᠉ Twenty-seven.
Jimin's POV
Jungkook chorava como uma criança e eu tinha vontade de fazer o mesmo, mas não conseguia. Talvez eu estivesse realmente muito mal, pelo menos era o que os olhares estranhos lançados a mim diziam.
- Isso é um milagre! – disse a garota jovem que me observava desde que acordei.
- É um milagre do amor. – Mel suspirou, aproximando-se para me abraçar. – Que bom que voltou, Chim Chim! Eu tive tanto medo...
- Eu também tive. – sussurrei em seu ouvido.
- Acho que o mais prudente agora é transferi-lo para um hospital melhor. Ele já passou tempo demais nessas condições precárias. – falou o rapaz de jaleco, possivelmente o médico.
- Jimin vai para Seoul comigo. – Jungkook se prontificou, enxugando o rosto. – Lá é o melhor lugar e o mais próximo também.
- Ótimo! Vamos providenciar os papeis e formulários para a transferência.
- Eu vou ter que voltar para casa, infelizmente. – Mel riu. – Saí de lá meio que escondida, depois te conto melhor. E você – ela dirigiu-se ao moreno que havia segurado minha mão novamente. – Volte na moto do Dylan. Depois dê um jeito de devolver.
- E você? Para onde vai? – ele arqueou a sobrancelha.
- Arranjei uma carona. – sorriu irônica.
Dormi durante toda a viagem até Seoul. Ainda não conseguia acreditar que tudo aquilo realmente tinha acontecido, era tão confuso; estar entre a vida e a morte e depender de alguém para lhe salvar. Pelo menos agora, tudo ficaria bem.
Já instalado na UTI do hospital por estar bastante fraco e após receber olhares curiosos de pessoas que provavelmente me conheciam, eu estava sozinho à espera do médico. Tentei lembrar de exatamente tudo o que havia acontecido aquela noite, mas depois do episodio Dylan, eu apenas recordava de uma voz masculina.
- Boa tarde, Jimin! – uma moça de cabelos loiros e muito simpática se aproximou de mim. – Sou a Solji, cunhada da Mel. Ela me contou que você viria para cá.
- Oh! – sorri, cumprimentando-a. – Muito prazer
- Nós temos muita sorte. Não poderia ser outra pessoa a cuidar de você a não ser eu. – ela disse com a feição preocupada.
- Por quê?
- Mel pediu que eu desse uma olhada nos seus exames. Os do tumor. Analisei e ainda pedi outra opinião de um médico muito mais experiente do que eu.
- E o que vocês viram? Isso piorou, não foi? – disse, passando a mão pelo rosto, com a triste lembrança.
- Jimin, o lugar onde possivelmente o tumor se encontra é improvável. Uma pessoa com um tumor nesse lugar não duraria nem duas semanas. – ela contou, abrindo o outro envelope de exames. –Fiquei confusa depois de tudo isso e fui pesquisar o CRM do médico que te atendeu. – fez uma pausa, respirando fundo.
- O que tem ele?
- O número não é válido, não existe. Ele não é medico.
- Como assim? – perguntei, tentando sentar-me na maca. – Então eu nunca estive doente? E os remédios que eu tomei? E o mal estar que eu sentia?
- Os remédios que você tomava eram redutores de imunidade, um tipo de droga e realmente não sei onde ele conseguiu tais substancias ou qual era a lógica disso tudo, mas foi por isso que você ficou tão debilitado. – explicou.
- Mas antes de fazer os exames eu já me sentia mal. – lembrei.
- Você já deveria estar ingerindo esses comprimidos, talvez misturados com alimentos, é muito comum que passe despercebido.
- Solji... No dia em que tudo aconteceu, antes que eu apagasse... Eu senti algo queimando em minhas veias. Será que injetaram alguma coisa em mim? – questionei.
- Depois de tanto tempo, claro que não vamos conseguir achar nenhum vestígio em seu corpo, mas com certeza, quem fez isso com você, planejou muito bem antes de colocar em prática. – ela acariciou meu cabelo. – Tome cuidado.
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- Será que o doentinho já pode ir para casa? – despertei de meus pensamentos com Taehyung adentrando o quarto em que eu estava há longos três dias. – Saudades de você! Ainda não acredito que tudo aquilo aconteceu. – ele me abraçou forte, podia quebrar meus ossos se quisesse.
- Também senti saudades, Tae Tae – retribuí seu abraço.
- Bom, o Jungkook não conseguiu vir, teve que resolver um probleminha. Vamos? – ele chamou, carregando minha mochila com roupas.
Após ligar para tia Emily e repetir pela milésima vez que estava tudo bem, ela concordou que era mais seguro continuar com os meninos em Seoul. Yoongi fez questão de ligar e dizer que o apartamento dele estava à disposição para mim e eu não pude negar. Enquanto fazíamos o caminho até lá, minha cabeça martelava com as palavras ditas por Solji. Se eu nunca estive doente, aquilo era um plano para me matar? Mas por que alguém iria me querer morto?
Ao chegar na porta do prédio, quis não acreditar no que via à minha frente e pelo jeito, Tae pensava igual.
- O que ela está fazendo aqui? – perguntei, ainda observando a loira.
- Não sei, mas iremos descobrir agora. – Tae abriu a porta do carro na intenção de chamá-la, mas eu segurei seu braço.
- Não faz isso. Quero saber o que a trouxe aqui. Agora que ela entrou, nós vamos atrás.
Saímos do veículo rapidamente e esperamos o elevador chegar, provavelmente após tê-la deixado no andar de Jungkook. Ao alcançar a porta do apartamento, fiz menção de silêncio para Taehyung e me aproximei para ouvir a conversa.
- O que você quer aqui? – Jungkook disse áspero.
- Precisamos conversar.
- Não temos nada para conversar, se puder sair, eu estou esperando...
- Estou grávida. – ela disse e o silêncio se instalou. O semblante de Tae demonstrava espanto, assim como o meu.
- Grávida? Mas como?
- Preciso mesmo responder? – perguntou ironicamente.
- Precisa sim. – eu pedi, após abrir a porta e encarar a cara de surpresa de ambos.
- Vo... você não estava morto? – Lalisa gaguejou.
- Eu adoraria estar mesmo. – disse sentindo os olhos embaçarem e dando meia volta, saindo do apartamento.
- Jimin! – ouvi Jungkook gritar, mas não dei atenção. Chamei o elevador que não demorou a chegar e saí dali.
Grávida. Um amor tão grande que não esperou nem seis meses para levar outra para cama. Um filho. Talvez seja isso que Jungkook realmente queira, uma família. Aquela que ninguém vai julgar. Estava próximo da saída quando o sentir puxar meu braço.
- Eu posso explicar.
- Explicar o que? Que você vai ser pai do filho de uma garota que você dizia não gostar? Ah, não se dê ao trabalho, essa parte eu já entendi. – sorri.
- Não foi porque eu quis, estava me sentindo sozinho e...
- E eu estava morto, entendo isso também. Mas daí a já se jogar nos braços dela... Olha, Jeon, você não me deve satisfações, afinal o que somos? Namorados? Não. Amigos? Hum, eu acho que não. Não somos nada. – respondi, dando as costas.
- Se ela realmente estiver grávida, não preciso ficar com ela para assumir o bebê, eu... – ele começou, mas o interrompi.
- Olhe as besteiras que você está falando. Nem pense em fazer isso! Eu cresci sem os meus pais, não faz ideia do quanto isso é ruim. Tem que assumir não só a criança, mas ela também- suspirei. – Espero que vocês construam uma família feliz, de coração.
- Jimin, eu te...
- Não ouse, de novo não. Essas palavras que você vive jogando no vento significam muito, Jungkook. Já entendi que tem vergonha de mim, de nós, só não compreendo porque foi me salvar, porque fez toda aquela ceninha de conto de fadas. Porque simplesmente não me deixou ir? Estava tão perto disso. Eu cansei do poço de decepções que você é. Somos agora nada mais do que colegas de grupo. Por favor, respeite isso e não tente forçar algo a mais do que isso. – dessa vez não olhei para trás, deixando o só e caminhando até a saída.
O céu estava muito escuro, prometendo uma chuva forte. Pedi a Solji para passar a noite em sua casa, já que viajar àquela hora seria arriscado demais. Fui recebido pela empregada e ela me direcionou ao quarto de hóspedes, onde fiquei até anoitecer. Chorei. Chorei de raiva, de dor e arrependimento. Por ter sido idiota, por ter caído naquela conversa outra vez. A fama de Jungkook realmente subiu à cabeça. Não duvido que a história do meu "salvamento" já deva estar em algum site por aí. Minha cabeça doía, meus olhos ardiam, mas eu não quis ceder ao sono. Fui até a sala e tentei ligar para Mel, sem sucesso. As aulas já haviam voltado e ela deveria estar ocupada estudando. Eu estava só.
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De volta para casa, fui paparicado o dia todo por tia Emily que vinha checar de cinco em cinco minutos se estava tudo bem. Vez ou outra me olhava estranhamente, como se não acreditasse que eu estava ali de verdade. Veio me chamar no quarto, anunciando que Mel estava á minha espera.
- Estava com saudade! – ela disse, abraçando-me. – Como está?
- Melhorando aos poucos...
- Então, tia Emily, será que eu poderia roubá-lo um pouquinho? – pediu, tendo a devida permissão.
- Aonde vamos? – perguntei curioso.
- Dylan já está em casa, pensei que poderia querer visitá-lo junto comigo. – sorriu.
- Porque não? – dei de ombros.
Mel me contou sobre quando esteve refém e sobre como foi salva por Amy e Dylan, incluindo a explosão. Depois de muito choro, ele surgiu dentre a fumaça, como naqueles filmes que costumamos assistir. Após dias no hospital em recuperação, ele finalmente estava de volta.
- Boa tarde, viemos ver o... – Mel começou e a empregada automaticamente nos deu passagem.
- Vou chamá-lo. – disse, deixando-nos na sala.
- Oi... – disse baixinho quando ele apareceu no fim da escada.
- E aí, Jimin. Tudo legal?
- Sim e com você?
- Me recuperando. – ele sorriu. – Você está vivo mesmo, não é?
- Pareço uma assombração? – disse animado, fazendo-o rir.
- É estranho que tenha vindo aqui mesmo depois de tudo que eu fiz e...
- De tudo o que me aconteceu, aquilo foi o menos traumatizante. Acredite. Sem contar que você salvou a vida da Mel e ajudou a salvar a minha. Que tipo de pessoa eu seria se não reconhecesse isso? – ele sorriu fraco.
- Você tem um bom coração, Park. Obrigado. – tossiu.
- Eu é que agradeço, rancor não leva a nada, não é mesmo?
- Ainda intoxicado? – Mel perguntou. – Acho que não deveria fazer esforços, se quiser, voltamos outra hora.
- Ah não, você está parecendo a Amy falando. – ele rolou os olhos. – Foi no hospital e me forçou a comer aquela comida horrível todos os dias.
- Hum... – ela sorriu e me olhou. – Por falar nisso, é alguém que gosta muito de você.
- Eu sei, mas... Bom... – Dylan me olhou.
- Não se preocupe, Amy merece ser feliz e ela nunca seria comigo. Vocês se gostam, espero que tudo dê certo.
- No dia que vocês foram me salvar, ela ficou muito mal quando viu o casebre explodir contigo dentro. Na verdade nem eu sei como você conseguiu se salvar. – Mel disse.
- Um rapaz me ajudou a sair, mas não consigo me lembrar do rosto dele, acho que a fumaça me confundiu. – ele torceu a boca.
- Deve ter sido a mesma pessoa que eu e Amy vimos enquanto estávamos escondidas.
- Oi, atrapalho? – a morena colocou a cabeça para dentro da sala, espantando-se ao me ver.
- Jimin?
- Olá. – sorri.
- É tão estranho te ver assim... – mediu-me dos pés a cabeça. – Vivo.
- Também é estranho para mim ver as pessoas me olharem dessa forma. – abracei-a, soltando em seguida. – Já está ficando tarde, acho que já vamos. Mel? – chamei-a. – Até mais, foi bom ver vocês. – despedi-me.
- Tchau, Dylan. Tchau Amy.
Caminhávamos pela rua sem dar uma só palavra. Queria muito contar tudo e sei que ela sentia isso, mas talvez estivesse esperando a minha iniciativa. Sentamos embaixo de uma árvore.
- Foi a Solji que me atendeu, sabia? – comecei.
- Ela me contou, mas não entrou em detalhes.
- Eu nunca estive doente, Mel. Forjaram exames, me fizeram tomar remédios que reduziam a imunidade. Era para eu morrer mesmo, mas por quê? O que eu fiz para que alguém desejasse isso?
- Nunca acreditei que você tinha morrido, Jimin. De algum modo eu te sentia vivo. – ela sorriu, fitando o vazio. – Naquela vez que apareceu pra mim, foi só um impulso a mais para eu ir atrás disso tudo.
- Eu apareci para você? – perguntei surpreso.
- Não se lembra?
- Não... – neguei com a cabeça.
- Mas apareceu, num sonho. Pediu ajuda, disse que confiava em mim e pediu que eu confiasse na sua proteção. A partir daí as coisas foram ficando mais claras e eu chamei o Jungkook.
- Ah, ele...
- O que houve? Sabia que tinha alguma coisa.
- A Lalisa está grávida.
- Hã? – ela parecia não acreditar.
- Isso mesmo que você ouviu. Eu mesmo presenciei quando deu a notícia pro Jungkook.
- Não era para eu estar surpresa, do jeito que as coisas iam...
- Como assim?
- No natal, estava passeando com a Amy, porque não queria ficar em casa e passamos em frente a casa dele. Enfim, Lalisa estava lá. – contou, dando de ombros.
- Na casa dele? Então a senhora Jeon já a conhece? – perguntei decepcionado.
- Com certeza já devem ter sido devidamente apresentadas.
- Como eu fui idiota, Mel. Ainda não entendo para que foi lá me salvar, se já estava tão bem de vida sem mim. Estou cansado desse vai e vem. – apoiei o queixo em meus joelhos, abraçando-os.
- Não fala essas coisas, Chim Chim. Você tem a sua tia, tem a mim e agora Amy e Dylan que se mostraram amigos quando você mais precisou. – tentou me consolar.
- Por falar nisso, não quero que minha tia saiba de toda essa conspiração ou armação que fizeram contra mim. Não agora...
- Eu esqueci de mencionar uma coisa... O primo da Amy rastreou o número de quem mandou aqueles sms para você. Mark Tuan, conhece?
- Mark... Mark... Não me é estranho. Mas não vem ninguém a mente. – dei de ombros. – Sabe o doutor Yuri? O CRM dele era falso.
- Falso?
- Pois é...
- Jimin, é uma quadrilha! Você tem noção disso? – Mel disse apavorada. – Jimin? – ela me tocou, percebendo meu olhar vazio.
- Foi ele... O Yuri. – balancei a cabeça em negação. – A voz que eu ouvi depois que o Dylan saiu e a injeção... Foi ele!
- Tem certeza? – perguntou aflita.
- Os olhos... O olhar dele, eu posso ver se fechar os olhos. – disse, começando a tremer.
- Jimin, calma. Respira fundo. – ela segurou minha mão. – Como é esse Yuri.
- Alto, forte. Os olhos dele, negros e profundos...
- O rapaz que estava lá comigo, o que bateu no Dylan! – ela vibrou.
- Não estou entendendo.
- As características desse Yuri, batem bastante com um dos homens que me deixaram em cárcere. Não pode ser coincidência, mas o que ele teria a ver com tudo isso? – tentou raciocinar.
- Num dia de consulta, o Yuri me perguntou por um tal de Mark, mas depois desconversou como se apenas tivesse confundindo nomes. – olhei-a apavorada. – Jackson está envolvido nisso.
- Porque isso não me aparece absurdo? – ela riu sem humor. – Mas se eles estão juntos nisso, porque a diferença de nomes? Qual seria o real?
- Jackson! O nome dele é Jackson. – afirmei, lembrando da conversa que presenciei entre papai e Solar.
- Então porque ele mentiu para o Yuri?
- Talvez não confie tanto no seu comparsa.
- Isso é tão confuso e tão perigoso... Olha o risco que você correu, Chim Chim. – Mel abraçou-me de lado.
- O risco que eu ainda estou correndo... – concluí, tentando não parecer apavorado.
isso foi um capítulo ou uma amostra da bíblia? fui escrevendo e quando vi: 9 páginas de word = 2645 palavras aaaaaa desculpa, prometo prestar atenção da próxima vez kkkkkk e eu não revisei nada antes de postar, então, perdão pelos erros (e me avisem sobre eles). wysm tá chegando ao fim ): obrigada por tudo, amo vocês <3
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