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Cap 19

[Spring]

- Mandy...- sussurrei depois de voltar à forma humana.

Ela parou de fungar daquela maneira agressiva, de  golpe. Parecia que a tinha assustado.

- Diz!- exclamou fria.

- Porquê estás a chorar?

- o que é que tens a haver  com isso.

- Mandy.... Porfavor. O que é que se passa? Tu sabes que podes confiar em mim!

- Spring. Eu não te posso contar. Não vais gostar nada de saber!

- Mandy.- incentivei-a a me contar- Desabafa aqui com o "Xoné"

Ela deu uma pequena risada. Ela adorava me chamar de Xoné... Quando namoravamos.
Era a nossa pequena alcunha.

Spring.... Eu não te posso contar.

Ela começou a correr em direção à escuridão. Estava em entrar em pânico, ela tem de voltar! Mas eu não a posso obrigar....

Antes de ela se distanciar de mim, agarrei-lhe no seu pulso.

- Mandy, antes de ires.... Diz-me uma  coisa... Como é que está o James?

Aquela pergunta fez-lhe chorar de novo.
Ela desenvesselhou-se do pulso e abraçou-me. O que era muito raro ela fazer isso. Ela é  aquele tipo de pessoas que são sérias e insensíveis. Mas desta vez ela estava muito sensível.

-O-o James.... Ele desapareceu.- ela murmura.

O meu coração parou por alguns segundos, e vei-o com toda a força.

- Não é possível! Mandy!- Separei-me dela- Como foste deixar isto acontecer!! Porra! O JAMES!

- Spring... Porfavor não grites comigo!

- Como é que tu queres que eu não grite contigo quando tu me dizes que o meu filho desapareceu!

Sim, eu tenho um filho. E pelos vistos ele desapareceu!

-Spring... Deixa-me explicar!- ela pediu-me já zangada!

- Diz... Antes que eu me vá embora.

- eu estava a tomar banho,  então eu deixei o James com o Taylor,  o meu namorado. Depois de eu o tomar,  eu vesti o meu pijama......quando ouvi um tiro e um choro de um bebé! Eu corri até à sala eles estavam. Eu vi o Taylor no chão, desacordado com- ela iria dizer o nome de alguém mas esitou- uma rapariga ao lado. O James estava no colo dela. Ela apontou-me a arma e foi se aproximando-se da porta. Eu comecei a transformar quando ela apontou a arma para a cabeça do James.....Spring eu não pude fazer nada.

Sem palavras. Eu não a podia culpar pois a culpa não é dela.

- Mandy....Se tu sabes quem é que fez essa merda,  diz!- ordenei entre os dentes.

- Spring, eu sei quem foi.

- Então DIZ!

- Foi-

Antes de ela terminar a frase,  alguma coisa desperta ainda mais atenção. Um brilho reluzente vindo das árvores....seguido de passos rápidos e leves.

E depois ouve se um grande barulho. 3 sons de um revólver soan.

Três tiros.

Ouço a Mandy a andar alguns passos para trás.
Olho para ela e vejo-a cair.

-NÃO!- amparo antes dela cair. Uma grande mancha vermelha escura aparece no seu abdómen.- Mandy!

Tiro o meu casaco e faço pressão no local manchado. Ela gemeu com as dores.

A sua cabeça estava encostada a minha barriga e era segura pelos meus braços. A sua mão agarrava a minha t-shirt com força,  para reprimir a dor.

- Spring- a sua voz suou fraca e rouca- promete-me que encontras o James. O nosso pequeno James.

- Sim... Eu prometo! Nós vamos encontrá-lo!

Ela fez um pequeno gesto com o sua mão até ao bolso do seu casaco. Tirou uma foto do James.- Este é o James. É cara chapada tua...- Ela disse.

- Mandy, aguenta!

- Tem as mesmas manias q-que as.... Tuas.- ela disse sem o brilho dos seus olhos verdes.

-Mandy... Porfavor! Não vás!

Ela começou a chorar pouco a pouco. Com o meu polegar, sequei as suas lágrimas.

- E-Ele é tão esperto quanto tu...e chatinho como eu!

O meu casaco já estava completamente enxarcado de sangue.

- Vamos,  Mandy! Eu não te vou deixar aqui!

Tentei a carregar no meu braços, mas ela resistia com as poucas forças que tinha.

- Spring,  não vale a pena.- ela passou as mãos pelo seu pescoço e retirou um fio de prata....uma herança de família dela.- Dá isto ao nosso filhote.....ele está sempre a brincar com ele.

- Eu entrego, quando eu o encontrar.

Ela fechou os olhos e suspirou. A hemorragia parou e eu percebi que ela tinha deixado a vida.

- MANDY! MANDY! NÃO!

Chorava abraçada ao corpo da pequena que à alguns anos foi minha.

Ela não morreu, não, não, não!!!

.   .   .

Passou alguns 3 minutos,  e eu ainda chorava. Sabres,  Brian e o Alex correram na minha direção.

-ALFA!- todos gritaram.

Senti um braços fortes a puxarem-me para trás,  numa tentativa de me descolar do corpo da Mandy. Mas o meu corpo debatia. Eu queria ficar pé da Mandy, pelo menos até tudo isto acabar.

- Spring, vamos!- Sabres obriga-me a ir.- tens de ir!

Ele conseguiu com que eu largasse o corpo.
Ambos caminhamos até à minha gruta.

Durante esse caminho, comecei a correr em direção a minha casa.
Estava na estrada quando avistei a minha Princesa. Não aguentei mais o nó que estava na minha garganta e chorei enquanto abraçava a barriga da Math, já que estava de joelhos.

- Spring, anda para casa.

Assenti com a cabeça.

Math preparava o meu leite com café enquanto eu tentava me acalmar mais um pouco.

- A Mysves e o Kira já estão deitados?

- Sim. Eu fiquei à tua espera. Depois senti que  algo estava errado e fui atrás de ti.

Ficamos algum tempo calados. Math entregou-me o leite e sentou-se ao meu lado. Puz a minha boca na palhinha e comecei a beber o líquido depositado na caneca.

Respirei fundo e contar um pouco da minha história à  Math.

- Math... Nos meus 15 anos,  eu conheci a Mandy. Tornamo-nos grandes amigos desde aí. Faziamos porcaria juntos. Foi uma adolescência que eu gostei de viver junto dela. Passou-se 3 anos e eu comecei a ter um grande afeto por ela,  mesmo sabendo que ela não era a minha companheira. Mas tornei-me alfa e tive de a expulsar da alcateia por motivos que não vou contar agora.
Passou algum tempo e eu encontrei-a de novo. Conseguimos voltar a ser amigos,  mas eu pedia em namoro, porque ainda gostava dela. No começo dos meus 19...eu engravidei-a....e logo depois de ela descobrir, ela acabou comigo. Dizia que era para me proteger. Só fiquei a saber sobre a gravidez quando o bebé nasceu.... Isto tudo à  um ano. Depois disso descobri que tu és a minha parceira.
E hoje à noite eu  encontrei-a ao pé das fronteiras....

Continuei a contar. Cheguei ao fim e automaticamente chorei. Math abraçou-me mais uma vez.

- Lamento muito, Spring!

- Math,  a culpa é minha! O meu dever era protegê-la!

- Tu não podias fazer nada! Tu não esperavas uma coisa dessas. A culpa não é tua. Ok?

- Sim- ela pousou a mão na minha bochecha e eu a acariciei-a. -  eu amo-te, Math.

- Eu também te amo,  Spring.

Puxei a foto do James para fora do bolso das minhas calças e pu-la em cima da mesa.

- Este é o James,  o meu pequenino.

- O teu filho?

- Sim...e estou disposto a fazer tudo para o encontrar.

- Ele é a tua cara, Spring.

[2 am]

A minha irmã dormia que nem um bebé.
Gostava estar na paz como ela.
Acendo a luz de presença e sento-me do seu lado.

Ela estava abraçada à sua almofada e reparei que também estava com uma t-shirts do pai. Ficavam-lhes grandes e largas, mas ela adorava estar assim.

Passei a mão pelo seu braço e beijei a sua bochecha.
Ela apertou mais a almofada e escondeu-se por entre os lençóis.

Uma pequena risada saio da minha boca e sai do quarto.

[Mys]

- A partir de agora,  ninguém sai de casa sem mim, ouviste Mysves?- Spring ordenou- nos sériamente.

- Sim- Eu, Kira e a Math dissemos.

- Espero que sim. Agora podem sair do meu escritório.- Spring ordenou,  sentando-se na sua grande cadeira.

Dirigia-me à porta quando o Spring me chamou.

- Tu ficas. Temos de conversar.

O meu corpo estremeceu ao ouvi-lo dizer isso.
Retirei a mão da maçaneta e aproximei-me do Spring.

- Mysves, agora  a sério, promete-me que não sais de casa sem mim. Por favor.

- Porquê?

- Só promete.

- Eu prometo, mano.

Fazia dois dias que a Mandy morreu... Sim ele contou-me. Mas não me disse como ela morreu, por minha segurança.

À dois dias que ele está fechado no escritório culpando-se pela morte ocorrida.

-Spring?

- Hm?- disse sem me olhar.

- Estás melhor?

- oh, ya. Eu estou bem. Não vês?

- Não... Eu vejo um rapaz que está morto de cansaço, que está mal consigo mesmo.- ele para o que estava a fazer e olha-me atentamente.-Que chora todos os dias e todas as noites.  Um rapaz que quer tirar toda a raiva de dentro de si, mas não pode. Eu vejo um rapaz que, em silêncio, pede descanso e ajuda

Spring levantou-se e pôs a mão nos meus ombros.- mana,  tu conheces-me tão bem.

- Agora põe um sorriso nessa cara- pus os dedos nas extremidades dos seus lábios e puxei-os para cima.- Que eu  gosto do meu irmão quando ele está feliz.
E sabes o que é que te fazia feliz?- tirei os dedos.

- o quê?- ele brinca.

- ires ao parque. Ao "Wolves". O parque que mandas-te construir perto da alcateia.

-Vou pensar nesse assunto.

- Não vais pensar!  Tu vais nem que eu te obrigue.

[Continua]

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