ੈ♡‧₊˚ ❛ chapter twenty, Gaia chooses Percy ⌇🥀!;#
001 - Mais um capítulo aaa
002 - Meta para o próximo capítulo: oito comentários.
Maeve King
"Gaia escolhe Percy"
O VELHO ESTAVA BEM ONDE a gente tinha deixado, no meio do estacionamento de caminhões-lanchonete. Ele estava sentado no banco de piquenique com suas pantufas de coelho, comendo um prato de espetinho de churrasco gorduroso. Seu cigarro estava de um lado. Seu roupão estava manchado com molho de churrasco.
Eu ainda achava a ideia de Percy péssima, mas se ele havia sobrevivido tanto tempo, era porque suas ideias davam certo de alguma maneira, então apenas decidi confiar.
— Bem vindos de volta! — ele gritou alegremente. — Ouvi asinhas nervosas batendo. Trouxeram minha harpia?
— Ela está aqui, — Percy disse. — Mas não é sua.
Fineu chupou a gordura dos dedos. Seus olhos leitosos pareciam se fixar em um ponto bem acima da cabeça de Percy.
— Deixe-me ver... bem, na verdade, sou cego, então não posso ver. Vocês vieram para me matar, então? Se for, boa sorte para terminar sua jornada.
— Vim para fazer uma aposta.
A boca do velho se contraiu. Ele abaixou o espetinho e se inclinou na direção de Percy, eu sabia que tínhamos conseguido sua atenção, aquilo era algo que ele não conseguia resistir.
— Uma aposta... que interessante. Uma informação em troca da harpia? O vencedor leva tudo?
— Não, — Percy disse. — A harpia não faz parte do acordo.
Fineu riu.
— Sério? Talvez você não entenda o valor que ela tem.
— Ela é uma pessoa, — Percy disse. — Não está à venda.
— Ah, faça-me o favor! Você é do acampamento romano, não é? Roma foi construída pela escravidão. Não tente ser grande e poderoso comigo. Além disso, ela nem mesmo é humana. Ela é um monstro. Um espírito do vento. Uma escrava de Júpiter.
Ella grasnou. Só para trazê-la para o estacionamento tinha sido um enorme desafio, mas agora ela começava a recuar, murmurando:
— 'Júpiter. Hidrogênio e hélio. Sessenta e três satélites.' Sem escravos. Não.
Usei meus poderes para a acalmar enquanto Hazel colocava o braço em volta das asas de Ella. Frank ficou do lado de Percy. Ele tinha sua lança pronta, como se o velho pudesse atacá-los.
Percy mostrou os frascos de cerâmica.
— Tenho uma aposta diferente. Conseguimos duas garrafas de sangue de górgona, uma cura e a outra mata. Elas parecem exatamente iguais, e nem mesmo nós sabemos qual é qual. Se você escolher a certa ela pode curar sua cegueira. Fineu ergueu a mão ansioso.
— Deixe-me senti-las, deixe-me cheirá-las!
— Não tão rápido, — Percy disse. — Primeiro tem que concordar com nossos termos.
— Termos — Fineu respirava superficialmente. Eu percebi que ele estava morrendo de vontade de aceitar a oferta. — Profecia e visão, eu seria invencível! Eu podia ser dono dessa cidade. Construiria meu palácio aqui, com caminhões de comida por todos os lugares. Eu mesmo poderia capturar essa harpia!
— Nã-nããão — Ella disse nervosa. — Não, não, não.
É difícil rir como um vilão quando se está vestindo chinelos de coelhinhos cor-de-rosa, mas Fineu fez o melhor que pode. Eu ainda senti certa vergonha alheia da cena, mas decidi ficar em silêncio.
— Muito bem, semideus, quais são seus termos?
— Pode escolher o frasco, — Percy disse. — Sem tirar a rolha, sem dar uma cheirada antes de decidir.
— Isso é injusto, sou cego! — Fineu disse.
— E eu não tenho sua sensibilidade de cheiro. — Percy disse. — Pode segurar os frascos, e eu juro pelo Rio Estige que são idênticos. São exatamente como te disse: sangue de górgona, um frasco do lado esquerdo do monstro, um do direito. E juro que nenhum de nós sabe qual é qual.
Percy olhou para Hazel.
— Hã, você é nossa expert do Mundo Inferior. Com todas essas coisas estranhas saindo da morte, o juramento no Rio Estige ainda funciona? — Percy perguntou.
— Sim — ela disse, sem hesitar. — Para quebrar esse voto... Bem, melhor não fazer isso. Coisas piores que a morte acontecem.
Fineu coçou sua barba.
— Então devo escolher qual frasco tomar e você deve beber o outro. Juramos beber ao mesmo tempo?
— Tudo bem. — disse Percy.
— O perdedor obviamente morre, — Fineu disse. — Esse tipo de veneno me impediria de voltar à vida, por uma vez pelo menos. Minha essência seria dispersa e degradada. Então estou me arriscando muito.
— Mas se vencer, pode conseguir tudo, — Percy disse. — Se eu morrer, meus amigos juram te deixar em paz e não se vingarem. Algo que nem mesmo Gaia te daria.
A expressão do velho azedou e a gente sabia que tinha acertado em cheio. Fineu queria ver. Por mais que Gaia o tivesse dado coisas, ele se ressentia por ainda ser cego.
— Se eu perder, estarei morto — disse o velho — incapaz de te dar a informação. Como isso vai ajudá-lo?
Sorri feliz por termos discutido sobre isso antes.
— Você vai escrever a localização da toca de Alcioneu antes da hora — expliquei rapidamente — Deixe com você, mas jure pelo Rio Estige que será específico e preciso. Você também tem que jurar que, se morrer, as harpias vão estar livres da maldição.
— Esses são altos riscos, — Fineu grunhiu. — Está diante da morte, Percy Jackson. Não seria mais fácil você simplesmente me passar a harpia?
— Não é uma opção.
Fineu sorriu lentamente.
— Então está começando a entender seu valor. Assim que tiver minha visão, vou capturá-la eu mesmo, sabe. Seja lá quem controla essa harpia... bem, já fui um rei. Esse acordo pode me fazer rei novamente.
— Está sendo confiante demais — Percy disse. — Temos um acordo?
O velho tocou seu nariz pensativo.
— Não posso prever o desfecho, é irritante como isso funciona. Um risco completamente inesperado. Faz o futuro ficar nebuloso. Mas posso te dizer isso, Percy Jackson: se sobreviver hoje, não vai gostar do seu futuro. Um grande sacrifício está por vir e você não terá coragem para enfrentá-lo. Isso vai te custar caro, vai custar caro ao mundo todo. Será bem mais fácil se você escolher o veneno.
Percy fez uma careta.
— Temos um acordo? — Percy disse novamente.
Fineu sorriu. — Juro pelo Rio Estige que concordo com seus termos. Bem como os descreveu. Encontre algo em que eu possa escrever. Frank Zhang, você é descendente de um Argonauta. Acredito na sua palavra. Se eu vencer, você e as suas amigas Hazel e Maeve juram me deixar em paz, e não tentar a vingança?
As mãos de Frank estavam tão cerradas que eu achei que ele quebraria sua lança de ouro, mas murmurou mesmo assim:
— Juro pelo Rio Estige.
— Também juro — disse Hazel.
Os três me olharam e eu suspirei, torcendo para que Percy saísse daquela vivo.
— Ok, eu juro.
— Juro — Ella murmurou. — Juro não pela lua, mas pela lua inconstante.
Fineu riu.
— Nesse caso, encontre algo no qual eu possa escrever. Vamos começar.
Frank emprestou um guardanapo e uma caneta de um vendedor do caminhão de comida. Fineu rabiscou alguma coisa no guardanapo e o colocou no bolso do roupão.
— Juro que essa é a localização da toca de Alcioneu. Não que vá viver o bastante para ler isso.
Percy tirou sua espada e toda a comida da mesa. Fineu sentou de um lado e Percy do outro. Fineu levantou as mãos.
— Deixe-me sentir os frascos.
Percy olhou para as colinas distantes e eu me perguntei o que estava se passando na mente dele naquele momento.
— Certo, Gaia, estou provando seu blefe. Você disse que sou um peão valioso. Disse que vai me poupar até chegar ao norte. Quem é mais valioso para você, eu ou esse velho? Porque um de nós está prestes a morrer.
Fineu ergueu as mãos em um movimento apreensivo.
— Perdendo sua coragem, Percy Jackson? Dê-me os frascos.
Percy passou os frascos ao velho. O velho comparou o peso. Ele correu os dedos pela superfície de cerâmica. Então as colocou gentilmente na mesa com uma mão em cada. Um terremoto suave sacudiu o chão. O frasco da esquerda pareceu tremer mais levemente que o da direita. Fineu sorriu maliciosamente e passou a mão ao redor do frasco da esquerda.
— Você é um tolo, Percy Jackson. Eu escolho este aqui. Agora vamos tomar.
Percy pegou o frasco da direita e eu agarrei a mão de Hazel, nervosa. O velho levantou seu frasco.
— Um brinde aos filhos de Netuno. — Os dois destamparam e esvaziaram os frascos.
— Oh, deuses! — Hazel sussurrou.
— Não! — Ella disse. — Não, não, não!
Fineu sorrindo de triunfo. Sentou-se reto piscando os olhos de expectativa.
— Sim! — ele gritou. — A qualquer segundo minha visão voltará.
Apertei a mão de Hazel com força, Percy tinha escolhido o errado e agora iria morrer...]
— Percy! — Frank segurou seus ombros. — Percy, você não pode morrer!
Na mesma hora Fineu se encurvou como se tivesse sido socado.
— Você... você não pode! — o velho gemeu. — Gaia, você... você... — Ele cambaleou e tropeçou para longe da mesa segurando o estômago. — Sou muito valioso! — Vapor saiu de sua boca. Um fraco vapor amarelado saiu das orelhas. — Injustiça! — ele gritou. — Você trapaceou!
Ele tentou pegar o papel do bolso de seu manto. Seus dedos viraram areia. Percy se levantou cambaleando, eu suspirei aliviada.
— Ninguém trapaceou, — Percy disse. — Você fez sua escolha por si mesmo. E mantenho seu juramento.
O rei cego gemeu de agonia. Ele lentamente se desfez em um círculo, até que tudo o que havia sobrado era seu roupão de banho manchado e um par de pantufas de coelho.
— Esses — Frank disse — são os despojos de guerra mais nojentos que já vi.
Hazel cutucou o roupão com sua espada. Não havia nada lá — nenhum sinal de que Fineu estivesse tentando se regenerar. Ela olhou para Percy com admiração.
— Essa foi a coisa mais corajosa que já vi, ou a mais estúpida.
— Eu ainda estou tentando decidir qual opção — murmurei, chocada.
Frank balançou a cabeça em descrença.
— Percy, como você soube? Tinha quase certeza que você tinha escolhido o veneno.
— Gaia, — Percy disse. — Ela me quer vivo para fazer isso no Alasca. Ela acha... não tenho certeza. Ela acha que pode me usar como parte de seu plano. Ela influenciou Fineu a escolher o frasco errado.
Frank encarou com horror os restos do velho.
— Gaia preferiu matar seu próprio criado a você? É isso o que você está dizendo?
— Planos — Ella murmurou. — Planos e tramas. A dama no chão. Grandes planos para Percy. Carne em conserva macrobiótica para Ella.
Percy entregou o saco de carne em conserva para ela, que grasnou de alegria.
— Não, não, não, — ela murmurou, meio cantando. — Fineu, não. Comida e palavras para Ella, sim.
Percy se agachou sobre o roupão e puxou a anotação do bolso do velho, fiquei na ponta dos pés para ver o papel sob o ombro dele. Lia-se: GELEIRA HUBBARD. Ele passou a anotação para Hazel.
— Sei onde é — ela disse. — É bem famoso. Mas temos um longo caminho pela frente.
Nas árvores ao redor do estacionamento, as outras harpias finalmente superaram o choque. Elas grasnaram com animação e voaram a noroeste dos caminhões de comida, mergulharam pelas janelas de serviço e invadiram as cozinhas. Os cozinheiros gritaram em várias línguas. Os caminhões balançaram para frente e para trás. Penas e caixas de comida voaram para todo lugar.
— É melhor voltarmos para o barco, — Percy disse. — Estamos correndo contra o tempo.
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