Nunca vou me perdoar
Voltei com mais um capítulo pra vocês, não está muito tranquilo, mas vai ficar tudo bem conforme os capítulos forem seguindo.
Prestem atenção nos detalhes pra não se perderem nos próximos capítulos.
BOA LEITURA
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Pov Lauren
Camila, o único nome que ronda meus pensamentos desde que ela desmaiou em meus braços naquela cozinha. Nunca fiquei tão angustiada com alguma coisa quanto hoje, meia hora sem qualquer informação e sem saber o que fazer. Os pais dela e meus pais chegaram têm cinco minutos, Sinu parece que vai me matar a qualquer momento e Alejandro não disse nada.
-Familiares da Karla Camila Cabello Jauregui. (escutei a voz do médico e corri na hora)
-E-eu...Sou eu, sou esposa dela... como ela está? (perguntei rapidamente e meus sogros estavam atrás de mim)
-Ela teve uma crise nervosa, a paciente provavelmente está com estresse somatizado e acabou tendo um princípio de aborto pela gravidez recente, mas felizmente conseguimos reverter a situação e está tudo bem com os dois. (o médico disse e soltei o ar que prendi)
-E-eu posso vê-la? (perguntei e ele negou rapidamente)
-O horário de visitas é encerrado às dezoito horas, mas a paciente tem direito à um acompanhante, já que ela vai precisar passar a noite aqui em observação. (ele disse anotando algo na prancheta)
-Eu vou ficar com ela. (disse e minha sogra ia falar algo, mas Alejandro tirou-a de perto) Está tudo bem mesmo?
-Sim, ela está um pouco lenta e falando baixo, mas é o sedativo. Falei como clínico geral, mas agora como obstetra, foi por pouco que ela não perdeu o bebê, a gravidez dela está em um quadro de risco até a décima segunda semana. Sugiro que ela evite qualquer esforço, estresse ou ela pode perder o bebê, a crise nervosa dela foi bem forte. (ele disse e eu assenti rapidamente)
-Já posso entrar? (perguntei ajeitando a mochila nas costas)
-Preenche a ficha de acompanhante e eu levo a senhora até o quarto. (ele disse e eu assenti indo até o balcão)
-Lauren, se você não for capaz de cuidar da minha filha, ela volta pra casa com a gente, entendeu? (meu sogro disse sério e assenti rapidamente)
-Eu não quero perder eles dois, não quero. (disse e ele me puxou pra um abraço)
-Eu sei que não Laur, mas ela não pode passar tanto estresse assim, trouxe roupa? (ele perguntou e eu assenti)
-Tem uma roupa minha, mas ela sempre dorme com minhas camisas, acho que não vai ligar. (disse e ele assentiu sorrindo fraco)
-Cuida da minha princesinha Laur, cuida dela. (ele disse e eu assenti)
-Eu vou cuidar, faria qualquer coisa por ela. (disse e ele assentiu segurando minha mão)
-Então protege ela, cuida da minha filha e do meu neto, amanhã cedo estaremos aqui, mas qualquer coisa liga. (ele disse e beijou minha testa antes de ir para perto da esposa)
Preenchi a ficha e me despedi de todos antes de entrar nos corredores com o médico, felizmente nossa casa fica perto de tudo e principalmente do hospital. Quando chegamos no quarto o médico deu algumas recomendações e avisos dos horários que os enfermeiros vem dar uma olhada na paciente. Entrei no quarto e vi Camila tomando soro na veia enquanto brincava com as mãos com uma carinha abatida.
-Lolo. (ela disse baixinho e sorriu fraco)
-Oi minha princesa, como se sente? (perguntei me aproximando e segurei sua mão)
-Cansada, mas queria te ver. (ela disse e senti uma lágrima caindo)
-Me perdoa? Eu sei que fiz merda, fui uma babaca por não defender a minha mulher, eu errei em não cuidar e proteger vocês, me perdoa. (pedi e ela abriu os braços)
-Vem cá Bebê. (ela chamou e abracei-a pela cintura com cuidado)
-Me perdoa, me perdoa. (pedi deixando as lágrimas caírem e ela beijou meus cabelos)
-Está tudo bem Lolo, nós dois estamos ótimos. (ela disse fazendo um leve carinho e olhei-a)
-Não está tudo bem, olha o que aconteceu, foi tudo culpa minha Camz. Ao invés de cuidar de vocês, eu agi igual uma criança, me perdoa. (pedi e ela beijou minha testa devagar)
-Eu não quero conversar sobre nada que toque no nome da sua mãe ou da sua ex, a gente pode conversar sobre isso outra hora? (ela perguntou e eu assenti rapidamente)
-Claro, claro...O médico disse que daqui a pouco vem o seu jantar. (disse e ela fez uma careta)
-Sem fome. (ela disse e beijei sua barriga)
-Posso te dar um beijo? (perguntei e ela apontou pra bochecha)
Beijei sua bochecha e roubei um selinho recebendo uma revirada de olhos, mas com um pequeno sorriso querendo sair dos seus lábios. Ajeitei a mochila num canto e coloquei a poltrona que eu ficaria do lado dela, agora estou ajeitando a coberta nela porque o ar condicionado está ligado.
-O médico disse que estavam secando uma mulher que veio só de cueca e top para o hospital, era você? (ela perguntou baixinho e eu assenti coçando a nuca)
-Eu juro que não me liguei na hora, eu só peguei você e a chave do carro, desculpa. (disse e ela riu negando)
-Então você me trouxe com aquele baby doll mesmo? (ela perguntou e eu assenti)
-Uhum, eu não me preocupei em pegar nada além de você. (disse cobrindo-a por causa do ar condicionado)
-Tem alguma roupa pra mim? É que essa roupa de hospital é horrível. (ela disse e eu assenti pegando a mochila)
-Tem a que eu jogo bola, está limpa, mas se quiser pode ficar com essa que eu tô usando. (disse e ela negou me olhando)
-Me dá a roupa que está na mochila Lo, quando tirarem essa coisa da minha mão, vou tomar um banho. (ela disse e eu assenti pegando a roupa)
-Camz? Teve sangramento? (perguntei e ela assentiu sem me olhar) Camz?
-O baby doll está todo sujo, quando eu acordei pensei que tivesse perdido ele Lo, fiquei tão angustiada. (ela disse e segurei sua mão)
-Ele está bem, nosso campeão é forte. (disse beijando sua mão e ela sorriu fraco)
-Eu tô com sede. (ela disse e peguei a água em cima da mesa)
-Aqui princesa. (disse dando a água na sua boca)
-Obrigada. (ela disse e deitou devagar)
Fiquei sentada na poltrona segurando sua mão enquanto observava seu rosto, felizmente ela não me ignorou ou me afastou, mas não ligaria se fizesse, é direito dela. Eu sabia que o remédio ainda estava fazendo efeito, então em questão de minutos ela dormiu.
Senti as lágrimas caindo pelo meu rosto enquanto ela dormia serenamente, é tudo culpa minha, olha o que eu fiz por ser uma banana, uma idiota que deixei a minha mulher ficar magoada comigo.
-Eu prometo fazer diferente minha princesa, prometo nunca mais deixar minha mãe e nem ninguém machucar você, nem eu mesma. (disse e beijei seu rosto)
Alguns minutos mais tarde o enfermeiro chegou para tirar as agulhas da mão dela, mas ela nem acordou, só deu um resmungo baixinho.
Como ela estava dormindo, ele ficou de passar mais tarde com o jantar é falou pra eu descer e comer alguma coisa na cantina, mas não quis sair do lado dela. Mandei mensagem para o Alejandro avisando que estava tudo bem e todas as informações que o médico passou.
Avisei Vero que quase surtou pelo telefone e ficou de vir amanhã cedo pra cá e agora estou olhando da janela do quarto a meia lua num céu todo estrelado, até isso me lembra a Camila.
...
Depois do jantar, o enfermeiro deu um remédio pra ela pra segurar o bebê por causa do sangramento e levei-a pra tomar banho. Depois que ela tomou banho deitou pra descansar um pouco e eu sentei na poltrona pra ficar de olho nela durante a noite.
-Amor? (ouvi Camila me chamando e levantei da poltrona)
-Oi princesa, sentiu alguma coisa? (perguntei e ela negou coçando os olhos)
-Deita aqui comigo, eu não consigo dormir. (ela disse e eu assenti deitando na beirada)
-Vem cá princesa. (chamei e ela escondeu o rosto no meu pescoço)
-Vai ficar tudo bem? (ela perguntou toda encolhida)
-Vai minha princesa, eu prometo. (disse fazendo um leve carinho em suas costas)
-Eu não quero perder nosso bebê Lo, eu tô com medo. (ela disse e senti meu pescoço molhar)
-Princesa, não vai acontecer nada, o médico disse que está tudo bem e eu vou cuidar de você. (disse beijando seus cabelos) Princesa?
-Oi Lolo. (ela disse me olhando e limpei suas lágrimas)
-Não que eu me incomode, mas você não está com raiva de mim? (perguntei e ela assentiu)
-Eu tô magoada, chateada, puta da vida, mas eu só me sinto segura com você. (ela disse e eu assenti sorrindo fraco)
-Fico feliz de ouvir isso. (disse aconchegando-a em meus braços)
Fiquei alguns minutos fazendo um cafuné nela que adormeceu em alguns minutos, "Só me sinto segura com você", ouvi-lá dizer isso foi como se ecoasse em meu ouvido que eu não cuidei dela, mas que ao mesmo tempo eu me deixou feliz, ela confia em mim.
Pov Camila
Mágoa, dor, insegurança e principalmente medo, um turbilhão de pensamentos e lembranças ecoam pela minha mente. Ao mesmo tempo que preciso de Lauren perto de mim, quero ela longe por tudo que estou sentindo. Ela não se posicionar em relação à nós me machucou tanto, sempre vi a Laur como meu porto seguro, ainda vejo, mas tenho tanto medo dela nunca tomar uma atitude.
Ontem quando eu acordei só conseguia pensar no nosso bebê e nela, precisava senti-la perto de mim pra estar segura. Acho que passamos tanto tempo sendo só nós duas que eu não me sinto segura em lugar nenhum a não ser nos braços dela.
Ainda não conversamos e sinceramente, não estou preparada pra ouvir as "desculpas" que ela vai dar pra atitude da mãe, depois de ontem as lembranças de todas as vezes que ela se calou, ficam cada vez mais fortes em minha mente.
Hoje cedo acordei e ela estava chorando toda encolhida na cadeira, confesso que minha vontade era me jogar nos braços dela e dizer que estava tudo bem, mas eu sei que não está. Ela disfarçou quando me viu acordada e chamou o médico pra me examinar só pra não ter que me explicar nada, mas não saiu um segundo do meu lado até chegarmos em casa.
Agora tem um pouco mais de uma hora que cheguei e Lauren está trancada no escritório conversando com meus pais. Desde que eles foram encontrar a gente no hospital, minha mãe não olhou pra Lauren sequer por um segundo, ficamos conversando um pouco e agora eles estão lá conversando, eu acho.
-Kaki, olha o que eu trouxe pra gente. (Sofi disse entrando no quarto)
-Hmmm, quero. (disse pegando um pacote de Finny)
-Coloca um desenho pra gente assistir, à tarde a gente vê série. (Sofi disse deitando ao meu lado e eu assenti)
-Muito abusada você. (disse e ela beijou minha bochecha)
-Bob esponja? (ela perguntou e eu assenti sorrindo)
-Cadê minhas duas bebês? (minha mãe apareceu na porta do quarto e eu ri)
-Bebê mãe? (Sofi perguntou e ela assentiu)
-Sim, e ai de vocês se disserem que não. (ela disse sentando na cama e beijou nós duas)
-Terminaram de conversar? (perguntei e ela assentiu sorrindo fraco)
-Camz, eu vou dar uma saída, mas qualquer coisa me liga que eu volto na hora. (Laur apareceu na porta e eu assenti)
-Vai pra onde? (perguntei e ela coçou a nuca)
-Vou comprar algumas coisas pra fazer o almoço, alguns temperos acabaram, não é pra descer e cozinhar, você está de repouso. (ela disse e eu assenti mesmo a contragosto)
-Ela não vai sair desse quarto. (minha mãe disse e Laur aproximou-se)
-Eu amo você minha princesa. (ela disse e beijou minha testa antes de sair)
-O que a Laur tem? (Sofi perguntou e dei de ombros)
-Tivemos uma conversinha. (minha mãe disse e arqueei a sobrancelha)
-Mãe, sabe que eu não gosto que se intrometa no meu casamento. (disse e ela revirou os olhos)
-Foi sua esposa que pediu pra conversar, acho que ela não pode pedir conselhos pra Clara e eu não me intrometo Karla, se bem que ela merecia uns tapas. (ela disse e eu assenti rindo)
-Vamos assistir desenho que o clima está muito tenso, a Laur nem beijou você e olha que vocês vivem grudadas. (Sofi disse, minha mãe não contou tudo pra ela)
-É que ela está nervosa porque eu passei mal Sofi. (disse e ela assentiu deitando com a cabeça em minhas pernas)
-Mas está tudo bem né? O bebê está bem mesmo? (ela perguntou e eu assenti sorrindo fraco)
-Uhum, eu só preciso descansar bastante e ficar tranquila. (disse acariciando seus cabelos e ela sorriu)
-Eu vou descer pra começar a preparar o almoço, fica de olho na sua irmã Sofi, ela não pode fazer qualquer esforço. E você mocinha, tem que tomar o remédio daqui meia hora, não esquece. (minha mãe disse e beijou nós duas)
-Mama? (chamei e ela olhou) Te amo.
-Yo tambien no hija. (ela disse e saiu do quarto)
-Kaki, você e a Laur vão me amar menos quando o bebê nascer? (Sofi perguntou e eu eu neguei sorrindo fraco)
-Não mesmo meu anjinho, agora que eu estou morando em Miami a gente vai poder aproveitar ainda mais, conversarmos mais, sairmos mais, só que agora com um chaveirinho que vai te chamar de tia e pedir doces escondido. (disse e ela sorriu largo)
-Mas e a Laur? (ela perguntou e eu neguei acariciando seus cabelos)
-A Lolo ama você, não vê que ela mima você com qualquer coisa? Tenho que até falar com ela sobre isso porque ela tem que mimar só eu. (disse e ela deu uma gargalhada)
-Não, tem que dividir comigo. (ela disse e eu ri negando) Kaki?
-Oi meu amor. (disse e ela ficou vermelha)
-O Kile me chamou pra tomar um sorvete. (ela disse e fingi ficar séria)
-E esse Kile é? (perguntei e ela mordeu o lábio nervosa)
-Um "bad boy" da escola, bom, pelo menos ele se veste como um. (ela disse e eu ri negando)
-E você aceitou? (perguntei e ela assentiu)
-A gente tomou sorvete na sexta, depois fomos até a pracinha perto da escola e ele tentou me beijar, mas eu não quis. (ela disse e desviou o olhar)
-Ele não forçou você, né? (perguntei e ela negou rapidamente)
-Não, mas ele disse que queria tomar outro sorvete comigo, ele é gentil comigo e sempre me defende quando um idiotas da sala tentam se meter comigo. (ela disse e eu assenti sorrindo fraco)
-E você quer tomar sorvete com ele de novo? (perguntei e ela assentiu)
-Uhum, somos amigos agora. (ela disse e eu assenti sorrindo fraco)
-Que bom, mas não deixa ele passar dos limites, se você não tem vontade, deixa isso bem claro e ele tem que respeitar. (disse e ela assentiu sorrindo fraco)
-Agora vamos assistir desenho. (ela disse e beijei seus cabelos)
Ficamos assistindo Bob esponja por quase uma hora, volta e meia fazíamos um comentário ou outro, mas era de lei assistirmos o desenho juntas, fazemos isso desde que ela nasceu.
Agora estamos conversando sobre assuntos aleatórios, eu sentia tanta falta disso, de falarmos sobre tudo e nada ao mesmo tempo. Conversamos muito sobre esse coraçãozinho dela, quando meu pai souber que a bebê dele está crescendo vai surtar.
-Kaki, quando você conheceu a Laur, como você sabia que ela era a pessoa certa? (ela perguntou brincando com minha mão)
-Porque ela foi um amor comigo, ela me respeitou, foi gentil, me fez sorrir, me fez sentir a mulher mais desejada do mundo. (disse e ela assentiu)
-E ela ainda faz isso? (ela perguntou e eu assenti sorrindo fraco)
-Faz, a Lolo é um pouquinho bronca no jeito de falar às vezes, mas ela é um amor, é tão cuidadosa e carinhosa comigo. (disse e ela assentiu sorrindo)
-Eu gosto dela, os outros não eram legais. (ela disse e eu ri negando)
-O Nathan era legal Sofi, só era delicado demais. (disse e ela gargalhou deitando na cama)
-Ele tentando ser hétero era a melhor coisa, "assim vai quebrar minha unha Mila". (ela disse e eu ri gargalhei)
-Mas ele era bem gostoso, tinha uma bundinha tão linda. (disse e ela riu negando com a cabeça)
-Tá, ele era legal, só me irritava as frescuras dele. (ela disse e eu ri baixinho)
-Eu vivia brigando com ele por isso. (disse e ela riu negando)
-E o Josh? Nosso pai odiava ele Kaki. (ela disse e eu ri)
-Namorei por birra, o pai não quis deixar eu ir no acampamento da escola, então pra provocar namorei o Josh. (disse e ela riu negando)
-Garoto com maior cara de maloqueiro. (ela disse e eu gargalhei)
-Eu sei, lembra do dia que eu levei ele pra dormir lá? (perguntei e ela assentiu gargalhando)
-O papa ficou bolado, mas também o cara chega "Qual foi coroa?". (ela disse e eu gargalhei)
-Ele era um babaca mesmo, mas até que era bonitinho. (disse e ela negou rindo)
-Parecia uma varetinha naquelas roupas largas, e minha mãe que vivia dando bronca porque ele queria ficar jogado no sofá todo arreganhado. (ela disse e eu ri negando)
-Como eu aguentei ele dois meses? Pelo menos beijava bem. (disse dando de ombros e ela riu fazendo cara de nojo)
-Lembra do Dylan Sprouse? (ela perguntou e eu assenti)
-Ele era um Deus grego na escola, todo definido, capitão do time de futebol, inteligente, sonho de consumo de todas as meninas. (disse e ela riu baixinho)
-Você já ficou com ele? (ela perguntou e eu assenti)
-Fiquei quando eu estava no primeiro ano, mas por quê? (perguntei)
-Ele perguntou por você ontem na festa, ele continua lindo. O irmão dele está muito diferente, muito gostoso. (ela disse e eu olhei surpresa)
-Agora quero ver, o Cole nem tinha corpo igual o irmão, era uma varetinha com aqueles cabelos enormes. (disse e ela assentiu)
-Agora ele está com o corpo definido, cabelo curto, sem aparelho, está perfeito. (ela disse pegando o celular) Olha.
-Nossa, ele está muito lindo, olha esse tanquinho. (disse olhando a foto e ela assentiu)
-Oi...(escutei aquela voz rouca e olhei pra porta)
-Lo? Está aí faz tempo? (perguntei e ela assentiu sem me olhar)
-Desde o "Ele era um Deus grego". (ela disse e eu mordi o lábio nervosa)
-Lo, eu não...(ela me interrompeu estendendo uma rosa branca)
-Pra você. (ela disse agachando ao lado da cama)
-Que linda Amor. (disse pegando a rosa e ela sorriu fraco)
-A gente pode conversar depois? (ela perguntou e eu assenti)
-Dá pra você beijar logo ela? Ou vai fazer cu doce? (Sofi disse e dei um tapa no seu braço)
-Está muito abusada. (disse e selei meus lábios no da Laur)
O beijo era calmo e delicado, senti suas mãos em minha cintura e ela começou a serpentear a língua pela minha boca explorando todos os cantos. Levei minha mão até sua nuca e arranhei bem devagar enquanto aproveitava o beijo, mas novamente a cena de ontem passou pela minha cabeça e empurrei Laur interrompendo o beijo.
-Que foi princesa? (ela perguntou e senti uma lágrima caindo)
-Nada, me deixa com a Sofi. (pedi e ela assentiu levantando)
-Claro...É...Eu vou lá pra baixo, fica calma. (ela disse e saiu sem dizer mais nada)
-O que foi Kaki? (Sofi perguntou e deitei agarrada nela)
-Me abraça? (pedi e ela ficou fazendo um carinho em minhas costas)
Pov Lauren
-Você é uma imbecil Lauren, uma imbecil. (murmurei indo para a parte de trás do quintal)
Comecei a socar o saco de pancadas que coloquei na varanda com força e sem qualquer proteção, eu só queria tirar essa dor de mim, eu machuquei a minha mulher e quase fiz ela perder nosso filho, nosso pedacinho de amor. Eu chutava, dava socos enquanto sentia as lágrimas caírem pelo meu rosto, a dor da culpa é a pior que tem.
-Eu não queria fazer você sofrer, eu não quero perder nosso filho. (caí de joelhos no chão sentindo as lágrimas caírem) Eu não queria, me perdoa.
As lágrimas caíam como se fossem uma verdadeira cachoeira, as lembranças de todas as vezes que não dei atenção para o que ela falava, de quando fui apresentá-la para meus pais e minha mãe foi completamente grossa, nas vezes que vinhamos visitar nossos pais e ela sempre criava um clima pesado ou insinuava que a Camz estava me traindo, das vezes que ela promoveu os encontros surpresas de Keana e eu não falava nada, só saía de perto.
Levantei do chão com mais raiva ainda de mim e comecei a socar o saco de pancadas com força, eu fui uma verdadeira idiota com ela e agora por minha culpa talvez meu filho morra.
-Lauren?! (escutei minha sogra chamando e olhei rápido)
-Pode falar. (disse e dei três chutes altos)
-Para de socar isso, fica calma. (ela disse e dei uma sessão de socos)
-Isso tudo é culpa minha...Ela me empurrou num beijo...Ela me olha com dor, mágoa...É tudo culpa minha...Se algo acontecer com meu filho, eu nunca vou me perdoar. (disse aumentando a potência dos socos)
-Lauren? (ela chamou e continuei socando o saco de pancadas)
-É tudo culpa minha. (murmurei dando socos no saco de pancadas)
"Eu quero que você proteja nossa família."
As palavras ecoando na minha mente, as cenas passando como um turbilhão, a raiva, a culpa, tudo tocando forte em mim, o medo de perder meu filho. Quanto mais fortes ecoavam as palavras na minha mente, mais fortes eram os chutes e socos.
-Lo? (escutei aquela voz baixa e parei os socos)
-O-Oi Camz. (disse disfarçando e limpei as lágrimas)
-Vem cá. (ela chamou e fui andando até ela)
-Está sentindo alguma coisa? Você precisa descansar, vem, vamos subir para o quarto, você não pode fazer esforço. (disse nervosa e ela me abraçou forte)
-Eu amo você minha Branquinha. (ela disse e envolvi sua cintura com meus braços)
-O que foi? (perguntei, ela nunca me abraça suada)
-Não se machuca assim, por favor bebê. (ela pediu e me olhou com os olhinhos marejados)
-Não chora, por favor... Que droga... Não chora, você não pode se alterar... Porra Lauren, só faz merda...Não chora Camz, por favor... Eu vou chamar sua mãe. (ameacei sair e ela negou segurando meus braços)
-Ela foi me chamar no quarto, olha suas mãos Lo, estão sangrando, inchadas já. (ela disse parecendo chateada, não sei)
-Desculpa. (pedi e ela negou rindo fraco)
-Vem, vamos tomar um banho pra eu fazer um curativo e depois a gente conversa. (ela disse e foi andando devagar)
-Está sentindo alguma coisa? (perguntei e ela negou rapidamente)
-Cansada só, mas o médico disse que é normal. (ela disse e fui atrás dela)
Entramos em casa e minha sogra e Sofi estavam na cozinha, Sinu me olhou assustada quando viu minhas mãos com alguns cortes sangrando, mas sussurrei que estava tudo bem. Subimos em silêncio até o quarto e ela trancou a porta me deixando meio confusa, mas não falei nada.
-Direto para o banho. (ela disse abrindo a porta do banheiro)
-Não fica nervosa, senta um pouco. (disse preocupada e ela acariciou meu rosto)
-Vai tomar banho logo, anda. (ela disse e eu assenti obedecendo)
Entrei no banheiro tirando a roupa indo direto para o box, liguei o chuveiro e permiti deixar algumas lágrimas caírem, se fosse algum tempo atrás essas lágrimas estariam presas dentro de mim, mas quando o assunto é Camila, eu simplesmente não consigo controlar. Vi a porta de correr do box ser aberta e Camila entrou nua com o cabelo preso num coque frouxo, tentei não olhar, mas falhei miseravelmente.
-Posso? (ela perguntou e eu assenti com os olhos em seu corpo)
-Claro...Eu...Eu já estou acabando. (disse e ela segurou minhas mãos)
-Eu deveria te bater, por isso que não gosto quando você começa com essa coisa de luta. (ela disse lavando minhas mãos e senti arder)
-Foi só uns machucadinhos. (disse e ela arqueou a sobrancelha toda séria)
-Essas mãos inchadas aqui não são machucadinhos, acho melhor você ficar quieta antes que eu te bata. (ela disse e eu assenti sorrindo sem graça)
Depois que ela lavou minhas mãos, tomamos banhos sem trocar uma palavra, coloquei uma cueca box e um top antes de sentar na cama pra esperar Camila. Ela colocou só uma langerie branca e uma camisa minha que ia até sua coxa, agora ela está sentada fazendo um curativo enquanto eu olho fixamente suas coxas.
-Ai, isso arde. (reclamei e ela me olhou brava)
-Vai arder o tapa que vou te dar se fizer isso de novo, olha essa mão inchada e toda machucada. (ela disse séria e continuou o curativo)
-Não fica nervosa, por favor. (pedi e ela me olhou)
-Não estou nervosa, estou com raiva por você ter se machucado. (ela disse e sorri sem graça)
-Desculpa. (disse baixo e ela beijou minha testa)
-Vai lá colocar uma roupa pra gente conversar. (ela disse levantando da cama e foi guardar a maleta de primeiros socorros)
Coloquei um short e sentei na beirada da cama enquanto ela estava sentada com as costas apoiada na cabeceira da cama. Ela ficou me olhando como se esperasse eu perguntar ou falar alguma coisa e cocei a nuca sem jeito.
-Pode me falar até onde eu te machuquei com minhas atitudes? (perguntei olhando fixamente para baixo)
-Eu não sei Lauren, mas aqui dentro está doendo, eu tô magoada com tudo. Toda vez que a gente se aproxima eu lembro de todas as vezes que eu pedi pra você fazer alguma coisa quando sua mãe me insultava ou era grossa e você nunca fazia nada, eu odeio sua imparcialidade quando se trata dela. Quando a gente morava em Londres eu relevava porque você já via sua mãe no máximo duas vezes por ano e não queria que vocês brigassem, só que agora a gente vê quase todos os dias porque ela mora à quadras daqui... Eu quero me sentir segura com você, seu pai me defende mais do que você quando ela me insulta... Quantas vezes eu desrespeitei ela? Nunca fiz isso, eu sempre me defendi das farpas que ela adora jogar... Ela nunca sequer permitiu me conhecer pra ter motivos pra me tratar mal e mesmo se tivesse, ela tinha que me respeitar como a pessoa que está com você... Meus pais nunca trataram você mal mesmo com você naquela vida, nunca se meteram no nosso relacionamento desse jeito, justamente porque sempre deixei claro que o relacionamento é você e eu... Só que toda vez que ela abre a boca pra falar merda, você não faz nada. (ela disse e vi suas lágrimas caírem)
-Calma, você não pode ficar nervosa. (disse me aproximando e segurei sua mão)
-Eu não tô nervosa, tô cansada... Até quando ela vai falar que eu traio você e que esse filho não é seu sem que você faça alguma coisa? Até quando ela vai abrir a boca pra me insultar e você vai ficar olhando sem fazer nada? Sabe o quanto machuca a minha esposa ficar quieta enquanto a mãe dela me desrespeita?...Eu tô cansada de tudo Lauren, não quero perder meu filho por causa de estresse, eu não aguento mais isso... Sabe o quanto doeu ver sua ex naquela mesa e você se calar como se eu devesse suportar um jantar com duas cobr... com sua mãe e ela? (ela disse chorando e beijei sua mão)
-Me perdoa, ela só...(tentei falar, mas fui interrompida)
-Eu não quero ouvir as desculpas para as atitudes dela, esse discurso eu escuto há três anos. (ela disse afastando minha mão)
-Deixa eu falar, você está certa em tudo, tudo mesmo... agora voltando ao que eu ia falar, ela só faz tudo isso porque eu fui uma babaca em não cortar isso no dia que vocês se conheceram, eu fiz tudo isso acontecer porque não queria magoar minha mãe por já ter decepcionado ela tanto, só que minha vida errada não tem nada a ver com ela te tratar assim...Eu...Eu fui uma idiota com você, eu protegi você de todo mundo, mas eu te machuquei, eu calei a boca quando era pra eu ter falado...porra, eu mandava e desmandava naqueles traficantes de merda, aí ficava igual uma banana na frente dela...Você tem todo o direito de estar magoada e eu entendo, mas eu quero que você me perdoe. Eu vou provar pra você que ninguém vai te desrespeitar ou falar qualquer coisa, eu faço o que você quiser, só me perdoa. (disse prendendo as lágrimas e ela ficou me olhando enquanto chorava)
-Eu quero acreditar Laur, mas eu não consigo, eu tenho medo. (ela disse e eu assenti olhando pra baixo)
-Só me dá uma chance, eu não vou te decepcionar. (disse e ela segurou meu rosto)
-Me faz acreditar que você vai proteger a nossa família. (ela pediu e eu assenti rapidamente)
-Eu não vou deixar ninguém mais desrespeitar você, eu prometo. (disse e ela me deu um selinho)
-Eu não quero sofrer Lo, a gente nem brigava em Londres, quando brigava era por coisa boba e agora esse clima sempre estranho pelas coisas que ela fala e faz, eu não gosto disso. (ela disse e eu assenti sentindo uma lágrima cair)
-Me perdoa Camz. (pedi e ela me deu um selinho)
-Eu já perdoei Cariño, só estamos conversando. (ela disse e beijou meu rosto)
-O que você quer que eu faça? Pode pedir qualquer coisa que eu faço, quer que eu pare de ir lá? Sei lá, qualquer coisa. (disse e ela negou sorrindo fraco)
-Ela é sua mãe Lolo, eu sei que vocês se amam e jamais pediria pra você se afastar dela. Eu só quero que você entenda que somos um casal e que ela não pode fazer ou falar coisas que me machuquem. (ela disse e eu assenti olhando pra baixo)
-Eu não queria ser uma idiota com você. (disse segurando sua mão e ela sorriu fraco)
-Se você não fosse idiota eu não teria me apaixonado, meio que gosto de pessoas idiotas. (ela disse e eu ri negando)
-Posso beijar você? (perguntei e ela ficou séria) Desculpa, é que eu pensei que... Deixa.
-Você não era assim dona Lauren, tinha mais atitude, mas eu entendo, deve ser aquela fase meio brocha né? (ela disse rindo e segurei sua cintura devagar)
-Se você não estivesse em repouso, eu ia te mostrar agora a fase meio brocha. (disse e ela riu com a língua entre os dentes)
-Eu sei Amor, mas adoro ver você assim. (ela disse e beijei seu pescoço)
-Assim como? (perguntei e ela alisou meu abdômen)
-Com essa cara de safada e de que é capaz de me deixar sem andar só pra provar que não é brocha. (ela disse acariciando meu rosto) Eu acho que sei o que quero, Lo.
-O que? É só falar que eu faço. (disse e ela beijou a ponta do meu nariz)
-Está bem lerdinha hoje, me beija Lauren. (ela disse brava e selei nossos lábios)
O beijo era calmo e suave, apertei levemente sua cintura aproximando nossos corpos e ela começou a serpentear a língua pela minha boca enquanto arranhava minha nuca bem devagar. Quando o ar se fez necessário, finalizamos o beijo ela me olhou dando aquele sorriso lindo que ela tem.
-Te amo Cariño. (ela disse e beijou minha testa)
-Também amo você minha princesa. (disse e ela veio para o meu colo)
-Tô com sono Bê. (ela disse e escondeu o rosto no meu pescoço)
-Espera o almoço, depois você dorme. (disse e ela assentiu coçando os olhinhos)
-Eu ainda tenho medo, mas vai ficar tudo bem com a gente, né? (ela perguntou e eu assenti)
-Vai, eu vou fazer tudo ficar bem. (disse e ela assentiu sorrindo fraco)
-Promete? (ela perguntou levantando o mindinho)
-Prometo minha princesa. (disse unindo nossos dedos e ela sorriu)
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O que acharam???
Aquele momento entre irmãs pra descontrair um pouco o clima da fic.😍😍😍
Alguns podem ter achado até que ficou "tudo bem" rápido demais, mas elas só tiveram uma conversa, confiança se conquista dia após dia. ♥️
COMENTEM o que acharam de importante é interessante na fic.😍
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