Os dois chegaram à casa de Sn e imediatamente ligaram o ar-condicionado na tentativa de se refrescarem do sol escaldante lá fora. Sn agora estava começando a se arrepender da escolha do jeans e da camisa larga parecida com a que ela usava no labirinto. Ela se deixou cair no sofá ao lado de Leo e aproveitou o ar fresco acima deles.

Ela havia se mudado pouco antes de conhecer Leo para seu pequeno apartamento de um quarto. Não era uma grande mansão, mas era tudo que ela precisava por enquanto. Ela morava sozinha, mas Leo sempre estava aqui para fazer companhia. Ela havia se mudado para muito longe de sua família, então não os via com muita frequência. Ela decidiu que precisava ir para longe, pois não estava nem perto da coruja que ainda se abrigava na árvore ao lado da casa. A coruja apenas a lembrava do labirinto e ela não precisava de mais lembranças.

"Por que está tão quente?" Sn choramingou quando o calor lá fora começou a tomar conta do ar frio.

"Talvez porque seja verão" Leo afirmou e cutucou-a de brincadeira nas costelas.

"De jeito nenhum! Quando isso aconteceu?" ela disse sarcasticamente.

Leo revirou os olhos, mas não pôde deixar de rir da namorada. Ele se levantou e foi até o painel que controlava o AC e começou a ligá-lo. O ar frio começou a soprar pela sala.

"Já chega, Leo" ela disse quando começou a ficar um pouco frio.

Mas Leo não os impediu. Ele deu a ela um pequeno sorriso e aumentou o volume, fazendo com que um vento fraco soprasse na primavera.

"Leo, pare! Você vai quebrar" ela gritou acima do barulho do AC.

Ele ignorou o comentário dela e continuou a aumentar o máximo que podia. Um vento forte soprava na sala. Sn nem percebeu o quão poderoso era o sistema. Os livros começaram a cair das prateleiras e os itens voaram da mesa.

"Suficiente!" Ela gritou com ele.

Sem que Leó tocasse no painel o vento parou e tudo cortou.

"Ótimo, agora você quebrou" ela gemeu para ele.

"Ah, vamos lá, foi engraçado!" Ele riu.

Sn não estava com humor para suas piadas e ele estava começando a pressioná-la. Ela se levantou e caminhou ao lado dele para inspecionar o painel que estava completamente quebrado. Após uma inspeção mais aprofundada, ela percebeu que toda a energia e eletricidade estavam cortadas.

"Bem, isso não é fantástico?" ela murmurou e com raiva começou a limpar a bagunça que o vento havia deixado para trás.

"Sinto muito, Sn. O que você quer que eu faça? Voltar no tempo?" Ele questionou com um tom irritado.

"Eu gostaria que você fosse um pouco menos infantil"

Sua boca abriu, mas fechou novamente percebendo que era melhor não brigar com ela num momento como este. Em vez disso, começou a recolher os livros que saíam das estantes. Ele leu os títulos dos livros de capa dura enquanto os pegava. Grandes Esperanças, Alice no País das Maravilhas e outros romances clássicos. No entanto, um livro chamou sua atenção. Um fino livro vermelho desvinculado de qualquer propriedade de Sn. Ele pegou o livro e o inspecionou.

“O Labirinto” ele leu em voz alta o título do livro.

A cabeça de Sn girou rapidamente quando ela o ouviu.

"Leo largue isso agora!" Sn exigiu.

"Por que é o seu diário ou algo assim?" ele sorriu.

“Não importa o que seja. Agora dê aqui!” Ela arrancou o livro da mão dele e olhou para ele.

O livro tinha o hábito de aparecer nos lugares mais estranhos. Quando ela se mudou, ela o deixou em sua antiga casa apenas para encontrá-lo duas semanas depois, deitado em sua nova cama. A última vez que ela verificou estava em uma gaveta trancada de seu quarto junto com outras coisas que a lembravam do labirinto. Agora apareceu no chão entre os outros livros.

"Acabei de arrumar." Ela disse sem tirar os olhos do livro.

Ela caminhou até seu quarto e colocou-o em uma das gavetas, esperando que ele ficasse lá enquanto ela pensava em um novo lugar para escondê-lo.