele silêncio constrangedor. Zayn é um mistério de pessoa, acho que são raros os que sabem sobre ele.
Ele ficou me encarando, deixando-me mais constrangido que o normal.
— O que foi? – Indaguei.
Sorrindo ele se aproximou, tocando no meu rosto, quando eu ergui meu olhar. Mas antes que ele tentasse alguma coisa, segurei a sua cintura, para afastá-lo.
— Zayn, não sou alguém que você pode brincar. Eu não sou como os outros ou outras mulheres que já pegou.
— O que faz pensar que vou brincar com você? – Ele respondeu sério.
— Porque mal nos conhecemos, você já entrou na minha vida como se mandasse nela. E eu não sou alguém que usa e descarta, se você quis transar, então tudo bem, já aconteceu, eu não ligo para isso... Mas olha...
Fui calado, quando os seus lábios juntaram junto aos meus, pego de surpresa, senti minha barriga reagir com se fossem milhares de borboletas dentro, mas que na verdade era um frio na barriga. Zayn havia tombado a cabeça para o lado, movendo os lábios junto com os meus.
Sinto a proporção desse beijo, do que ele está me causando. Eu tenho medo, meu coração costuma me enganar, fazer com que eu sofra, por eu acreditar em suas meras fantasias amorosas.
Eu não sei o que estava acontecendo, se ele estava me pregando uma peça. Em relação à tudo, mantinha meu pé atrás.
Entreguei ao beijo, os lábios dele é como um vício, seu toque é como um conforto que nunca senti, o modo como ele está conduzindo tudo, me deixa ainda mais fora de mim.
Suas mãos estão segurando o meu rosto e vai se afastando.
— Por que não pode simplesmente aproveitar o momento?
— Talvez seus motivos, não sejam convincentes para mim. Mas quem sabe, role uma trégua de vinte quatro horas?!
Me levantei, Zayn desliza a sua mão pelo meu corpo, fitando os meus olhos de um modo estranho.
— Posso te mostrar mais motivos.
— Então mostre.
Ele voltou a me beijar, com mais intensidade.
Notas Finais
Sorry pela demora
E os erros, perdão...
Momento fofo não acham? Ziam estava precisando, a parte 2 Será o próximo e mais coisas legais e tensão
Obrigada aos leitores favoritos e aos comentários, amo cada um ❤
Até o próximo capítulo ♥
Se você chegou aqui, deixe "Cute moments Ziam"
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