Capítulo Dois
Oie gente, desculpa a demora. Como eu já tinha dito em outros livros meus, esses dias as coisas estão complicadas pra mim, por isso estou demorando nas atualizações. Mas sigo aqui, firme e forte ☺️🩷
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Filmei algumas imagens enquanto os jogadores treinavam no campo. Quando passava perto de mim, Rafinha e Calleri sempre falavam alguma gracinha, mas eu os ignorava, focando apenas em meu trabalho.
Do outro lado do campo, a estrela colombiana treinava, ele faria sua estreia domingo, contra o Flamengo.
Nós precisamos ganhar esse jogo de domingo e acumular os três pontos para o Brasileirão, também precisamos focar nos próximos jogos importantes da Sul-Americana e da Copa do Brasil, contra LDU de Quito e Corinthians, respectivamente.
James já estava bastante integrado ao clube, fez amizade com todos, esbanjava charme e simpatia em especial para o setor feminino, mas eu preferia manter distância. Ouvi Rafinha comentando que ele havia encontrado uma casa ótima em um condomínio de alta segurança aqui perto e iria trazer seu filho caçula.
Eu continuava almoçando com os caras no horário de almoço, mas eu era obrigada a tolerar a presença do colombiano já que ele e Rafinha eram muito amigos. Eu estava pensando seriamente em começar a trazer um marmitex ou almoçar fora.
Dorival encerrou o treino e mandou os jogadores para a academia, enquanto eles iam saindo, eu terminava de editar e postar stories no Instagram.
Me virei para olhar ao redor e vi que James Rodríguez fez menção de vir até mim. Virei as costas e caminhei apressada entrando no corredor que ligava ao prédio.
Eu percebia seus olhares pra mim, principalmente quando almoçávamos todos juntos, mas eu evitava interagir com ele e esperava que o mesmo percebesse.
Voltei para a minha sala e aproveitei para dar uma olhada em meu celular, tinham mensagens da minha irmãzinha caçula, Milena. Ela é mais nova do que eu quatro anos e cursa Medicina Veterinária no campus da FMU lá mesmo em Mairiporã.
Um sorriso me veio aos lábios, eu sentia falta demais da minha caçulinha. Assim como dos meus pais.
Minha irmã acabou de melhorar o meu dia cem por cento, vai ser ótimo tê-la comigo por uns dias.
Mandei mensagem para Nayara avisando sobre a chegada de Milena. Eu sabia que ela não iria se incomodar, mas morávamos juntas e dividíamos as contas, nada mais justo do que avisá-la.
Domingo eu teria que viajar com o time para o Rio de Janeiro, mas era uma viagem bate e volta. Coisa rápida.
Minutos depois Nay respondeu minha mensagem dizendo que tudo ótimo por minha irmã vir me visitar e adoraria a presença dela. As duas se davam muito bem.
Mergulhei no trabalho e esqueci do mundo ao meu redor.
Tomei uma ducha rápida e vesti um uniforme limpo antes do almoço. O vestiário estava uma gritaria como sempre, eu já estava mais do que acostumado com esse ambiente.
Saí do vestiário junto com Rafinha, Calleri e Lucas Beraldo. Eles conversavam sobre futebol, em especial nosso jogo de domingo onde eu faria minha estreia pelo São Paulo, estou um pouco nervoso, confesso.
Fizemos nossos pratos no bufê e sentamos na mesa de sempre.
— Cadê a Cat? — Rafinha perguntou olhando ao redor procurando pela nossa Social Media.
— Enfiada no trabalho, como sempre. — Calleri comentou e eles deram risada.
— Olha ela lá. — Lucas apontou e olhamos todos ao mesmo tempo para a entrada do refeitório onde a garota morena havia acabado de passar e se dirigia a mesa do bufê.
Não dá pra negar, ela é linda, simpática e muito divertida pelo que observo de suas interações com os outros jogadores, porque comigo ela mal responde meus cumprimentos. Tenho quase total certeza de que ela não vai com a minha cara.
Tentei me aproximar hoje de manhã para puxar assunto e ela praticamente saiu correndo.
Catarina se aproximou e sentou entre Rafinha e Calleri.
— Achei que ia ter que te buscar hoje. — Rafa comentou divertido e ela mostrou a língua pra ele. Eu imaginava que ela teria esse jeito meio moleca.
— Eu vou começar a trazer minha marmita e ir almoçar na minha sala na próxima semana.
Os caras pararam de comer e olharam pra ela indignados.
— Como assim?!
— Como é?!
— Por quê?!
Os três perguntaram ao mesmo tempo e segurei a vontade de rir.
— Porque eu quero assim.
— Quero ver quando o Galoppo voltar, se ele vai aceitar isso aí. — Lucas disse e olhei pra ele tentando entender o que havia dito.
Giuliano Galoppo e Catarina tinham alguma coisa? Não ouvi nada sobre isso desde que cheguei ao clube.
— Ele vai ter que aceitar, igual a vocês. Simples assim. Ah mudando de assunto, tenho uma notícia.
— Eba, solta logo! — Rafinha era o mais empolgado. — Adoro uma novidade.
— Eu nem fazia ideia. — Catarina foi irônica e eles deram risada. — Minha irmã vai vir pra cá ficar uma semana comigo.
— Mily tá vindo pra cá? Que bacana Cat. Que dia ela chega?
Rafinha também havia ficado animado com a chegada da garota.
— Sábado de manhã.
— Você conhece a irmã dela? — Lucas indagou surpreso.
— Mas é claro, eu e Cat somos amigos íntimos.
Calleri soltou uma risada escandalosa e acabei rindo também. Cat e Lucas também não conseguiram segurar o riso enquanto Rafinha olhava para o argentino com cara de poucos amigos.
— Vocês não prestam! — Cat disse quase chorando de tanto rir.
— Sua irmã é mais nova ou mais velha que você? — Lucas perguntou e todo mundo o encarou, já que ele era casado.
— Calma aê, foi só uma pergunta sem interesse. Eu amo minha esposa.
— A Milena é mais nova que eu quatro anos.
— Olha aí, apresenta ela pro Calleri. Ele tá deprê depois que terminou o namoro. — Lucas provocou e dessa vez o argentino fechou a cara.
— Vete a la mierda! — Jonathan Calleri levantou da mesa com raiva e foi em direção ao vestiário.
— Você pegou pesado Beraldo. — Cat disse também levantando e pegando sua própria bandeja e a bandeja que Calleri havia deixado.
— Foi só uma brincadeira.
— Cara a Cat tem razão, todo mundo aqui sabe que o término do relacionamento dele foi complicado. Eu vou falar com ele. — Rafinha também levantou.
— Vai lá, coloca sua bandeja aqui. Eu levo.
— Valeu gata. — Rafa deixou um beijo na bochecha dela antes de se afastar.
— Eu vou pedir desculpas pra ele. — Lucas confessou arrependido.
— Eu acho bom. — Cat disse antes de levar as bandejas.
— Foi tão complicado assim o fim do relacionamento dele? — perguntei enquanto tomava meu suco de laranja e Lucas assentiu empurrando a bandeja com o prato vazio.
— Foi sim, eu não sei direito os detalhes, mas ele não superou ainda. Eu fui um idiota.
— Pede desculpas, ele vai entender.
— Eu espero que sim.
— E essa história da Cat com o Galoppo, eles têm algo?
As palavras saíram antes que eu pudesse pensar e me perguntei por que eu tinha interesse em saber daquilo.
— Não, porque ela não quer. O cara praticamente baba por ela. — Lucas contou rindo e ri também pra disfarçar, mas me senti aliviado com sua resposta.
...
Samu já havia tomado banho e jantado, deixei ele ficar assistindo desenho no tablet um pouco antes de colocá-lo para dormir.
Dispensei a empregada e a babá assim que cheguei, eu sempre soube me virar sozinho na maioria das coisas e pretendo continuar assim. Terminei de jantar e lavei os utensílios que eu tinha usado.
Coloquei Samuel pra dormir e fiquei assistindo um pouco de tv antes de ir deitar, estava sem sono.
Peguei meu celular e fiquei navegando na internet, conversei um pouco com minha mãe, minha irmã e Salô, estava com muitas saudades da minha filha.
Entrei no Instagram e apareceu uma nova postagem de Catarina no meu feed. Ela postou uma foto segurando um gato laranja com a legenda "Meu amor". Eu comecei a segui-la há alguns dias, mas ela não me seguiu de volta. O que reforça minha teoria de que a senhorita Alcântara não gosta de mim, e eu nem sei o motivo.
Tenho certeza de que a mudança dela de querer levar marmita para o trabalho ao invés de ir almoçar no refeitório com todo mundo tem a ver comigo. Eu gostaria de conversar com ela e perguntar por que não vai com a minha cara, mas tenho certeza também de que ela daria uma risada sarcástica e iria embora me deixando falando sozinho.
Esse sorriso dela me fascina, Cat é uma mulher muito atraente e se não trabalhasse no clube, eu com certeza chegaria nela. Esse seu jeito de "fugir de mim" me diverte e me instiga mais ainda. Talvez me aproxime dela sutilmente e a gente possa se divertir juntos, sem ninguém saber. Pelo menos um beijo seu eu quero, para saber se seus lábios tentadores são tão macios quanto parecem.
...
Hoje era o grande dia, dia da minha estreia pelo São Paulo.
Esses últimos dias eu e Lucas Moura treinamos ao máximo para nos adaptar ao estilo do clube e ao que Dorival Júnior queria. Lucas já havia jogado alguns minutos contra o Atlético Mineiro dias atrás, hoje ele seria titular e capitão do time.
Eu não vou ser titular ainda, mas Dorival vai me deixar entrar no segundo tempo.
Minha ansiedade está a mil, não quero deixar os torcedores que colocaram tanta fé em mim desapontados. Fico ainda mais nervoso por estar estreando no Maracanã, que foi palco de um dos momentos mais importantes da minha carreira a nove anos, quando ganhei o prêmio de gol mais bonito da Copa do Mundo.
Pisar aqui é como reviver todos aqueles momentos intensos. Eu era um moleque imaturo e deslumbrado com tudo que eu estava vivendo, ainda mais por poder estar indo jogar pelo Real Madrid, o clube dos meus sonhos. As coisas não saíram bem como eu esperava depois de duas temporadas, mas ainda assim fico feliz por ter vivido tudo aquilo.
Todos os nossos passos, desde o CT até a chegada no hotel aqui no Rio foram filmados por Cat. Quando percebia que ela me olhava, eu sempre a encarava de volta e dava um meio sorriso, queria a todo custo uma brecha para me aproximar, mas aquela ali era teimosa e arredia. O que só aumentava ainda mais minha vontade.
Passamos algumas horas agradáveis no hotel e almoçamos todos juntos, meu olhar sempre procurava a morena de cabelos curtos que estava sentada junto com Lucas Beraldo, Calleri, Luciano e Alexandre Pato. Seu fiel companheiro Rafinha não foi relacionado por estar sendo poupado para os jogos da Sul-Americana e Copa do Brasil.
Descansamos a tarde e as quatro horas em ponto fomos para o estádio, Cat como sempre filmava todos os nossos passos. Em um dado momento ela e os caras começaram a cantar uma música sertaneja animando todo mundo.
O Maracanã era impressionante por dentro e por fora, pisar naquele gramado de novo me trazia ótimas recordações.
— Relembrando os dias de glória colombiano? — Lucas Beraldo perguntou parando ao meu lado e demos risada.
— É por aí.
— Eu assisti você naquela época e me lembro de ficar encantado com o seu futebol.
— Você tinha quantos anos? — perguntei impressionado.
— Dez. Eu fiquei dias comentando sobre aquele gol com os meus amigos. Hoje jogar ao seu lado é um sonho realizado.
Ouvir aquilo realmente me tocou e trocamos um abraço, Cat ia passando no momento e ficou olhando para nós dois.
Eu amava cobrir os jogos do São Paulo, viajar com a galera pra outra cidade, estado ou até país. Mas hoje eu só vim porque sou uma pessoa muito profissional, preferia mil vezes estar em casa com a minha irmã. Pelo menos Nay estava de folga hoje e fazia companhia a ela.
Fazia um bom tempinho que não via a Mily e queria aproveitar sua presença todos os minutos. Sentia muito a sua falta, nós éramos inseparáveis quando eu morava em Mairiporã, sempre fomos melhores amigas.
Tirei algumas fotos minhas usando a camisa tricolor que eu tanto amava e postei no meu Instagram. Fiz vídeos para as redes sociais do clube e também postei.
Enquanto gravava um storie da torcida que ia chegando ao Maracanã, vi James Rodríguez e Lucas Beraldo se abraçando. Ele havia conquistado facilmente a amizade de todos os jogadores e funcionários.
Sempre percebia que ele me olhava e queria se aproximar, mas eu sinceramente preferia deixar assim. Minha opinião sobre ele não mudou.
Hoje seria sua estreia, ouvi boatos de que iria entrar no segundo tempo. E apesar da minha antipatia por ele, desejava que desse tudo certo. Afinal se ele fosse mal em sua passagem pelo clube, o meu time sairia perdendo.
Meu celular vibrou em meu bolso e peguei para ver, era um áudio da minha irmã.
— Maninha tô assistindo o jogo pela tv e tá incrível.
Dei risada e lhe mandei um joinha em resposta. Assim como eu, Milena também era são paulina fanática e adorava assistir aos jogos.
Os jogadores entraram em campo para se aquecer e fiz mais alguns vídeos.
— Oi amiga. — Roberta disse se aproximando.
— Oi.
Ela tirou algumas fotos e percebi que apontava sua câmera para a saída do túnel onde James Rodríguez estava parado olhando para as arquibancadas.
— Roberta os jogadores estão no campo. — comentei como quem não quer nada e ela deu risada.
— Eu sei amiga, mas esse homem é muito gato. Impossível não ficar babando por ele.
Rolei os olhos enquanto balançava minha cabeça, ele causava esse efeito nas mulheres que trabalhavam no clube, exceto em mim. Admito que ele seja muito bonito e tenha um sorriso lindo, mas não chega a tanto. Seu sotaque espanhol enquanto falava português também era muito fofo, além de...
Mas o que eu tô fazendo?!
Balancei a cabeça clareando minhas ideias e parando de pensar no jogador colombiano, focando no jogo que aconteceria em poucos minutos.
Precisávamos ganhar, já que o Flamengo venceu os quatro últimos confrontos que tivemos e vencer hoje na casa do rival seria perfeito.
O aquecimento acabou e os jogadores foram se arrumar no vestiário.
— Acha que a gente ganha hoje? — Roberta perguntou enquanto saíamos do gramado.
— Eu acho que sim, temos boas chances.
— Principalmente se o James fizer uma boa estreia.
Rolei os olhos mais uma vez, se ela continuasse com aquela babação, eu perderia paciência.
O Maracanã estava lotado, um mar de camisas vermelhas. Os torcedores são paulinos também compareceram em peso, claro que em menor número. Correspondendo a porcentagem que lhe era destinada.
Os jogadores de ambos os times não demoraram a entrar no campo, todos os protocolos foram cumpridos e depois de se cumprimentarem e cumprimentar os árbitros da partida, eles se posicionaram.
O toque inicial foi do São Paulo e mantive meus olhos na bola. Logo no primeiro minuto, Michel Araújo foi derrubado por Wesley e o árbitro marcou falta.
O jogo estava bem disputado, o "perde e ganha" de bola no meio do campo era grande, o tricolor marcava alto, forçando o erro de passes do outro time.
Gabriel Barbosa chutou uma bola perigosa de fora da área, mas ela foi pra fora.
Jandrei chutou a bola recomeçando e Allan conseguiu pegá-la, invertendo para Ayrton Lucas e tentando driblar Nathan Mendes. O lateral rubro-negro perdeu a bola na dividida e caiu deitado, ele sentia dores no rosto e a equipe médica foi chamada.
Levou quase um minuto com ele sendo atendido e quando recomeçou, foi tiro de meta para o São Paulo.
Lucas Moura estava com fome de bola e não perdia uma oportunidade de conseguir o objeto redondo. Era nítido o quanto ele estava feliz por jogar no time que havia lhe aberto as portas quando ainda era um garoto.
Pato sofreu uma falta no meio do campo de Léo Pereira e pediu cartão amarelo que não foi dado pelo árbitro, sob vaias e protestos da torcida tricolor.
O São Paulo se movimentava bastante e conseguia roubar bolas rápidas no campo do Flamengo, mas era nítida a falta de sintonia dos reservas. Eles não estavam entrosados e faziam cruzamentos sem ter ninguém e passes imprecisos. Precisavam melhorar isso.
O jogo continuou com passes pra lá e pra cá, chutes que não acertavam a rede. O primeiro cartão amarelo saiu aos vinte e três minutos e foi para o Flamengo, Wesley cometeu uma falta perigosa em Welington.
Cinco minutos depois foi a vez do São Paulo ganhar o seu primeiro cartão na partida, Juan cometeu falta em Wesley.
A posse de bola do tricolor era maior, porém o Flamengo tinha mais finalizações, três contra uma do time paulista.
Aos trinta e sete minutos do primeiro tempo, a defesa do Flamengo furou e Matheus Cunha não conseguiu segurar a bola chutada por Lucas Moura. Nós fomos a loucura e a torcida tricolor em menor número, calou a gigante rubro-negra.
Lucas estava fazendo aniversário hoje, nós cantamos parabéns pra ele no hotel e teve até um bolo. Ele mesmo havia se dado um presente maravilhoso, seu primeiro gol pelo time nessa temporada.
O primeiro tempo acabou sem lances importantes e aproveitei para gravar alguns stories mostrando a alegria da torcida.
Aproveitei para ir ao banheiro rapidinho e peguei um energético para tomar enquanto assistia o segundo tempo.
— James vai entrar! — Roberta comentou empolgada e dei risada olhando pra ela.
— Eu sabia, isso era especulado a semana toda.
— Por que você não gosta dele Cat?
A pergunta dela me pegou de surpresa.
— Como assim?
— Você não gosta do James e isso é nítido. Por quê?
— Você está vendo coisas Roberta, não tenho nada contra ele. — falei e fui me afastando, mas ela veio atrás de mim.
— Amiga não sou somente eu, todo mundo já percebeu. Você se dá bem com todos eles, brinca, interage, menos com o James. Isso faz todo mundo crer que você não gosta dele.
O povo que trabalha naquele CT é tudo fofoqueiro, fala sério.
— Roberta eu não tenho nada contra o James, é sério. Simplesmente a gente só não tem assunto em comum.
Ela me encarou claramente não acreditando no que eu tinha falado.
— Se você diz. Eu vou tirar mais algumas fotos.
Roberta se afastou e eu soltei um longo suspiro. Agora que eu arrumei, esse bando de fofoqueiro tá fazendo especulação da minha vida. Valeu James Rodríguez.
O segundo tempo recomeçou e o Flamengo fez duas alterações, Thiago Maia e Arrascaeta saíram para que Gerson e Everton Ribeiro entrassem. A torcida rubro-negra que já não estava feliz com o resultado, se revoltou e começou a chamar o técnico Sampaoli de burro por ter tirado Arrascaeta.
Mais substituições do Flamengo e percebi que James estava se preparando para entrar em campo. Gabriel Barbosa saiu e Pedro entrou.
Dorival mexeu no time pela primeira vez colocando o colombiano pra jogar, Alexandre Pato saiu e ele entrou em seu lugar. Alisson também saiu e Rodrigo Nestor entrou.
James foi ovacionado pela torcida presente e eu espero que ele corresponda a altura de tudo isso.
Bruno Henrique quase marcou para o Flamengo, mas Alan Franco salvou o tricolor.
Gabi Neves foi substituído pelo novato Felipe Negrucci, Dorival queria testar todas as opções. O autor do nosso gol também saiu e bem aplaudido, Rato entrou em seu lugar. O Flamengo fez mais uma troca, Victor Hugo por Luiz Araújo.
Welington levou um cartão por fazer cera com a bola e Dorival resolveu tirá-lo, colocando Raí Ramos.
Rodrigo Nestor fez uma grande jogada pelo lado direito e toca para James na área, ele finalizou muito perto do goleiro flamenguista e teria sido um gol incrível. Esse é quase o James Rodríguez que brilhou na copa de 2014 e no Real Madrid.
Conforme o jogo ia avançando, os jogadores são paulinos começaram a fazer cera e aquilo ia dar em cartão.
Luiz Araújo quase marca para o Flamengo e ao recomeçar a partida, Jandrei tomou um cartão amarelo por demorar demais. Sabia que isso ia acontecer.
O jogo começou a ficar apertado, amarrado e o Flamengo pressionava cada vez mais com entradas duras. Dorival reclamava a beira do campo e tomou um cartão por isso. Era óbvio que o árbitro estava puxando lenha para o time carioca.
James deu mais um belo passe para Rato que ficou cara a cara com Matheus Cunha e esse teria sido pra acabar com o jogo caso entrasse.
Eu já estava nervosa com aquelas jogadas perigosas, a cada chute já via ela entrando na rede e empatando.
A torcida rubro-negra estava revoltada e chamava o time de sem-vergonha por estar perdendo para os reservas do adversário dentro de casa. Realmente era para estar com muita raiva, eu também ficaria se fosse o São Paulo nessa situação.
O árbitro deu mais sete minutos de acréscimos e aquilo era roubo na cara dura, claramente favorecendo para que o Flamengo empatasse. Restava torcer para o São Paulo conseguir segurar o resultado.
Rodrigo Nestor tomou um cartão por falta em Allan e a torcida vaiou.
Aos quarenta e sete minutos, Luiz Araújo recebeu a bola pela direita e entrou na área, Michel Araújo derrubou o atacante e eu vi a merda acontecer. Aquilo era lance pra pênalti.
Dorival e o pessoal do banco começou a reclamar dizendo que não era pênalti, os jogadores são paulinos faziam o mesmo em campo. O árbitro foi chamado para a cabine do VAR e após analisar, eles "constataram" que Luiz Araújo não estava impedido no início da jogada e o pênalti era válido.
Começou uma pequena confusão gerada pelas reclamações dos jogadores do São Paulo e Alan Franco levou um cartão amarelo por esse motivo.
Pedro iria cobrar o pênalti e cruzei os dedos torcendo para que ele errasse. Ele bateu no canto esquerdo e Jandrei chegou a encostar na bola, mas não foi o suficiente, o Flamengo conseguiu empatar.
Os sete minutos dos acréscimos acabaram e o árbitro deu mais três, deixando todos nós indignados por essa clara proteção e vantagem ao time carioca.
Gerson levou um cartão amarelo por falta e James cobrou, se ele conseguisse fazer esse gol, sairia daqui como um herói.
O colombiano finalizou e bateu na barreira, na sobra ele cobrou de novo e foi o mesmo o resultado, batendo na barreira.
Rato tomou um cartão por falta e Everton Ribeiro cobra o lance enquanto a torcida tricolor reclamava do tempo que já tinha acabado. Jandrei segurou a bola e a defesa afasta o perigo, para logo em seguida o árbitro encerrar a partida.
Os jogadores foram reclamar com o juiz e alguns policiais se aproximaram. Eu aproveitei e já fui para o interior do estádio, iria pegar minhas coisas na sala onde eu tinha deixado. Daqui nós já iríamos direto para o aeroporto, eu não via a hora de chegar logo em casa.
— Eu já vi um árbitro roubar jogo, mas esse nem se preocupou em disfarçar. — Roberta comentou indignada me acompanhando.
Apenas dei risada e fomos pegar nossas coisas.
Peguei uma garrafinha de água na mesa de comida que estava a um canto e fui guardar o material que eu usava, o celular e o tablet. Aproveitei para dar uma checada em meu celular, tinham mensagens da Milena.
Coloquei a mochila nas costas e saí da sala.
Saí do whatsapp e entrei no Instagram ainda com a cara enfiada no celular. Virei no corredor e esbarrei em alguém que virou ao mesmo tempo.
— Ai! — gritei no susto e levantei a cabeça para ver quem era.
James Rodríguez segurou em meus ombros enquanto me encarava.
— Desculpe. — o pedido naquele característico sotaque espanhol com voz levemente rouca me parecia sincero, e levemente ansioso.
— Tudo bem. — garanti me recuperando do susto e dando um passo para trás.
Ele entendeu o recado e me soltou.
— Eu não vi que você... — ele pareceu estar procurando a palavra correta em português e eu o interrompi.
— Tá tudo bem James.
Passei por ele indo em direção ao corredor que levava ao estacionamento onde o ônibus estava.
— Vai para o ônibus? — James perguntou me acompanhando e tentei apertar o passo.
— Sim.
Claro que novamente ele me acompanhou, sendo um atleta e eu uma quase sedentária. Felizmente já tinha membros da equipe médica no ônibus e um deles chamou o colombiano antes que ele entrasse atrás de mim.
Sentei na terceira poltrona do lado direito e preferi ficar perto da janela. Coloquei meus fones no ouvido para ouvir uma das minhas playlists no Spotify.
James entrou no ônibus minutos depois junto com os outros jogadores. Percebi que ele olhou pra mim, mas foi arrastado para o fundo do veículo pelos colegas. Um dos médicos sentou ao meu lado enquanto conversava com um dos fisioterapeutas que estava na outra poltrona.
Liguei meu tablet e foquei no meu trabalho enquanto saímos do Maracanã. Estava louca para chegar logo em São Paulo e curtir minha irmã.
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Beijinhos 😘
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