ੈ♡‧₊˚ ❛ chapter twelve, the roman boat ⌇🥀!;#
001 - Em breve vamos conhecer um pouco da extensão dos poderes da Maeve! Animados?
002 - Não esqueçam de comentar, isso me incentiva muito.
Maeve King
"O barco romano”
LEVAMOS DUAS HORAS PARA CHEGAR ÀS docas em Alameda. A viagem foi estranhamente fácil, não teve nenhum ataque de monstro, gente nos encarando e decidindo que era a hora de chamar a polícia ou qualquer coisa normal para um semideus.
Bizarro.
Frank havia guardado a lança, o arco e a aljava em uma bolsa comprida própria para esquis. A espada de cavalaria de Hazel estava enrolada em um saco de dormir que ela carregava nas costas. Eu estava carregando uma mochila enorme e considerando a imagem que nós quatro deveríamos passar na rua, pareciamos adolescentes que estavam indo acampar.
Andamos até a estação Rockridge, compramos as passagens com dinheiro de mortais e embarcamos no trem.
Descemos em Oakland. Precisamos caminhar por alguns bairros barra-pesada, mas ninguém mexeu com gente, provavelmente parte disso era por causa de Percy, que tinha uma vibração que gritava “garoto problema”.
No fim da tarde, após ter parado três vezes para comprar café, nós quatro chegamos às docas em Alameda.
Havia dezenas de barcos atracados nas docas: de iates de cinquenta pés até barquinhos pesqueiros de dez. Percy olhava para tudo com atenção, procurando nosso “grandioso barco”, decidi que esse era o momento perfeito para jogar o balde de água fria.
— Hum... Vocês sabem o que estamos procurando?
Hazel e Frank balançaram a cabeça.
— Eu nem sabia que tínhamos uma esquadra. — Pelo tom de Hazel, parecia que ela desejava que não existisse uma.
— A Legião não tem barcos, Percy — expliquei — Octavian deve estar zoando com a nossa cara.
Frank fez uma careta.
— Ah... — ele apontou. — Vocês não acham que...?
No fim das docas havia um barco minúsculo, que parecia um bote, coberto com uma lona roxa. Na lona, estava bordado S.P.Q.R. em um dourado desbotado.
Percy pareceu desanimar.
— Não pode ser.
Ele descobriu o barco, desfazendo os nós com as mãos como se tivesse feito aquilo a vida toda. Embaixo da lona havia um velho barco a remo de aço, sem os remos. Ele fora pintado de azul-escuro em algum momento do passado, mas o casco estava tão incrustado com piche e sal que parecia um enorme hematoma náutico.
Na proa ainda se podia ler o nome Pax escrito em letras douradas. Olhos pintados pareciam tristes, caídos ao nível da água, como se o barco estivesse prestes a cair no sono. A bordo havia dois bancos, um pouco de lã de aço, um cooler velho e uma corda esfiapada amontoada e com uma das pontas amarrada ao ancoradouro. No fundo do barco, um saco plástico e duas latas vazias de Coca Cola boiavam em vários centímetros de água espumosa.
— Contemplem — disse Frank. — A poderosa esquadra romana.
— Deve haver algum engano — falou Hazel. — Isso aí é um pedaço de sucata.
Dei de ombros.
— Eu avisei.
Frank me encarou.
— Como você ia nas missões com Jason?
Revirei os olhos.
— Jason é filho de Júpiter… Como você acha? — retruquei — Usávamos o helicóptero da legião, eu sei pilotar.
Percy pulou para dentro, e o casco rangeu sob seus pés. Ele juntou todo o lixo no cooler e o colocou no píer. Ordenou que a água espumosa fluísse para fora do barco. E então apontou para a lã de aço, e ela voou pelo assoalho, esfregando e polindo tão rápido que começou a sair fumaça do aço. Quando tudo terminou, o barco estava limpo. Percy apontou para a corda, e ela se desamarrou do píer.
Era impressionante o observar trabalhando.
— Isso vai servir — disse ele. — Entrem.
Hazel e Frank pareciam um pouco atordoados, então eu embarquei e me acomodei em um dos bancos desconfortáveis. Os dois logo seguiram e sentaram juntos no outro banco, Hazel parecia estranhamente nervosa.
— Saia do meu barco — rosnou Percy, repentinamente.
— Hã, o quê? — perguntou Frank.
— Nada — respondeu. — Vejamos o que esta canoa pode fazer.
O observei com atenção, era óbvio que Gaia estava falando com ele, tentando o manipular, mas se Percy não estava disposto a falar sobre isso ainda, eu não iria o forçar.
Ele virou o barco para o norte, e em pouco tempo navegamos na direção da ponte Golden Gate.
O silêncio predominou o barco e eu desviei meu olhar, quando percebi, minha mão estava ao redor do colar. O negócio de ser semideus, é que a gente nunca sabia quando seria a nossa última missão, quando seria a luta que não conseguiríamos vencer, o monstro que ia ser mais forte do que a gente…
Eu não estava com uma boa sensação.
Quando o barco estava passando pelos píeres ao longo da Bay Area de São Francisco, eu já estava com saudades de viajar de helicóptero, avião ou qualquer coisa áerea. Passamos por um bando de leões-marinhos se espreguiçando nas docas, e eu jurou ter visto um velho sem-teto sentado no meio dos animais. O sujeito apontou um dedo magro para Percy e mexeu os lábios dizendo algo como: Nem pense nisso.
— Vocês viram aquilo? — perguntou Hazel.
O rosto de Percy estava avermelhado pelo pôr do sol.
— Sim. Já vim aqui. Eu... eu não sei. Acho que estava procurando minha namorada.
— Annabeth — disse Frank. — Quer dizer, quando você estava indo para o Acampamento Júpiter?
Percy franziu o cenho.
— Não. Antes disso.
O barco deu uma sacudida que eu pensei que fosse se desmanchar. Nós alcançamos as correntes do Pacífico e começamos a margear o litoral rochoso de Marin County.
Frank tinha a bolsa de esqui no colo. Ela passava em cima dos joelhos de Hazel como a barra de segurança de um brinquedo em um parque de diversões, observei os dois com certo divertimento.
— Está tudo bem? — perguntou Frank. — Você parece enjoada.
— É por causa do mar — confessou ela. — Não achei que fosse ser tão ruim assim.
A expressão de Frank era de culpa, como se de alguma forma aquilo estivesse acontecendo por sua causa. Começou a procurar algo na bolsa.
— Tenho um pouco de néctar. E alguns cream-crackers. Hum, minha avó diz que gengibre ajuda... Não tenho gengibre, mas...
— Está tudo bem. — Hazel sorriu. — De qualquer forma, é muito gentil de sua parte.
Frank pegou um biscoito, que se quebrou em seus dedos enormes. Voaram pedaços para todo lado.
Hazel riu.
— Pelos deuses, Frank... Desculpe. Eu não deveria rir.
— Ah, não tem problema — disse ele, timidamente. — Acho que você não vai querer esse aí.
Me inclinei na direção de Hazel, chamando a atenção dos dois.
— Me dá a sua mão.
Hazel estendeu a sua mão e eu peguei, fechei os olhos e usei um dos poucos dons que havia herdado da minha mãe, a alma de Hazel parecia estranhamente antiga.
Me afastei.
— Melhor?
Ela me encarou surpresa.
— Sim — sussurrou — O que você fez?
— Só um truque.
Percy não prestava muita atenção. Mantinha o olhar fixo no litoral. Quando passamos por Stinson Beach, ele apontou para o continente, onde uma montanha isolada se destacava acima das colinas verdejantes.
— Aquilo me parece familiar — disse ele.
— Monte Tam — falou Frank. — Os garotos no acampamento vivem falando dele. Uma grande batalha aconteceu lá no topo, na antiga base dos titãs.
Percy franziu o cenho.
— Algum de vocês estava lá?
— Eu — sussurrei, não olhando diretamente para nenhum deles — A legião destruiu o palácio do inimigo e mais ou menos um milhão de monstros, Jason teve que lutar com um titã, eu tive que ir atrás de traidores… Não gosto muito de lembrar daquele dia, perdemos pessoas importantes.
Ele me encarou com atenção.
— Entendo.
Não havia como negar que Percy, de certa forma, me lembrava de Jason, mesmo que os dois não se parecessem em nada. Eles possuíam a mesma aura de poder silencioso, além de um tipo de tristeza, como se tivessem visto o futuro e soubessem que era apenas questão de tempo até encontrarem um monstro que não fossem capazes de derrotar.
Tirei um pequeno bloco de desenhos de dentro da bolsa e um lápis, precisava de alguma coisa para me distrair. Não pensei em algo específico para desenhar, apenas deixei minha mão correr solta pelo papel, enquanto minha mente viajava para longe.
Quando percebi, horas haviam se passado e o desenho estava pronto, quando olhei para o papel, o desenho era Jason.
Fechei o bloco com força.
Percebi que Frank parecia desesperado, olhei ao redor procurando alguma ameaça, mas a única coisa que percebi, foi Hazel, congelada, olhando para o nada.
— O que aconteceu?
Percy suspirou.
— Ela está desse jeito a algum tempo — explicou — Frank já chamou ela e nada acontece, é como se… Não sei explicar.
O céu noturno estava começando a surgir. Me aproximei de Hazel e peguei sua mão, tentando novamente fazer o truque que diminuiu seu enjoou, mas para a minha surpresa, nada aconteceu.
— Isso é algo antigo — murmurei — consequência de alguma coisa que aconteceu com ela, não posso interferir, desculpa.
Frank arregalou os olhos.
— O que quer dizer?
— Que a única coisa que podemos fazer é esperar seja lá o que está acontecendo com ela, acabar.
— Mas…
— Não tem o que fazer, Frank.
Os próximos minutos pareceram durar uma eternidade, enfim paramos em algum lugar e os meninos carregaram Hazel e as coisas para fora do barco.
A gente estava em um penhasco de onde se avistava uma praia. A mais ou menos uns trinta metros de distância, o mar cintilava à luz da lua. A água banhava delicadamente a popa do barco na areia. À direita, na beira do penhasco, havia uma construção que parecia uma pequena igreja com um holofote na torre do campanário, um farol. Atrás da gente, campos de grama alta balançavam ao vento.
— Hazel, acorda… — Frank implorou.
Parei ao lado de Percy, enfiando as mãos dentro do casaco.
— Você mentiu.
Olhei para Percy, surpresa com o sussurro dele.
— O quê?
— Você sabe exatamente o que está acontecendo com ela, mas preferiu não contar, em respeito a Hazel — murmurou — Eu respeito essa atitude, quando ela estiver pronta, vai nos falar sobre isso.
Hazel abriu os olhos.
— Onde estamos? — perguntou ela.
Frank soltou o ar.
— Graças aos deuses você acordou! Estamos em Mendocino, uns duzentos e quarenta quilômetros ao norte da Golden Gate.
— Duzentos e quarenta quilômetros? — gemeu Hazel. — Fiquei fora do ar tanto tempo assim?
Percy ajoelhou-se a seu lado, com a brisa marinha soprando seus cabelos. Colocou a mão na testa de Hazel, como se verificasse a temperatura dela.
— Não conseguíamos acordar você. Então decidimos trazê-la para terra firme.
Ela respirou fundo.
— Eu... eu não tenho sido muito sincera com vocês — disse. — O que aconteceu foi um blecaute. Tenho isso de vez em quando.
— Um blecaute? — Frank pegou a mão de Hazel, o que a surpreendeu — É algum problema de saúde? Por que não reparei nisso antes?
— Eu tento esconder — admitiu. — Tenho tido sorte até agora, mas está piorando. Não é um problema de saúde... não exatamente. Nico diz que é um efeito colateral do meu passado, de onde ele me achou.
Percy e eu trocamos um olhar.
— Onde exatamente Nico achou você? — ele perguntou.
— Vou explicar — prometeu. ela começou a vasculhou a mochila — Tem... tem algo para beber?
— É. — Percy murmurou um palavrão em grego. — Que burrice. Deixei todos os meus suprimentos lá no barco.
Bati a mão na testa, também não havia lembrado de tirar os suprimentos do barco.
— Não tem problema. Posso andar... — Hazel disse, prestes a levantar.
— Nem pensar — interrompeu Frank. — Não até que você tenha comido e bebido algo. Vou buscar os suprimentos.
Troquei outro olhar com Percy, por nós dois aparentemente sermos os mais experiente em missões, a gente se entendia, de certa forma.
— Não, Maeve e eu vamos — Percy deu uma olhada na mão de Frank na de Hazel. E então observou o horizonte como se farejasse problemas, mas não havia nada ali, só o farol e o campo que se estendia terra adentro. — Fiquem aqui vocês dois. Já voltamos.
— Tem certeza? — perguntou Hazel debilmente. — Não quero que vocês…
— Está tudo bem — disse Percy. — Frank, fique de olhos abertos. Tem algo neste lugar... não sei.
— Vou mantê-la segura — prometeu Frank.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro