Capítulo Dez
Oie gente, voltei!!!! E mais rápido do que da última vez 😅😅
Será que neste capítulo vamos continuar no Lovers ou teremos mais Enemies?? 😏😏
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Conversei um pouco com Rafinha e Fernanda e felizmente, eles evitaram tocar no assunto James Rodríguez. Os dois entendiam o quanto era complicado pra mim tudo isso, todo esse envolvimento com o colombiano.
Decidi ir embora já quase anoitecendo e enquanto dirigia, me perguntava se ele já havia chegado. Acho que ainda não, mesmo indo de jatinho, era uma distância considerável.
Eu estava cometendo uma loucura deixando James se aproximar tanto assim. Nós dois éramos completamente diferentes, eu não concordava com alguns comportamentos seus e tenho certeza de que ele não os mudaria por minha causa. Se eu deixasse essa atração criar raízes, iria sair machucada dessa história.
Mas era tão difícil resistir a esse infeliz, principalmente da forma como ele agiu comigo hoje à tarde. Romântico, carinhoso, intenso. Consigo entender por que ele arranca suspiros por onde passa.
Entrei no prédio e estacionei na minha vaga, ao lado do Chevrolet Ônix vermelho de Nayara. Iria sugerir a ela que terminássemos nosso domingo assistindo um filme e se entupindo de fast food. Precisava fazer algo para distrair a mente e parar de pensar em James Rodríguez.
Entrei em casa sentindo o cheiro do perfume e fiquei surpresa ao ver minha amiga arrasando em um visual poderoso. Vestido tubinho preto, make caprichada, cabelos brilhantes e salto agulha.
— Uau! — exclamei fechando a porta e ela virou me notando. — Você tá... maravilhosa amiga!
— Obrigada! Eu decidi caprichar.
— Tô vendo, quem é o sortudo? Ou não tem ninguém pra ver tudo isso? — perguntei gesticulando com as mãos em direção a ela e Nayara deu risada.
— Tem sim, adivinha quem é! — ela estava nitidamente empolgada e sorri sentando no sofá.
— Não faço ideia.
— O Calleri me chamou pra jantar!
Meu queixo foi até o chão de tão surpresa que eu fiquei. Eu sabia que ele tinha achado ela muito bonita quando a conheceu na festa do clube e que eles trocaram follow no Instagram.
— Uau de novo! — falei me recuperando do choque e ela riu com gosto.
— A gente vem conversando desde a festa, esses últimos dias as mensagens passaram a ser mais frequentes. Eu não quis comentar sobre porque achei que não fosse dar em nada.
— É claro amiga, não precisa se explicar, você tá no seu direito de querer contar ou não.
— Então hoje à tarde estávamos conversando e ele me chamou para ir jantar, eu aceitei na hora. Gostei do jeito dele, parece ser um cara legal.
— Ele é sim, um dos meus melhores amigos lá no clube.
— Eu só fico com um pouquinho de receio daquilo que você me contou, que ele ainda não conseguiu superar o antigo relacionamento.
Eu e a minha boca grande. Se eu soubesse que em algum momento os dois iriam se conhecer e se curtir, jamais teria dito nada. Nayara já está indo para o primeiro encontro com receios e ele não merece isso.
Apesar de realmente não ter superado o fim do namoro com a ex, ele está tentando. Acontece que Jonathan Calleri é um cara romântico, que quando se apega a uma pessoa, demora para sair da situação.
— Amiga não pensa nisso, vai de mente aberta. Vai disposta a tudo. Caso você perceba que esse antigo relacionamento está interferindo, você fala pra ele e se não resolver, se afasta. Mas não pensa nisso agora, deixa ver como vai ser primeiro. — falei me aproximando e afagando seus ombros nus com carinho.
— Você tem razão Cat, nada de pensamentos negativos.
— Nada de pensamentos negativos. — repeti e cruzamos nossos dedos sorrindo uma para a outra. — Boa sorte amiga. — desejei de coração a abraçando bem apertado.
— Obrigada. E como foi lá na casa do Rafinha? Nem deixei você comentar nada e já fui logo jogando o assunto do jantar.
— Foi de boa, depois a gente conversa.
Nayara assentiu animada e soltei um suspiro a observando terminando de se arrumar. Não iria contar nada a ela, pelo menos por enquanto, porque eu sabia a sua opinião sobre o assunto.
— Ah, já ia esquecendo, confirmei nossa estadia em um hotel no Guarujá para dois dias. A gente desce na quarta-feira quando você sair do trabalho e voltamos no sábado de manhã. Dá tempo de você descansar pra trabalhar no domingo.
— Achei ótimo, mas a questão de descer na quarta a tarde, a gente vai pegar trânsito e chegar lá bem tarde.
— Mas não tem como em outro horário, ainda acho melhor do que descer a noite.
— Você tem razão, eu vou ver se consigo sair mais cedo alguns minutos.
— Ótimo. Será que a Milena não quer ir com a gente?
— Nada, minha irmã já tem planos. — expliquei sorrindo maliciosa e Nayara fez uma expressão engraçada.
— Tá ok. Vamos no seu carro ou no meu? — Nay indagou e olhei pra ela.
— O meu ainda não fiz uma revisão depois que voltei de Mairiporã, melhor irmos no seu.
— Por mim tá ótimo.
— Eu já deixo minha mala pronta, você só coloca no carro. Eu pego um Uber pra ir trabalhar e você me busca a tarde no CT, de lá mesmo nós já vamos.
— Combinado.
O celular dela vibrou e Nayara conferiu, um sorriso surgiu em seu rosto.
— Ele já está lá embaixo, me deseja sorte amiga.
— Toda a sorte do mundo meu bem. — desejei baixinho a abraçando de novo.
— Obrigada.
Observei Nayara pegando o xale preto e a bolsinha prateada antes de ir para a porta. Ela jogou um beijo pra mim e devolvi o gesto antes que a porta fosse fechada.
E lá se foi o meu plano de distração, mas estou feliz por ela e por Calleri também.
— É amigo, sobramos eu e você. — comentei olhando para o gato que miou para mim deitado no sofá.
Coloquei pãezinhos de queijo para esquentar e fui tomar um banho morno. A noite estava começando a esfriar. Pretendia me enrolar no meu edredom e comer pão de queijo enquanto assistia algum filme ou maratonava uma série.
Enquanto tomava banho e sentia a água quente caindo em minha pele, relembrei dos momentos de hoje à tarde ao lado de James.
A forma como eu me sentia quando ele encostava em mim era surreal, homem nenhum nunca me deixou desse jeito. Nunca me fez sentir esse desejo avassalador. E essa intensidade toda me assusta, porque foge do meu controle.
O que ele me pediu antes de viajar, primeiro me pediu uma chance depois para que eu pensasse com calma enquanto estivesse na Colômbia, não saiu da minha mente. Eu estava terrivelmente dividida entre me jogar naquela loucura e deixá-lo se aproximar ou me afastar e evitar possíveis sofrimentos futuros. Não sabia o que fazer.
Saí do banheiro vestida em um roupão quentinho e já fui logo preparar um café fresquinho para beber enquanto comia os pãezinhos.
Voltei para o quarto indo procurar um pijama para vestir. Meu celular que estava carregando em cima da mesinha de cabeceira, acendeu a tela e peguei para ver. Eram mensagens do James me avisando que já tinha chegado na Colômbia.
Ler aquelas palavras me trouxe um sorriso bobo aos lábios e isso era péssimo, significava que a cada minuto que passa, aquele infeliz está mexendo mais comigo. Apesar de gostar disso, eu não daria o braço a torcer tão fácil assim, não mesmo.
Sentei na cama enquanto digitava uma resposta e mordia meu lábio inferior sorrindo comigo mesma.
Filho da mãe! As vezes parece que ele lê meus pensamentos.
É impossível ver ele falando isso e ficar indiferente. James enviou a foto que nós tiramos hoje à tarde.
Não respondi nada e me joguei de costas na cama sentindo meu coração alvoroçado dentro do peito e minha cabeça confusa. Eu precisava pensar e pensar com calma, analisar os prós e contras de toda essa situação, e ver se valia a pena insistir nisso.
...
Cheguei no CT antes do horário habitual, resultado de mais uma noite mal dormida pensando naquele colombiano. Eu até consegui adormecer, mas acabei tendo um sonho quente com ele que me deixou insone pelo restante da madrugada.
Na fantasia criada pelo meu subconsciente, eu voltava ao momento exato em que o peguei enrolado de toalha no vestiário. Mas dessa vez eu não fugia, eu ficava parada, esperando que ele viesse até mim. Então James trancava a porta, me puxava para os seus braços e sua boca tomava posse da minha em um beijo quente e intenso. E na melhor parte, como sempre acontece nesse tipo de sonho, eu acordei.
Eu precisava era de cafeína, muita cafeína para me manter alerta. Pelo menos hoje não terei que filmar o treino dos jogadores.
Entrei no CT checando minhas mensagens e respondi o bom dia da minha irmã. Ela estava super empolgada porque iria viajar com Felipe no feriado e ele estava fazendo uma surpresa sobre o local escolhido. Ela não queria contar aos nossos pais, principalmente a nossa mãe, mas eu a convenci a fazer isso. Mentiras nunca acabam bem, e ela não é mais uma adolescente que precisa pedir permissão para onde quer ir.
— Bom dia Cat. — dona Neuza me cumprimentou e sorri para ela.
— Bom dia. — respondi tirando os óculos escuros do rosto e colocando-os no alto da minha cabeça.
— Você parece cansada, abatida. Não está dormindo bem?
— Não consegui dormir muito bem essa noite.
— Oh querida, precisa de ajuda com algo?
— Não dona Neuza, está tudo bem, não se preocupe. Eu só quero um pouco do seu café. — falei sorrindo e ela sorriu cúmplice.
Peguei a xícara e fui direito para a minha sala antes que Rafinha chegasse e viesse com alguma gracinha.
Meu celular vibrou no bolso traseiro da calça e vi que era James mandando um áudio.
Conectei meu fone de ouvido para poder ouvir, pois pode entrar alguém a qualquer momento, as pessoas não sabem bater antes de fazer isso.
— Buenos días Catalina. Dormiu bem essa noite?
Ele falando meu nome em espanhol e com esse sotaque... filho da mãe.
— Bom dia, eu dormi muito bem. E você? — mandei de volta evitando falar seu nome. Jamais diria a ele que passei a noite quase em claro por sua causa.
Liguei o notebook e dei um gole no café que estava uma delícia como sempre.
— Bom dia Cat. — Roberta disse empolgada entrando na sala.
— Bom dia.
— Animada para a nossa folga no feriado?
— Demais, vai ser bom descansar um pouco.
— Descansar? Quem falou em descansar garota?! Eu vou é curtir! Eu e mais alguns amigos vamos descer para Ubatuba na quinta de manhã, um parente de um deles tem uma casa lá. Quer ir com a gente?
— Não valeu, eu já marquei algo com uma amiga.
Nem que eu não tivesse marcado nada com a Nay, não iria do mesmo jeito.
— Se mudar de ideia, só me avisar. Sua amiga também está convidada, e sua irmã, caso ela venha pra cá.
— Tá bem.
Sentei na minha mesa e vi que James tinha respondido.
— Eu também dormi muito bem, estava com saudades do meu filho e de toda a minha família.
Em seu perfil no Instagram tinha várias fotos dele com os filhos, o pequeno Samuel era quase uma cópia sua. Acabei me lembrando do que ele disse ontem na casa de Rafinha, do quanto sentia falta dos filhos. James pode ter o defeito o que for, mas ele me parece ser um excelente pai para os dois, isso não dá para negar.
Visualizei e curti cada um dos seus stories para ela saber que eu estava ali, presente.
Ela estava se divertindo na praia e eu gostava de ver isso. Cat tirava fotos e me mandava, me provocando. Falei que ela pagaria por isso e a danada riu.
Eu gostaria muito de voltar ao Brasil e ir ao seu encontro, aproveitar a viagem junto com ela, mas não posso. Nesse momento, meu compromisso é com a seleção colombiana.
Ontem jogamos contra o Uruguai em Barranquilla e empatamos. Próximo jogo será contra o Equador em Quito, na terça-feira. O técnico deu o dia de descanso hoje e amanhã já voltamos ao treinamento, embarcamos para a capital equatoriana na segunda de manhã.
Minha mãe e meu padrasto resolveram organizar um almoço para a família e foi bom poder rever todos, mas a verdade é que minha mente estava longe dali. Em outro país.
Disfarcei um sorriso ao ver que Juana, minha irmã, vinha na minha direção.
— Hola hermano. — ela disse sentando na poltrona de vime ao meu lado e ajeitando um dos seus gêmeos no colo. O outro estava com a nossa mãe.
— Hola hermana.
— James o que tá acontecendo com você?
— Como assim? — perguntei me fazendo de desentendido e ela riu.
— Você está diferente, pensativo, distante. E eu só te vejo assim em determinados momentos hermanito, cuando estás enamorado de alguien.
Dei risada balançando a cabeça e ela sorriu maliciosa. Não ia adiantar mentir, Juana me conhecia bem demais. Ela é mais nova do que eu sete anos, mas sempre fomos muito próximos e confidentes um do outro.
— Quién es la chica?
Desbloqueei meu celular e coloquei no perfil de Cat no Instagram, e dei para ela.
— Uau! — Juana disse me olhando por um instante antes de focar novamente no meu telefone. — Que guapa!
— Ela é sim.
— Catarina Monteiro Alcântara. — Juana leu o nome no perfil. — Ela trabalha no São Paulo? — perguntou surpresa e assenti.
— Sim, é a Social Media do clube.
— James... — ela disse meu nome em tom de advertência. — Você pode fazer essa moça perder o emprego.
— Eu sei, isso já quase aconteceu.
Juana me encarou chocada.
— Como assim?!
— É complicado hermana.
Antes que pudéssemos continuar o assunto, Samuel e o filho mais velho de Juana vieram correndo até nós.
— Continuamos depois esse assunto. — minha irmã disse em um tom de voz baixo e assenti.
Dei atenção as crianças enquanto Juana foi colocar os gêmeos para dormir um pouco, a tarde prometia ser longa.
Fiquei observando Samu e os outros jogando futebol na grama do jardim e tomando mais um gole de caipirinha.
Levei um susto ao sentir mãos tocando em meus ombros e olhei para trás.
— Oi James. — era Antonella, uma prima minha e de Juana por parte de mãe.
— Oi Toni.
Ela sorriu empolgada antes de me abraçar. Eu e Antonella tivemos um rolo na adolescência e ficávamos as vezes antes que eu conhecesse Daniela, minha ex-mulher. Ela ficou super triste quando soube que eu iria me casar e me pediu que desistisse, tentou me seduzir na minha última noite de solteiro. Mas eu a mandei embora e pedi que não me procurasse mais.
Quando me separei, ela estava noiva e até quis reatar, mas eu não quis. Hoje ela é casada com um empresário, mas sempre manda mensagens e aparece nas festas familiares tentando se insinuar pra mim.
— Como você está primo?
— Eu tô bem e você?
— Muito bem. — ela sempre dava um jeito de me tocar e dei um passo para trás querendo evitar aquilo. — Fui assistir ao jogo ontem e estava usando a sua camisa.
— Que bom.
Tô me perguntando nesse exato momento aonde está a garota que eu conheci, porque a mulher que está na minha frente agora não tem nada dela. Tanto no interior quanto na aparência. Sua primeira vez foi comigo e ela sempre fazia questão de se lembrar disso quando conversávamos.
— Eu quis chegar mais cedo para o almoço, mas o Marcelo tinha uma reunião importante marcada com alguns sócios e eu tive que ir.
Marcelo era o seu marido.
— Não tem problema.
— Eu queria ter vindo pra passar mais tempo com você.
Tava demorando pra ela começar.
— Eu ainda sinto a sua falta James.
— Toni nós já conversamos sobre isso.
— Eu sei, eu sei. É só que é difícil olhar pra você e não relembrar de tudo que nós vivemos e do que ainda poderíamos viver. Se você quiser, eu me separo do Marcelo e a gente pode voltar...
— Toni não. — interrompi antes que ela fosse longe demais. — Você sabe que a gente nunca teria dado certo, seu marido tá logo ali e eu não quero problemas. — apontei discretamente para onde o cara estava e tentei me afastar, mas ela segurou meu braço.
— Tá bem, me desculpe. Eu não faço mais, prometo. Eu só quero pedir uma última coisa.
— O quê? — perguntei um pouco desconfiado.
— Uma foto pra guardar de recordação.
Encarei ela que tinha uma expressão inocente nos olhos azuis e também aquilo não me pareceu nada demais.
— Tudo bem, eu tiro uma foto com você.
Antonella sorriu contente e pegou o celular dentro da bolsa. Me aproximei dela e sorri olhando para a câmera, ela me abraçou no exato momento em que tirou a selfie e não consegui me livrar.
Me afastei a encarando e a infeliz deu risada maliciosa.
— É só uma recordação primo, nada demais. Gracias.
Antonella se afastou no exato momento em que Juana vinha voltando.
— O que ela queria? — perguntou observando também a loira bem-vestida indo na direção do marido.
— Nada demais, só conversar.
— Sei. — Juana disse me encarando. — Cuidado com ela, Antonella não mudou nada daquela garota interesseira e sem moral que era.
— Percebi isso.
Meu padrasto e mais alguns amigos decidiram fazer uma roda para cantar e como todos já estavam meio altos por conta da bebida, acabou todo mundo mais rindo do que cantando.
Algumas pessoas já estavam indo embora e decidi tirar Samuel da piscina e lhe dar um banho, ele brincou o dia todo e daqui a pouco dorme exausto. Sinto falta desses momentos com meus filhos, de cuidar deles, ser presente.
Salomé mora com a mãe dela e isso nunca esteve aberto a discussões, mas preciso do Samuel do meu lado. Não importa para onde eu vou ano que vem, se continuo no Brasil ou não, tenho que criar uma rotina nossa, procurar uma boa escola e fazer com que ele se adapte.
Preparei um leite achocolatado pra ele e coloquei um desenho para que adormecesse.
Pretendia tomar banho também e tentar ligar para Cat antes de dormir. Mas antes que eu fizesse isso, bateram na porta e vi Juana entrando.
— Oi. — ela disse sorrindo e olhando para Samu quietinho na cama. — Imaginei que estaria aqui.
— Quero aproveitar um pouco mais o meu garotão.
— Super compreensível hermano. Deixa eu te perguntar, você mexeu no seu celular agora a tarde?
— Não, por quê? — indaguei de volta estranhando a pergunta. Deixei o aparelho de canto depois de conversar com Cat e postar alguns stories do pessoal no almoço.
— Eu acho que você arrumou um problema.
— Como assim? — perguntei preocupado já pegando meu telefone que estava em cima da mesinha de cabeceira e desbloqueando.
As notificações no Instagram chamaram minha atenção e abri o aplicativo, entendendo o motivo da pergunta da minha irmã.
— Filha da mãe! — falei com raiva evitando soltar um palavrão na frente do meu filho.
— Pois é. — Juana comentou me olhando.
Meu sangue ferveu enquanto observava a foto que Toni tinha tirado comigo hoje à tarde. A infeliz tinha postado e me marcado, e claro que isso causou o maior rebuliço, principalmente por conta da legenda sugestiva que ela colocou.
Fiz sinal para Juana e saímos do quarto, Samuel já estava quase dormindo.
— Se eu vir aquela infeliz na minha frente... — falei nervoso.
— Agora não adianta ficar com raiva James, o estrago já foi feito. O máximo que você pode fazer é pedir a ela que apague a foto, mesmo não adiantando quase nada.
— Pedir?! — encarei minha irmã indignado. — Eu exijo que ela faça isso ou vou até lá e faço eu mesmo!
Ainda com raiva, procurei o contato dela que após tudo isso, com certeza seria bloqueado.
— Antonella apaga essa merda dessa foto agora! E eu não tô pedindo! Se você não consegue respeitar o seu marido e a si mesma, tenha respeito por mim! Eu não te dei autorização pra fazer isso! — mandei o áudio com vontade de apertar aquele pescoço dela.
— Hermanito eu pensei em algo aqui... — encarei minha irmã esperando que ela continuasse. — Todos os seus seguidores já viram essa foto e os perfis de fofoca estão repostando.
Tentei entender aonde ela queria chegar.
— Quando te perguntei sobre a Catarina você me disse que era complicado, será que essa foto não vai complicar mais ainda a situação entre vocês dois?
O que Juana disse me fez cair na real e perceber algo que eu ainda não havia me dado conta. O quanto aquela burrice de Antonella pode me prejudicar com a Cat. Ela já não acredita muito em mim, não confia, essa merda de foto só vai piorar tudo.
— Puta merda! — murmurei esfregando meus olhos.
— É tão complicado assim?
— Você nem faz ideia hermana.
Juana sorriu dando de ombros.
— Bom, isso só me deixa ainda mais curiosa. Podemos conversar agora?
— Claro, mas antes eu preciso tentar falar com a Cat. Se é que ela vai querer falar comigo.
Minha irmã me encarou arqueando uma sobrancelha e cliquei no contato da morena que estava tirando o meu sossego. Eu precisava explicar pra ela que tudo aquilo era um mal-entendido, que Antonella não significava mais nada pra mim.
Restava torcer para que ela quisesse me ouvir.
Acordei com o sol entrando pela fresta entre as cortinas brancas e me espreguicei na enorme cama de casal.
Esses dias no Guarujá foram excelentes, tomei muito sol, banho de mar. Estava com as energias recarregadas. É uma pena que teremos que voltar hoje. Eu me acostumaria fácil com essa visão do mar azul até onde o olhar alcança. Essa paz, esse sossego, longe de todos os problemas.
Levantei e antes de ir tomar um banho, arrumei todas as minhas coisas na pequena mala que eu havia trazido. Eu e Nay iríamos sair após tomar café da manhã no hotel.
Escolhi um vestido longo florido e de tecido leve que destacava minha pele bronzeada.
Desconectei meu celular do carregador e verifiquei o horário. Ele ainda estava em modo avião.
Eu coloquei assim ontem à noite depois que James começou a ligar e mandar mensagem insistentemente, provavelmente querendo explicar algo sobre a foto que ele tirou com a loira de olhos azuis que dizia ser sua prima na legenda da publicação.
Aquilo me incomodou? Bastante, não vou mentir. Mas também não vou deixar minha vida ser afetada por um cara que não vale esse esforço todo. Não quero ouvir explicação dele, não quero saber de nada, ele não me deve nada e pode fazer o que bem quiser. Simples assim.
Coloquei o celular e o carregador dentro da bolsa para não esquecer e peguei meus óculos escuros, saindo do quarto em seguida. Nayara estava no quarto ao lado do meu, mas não quis chamá-la, ela poderia estar ocupada conversando com Calleri já que após o jantar, os dois estão muito "amigos".
Fui em direção ao elevador e apertei para que ele parasse nesse andar. Enquanto esperava, notei alguém parar ao meu lado e olhei para a pessoa. Era um homem.
— Oi. — o cara disse sorrindo simpático e eu sorri de leve também.
— Oi.
Ele era alto, tinha cabelos loiros, pele clara, bem branquinho mesmo e olhos verdes. Aparentava ser mais novo do que eu.
— Eu me chamo Lucas. — ele se apresentou estendendo a mão e até pensei em recusar, mas era um simples aperto de mãos.
— Catarina. — falei aceitando e ele sorriu mais ainda.
— É um prazer Catarina.
Apenas sorri de volta e agradecendo silenciosamente quando o elevador parou e a porta abriu. Já tinham mais três pessoas dentro e fiquei do lado direito, torcendo para que o carinha não viesse até mim, mas para o meu azar, ele veio.
Já estava arrependida de não ter chamado Nayara. O elevador parou no térreo e todos foram saindo, e o cara me acompanhou.
— Eu te vi no bar ontem. — ele disse andando ao meu lado e parei me virando para encará-lo. — Pensei em me aproximar, mas fiquei um pouco receoso. Imaginei que uma mulher tão bonita teria alguém em sua vida.
Lucas usou um tom de voz bem sugestivo e quando ele disse aquilo, por um momento o rosto de James surgiu em minha mente.
— Você tem razão, eu tenho alguém sim. — menti enquanto abria um sorriso doce e ele assentiu claramente decepcionado.
— É claro, me desculpa se eu incomodei.
Não falei nada e ele se afastou indo na direção contrária. Olhei ao redor e notei surpresa Nayara acenando pra mim, acenei de volta e fui ao seu encontro.
— Achei que ainda estivesse no quarto. — falei quando me aproximei e puxei uma cadeira para sentar.
— Nada, levantei cedo e fui dar uma volta na praia para me despedir.
— Ok. Vou pegar algo pra comer.
— Quem era o carinha que tava com você? — Nay perguntou antes que eu levantasse e olhei pra ela.
— Deve ser hóspede do hotel também.
— Ele deu em cima de você? — minha amiga perguntou divertida dando um gole no suco e olhei pra ela arqueando uma sobrancelha. — Só pela sua cara eu tenho certeza de que deu sim, e ele é uma gracinha. Eu só não consigo entender por que você afasta todos os homens amiga.
— Porque eu não estou interessada no momento. Com licença, eu vou pegar meu café.
Nayara me encarou sorrindo e balançando a cabeça em negação.
Peguei pãezinhos recheados com queijo e presunto, uma fatia de mamão, um pouco de granola e um pedaço de bolo de leite. Para acompanhar um copo de suco de laranja. O café da manhã desse hotel é uma delícia.
— Uau! — Nayara disse rindo quando sentei e fiz uma expressão de deboche para ela. — Você viu o rebuliço na internet sobre o James Rodríguez?
Olhei pra ela enquanto pegava um pãozinho.
— Não, não vi. O que houve? — perguntei me esforçando para dissimular bem e ignorar a sensação de desagrado que aquilo me provocava. Nay me encarou desconfiada e dei de ombros.
— Amiga eu vim pra cá descansar, não ficar vigiando o que acontece na internet. Então, o que houve com a estrela colombiana?
— Uma mulher chamada Antonella Rubio García postou uma foto ontem em seu perfil do Instagram com o James. Ela colocou na legenda que os dois são primos, mas também deu a entender que já tiveram algo a mais e isso foi o suficiente para deixar a imprensa louca. Um monte de página repostou a publicação e já apontaram a Antonella como suposto affair do James.
Tomei um gole do suco para disfarçar o quanto aquilo me incomodava. Eu sei que a gente não tem nada, mas aquele cretino me pediu uma chance e na primeira oportunidade ele demonstrou quem é de verdade. Se eu encontrar esse colombiano na minha frente...
— Só que descobriram que a tal prima é casada e aí a fofoca rendeu de vez.
— Sério? — perguntei realmente surpresa, daquilo eu não sabia.
Ainda por cima a vadia é casada?! Ah James Rodríguez!
— Seríssimo amiga, ela é casada com um empresário mexicano, Marcelo García, bem mais velho que ela.
— Provavelmente deve rolar algo ainda entre eles.
— Será Cat? Eu acho que não amiga. Isso ia pegar muito mal pra carreira do James, e ele me pareceu um cara legal.
— Como se ele ligasse né Nayara? É um escândalo atrás do outro.
— Com ciúmes? — ela perguntou maliciosa e a encarei.
— E por que eu teria ciúmes dele? Já te falei que quero mais é que ele se dane, meu interesse é o São Paulo, e só isso.
— Sei, eu vou fingir que acredito. Mas, voltando ao assunto da foto. O que ele ganharia deixando a prima postar e ainda mais com aquela legenda?
— E eu é que vou saber Nayara? Ele simplesmente não liga pra isso, é só mais um acontecimento rotineiro em sua vida.
— Eu acho que não. Sabe o que eu acho? Ela postou sem ele saber.
Encarei minha amiga esperando que ela continuasse expressando sua opinião.
— Porque um tempo depois a foto foi apagada do seu perfil, deve ter sido o James que pediu ou mandou que ela fizesse isso. Ele deve não ter visto na hora porque estava rolando um almoço na casa da sua mãe, eu vi pelos stories.
— Bom, mas não adiantou muita coisa né, o estrago já tava feito.
— Isso é verdade, muitos perfis e páginas já tinham republicado. Ele deve ter ficado muito puto com ela.
— Isso é problema deles, e nós temos que pegar a estrada, quero chegar cedo em casa.
— Sim senhora. — Nayara bateu continência me fazendo dar risada.
A verdade é que eu não queria ficar falando sobre aquele assunto. James é livre pra fazer o que bem quiser da vida dele e eu não quero me permitir sofrer por isso. Fomos buscar nossas malas e fazer o checkout na recepção.
Quando já estávamos no carro, Nayara estava dirigindo, eu desativei o modo avião do meu telefone e já o coloquei no silencioso porque sabia que provavelmente viria mais uma enxurrada de mensagens e ligações perdidas.
Ler todas aquelas mensagens me trouxe lágrimas aos olhos e virei para a janela tentando disfarçar. Ainda bem que eu estava de óculos escuros. Apaguei as mensagens e bloqueei seu contato, não quero mais me desgastar com essa história e espero que James entenda isso.
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É gente, a Antonella acabou de complicar a vida do James, e agora?? 😬
Não esqueçam de acompanhar o perfil da Cat no instagram, lá tem publicações sobre a viagem dela para o Guarujá, catarinamonteiroalcantara 😉
Até o próximo 😘
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