ੈ♡‧₊˚ ❛ chapter eight, memorys I ⌇🥀!;#
001 - A cada 7 capítulos, vou postar um de memórias da Maeve, que tal?
002 - Não esqueçam de comentar, isso me incentiva muito.
Maeve King
"Memórias I"
EU AINDA LEMBRAVA DA PRIMEIRA VEZ QUE havia visto Jason Grace, ele era um garoto baixinho, magro demais e que chegou ao acampamento com mais machucados que era capaz de contar.
Não havia absolutamente nada de especial nele.
No segundo em que toda a legião descobriu que ele era filho de Júpiter, foi como se Jason tivesse imediatamente virado algum tipo de deus menor. Todos o idolatravam e fariam qualquer coisa apenas para o agradar.
Era ridículo.
Jason virou o garotinho de ouro da Legião mesmo estando na Quinta Coorte, que até então era uma piada.
Ele era todo certinho, nunca quebrava uma regra e condenava todos aqueles que o fizessem. O garoto vivia em seu próprio mundo perfeitinho e não entendia porque nem todo mundo era tão talentoso como ele, onde o poder corria por suas veias.
— Olá, baixinha — papai comentou, após eu chegar depois de um longo dia de treinamento — Como foi o seu dia?
Julian King tinha quase dois metros de altura e parecia uma parede de músculos. Era filho de Marte e por isso, emanava uma aura de perigo que fazia todas as outras crianças saírem correndo.
Ninguém nunca teve coragem de mexer comigo e eu sabia o porquê.
— Eu odeio ele!
Meu pai suspirou desanimado e desligou a enorme TV da sala, então deu dois tapinhas no assento ao seu lado do sofá. Caminhei até ali e sentei, cruzando os braços enquanto pensava em todos os motivos pelos quais odiava Jason Grace.
— Se eu puder adivinhar, estamos falando do filho de Júpiter?
O encarei indignada.
— Jason perfeitinho Grace — concordei — ele é o maior idiota do acampamento, sério, como a legião pode idolatrar esse idiota? Ele nem é tudo isso!
Papai bagunçou meus cabelos e então olhou nos meus olhos.
— O que já falamos sobre seus ataques de raiva? Se você o odeia tanto, então não dê para ele o prazer de saber que te afeta.
— Mas...
Julian levantou e ficou na minha frente, se agachando para nossas alturas ficarem mais próximas.
— Sei que você não gosta do garoto por milhares de motivos, mas já imaginou a pressão que ele deve sentir por ser filho de Júpiter? Por não ter um pai ou mãe para correr como você tem?
Eu nunca havia considerado aquilo.
— Você acha... Que ele não gosta de receber toda a atenção?
Papai colocou uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha.
— Eu não sei se ele gosta ou não, mas é uma opção que devemos considerar — murmurou — Apesar de receber toda a atenção, ele parece ser sozinho. O convide para jantar um dia desses, tente o conhecer.
O encarei desconfiada.
— Mas...
— Às vezes, conhecemos pessoas incríveis, basta dar uma chance.
Ele se levantou e seguiu para a cozinha, era estranho ver um homem tão grande na cozinha, mas papai tinha um talento natural para fazer comida.
A porta do apartamento se abriu e eu imediatamente corri até a garota que surgiu. Elizabeth era meia irmã do meu pai, filha de Marte, a garota tinha quinze anos e estava sempre por perto.
— LIZZIE.
— E aí, baixinha?
Seus braços me envolveram e ela me abraçou apertado.
— Papai disse que eu deveria convidar o boboca do Jason perfeitinho Grace para jantar porque talvez ele não goste de receber toda a atenção — sussurrei rapidamente — O que eu faço?
Lizzie piscou, sendo pega desprevenida.
— Eu... O que eu acho?
— É.
Ela levou um momento para pensar e deu uma rápida olhada para papai.
— Uma ótima ideia! — Lizzie falou.
A garota me pegou no colo e me levou até a cozinha, me colocando sentada em cima da ilha que havia ali.
— Mesmo? — perguntei, desconfiada.
— Acho que não merecemos ser julgados com base no nosso parente divino... Também acho que já estão colocando peso e expectativas demais em cima do garoto.
— Vou convidar ele para jantar! Lizzie, vem comigo?
Novamente, ela piscou confusa.
— Agora?
— É, o papai vai fazer lasanha hoje, é perfeito.
Lizzie suspirou dramaticamente.
— Ok, vamos atrás do filho de Júpiter então.
Ela pegou a minha mão e juntas saímos do apartamento. Nova Roma era enorme e demorou bons minutos para chegarmos nos limites da cidade e podermos ir para onde ficava as Coortes, assim como eu, Jason era da Quinta, a maior piada do acampamento.
Jason estava em seu dormitório, sozinho, sentado em cima da cama enquanto olhava para a moeda de ouro em sua mão como se estivesse amaldiçoada. Seu olho esquerdo estava roxo, o que poderia ser minha culpa.
— Ei, loirinho.
Ele nos encarou, franzindo a testa.
— O que vocês querem?
Empurrei Lizzie para ir na frente e se tivesse sorte, fazer todo o trabalho por mim.
— Convidar você para jantar.
Jason estreitou os olhos, desconfiado. Então, seus olhos azuis elétricos focaram em mim, se olhares puderem matar, eu estaria morta agora.
— Como eu vou saber que não tem veneno na comida? Meu olho roxo é culpa dessa dai, sabia?
Lizzie revirou os olhos.
— Eu sei e por isso, Julian achou uma boa ideia um jantar para tentar fazer um acordo de paz entre vocês dois para evitar maiores problemas e futuras mortes — ela explicou — então, eu prometo não deixar Maeve fazer qualquer coisa que possa lhe ferir gravemente.
O garoto ficou um momento em silêncio, considerando a proposta e então pulou da cama, caminhando na nossa direção.
— Ok.
O caminho de volta para o apartamento foi extremamente desconfortável.
Quando chegaram, o cheiro de lasanha dominava o lugar e Julian King estava no meio da cozinha, cantarolando uma música de rock antiga e usando uma camiseta do Batman. Jason franziu a testa para a cena, como se não acreditasse no que estivesse vendo.
— Esse é o seu pai?
Não consegui evitar de sorrir.
— É!
Julian se virou para nós.
— Acho que ainda não fomos apresentados, sou Julian King, pai da baixinha ali — comentou, simpático — E você deve sere você deve ser Jason Grace, ouvi muito sobre você nas últimas semanas.
Senti meu rosto esquentar.
— É um prazer lhe conhecer — Jason murmurou.
Papai sorriu satisfeito.
— Espero que esteja com fome.
JASON ESTAVA DEITADO AO MEU LADO NA cama, ele havia ido para o meu quarto após ser acordado pelos meus gritos, devido a outro pesadelo.
Era estranho dividirmos a mesma cama, mas desde o final da guerra, ele estava passando mais tempo aqui do que no prédio onde os Pretores ficavam. Jason suspirou baixinho e se virou para mim, enquanto eu ainda tentava parar de tremer.
— Você parece uma merda.
— Obrigada por dizer o óbvio.
Ele revirou os olhos e sentou na cama, ficando ao meu lado. Nossos ombros estavam se encostando e o calor humano estava bom.
— Quer conversar sobre isso?
Passei a mão pelo rosto.
— Parece que toda a vez que fecho os olhos, estou de volta lá — admiti em um sussurro — Eu não quero voltar para lá.
Jason apoiou a mão no meu ombro.
— Você está aqui em Nova Roma, segura — murmurou — Eu estou aqui.
Por mais surpreendente que fosse, aquilo ajudou. Saber que ele estava ali, a distância de uma mão, era reconfortante.
Mesmo que a gente tivesse todos os nossos problemas, era bom saber que eu não estava sozinha. Que Jason não iria simplesmente desaparecer, ele estava ali e nunca iria embora.
Lentamente me aproximei dele, apoiando a cabeça em seu ombro e sentindo meu corpo, aos poucos, parar de tremer.
Ele passou o braço ao redor dos meus ombros.
— Eu estou aqui — repetiu.
Fechei os olhos, conseguia sentir a respiração quente de Jason contra o meu rosto e então, o que eu menos esperava aconteceu: seus lábios encostaram nos meus.
Eu nunca havia pensado em como seria beijar Jason Grace, mas era bom.
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