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Capítulo Oito

Oie gente 😊
Hoje faz exatamente quinze dias que postei o capítulo anterior e estava super triste porque tinha acabado de sair a notícia de que o James tinha pedido para sair do São Paulo, aí essa semana nos deparamos com a novidade de que ele desistiu e quer permanecer no clube. Eu gostei disso, não vou negar, acho que ele tem potencial para se destacar no time, só basta querer isso. Espero que seu interesse em ficar seja verdadeiro e ele faça por merecer vestir essa camisa 🇾🇪

Bom, vamos ao capítulo. Quem quer mais fogo no parquinho?? 😎

━━━━━━━━ ☯ ━━━━━━━━

Todo mundo chegou atrasado ao CT na segunda-feira a tarde. Boa parte dos jogadores estavam com cara de ressaca, mas nem por isso o clima deixou de ser festivo, já que agora somos campeões da Copa do Brasil, o único título que faltava em nossa estante.

Eu como boa são paulina tava feliz igual pinto no lixo.

Hoje não tinha muito o que fazer, apenas mais publicações sobre a vitória de ontem nas redes sociais do time. Os jogadores não teriam treino, apenas sessões de recuperação na academia.

Bateram na porta e levantei o olhar da tela do notebook a tempo de ver Felipe entrando na sala.
— Atrapalho?
— Nada, entra aí. — falei levantando para ir cumprimentá-lo.
— Bom dia cunhadinha. — Felipe disse me abraçando e dando um beijo em minha bochecha e olhei pra ele rindo. Agora deu pra me chamar assim.
— Bom dia.
— Você foi embora ontem e nem falou comigo. — ele me cobrou enquanto puxava a cadeira que Roberta sentava. Ela e Igor foram revelar algumas das fotos tiradas para colocar na galeria do CT e também do Morumbi.

Eu praticamente saí correndo do clube e arrastando Nayara comigo, mal falei com Fernanda avisando que já estava indo.
— Desculpe, eu tava cansada e a Nay também. — menti tentando parecer convincente e ele assentiu.
— De boa. Eu tava falando com a Milena hoje de manhã, a gente tá marcando de ir pra algum lugar quando ela vier pra cá no dia doze, vai ter outra parada data FIFA e nós vamos ter folga.

Assenti querendo entender onde ele queria chegar.
— Tô pensando em viajar na sexta de manhã e voltar no domingo.
— Eu acho isso ótimo Felipe, mas ainda não entendi por que você tá me contando. — falei rindo e ele também deu risada um pouco nervoso.
— É que eu queria pedir a sua permissão pra levar a Milena pra viajar.

Eu não poderia estar mais surpresa.
— Minha irmã é maior de idade e vacinada, ela pode ir pra onde quiser e com quem quiser.
— Eu sei, mas eu fui criado com certos valores e gosto de fazer as coisas da maneira correta. Eu falaria com os pais de vocês, mas como eles ainda não sabem de nada, deixando claro que eu não concordo com isso, tenho que falar com você que é irmã mais velha dela.
— Bom, então se você está me pedindo permissão, você a tem.
— Valeu.

Tenho que admitir, foi um gesto fofo ele vir falar comigo. A grande maioria dos jovens de hoje em dia não tem mais esses valores.
— Você quer ir com a gente?
— Não mesmo! — respondi rápido e nós dois rimos. — Eu tenho certeza de que será uma viagem romântica e eu não quero ficar segurando vela.

Felipe riu de novo e antes que um de nós dois falasse mais alguma coisa, a porta foi aberta.
— Opa, desculpa atrapalhar. — era Roberta.
— Imagina, eu já tô de saída, preciso voltar pra academia. — Felipe disse já levantando e vindo me dar um beijo antes de sair. — Tchau Cat.
— Tchau.
— Eu só vim pegar meu celular que eu esqueci. — Roberta disse entrando na sala.
— Vocês já vão para o Morumbi? — perguntei e ela parou para me encarar.
— Já sim e de lá nós vamos pra casa, Casares vai com a gente pra escolher os melhores lugares pra colocar as fotos. Ele quer tudo impecável pra quando os fãs forem visitar o estádio a partir de amanhã.
— Eu imagino. Bom trabalho pra vocês.
— Valeu, até amanhã.
— Até.

Voltei a me concentrar no trabalho querendo que a hora voasse para poder ir embora logo. Além de estar cansada por ter ido dormir tarde por conta da festa, também não quero dar de cara com aquele colombiano.

...

Meus olhos ardiam por ficar muito tempo em frente a tela do notebook e também de sono. Me espreguicei sentindo uma vontade louca de tomar um gole de café, além do mais, eu precisava falar com Dorival. Só hoje eu me toquei que não postei nada relacionado a ele sobre a vitória de ontem.

Fiquei tão empolgada com o título e depois a festa que esqueci completamente. Queria alguma declaração sua sobre a conquista, mesmo que fossem poucas palavras.

Eu não quis falar com ele mais cedo porque Dorival não gostava nenhum pouco de ser interrompido durante os treinos, mesmo que fosse sessão de recuperação.

Desci até o refeitório e fui pegar um pouco de café, aproveitei e perguntei a dona Neuza se ela sabia se Dorival já tinha ido embora, mas ela disse que não sabia.

Decidi ir até o vestiário para ver se ele ainda estava lá, como os jogadores já tinham ido embora, não teria problema. Antes passei no escritório do técnico e ao ver que estava vazio, fui direto para o vestiário.
— Dorival? — chamei abrindo a porta e levei um susto ao ver quem estava lá dentro.

James acabava de sair do chuveiro, enrolado de toalha, a água escorria pelos cabelos úmidos e pela pele morena.

Ele me encarou também surpreso e foi impossível não me lembrar de ontem a noite, da sensação de tê-lo tão perto de mim. Meus olhos correram pelos músculos definidos, pelas tatuagens que o deixavam ainda mais tentador.

A toalha presa nos quadris, chamando atenção para aquele V que acabava bem abaixo... não me atrevi a continuar a exploração e voltei a encarar seus olhos. E o que vi neles, me fez estremecer.

As palavras de Nayara me atingiram como um baque e fui obrigada a reconhecer o que estava bem debaixo do meu nariz esse tempo todo e eu não quis enxergar.

"A mim você não engana Catarina, você está gostando dele e só você mesma não enxerga isso."

Ela estava certa, James Rodríguez estava sim mexendo comigo e perceber isso me deixou atordoada.

Talvez notando a confusão em meu rosto, ele deu um passo em minha direção e não pensei duas vezes antes de me virar e sair dali o mais rápido possível.

Ouvi sua voz me chamando, mas não voltei e nem olhei. Eu precisava me afastar dele e ficar sozinha.

Me tranquei na minha sala enquanto tentava reorganizar os meus pensamentos e também desejando que ele já tivesse ido embora.

Eu estava me odiando por me sentir atraída por ele, justamente por ele. Por que não por Giuliano que era um cara maravilhoso? Tinha que ser por ele.

Queria entender em que momento isso aconteceu, como eu fui dar esse vacilo. Infelizmente a gente não manda nos sentimentos, não escolhe de quem gostar.

Agora mais do que nunca eu preciso manter distância dele, preciso sufocar essa atração idiota até que ela suma.

Vê-lo enrolado de toalha e com a pele ainda úmida do banho recém tomado, não me ajuda em nada. É uma imagem que não vai sair do meu pensamento tão cedo.

Arrumei minhas coisas e fui embora antes que eu ficasse trancada aqui, percebi que eu era a última a sair. O dia já tinha escurecido completamente e apesar de a primavera ter acabado de começar, a noite prometia ser fria.

Cheguei ao estacionamento e me senti tentada a dar meia volta e passar a noite em minha sala, pois James me esperava encostado ao meu carro.

Respirando fundo e reunindo forças para aquele confronto, eu fui até lá. Ele me encarava sério, com os braços cruzados sobre o peito.
— O que você quer? — perguntei parando na frente dele e usando uma armadura de indiferença e postura fria.
— Por que você saiu daquele jeito do vestiário?

Direto ao ponto, certo. Melhor assim.
— Caso você não saiba, eu estou proibida de ter interação com os jogadores aqui dentro, fora dos horários de almoço.
— Não tinha mais ninguém lá, só eu e você.
— James eu fui procurar pelo Dorival, como ele não estava, eu fui embora. Simples assim.

Ele me analisou cerrando os olhos e se eu pudesse, entraria no meu carro e fugiria daquele olhar. O problema é que aquele infeliz estava encostado bem na porta do motorista. Tenho certeza de que foi proposital.
— Você realmente vai negar Catarina? — James perguntou suavizando o tom de voz e tentei continuar indiferente, aquilo era terreno perigoso. Perigoso demais.
— Negar o que? — perguntei de volta em tom de deboche, era a melhor arma que eu poderia usar. Deixá-lo com raiva e mantê-lo distante.
— Não se faça de boba, você sabe muito bem do que eu tô falando. O que quase aconteceu entre a gente na festa ontem e hoje eu percebi a forma como me olhou lá no vestiário. Vai negar na minha cara, Cat? — ele disse as últimas palavras quase em um sussurro e deu um passo se aproximando de mim.

Meu coração acelerou por ele estar tão próximo.
— Não aconteceu nada ontem James. - afirmei querendo desesperadamente acreditar naquelas palavras. — Eu apenas surpreendi você esperando pela sua amiguinha.

Ele sorriu de um jeito felino, fazendo as borboletas em meu estômago darem piruetas.
— Ciúmes?
— Faça-me o favor, por que eu teria ciúmes de você? Já falei que só me importo com o fato das suas atitudes prejudicarem o clube.
— Continua repetindo, quem sabe assim você acredita.

Tive vontade de tirar aquele sorrisinho da sua cara na base da violência.
— Não preciso provar nada a você e nem a ninguém. E só pra deixar claro, não tem nada aí que me interesse. — falei aquelas palavras olhando-o de cima a baixo e fiz menção de contorná-lo para entrar em meu carro.

Porém, James foi mais rápido e me segurou pelos braços, me prendendo entre o carro e o seu corpo forte. O susto e o fato de estar praticamente colada ao corpo dele, fizeram o meu corpo reagir de imediato.
— Me solta! — falei me debatendo tentando desesperadamente não ceder aquela atração que se tornava cada vez mais forte.
— Por que você é assim hein?
— Assim como? — perguntei o olhando e parando de me debater.
— Cada palavra que sai da sua boca é uma adaga afiada, pronta pra acertar o alvo. Principalmente quando são direcionadas a mim.
— Não sabia que você era tão sensível assim Rodríguez. — debochei sorrindo de canto e ele balançou a cabeça em negação me soltando.
— Não sei porque eu ainda tento. Você claramente não gosta de mim, não me suporta, vive me insultando.

Ouvir aquilo mexeu comigo, se ele soubesse da verdade...

Antes que um de nós dois falasse algo, ouvimos passos se aproximando e James me olhou por um instante antes de se afastar e ir até o seu carro que estava do outro lado do estacionamento. Entrei no meu carro e dei partida, passando pelo seu Ronaldo e buzinando.

Acelerei quando saí do CT, queria me afastar daquele lugar o mais rápido possível e o máximo que eu pudesse. Só de lembrar do modo como ele me olhou e me segurou ontem e hoje nos deixando próximos, me fazia estremecer.

Milena e Nayara iriam rir muito da minha cara se soubessem disso.

...

Ganhamos na quarta-feira contra o Coritiba e hoje contra o Corinthians, a moral do time estava ótima. O próximo jogo seria somente no sábado contra o Vasco, Casares estava de ótimo humor e deu folga para todo mundo amanhã. Eu tô adorando, já estava prevendo passar boa parte do meu domingo na cama maratonando minhas séries.

Terminei meu trabalho e estava saindo da sala reservada à imprensa para ir embora, quando dei de cara com Felipe.
— Te achei. — ele disse rindo me fazendo rir também.
— Tava me procurando?
— Tava sim, a galera vai pra um happy hour agora, comemorar a boa fase do time. Vim te chamar pra ir com a gente.

Seria uma boa sair com eles pra me distrair um pouco, mas James com certeza iria. E eu estava tentando manter distância dele, mesmo que sempre o procurasse com o olhar durante os almoços e treinos.
— Eu agradeço Felipe, mas tô cansada e prefiro ir pra casa.
— Ah tudo bem, fica pra próxima então. Tchau.
— Tchau.

Nos despedimos com um abraço e um beijo, e saímos juntos da sala. Ele voltou ao vestiário e eu fui em direção ao estacionamento do estádio pegar meu carro.

Caminhei por entre os veículos parados, a maioria eram modelos esportivos de luxo que pertenciam aos jogadores. O meu Fiat Argo preto estava mais ao fundo e me arrependi por tê-lo deixado tão longe.

Ouvi vozes conversando baixinho e vi duas pessoas encostadas em um carro, ao me aproximar reconheci um deles e a sensação foi de levar um soco no estômago. James conversava e ria com uma loira que usava uma camisa do São Paulo. Com certeza era uma torcedora.

Ela tentou tocar no rosto dele e James segurou a mão delicada enquanto sorria olhando para a garota.

Eu não sabia o quão ruim seria vê-lo com outra mulher até esse momento acontecer. E eu sabia que não deveria me incomodar com aquilo, que ele não era nada meu e eu nem queria que fosse, mas era difícil explicar isso aos meus sentimentos.

Ainda distraída olhando para aquela cena desagradável, o meu chaveiro escorregou por entre os meus dedos caindo no chão e fazendo barulho demais.
— Droga! — murmurei irritada me abaixando rapidamente para pegá-lo na esperança de não ter sido notada, mas assim que ergui meu corpo, percebi que os dois olhavam pra mim.

Evitei encará-los e fui até o meu carro me forçando a andar com tranquilidade e segurança. Eu não precisava sair dali praticamente correndo, não era eu quem estava quase no escuro conversando com outra pessoa.

Entrei e fechei a porta dando partida no veículo e manobrando para fazer a curva. Olhei uma última vez pelo retrovisor, os dois ainda estavam parados no mesmo lugar. Com certeza voltariam a fazer o que quer que estivessem fazendo antes de eu interromper, talvez fossem até para outro lugar a fim de ter privacidade.

Não consegui evitar que uma lágrima rolasse pelo meu rosto ao pensar nisso, nos dois se beijando e trocando carícias. E pela primeira vez na minha vida eu experimentei o gosto amargo do ciúme.



— Aquela não é a Catarina Monteiro? A Social Media do clube? — Larissa perguntou apontando com o polegar na direção aonde ela tinha ido.
— É ela sim. — respondi ainda olhando para o carro preto que se afastava.
— Poxa, eu adoro o trabalho dela, acho o máximo. — a garota disse empolgada. — Você bem que podia ter apresentado a gente.

Desviei meu olhar do veículo que já ia longe para a garota na minha frente. Ela era linda, isso não da pra negar, mas não me atraía.

De alguma forma, ela conseguiu chegar até o estacionamento e ficou me esperando, acho que ela era parente de algum funcionário, mas agora não me lembro bem. Os caras iriam comemorar e me chamaram, eu passaria em casa primeiro e depois iria encontrá-los. Por isso vim antes de todos para o estacionamento.
— Fica pra uma próxima vez. — falei apenas para não deixá-la triste, duvido que Cat queira conhece-la, ainda mais depois de ver a gente junto.

Consigo imaginar seus pensamentos julgadores a meu respeito.
— Eu vou cobrar. — Larissa disse com uma voz sedutora. — Agora o que acha de a gente ir pra algum lugar hein gato? — ela sugeriu abraçando meu pescoço e tentando me beijar.

Cedi as suas investidas retribuindo seus beijos.

Até que tava gostoso ficar com ela, mas o rosto de Cat surgiu em minha mente me fazendo interromper o contato. Me lembrei de quando eu a tive bem perto de mim e quase a beijei, por duas vezes.

Eu deveria ter feito isso, deveria tê-la beijado, só assim eu poderia parar de ficar fantasiando em como seria provar dos seus lábios tentadores.
— James tudo bem?

Olhei para Larissa, seus olhos verdes me encaravam de volta ansiosos. Tenho certeza de que ela toparia na hora o que eu quisesse sugerir. Mas ela não fazia meu sangue ferver, seja de raiva ou de desejo, somente uma pessoa conseguia esse feito.
— Olha Larissa foi mal, mas eu tô meio cansado e prefiro ir pra casa descansar. — aquilo era uma baita mentira, eu joguei pouco mais de vinte minutos.

A garota me encarou claramente não acreditando em minhas palavras.
— Ok, eu já saquei o que tá rolando. — ela disse semicerrando os olhos. — Você acabou de perder uma chance incrível de ficar comigo gato.

Só por aquele comentário eu tive a mais absoluta certeza de que eu estava certo em recusar suas investidas.

Larissa me encarou mais uma vez antes de jogar o longo cabelo por cima do ombro e se afastar.

Rindo comigo mesmo, destravei o alarme e entrei em meu carro. Daqui a pouco os caras vinham pra cá e se me vissem aqui ainda iriam me encher de perguntas, melhor ir logo embora.

Saí do estádio entrando no trânsito um pouco carregado de sábado a noite. Liguei o som e a canção Me Gustas Tanto de Maluma preencheu o interior do carro.

https://youtu.be/C6ZeKvDd3cU

Ouvindo aquela letra era impossível não lembrar dela.

Se aquela teimosa abaixasse a guarda e deixasse eu me aproximar, pelo menos uma vez, eu faria aquela oportunidade valer a pena. Mas Cat é cabeça dura demais pra isso. E eu fico aqui parecendo um idiota, louco pra aceitar qualquer migalha que ela me ofereça e dispensando qualquer outra coisa.

Acho que nem vou mais pra essa boate junto com os caras, melhor ir pra casa tentar descansar do que ficar sentado em uma mesa bebendo e pensando nela, ou ficar com qualquer uma pra tentar esquecê-la e me arrepender amanhã.

Apesar da quantidade de carros na rua aquele horário, o trânsito fluiu bem depois que saí dos arredores do estádio e cheguei em casa em poucos minutos.

Agora eu só queria um banho morno, depois pedir uma comidinha gostosa e beber uma taça de vinho assistindo alguma coisa na TV.

Enquanto tomava banho, me lembrei de quando Cat entrou no vestiário na segunda-feira e me pegou saindo do chuveiro. Eu não duvido que ela tenha ido procurar pelo técnico, mas aquela desculpa que ela deu, apesar de ser verdade ela não poder interagir mais com os jogadores durante os horários de trabalho por causa da nossa discussão, não me convenceu nenhum pouco.

A expressão que eu vi em seu rosto, o modo como ela me olhou... ela parecia surpresa, ou melhor, chocada, talvez por eu estar enrolado de toalha, mas antes que eu pudesse perguntar algo, Cat saiu correndo e não voltou. E eu tenho certeza de que ela me ouviu chamando seu nome, e eu só não saí correndo atrás dela por estar usando apenas a toalha cobrindo meu corpo. E por isso eu não hesitei em esperá-la no estacionamento ao chegar lá e ver o seu carro parado na vaga de sempre. Mas como sempre ela foi debochada e arrogante.

Cat está se tornando uma obsessão pra mim. Quanto mais difícil e inalcançável ela se torna, mais eu me sinto atraído.
— James você é um otário. — falei comigo mesmo saindo do banheiro.

Vesti uma calça moletom e enquanto secava meus cabelos com uma toalha, peguei meu celular para pedir alguma coisa para comer.

Antes ouvi os áudios dos caras me perguntando se eu não iria encontrá-los no happy hour.
Qual é colombiano, você falou que vinha. — a voz de Calleri quase não dava pra ser ouvida por conta da música alta. — A gente acabou de chegar, aparece aí. Vou te mandar o endereço.

A mensagem com a localização chegou e eu apenas mandei um joinha de volta. Depois conversaria com ele.

Fiquei indeciso entre comida italiana ou comida mexicana e fui para a cozinha abrir uma garrafa de vinho.

Decidi pela comida mexicana que me lembrava a comida da minha terra, Colômbia. De acordo com o aplicativo, levaria uns quarenta minutos pra ser entregue. Avisei ao porteiro do condomínio para que recebesse o pedido por mim.

Enquanto esperava, liguei a TV procurando algo para assistir e tomando o vinho.

Meu celular vibrou e peguei para ver, era Calleri me mandando mensagem de novo.
— Aí seu colombiano safado! Você não vai vir não?! — mas não foi esse áudio que chamou minha atenção, e sim a foto que ele mandou.

Calleri enviou uma foto que havia tirado na boate, junto com os outros caras e... Cat.

Eu ouvi Felipe comentando que iria chamá-la, mas achei que ela não aceitaria. Eu tava errado.

No mesmo instante entrei no Instagram e fui em seu perfil. Ela tinha acabado de postar stories se divertindo junto com os caras. No vídeo mais recente, ela dançava e cantava a música que tocava abraçada com um cara que eu não conhecia. Ver aquilo fez o ciúme exalar por todos os meus poros.

Ela me odeia, recusou as investidas de Galoppo e decidiu ficar com outro. Mas isso não vai ficar assim, não mesmo.

Tirei print da tela e enviei para Rafinha.
— Aí cara desculpa te incomodar a essa hora, mas você conhece esse cara que tá com a Cat?

Possivelmente eu estava fazendo um papel ridículo, mas enquanto não tirasse aquela história a limpo, não teria paz.

A ansiedade me consumia enquanto esperava pela resposta, os segundos passavam e eu encarava a tela do celular sem piscar.

Já estava quase ligando pra ele, quando a resposta veio.
— Eu não sei quem é esse cara não, nunca vi e ela também não me disse nada. Mas vem cá, por que você tá interessado hein colombiano? — eu podia sentir daqui a malícia em sua voz, o tom provocativo.
— Eu vi ela postar e fiquei curioso, só isso. — mandei de volta, mesmo sabendo que provavelmente ele não acreditaria e iria me encher depois.

Rafa mandou uma figurinha animada dando risada e acabei rindo comigo mesmo.
James nem você acredita nisso, para de onda. Eu sei que você tá aí se roendo de ciúme. Mano vai atrás dela e joga logo as cartas na mesa, se deu ótimo, se não deu vida que segue. Melhor do que ficar nessa dúvida.

Rafael tinha toda a razão, tá na hora de esclarecer algumas coisas. Eu sei que ela não me suporta, mas não fica indiferente a mim quando estamos próximos, eu senti isso nas duas vezes em que a segurei em meus braços. Sua boca pode até falar que me odeia, mas seu corpo me diz outra coisa.

Me arrumei em tempo recorde e quando ia saindo do condomínio, o porteiro me parou para avisar que o meu pedido tinha chegado. Eu agradeci e disse a ele que podia comer, pois eu precisava sair naquele momento.

Joguei o endereço que Calleri tinha me mandado no GPS e vi que não era tão longe, em menos de vinte minutos eu chegaria lá.

Durante todo o caminho, a imagem de Cat abraçada aquele cara não saía do meu pensamento.

A boate parecia bastante exclusiva e quando chamei um dos seguranças para pedir informação, ele me reconheceu e me guiou para uma entrada vip. Já gostei disso.

O ambiente era bem sofisticado, os caras escolheram a dedo. Perguntei a um dos funcionários por Calleri e os outros, e ele me levou até um dos camarotes exclusivos no andar superior. A pista de dança estava lotada.
— Aê seu safado! Apareceu! - Calleri disse ao me ver. Ele já tava meio bêbado.
— Mudei de ideia. — falei com ele, mas olhando ao redor, meu olhar procurando por uma certa morena.

Os outros jogadores também vieram falar comigo e contive a vontade de perguntar sobre Cat quando vi Felipe Negrucci. Eu sabia que os dois estavam muito próximos devido ao fato de o moleque estar saindo com a Mily. Eu gosto bastante dela e viramos bons amigos, em uma de nossas conversas ela me disse que está empolgada com ele e eu espero que seja recíproco.

Calleri insistiu para que eu tomasse alguma coisa e peguei uma cerveja sem álcool. Eu já tinha bebido vinho em casa e não queria misturar.

Cat não estava no camarote e imaginei que só poderia estar lá embaixo na pista. Ou então, tinha ido embora aproveitar a noite com o seu "amigo". Eu não queria nem pensar nessa hipótese.

Encostei à amurada que circundava a parte externa do camarote e fazia uma sacada com vista para a pista de dança. Era impossível tentar reconhecer alguém no meio daquela muvuca e as luzes piscando não ajudavam muito.

O DJ mudou o ritmo da música colocando um reggaeton pra tocar e a galera gritou empolgada.
— Tá procurando alguém? — Felipe perguntou parando ao meu lado e olhei pra ele dando mais um gole na minha cerveja.
— Não, só olhando a galera. — virei de costas para a boate e encostei no ferro.
— A Cat tá lá embaixo. — ele disse rindo e apontando com a garrafinha long neck que segurava.

O alívio que eu senti ao ouvir aquela frase foi imenso. Ela não tava com aquele cara em um motel qualquer, ou pior, no seu apartamento, na sua cama.
— Ela tá aqui? Não sabia. — comentei tentando parecer casual e Felipe assentiu.
—Tá sim. Eu chamei e ela disse que não vinha, mas depois me ligou pedindo o endereço. Disse que precisava espairecer, tava com a cabeça cheia.

Parei com a garrafinha a centímetros da minha boca enquanto assimilava o que Negrucci me disse. Será que o fato de me ver conversando com a Larissa irritou tanto assim a senhorita arrogância?

Não, pra isso incomodá-la a esse ponto, ela teria que gostar de mim nem que seja só um pouquinho. E aquela mimada já deixou bem claro que não me suporta. Eu tava pensando bobagem já.
— Ela disse por que tava assim? — tentei jogar verde, talvez desse certo.
— Não, a Cat não costuma falar muito sobre a sua vida pessoal. Acho que ela só faz isso com o Rafinha, e talvez o Galoppo. Mas pensando bem, esses dias eu não vi mais eles juntos, você sabe se aconteceu algo? — Felipe perguntou me olhando e neguei com a cabeça.
— Não, eu não sei de nada.
— Estranho, ele vivia atrás dela e agora mal se cumprimentam.
— Pois é. — comentei terminando o restinho da minha cerveja.
— Será que ele se declarou e tomou um fora?
— Eu não sei, nem sabia que ele era a fim dela.

Era melhor me fingir de sonso e fazer de conta que não sabia de nada.
— Ah James qual é, vai dizer que você não sabia que o Galoppo baba pela Cat? Nunca reparou não?
— Pensei que era só amizade.
— Nada, ele vive atrás dela desde que entrou no clube ano passado. Eu cheguei depois e ouvia os caras comentando sobre isso.
— Muito tempo pra correr atrás de alguém. — comentei realmente surpreso. Não é à toa que ele veio defender ela com unhas e dentes.
— Pois é. Ah, olha ela aí.

Olhei na direção que ele apontou e Cat surgiu subindo as escadas do camarote.

Ela tinha um sorriso maravilhoso no rosto, chamando total atenção para aquela boca pintada de vermelho. Os cabelos levemente bagunçados, as bochechas rosadas e ela parecia um pouco ofegante, aposto que deve ter se acabado na pista de dança lá embaixo.

Ela usava um cropped vermelho bem decotado e uma calça jeans branca de cintura alta bem justa no corpo, que delineava suas curvas. As sandálias pretas de salto completavam o visual que na minha opinião estava perfeito.

O cara com quem Cat gravou os stories estava atrás dela, os dois cochicharam algo e deram risada. Felipe foi falar com ela e eu preferi continuar aqui, ela ainda não tinha me notado.

Calleri a abraçou de lado pela cintura e falou algo em seu ouvido. E tenho certeza de que foi sobre mim, porque logo em seguida ela me olhou surpresa.

Ergui a garrafinha long neck em um brinde silencioso e ela sorriu debochada balançando a cabeça em negação.

Cat falou algo com seu "amigo" e depois veio na minha direção. Não fiz questão de disfarçar quando a olhei, de cima a baixo, apreciando todo o conjunto. Linda, sexy, cheirosa e com uma língua afiada que só torna tudo mais interessante. Ela ainda vai me deixar louco.
— Olha só quem apareceu. — Cat disse em uma voz debochada parando na minha frente e cruzando os braços em frente ao corpo. Aquele gesto fez seus seios parecerem maiores e me perguntei se ela tinha consciência disso. — Achei que já tinha programa pra hoje Rodríguez.
— Com ciúmes? — perguntei para provocá-la e disfarçar o quanto aquela danada mexia comigo.

Ela realmente tinha ficado incomodada em me ver com a Larissa.
— Já tivemos essa conversa James. Por que eu teria ciúme de você?
— É o que eu também me pergunto. Namorado novo? — perguntei apontando discretamente para o seu acompanhante que até tentava disfarçar, mas era bem óbvio que estava interessado na nossa conversa.

Cat olhou para trás e acenou sorrindo pra ele que devolveu o gesto. Otário.
— É um amigo de longa data.

Ela já teve algo com esse cara, tenho certeza absoluta. E constatar isso me deixou ainda mais enciumado.
— Amigo é?
— É sim. — ela respondeu rindo e empinando mais ainda o nariz.
— Seu amigo sabe que eu quase te beijei? Duas vezes.

Ela vacilou perdendo a postura e eu me aproximei, nossos rostos ficando a centímetros um do outro.
— Será que ele se importaria se eu te beijasse aqui agora? — sussurrei sem deixar de encará-la nem por um segundo. - Porque eu me importaria muito se ele te beijasse.
— Não se atreva...
— Você duvida Cat? — perguntei a interrompendo e meu olhar caiu em sua boca pintada de vermelho.

Ela ofegou entreabrindo levemente os lábios e aquilo já era demais para o meu autocontrole, mas Cat percebeu que eu iria beijá-la e se afastou dando um passo pra trás.
— Não faça isso... — ela pediu aflita e antes que eu pudesse falar ou fazer algo, ela virou as costas e se afastou.

A forma como Cat me olhou foi a mesma da vez que ela me surpreendeu no vestiário. Um olhar ansioso, confuso, angustiado. Bem diferente da raiva que eu via em sua expressão quando a gente discutia.

Tem algo nesse olhar que me deixa inquieto, como se ela tentasse esconder algo e eu preciso descobrir o que é.

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Eu espero que vocês tenham gostado e no próximo tem mais dessa festa aí 😉
Hasta luego ❤️‍🔥

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