Globo de Neve
olha eu aqui de novo... bom, na época q eu escrevi essa história no SocialSpirit, eu fiquei um semana inteira pesquisando o universo ABO e sobre a condição das pessoas surdas, mas ainda era muito noob no assunto, então se encontrarem alguma coisa muito absurda aqui, por favor me avise...
Algumas vezes, logo ao despertar, fica claro que o universo não conspira a seu favor quando ele se da o trabalho de enviar sinais avisando para nem ousar se levantar da cama.
Naquela manhã em especial, um sinal fora enviado ao príncipe em forma de uma forte congestão nasal, indicando o começo de um possível resfriado, fazendo-o amaldiçoar-se internamente por ter ficado tanto tempo exposto ao frio no dia anterior. Com o nariz entupido ele era privado de mais um dos seus sentidos, justo aquele que julgava ser um dos mais uteis para aquele dia especifico. O olfato Louis não somente podia distinguir com facilidade se uma pessoa era Alpha, Beta ou Ômega, mas também podia sentir e reconhecer a aproximação de qualquer ser, mesmo que não estivesse olhando na direção dele. Assim, com essa habilidade, quase nunca era pego desprevenido por indivíduos chegando de mansinho ou adentrando cômodos sem aviso.
Irritado com a situação, Louis enviou uma mensagem aos servos para que levassem seu café da manhã acompanhado de antigripais, vitamina C e lenços de papel aos seus aposentos. Resolvendo, por pura birra, enfrentar aquela situação da forma mais radical possível, talvez, esperando que com essa atitude uma melhora milagrosa se apresentasse ao seu quadro e ele pudesse transitar livremente pelos corredores do palácio sem temer por surpresas desagradáveis. Porém, apesar de o Natal estar próximo, o pequeno milagre não lhe foi concedido.
O jovem ômega não só não se sentia melhor, como também havia alguns minutos que sua garganta começara a arranhar, causando um leve desconforto no príncipe. Em outras palavras, Louis estava frustrado. Odiava com todas as forças não ter controle sobre o seu corpo.
Suspirou irritado, admitindo finalmente sua derrota sobre o inconveniente resfriado e foi se arrumar para o longo dia que teria.
Estava terminando de abotoar sua camisa, quando vira pelo gigantesco espelho, uma luzinha piscar compassadamente em cima da sua mesa de cabeceira, indicando que alguém estava a porta. Por causa da surdez de Louis, todas as salas do palácio eram adaptadas com aquelas luzes, para melhor acessibilidade do príncipe.
- Entre – Louis pronunciou com seu sotaque mais carregado que o comum, vendo logo em seguida Niall adentrar os seus aposentos. O seu assistente beta irlandês era um dos poucos amigos que o Ômega sabia que podia confiar plenamente para qualquer situação... Niall era também um dos poucos que não tinha medo de ser sincero com o príncipe.
"Bom dia Louis, sua mãe pede que se junte a ela para tomar chá na Biblioteca Real" – o Loiro avisa gesticula habilmente sabendo da preferencia de seu príncipe pela linguagem dos sinais. Mesmo que seja muito bom com a leitura labial, as vezes fica complicado para Louis acompanhar uma conversa com a mesma eficiência que tinha com as Libras.
Esse seria também mais um dos motivos para ele não querer o palácio cheio de estranhos... Durante aquela semana ele teria que lidar com as pessoas se esquecendo que ele é surdo e começando a movimentar os lábios rápidos demais para acompanhar e sotaques estrangeiros que o confundem constantemente. No entanto, prometeu a si mesmo que aguentaria tudo de cabeça erguida um grande sorriso no rosto mascarando seu leve desprezo por todos aqueles convidados.
"Obrigado Niall, eu já estou a caminho..." – o Beta assente com a cabeça esperando o ômega terminar de prender as pinças do seus suspensórios à calça e de arrumar seu cabelo – "Quais são os meus compromissos de hoje?"
"Na verdade quando soube que o senhor estava indisposto, conversei com a rainha sobre lhe dar esse dia de descanso sem atividades reais... amanhã será um longo dia para sua Alteza, então quanto mais descansado estiver, melhor"
"Nem sei como te agradecer Niall!" – Louis abraça o beta com animação o suspendendo-o e rodando-o no ar. Com anos de treinamento, Louis adquiriu uma incrível força muscular, superando qualquer expectativa imposta pelo seu status de ômega.
"Quem sabe não me matando sufocado?" – Niall gesticula rindo após ser posto novamente ao chão. – "Louis, eu preciso ir agora, prometi a Carolina que a ajudaria com alguns preparativos para amanhã".
O Principe assentiu feliz com a cabeça observando o irlandês se retirar de seus aposentos, finalmente o dia havia lhe agraciado com uma boa notícia.
Se lembrou logo do pedido de sua mãe para o chá, calçou os sapatos, pegou um pequeno pacotinho de lenços para casos de emergência e saiu caminhando sem pressa pelos corredores do palácio.
Andava distraído, pensando em como iria lidar com pessoas estranhas cruzando consigo pelo palácio e o olhando estranho nos próximos dias... Quando viu uma bola redonda e transparente surgir rolando ao longe na "esquina" do corredor. Curioso, se aproximou para ver o que era aquele objeto estranho. Ao chegar mais perto, constatou ser um delicado globo de neve, em seu interior havia um um garotinho completamente agasalhado de joelhos com os braços abertos e cabeça erguida com a língua para fora, como se quisesse sentir o sabor dos pequenos floquinhos artificiais. Louis ficou encantado com aquela peça, apesar de simples, aquela representação tocara fundo seu coração.
Mas o que aquela linda obra de arte estava fazendo ali?
Foi quando estendeu o olhar para o corredor de onde o globo viera rolando que obtivera a resposta.
Havia uma caixa de tamanho médio feita de madeira tombada no chão rodeada por cacos de vidro e restos de possíveis outros ex-globos de neve sendo recolhidos desesperadamente com por um jovem rapaz de cabelos cacheados que não percebera a aproximação do Príncipe.
Infelizmente, por estarsendo privado do sentido do olfato, não podia identificar o status do indivíduo, mas não importava no momento, a aflição do rapaz catando os cacos de vidro era palpável.
Louis não resistiu, e tocou levemente o ombro do jovem moço para chamar a atenção dele para si. O Rapaz tencionou os músculos parando de respirar por um segundo devido ao susto tomado ao finalmente notar a presença de um segundo individuo na cena, mas logo se virou para encarar a pessoa que lhe chamara.
Agora fora a vez do ômega paralisar... o jovem moço a sua frente carregava sobre si uma beleza estonteante, rosto perfeitamente desenhado, lábios carnudos e incríveis olhos de um verde esmeralda intenso... mas carregava também uma expressão de tristeza e angustia.
- Você está bem? – Louis se esforçou para perguntar usando sua voz, coisa que raramente fazia, apenas em casos de extrema necessidade.
- Não... – o Rapaz disse cobrindo o rosto com as mãos e desabando no choro, seus ombros e peito tremiam, lagrimas gordas desciam por sua face, ele estava desolado. O coração de Louis se apertou instantaneamente, ele se agachou ficando na altura do moço de cabelos cacheados e lindos olhos. Louis retirou de seu bolso o pacotinho de lenços, estendeu suas pequenas mãos para retirar as do maior do rosto lhe entregando um lencinho.
- O que aconteceu...
- Harry – o rapaz completou fungando ao ver a feição questionadora do rapaz de olhos azuis.
- O que aconteceu Garry? – Louis perguntou... as vezes sua leitura labial não é muito eficaz...
- Harry... – o cacheado repetiu erguendo a sobrancelha...
- Berry?
- Har-ry – ele soletrou.
- Ok, entendi, então, o que aconteceu, Larry? – Louis perguntou se sentando ao lado dele num espaço sem cacos de vidro.
- Eu sou um desastre... – ele respondeu apanhando um lenço decidindo que não valia a pena insistir em consertar o rapaz desconhecido a sua frente, ele precisava desabafar com alguém... e ali estava uma pessoa disposta a ouvi-lo.
então? gostaram?
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