᠉ Twenty four.
Mel's POV
Abri os olhos, mas continuava tudo escuro. Minhas mãos e tornozelos doíam. Algo os amarrava e eu tentava me desvencilhar.
- Então a detetive acordou... – uma voz se pronunciou.
- Quem é você? Onde eu estou? – perguntei agoniada por não conseguir me mexer direito.
- Bom, você está em um lugar muito legal. – o homem riu irônico. – Já quem eu sou... Descobrirá em breve.
- Porque eu estou aqui? Tira isso do meu olho! – pedi irritada.
- Olha só, acho bom que fique quietinha, até porque não seria sacrifício nenhum para mim dar um fim em você, assim como fiz com seu amiguinho. – ele disse, fazendo meu coração acelerar.
- Então é você? Cadê ele? Eu sei que está vivo! Onde o deixou? – disparei, fazendo-o soltar uma gargalhada.
- Vivo? Não me faça rir. – gargalhou mais uma vez. – Ele deve estar fazendo companhia à mamãezinha dele agora. – ouvi uma porta se abrir. – Finalmente! Demorou muito. – o homem agora se dirigia a outra pessoa.
- Desculpa, estava providenciando as passagens. – disse outra voz masculina.
- Ótimo! Não aguento mais esse lugar, essas pessoas. – tudo ficou em silêncio por alguns segundos. – Pega o celular e deixa ela falar com a família, dizer que está bem... Marque o resgate e vamos logo embora daqui.
A porta bateu e finalmente tiraram o que cobria minha visão. Enxerguei à minha frente um homem de aparentes trinta anos, segurando o aparelho telefônico em mãos, estendendo-me.
- Uma gracinha só e eu não vou ter pena de você. – ele disse, colocando o celular em meu ouvido.
- Mãe? – sussurrei ao ouvir sua voz.
- Melina? Pelo amor de Deus! Onde você está? Está bem? – ela perguntou desesperada.
- Eu estou bem, mamãe, fique tranquila e... – mal consegui completar a frase e o tal homem tomara novamente o aparelho de minhas mãos.
- Dona, a sua filha está inteira, por enquanto e é o seguinte: dois milhões ou ela não vai continuar tão bem assim.
Jungkook's POV
- Tem certeza de que quer fazer isso? – Jin perguntou, fechando o zíper da mochila.
- Me pediu para ajudar e agora quer me fazer desistir? – arqueei a sobrancelha.
- Só quero saber se está indo porque eu pedi ou porque realmente acredita que as pessoas precisam de você.
- Você era o melhor amigo do Jimin e agora se dá tão bem com a Mel. Não posso ignorar tudo isso.
- 'Pra onde vocês vão? – Yoongi coçou a nuca confuso, olhando as mochilas arrumadas em cima da cama.
- Busan. – Jin respondeu naturalmente.
- Ficaram loucos? Temos outro show daqui a quatro dias.
- Esperamos estar de volta até lá. – disse, fazendo-o rolar os olhos.
- Então é sério que vocês vão tirar férias assim? No meio da turnê?
- Eu também vou. – Taehyung apareceu logo atrás.
- Era só o que me faltava. – Yoongi reclamou.
- Já tem gente demais envolvida nisso, não acha? – perguntei.
- Eu estou envolvido há mais tempo do que você pensa, Jungkook. Deixe seu ciúme besta de lado e vamos de uma vez. – ele rebateu, fazendo os outros dois abafarem o riso.
- Pelo menos mandem notícias! – Yoongi pediu, antes de fechar a porta.
xxxxx
- Dois milhões? Eu não tenho tudo isso!
A mãe de Mel chorava, sendo consolada por dona Emily, enquanto eu e os outros dois buscávamos uma solução. Talvez tivéssemos a quantia, mas sabíamos que uma troca justa não iria acontecer. Nunca acontece.
- Nós vamos pagar. – Jin tomou a frente.
- O que? – ela perguntou como se não tivesse escutado direito.
- Isso mesmo, vamos ajudar. – afirmei.
- Vocês fariam isso pela minha filha? – ela segurou em minha mão, com os olhos cheios d'água.
- Ninguém vai tocar num fio de cabelo da Mel, eu prometo. – disse, mesmo sabendo que aquela era uma promessa que eu talvez não pudesse cumprir.
Entramos no carro e fomos até o centro da cidade, na esperança de conseguirmos tal quantia. Em caso de faltar alguma coisa, pediríamos ajuda aos outros meninos.
O gerente relutou em liberar um valor tão grande, mas ao explicarmos a situação e pedir sigilo sobre o caso, ele assentiu. Saímos dali o mais depressa possível.
- Ainda bem que vocês chegaram! – dona Emily me abraçou forte. – Já ligaram umas duas vezes.
- Pode confirmar que já temos a quantia e vamos pagar o resgate.
- Notícias da Mel? – Amy adentrou a sala, espantando-se com nossa presença. – O que vocês estão fazendo aqui?
- Pediram dinheiro para poderem devolvê-la... – Jin respondeu-a.
- Eu preciso falar com você. – chamou-o discretamente e ele a acompanhou até um canto da sala. Dona Emily se distraira conversando com Taehyung sobre Jimin. – Ela sabia que ia acontecer algo desde aquele dia em Seoul.
- Do que estão falando? – me intrometi na conversa. – Não vão esconder mais nada de mim. Desde quando se conhecem?
- Acho que já está na hora de você saber tudo, de uma vez. – ela deu de ombros. – Mel estava investigando o sumiço do Jimin.
- Então no natal... Estavam falando sério?
- Sim... E ela já tinha muitas provas, suficientes até demais, mas resolver ir mais a fundo e... – respirou fundo. – Invadimos o apartamento do Jackson.
- Vocês o que? – perguntei indignado. – Estão envolvidos nesse absurdo também? – dirigi-me aos dois que me olhavam sem dizer uma só palavra.
- Mel me ligou precisando de ajuda, eu não podia deixar as duas sozinhas... – Jin explicou.
- 'Tá, mas como sabia que isso ia acontecer? – Tae questionou.
- Quando estávamos no elevador, ela disse que se acontecesse qualquer coisa, era para dar o iPod do Jimin para o Jungkook. Nas mãos dele... Eu não pude mais ir até Seoul, então mandei pelo correio, assim que ela desapareceu.
- Pelo jeito adiantou... – disse, tentando assimilar os fatos.
Ouvimos o telefone tocar e nos aproximamos para ouvir as novas.
- Sim? Nós já temos... – ela disse, enquanto nos olhava apreensiva. – Por favor, não a machuquem. – desligou o telefone.
- Estão levando-a para o posto de gasolina que fica na saída da cidade. Disseram que é para deixar o dinheiro em uma mochila no meio da estrada para fazer a troca. – enxugou as lágrimas. – Não tentem nada perigoso, estou implorando.
- Vai dar tudo certo. – afirmei, mesmo não tendo tanta certeza disso.
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