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Réquiem para um sonho

Por Lena

Mira, abaixa, solta o fôlego, descansa, trava, solta pente, recarrega, engatilha, destrava, puxa o ar, puxa ferrolho, aponta, mira, puxa gatilho.

Tac!

Fez aquela pistola descarregada nas mãos de Lena.

Mais uma sequência: solta o fôlego, descansa, trava, descarrega, recarrega, engatilha, destrava, puxa, mira, atira!

Tic!

Lena mirava a pistola para o vazio, pernas espaçadas com um pé ligeiramente mais à frente do outro, coluna ereta, braços estendidos frente ao corpo com a mira erguida na altura dos ferozes olhos vermelho sangue.

Tac! A cada sequência realizada com sucesso.

Tic! A cada vez que esvaziava a arma.

Tac! A cada um que pôs no chão, e a certeza de uma arma também vazia quando a hora chegasse, porém, vazia após ser descarregada no peito de todos em seu caminho; como fez nesses seis anos.

Digamos que o banho de sangue não era obra exclusiva de Pesadelo, haviam tantos outros igualmente, ou piores que o demônio da luz. A mente de Lena transbordou vermelho nas inúmeras vezes em que fora um desses, pior que o demônio; pois entremos num consenso, demônios estão fazendo o trampo deles, matando, comendo, farreando, curtindo com a nossa cara, esse é o trabalho deles, e nós? Se demônios não somos, por que fazemos questão de sermos ainda pior que um chifrudo?

A resposta é simples, e sinceramente é de endoidecer. Corrompida a simplicidade de um nome, jogada aos leões a verdade, o que resta é sobreviver, mas sobreviver não é viver.

Tic! Fez outra vez o ferrolho da pistola, e Lena não tinha mais saco para responder sobre a burrice humana, bem, mal, foda-se. Para uns se é herói; o herói de um lado é vilão para o outro lado, e o vilão sempre é o herói da sua própria história. E o que seria Lena nesse rolê, pouco importava.

Tac! Fez uma última vez a arma, essa arma que usou, e usaria para exterminar as ameaças à Supergirl, uma vez mais que fosse.

Arrependimentos? Um apenas, não ter tirado a vida de Amanda Waller.

Repetiu mais uma vez a sequência, e observou a Magnum Desert Eagle em suas mãos. Uma pistola metodicamente desenhada para um disparo potente de até 50 metros, a mais poderosa pistola do mundo, e um verdadeiro exagero cenográfico. Linda para as fotos, mas um estorvo pesado na hora do tiroteio; sem qualquer estabilidade e precisão num disparo defensivo. Até você conseguir firmar os pés, e mirar depois de correr para trás do balcão, já teria levado um beijinho de 38 mole mole, e se por algum milagre você conseguisse disparar, perderia a mira na sequência do coice, o que lhe jogava na seara do "aperta e reza minha filha", pois se errasse no primeiro tiro, dificilmente, haveria um segundo.

Terminando outra sequência de trava e destrava, Lena largou as costas no encosto da cadeira de alumínio, do improvisado laboratório dos comandantes no hangar. Deixou sua Eagle Trista sobre a mesa feita de caixas de metal, e tomou Leviathan a pistola Eagle da comandante Danvers, agora em sua posse.

A antiga dona daquela Eagle entendia muito bem das artimanhas e encenações necessárias para se contar uma boa história, afinal são elas que nos fazem sonhar acordados, e nos despertam dos pesadelos na vida. E toda história bem contada, precisa de artifícios bem disfarçados de baixo dos maiores escândalos nas linhas principais, contrabandeando a real intenção de cada vírgula e palavra.

Extravagantes, cromadas, brilhantes, chamativas e escandalosas, como um feixe de luz nas trevas dos uniformes Supercorp. Uma mera distração do real perigo, os portadores. Pois uma arma sozinha nada faz, mas uma arma e uma mão boba, é desastre anunciado.

Porém não seriam mãos bobas nestas armas hoje, seriam mãos firmes, e bem direcionadas, as dela, Lena Kieran Fucking Luthor.

Lena terminou de aprontar cada uma das pistolas, deixando Trista e Leviathan sobre a mesa metálica, alinhadas com as várias munições que levaria consigo, suas munições especiais. Se abrisse uma barraquinha numa feira, provavelmente seria chamada de bancada da bala, vendendo um único produto: morte.

Um estranho vazio se abateu dentro do peito de Lena, tal qual o imenso buraco atrás de si. Aquele interminável minuto antes do sinal da saída, o qual parece gostar de se arrastar por uma eternidade, e na mesma sentença julga sua atitude. Cruel pensamento do fim ao final, lhe condenando a para sempre arcar com o peso da decisão não mudada no último segundo.

Essa era a ansiedade batendo a porta da frente, enquanto a de trás era arrombada pela depressão. Uma faca de dois legumes, para os dois lados cortando o tomate e o pimentão, há quem goste. Há quem negue, e há quem aceite.

O vento assobiou do alto da montanha descendo pela infinda garganta, até o topo do hangar nas entranhas do forte Martelo de Guerra. Garganta vazia aberta por Pesadelo no massacre Rainer, e agora o vazio às costas de Lena sentada numa das cadeiras do improvisado laboratório.

Lena ergueu os olhos admirando o pequeno grupo de malucos ainda dispostos a com ela lutar, fosse o que fosse, com quem fosse, ou o lado que fosse. Os comandantes restantes: Sig, Arlet e Anri.

Cada um como Lena terminando os ajustes finais antes da partida tripulada por eles mesmos, enquanto os agentes dos fortes Bestial, Colossal e Mandíbula cuidavam de reparar a ponte de comando, e varrer os restos de quatro metros de Lena Luthor em metal tombado, precisariam de uma pá maior para juntar os restos da verdadeira Lena, mas não era esse caso no momento.

Dando continuidade às atividades do forte Martelo de Guerra, desabitado após o massacre da carnificina de Krugger, que não poupara ninguém, nem aqueles que se auto intitulavam servos do fim, e nem aqueles que não. Uma ponta amarga de perda beliscou sua língua ao lembrar-se de Alex, "quem vive de passado é museu" diria a ruiva com Leviathan entre os dentes pronta a esburacar tudo e todos no lugar de Lena.

A morena sorriu de leve ao besta pensamento, junto à pá e vassoura gigantes para ajuntar os cacos de si, diversão na hora errada, mas o que é a vida sem um toque de irreverência?

A morte.

"Não leve a vida tão a sério; você não vai sair vivo dela mesmo" Até o coringa tinha razão na terrível piada.

O que podemos resmungar de um mundo tão estranho quanto esse que nem nosso próprio coração entendemos?

- E lá eu vou saber o que cada um guardou nos armários numerados do vestiário? Já disse, esvaziem tudo, desinfetem e mandem os pertences para os achados e perdidos. É o procedimento. Eu lá sei pra que tinha um rancho ilegal de chinchilas no armario do Idore? - Berrava Arlet ao comunicador na orelha. - Eu não sei, pra ele tinha algum sentido as chinchilas, pra mim só é coisa de maluco. Não me importo, fiquem com as chinchilas, e separem uma pra mim. Vai se chamar Torresmo.

Arlet, o comandante do forte Colossal, o loiro da cabeleira de coco e altura de um coqueiro, de um lado para o outro com o tablet em mãos numa aborrecida caminhada, resolvendo as pendengas dos agentes remota e presencialmente. Realmente como o coitado ia saber das chinchilas, ou do circo de pulgas amestradas no armário ao lado, o que cada um leva no particular realmente é um mistério louco para quem vê de fora.

Um estalo de curto-circuito saltou do topo do jato ali perto.

Anri, a comandante do forte Mandíbula, sobre uma das asas do jato com uma perna de cada lado, os óculos embaçados de suor, e as mãos metidas num emaranhado de fios da turbina, reorganizando o sistema para o lançamento, que não seria dos melhores. Afinal haja nó e remendo, fita isolante, crepe e bandaids para sanar um sistema tão surrado, mal explorado e incompreendido, feito às pressas, e ainda sim forçado a funcionar.

Frente a mesa de Lena veio um pequeno clarão de maçarico de solda.

E Sig, comandante do forte Bestial, o dono do bigode mais loiro crescido em tempo recorde, na mesa frente à Luthor, soldando uma mangueira à mais no seu equipamento de combate. Afinal para uma bomba pulsante feita aquela, quanto mais escape melhor. Uma mochila tanque, com agora duas longas pistolas de disparo.

Cada um deles trabalhando em prol daquilo que sonhara, ou melhor, não podia mais sonhar, o sonho que vertido em pesadelo, era seu mundo, e cada passo nada mais era que um adiamento do inevitável.

Inevitável, era a bala no meio da testa de qualquer filho de égua, que se atrevesse a apontar verde para sua Kara. "Sua", não mais né, uma pontinha amarga trepou o fundo da língua, mas Lena engoliu o amargor que podia esperar, diante da morte anunciada pela Morpheus de Amanda, ou Decágono do governo, tal amargor teria de esperar até que não houvessem mais ameaças a Super, fossem da vilanesca Pesadelo, ou do grandioso e nobre heroísmo.

Pois fosse por Krugger, ou um senador puto, ou mesmo que não houvesse nem um ou outro, o pesadelo sempre estaria ali, dormindo ou acordada, o temor da impotência, e o medo da perda, como os algozes da paz, que solitária na noite, é engolida pelas sombras brilhantes de mais um dia.

A morena terminou de carregar sua espingarda 12 de cartuchos especiais de perfuração, nem o mais forte colete a prova de balas resistiria.

Destrava, carrega, mira: Tac!

- Mais uma sequência dessas, e é certeza que essa coisa vira um Transformer, e sai por ai atrás do Allspark, Lena! - Berrou Anri, do alto das asas do jato, arrancando uma gargalhada de Sig, que até então encontrava-se calado por trás da máscara de solda; e se a memória da Luthor não falhava, devia ela para o amigo enlutado do irmão gêmeo.

O quão duro era perder seu irmão, seu melhor amigo?

Lena podia dizer? Se fora ela que certa vez matara o próprio irmão; duas vezes.

Ou será que nessa, podia usar a experiência de perder uma grande amiga mais recentemente, a comandante do forte Martelo de Guerra, Alex. A ruiva que passou a achar graça da guarda compartilhada do forte entre elas, tal qual fora com Esme, que amava a titia Lena. E Lena sentiu uma pontada no ventre, e não de uma maneira prazerosa, pois a Danvers mais velha, sempre fez menção de ser chamada de titia Alex, para uma eventual prima de sua filha.

O bebê que...nunca teve...

A morena esfregou a barriga, e por alguns poucos segundos foi-se no pensamento da família que adoraria ter, que poderia ter tido, mas tratou logo de afastar essa lembrança distante e inexistente, e foi-se para algo que faltara no passado recente.

Indo até Sig, entregando a ele o broche de comandante do irmão.

- Eu não disse antes, pelo menos não apropriadamente, então; meus sentimentos. Sei que não tem como remediar nada, mas, guardei isso pra você. Você é o único que pode tê-lo além do seu irmão. - Disse Lena, deixando o broche prateado de comandante nas mãos do amigo.

- Achei que estivesse com Amanda; - Tentou dizer Sig, mais racional que da última vez. - Ela é a nova comandante do forte Ell, o conselho...

A Luthor o cortou.

- Um amigo me falou certa vez, não são aquele bando de velhos se fodendo aqui, nós é que estamos, então nós é que decidimos. Além do mais, Amanda não ia conseguir usar o broche do seu irmão, a assinatura não bate com ela. - Lena deu meia volta e foi-se para suas armas, ajustar os novos calibres novamente PELA NONAGÉSIMA VEZ.

E de costas escutou o pequeno soluçar de Sig, emocionado talvez. Seu irmão era o mais emotivo, mas desde a morte no atentado Rainer, o gêmeo remanescente adquirira vários dos trejeitos do falecido. Amostra da falta, do pesar, da dor de despedir-se de quem mais se ama.

Um ronco assustador saltou dos motores do jato, e Anri desceu da asa daquela coisa.

- Autobots, vamos rodar! - Anri imitou a voz do líder dos Autobots Optimus Prime, ao se aproximar de Sig. - Também quero presente, mas o meu pode ser dinheiro. - A mecânica deu um tapa nas costas do chorão de bigode.

- Ah, vai pra aquele lugar, vai. - Pediu Sig, escondendo as lágrimas, antes que mais piadinhas fossem feitas. - Você não tem um jato pra consertar? Tipo, esse ronco ai parece uma batedeira, a gente vai bater um bolo, ou pular na boca de um leão?

- A segunda opção, certeza. - Brincou Anri. - São os aceleradores de partículas no motor principal. Leva um tempo pras partículas de kryptonita encapsularem e acelerarem à 1238km por hora. - A loira de óculos sentou-se na mesa de Sig...por dois segundos.

E como um raio foi a Luthor furiosa voando sobre a garganta da comandante do forte Mandíbula.

- Você tá usando kryptonita, ficou loka?! - Rugiu a morena, forçando Anri pela gola para baixo, curvando a girafa de óculos, para encará-la no olho. Uma tempestade de fogo esverdeado revirava no estômago de Lena, indignada de tamanha traição por parte da comandante do Mandíbula. As dolorosas chamas eram esmeraldas, mas a fúria em seus olhos eram rubis cintilantes cor de sangue.

O sangue que derramara incontáveis vezes.

- Só kryptonita 008 é capaz de acelerar as células de energia além da velocidade do som. - Suplicou a loira de óculos, erguendo as mãos num sinal de não agressão, porém o olhar marinho sob os óculos, recusavam qualquer rendição. - E vamos precisar entrar na velocidade da luz pra fazer o estilingue da manobra e penetrar o escudo do Icarus.

Nem uma ou a outra iam arredar o pé, era um choque de gigantes da teimosia pura, da fúria vermelha, e a insanidade azul marinho. O azul de Kara? Uma agulhada veio em seu peito, e a contradição bateu a porta, até...

- VOCÊS QUEREM SE MATAR, FAÇAM ISSO LÁ FORA QUE ACABEI DE ARRUMAR A CASA!!! - Berrou Arlet, na outra ponta do laboratório de caixas. Ninguém riu da piada de mãezona, hora errada, lugar errado, mas a fala com tom de piada ruim serviu para desarmar o arranca rabo da Luthor, que carregada de vergonha alheia, afrouxou os dedos, e desistiu do assassinato da loira de óculos.

A piada tão ruim e fora de hora rendeu um tímido sorriso de canto em Lena. A palhaçada daquele seleto grupo de malucos que com ela combinou, e desde então, a família dos pesadelos, ou se preferirem, os donos do hospício. O todo sério até a virada da esquina, Arlet; a banana palhaça, Anri; e o protetor e meio manteiga, Sig. É... o jeitoso jeito de arrancar o marasmo interno que os imbecis têm, ou se preferirem, os amigos.

- Que pegada enh, Luthor; - Bufou Anri, tateando o próprio pescoço quase esganado. - Vai, não me mata agora que vamos ser os caras maus; agora é que a diversão começa. - Ajeitou o uniforme negro desalinhado pela puxada.

Com pesar Lena mirou as próprias mãos, sentindo a kryptonita vermelha que tomou junto de Kara bombeando nas veias. Estava mais forte, não tanto como um herói, mas o bastante para quebrar alguns pescoços sem problemas. Ótimo, teria a força necessária para proteger os seus, mas teria essa mesma força para guardá-los de si mesma? E sendo um sim, ou mesmo um não a resposta, que resposta havia para a última pergunta em sua mente:

Quem a salvaria, dela mesma? Pois o plano de salvar Kara, não incluía salvar a si.

- Mas também, tu me solta sobre kryptonita perto da Boss, - Apontou Sig para Lena. - Não fode Crash.

- Não fode você Bandicoot. - Respondeu Anri para Sig. Os nomes que ganharam numa noite do jogos, regada a muito Ps2, e alguns corações doloridos de Supers.

O comunicador pendurado na orelha de cada uma apitou recebendo a mensagem da capi...agora general Vega, do forte Mandíbula:

- Movimentação espacial. Canhão Icarus se deslocando na atmosfera. Pela velocidade, e calculando a rota, eles devem entrar em posição nuns vinte minutos.

- São mais uns quarenta minutos a partir do posicionamento, até aquecerem os reatores pro disparo. - Constatou Lena, muito bem lembrada da estrutura daquela geringonça do CADMUS.

- Ótimo, uma hora pra pegarmos o avião, já checaram suas passagens e cartão de embarque? - Disse Arlet, num claro sarcasmo.

Uma hora para decolarem, derrubarem aquela merda, e garantirem a sobrevivência da Super. O coração de Lena se apertou, sabia que não era muito tempo, e que isso só apressaria o fim, que estava disposta a pagar.

- Comandantes, aeronaves da agência Purple Wing se aproximando. - Avisou Vega da aproximação.

- Esses caras; - Apontou Sig. - Os caras de Londres, achei que tivessem falido.

- Contato; - Pediu Lena, mesmo sabendo ser inútil tentar falar.

- Sério, depois de jogar uma bomba na sede deles, você acha que eles vão querer conversar, Lena? - Indagou Anri.

- Vocês o que?! - Perguntou Sig, perdido no rolê sanguinolento da Luthor.

- Eu só segui ordens; - Anri ergueu as mãos, novamente rendida.

- Realmente não vão conversar conosco. - Arlet mostrou o tablet, com uma carinhosa mensagem da agência Purple Wing, a imagem de um dedo do meio.

- Eles estavam desenvolvendo pesquisas com Kryptonita, e eu não podia permitir isso, então tomei providências. - E por onde começar a contar as peripécias da comandante Luthor? Num mundo onde a última heroína era vulnerável à matéria prima do combustível "estudado" pela agência concorrente, sem qualquer pretensão de talvez ameaçar a Última, mas era um risco que Lena não aceitava correr. E na raiz da agência Supercorp, que por via de regra fez, faz e continuaria fazendo tudo para guardar a vida da Supergirl. Foram seis anos voando para cima e para baixo, caçando tudo e todos que pensassem em mexer com kryptonita; caçando, e exterminando.

- Agora tu sabe; - Disse Anri. - O porquê de eu nunca ter te contado da Darla. - Apontou para o jato.

- Tirando o fato de ser produto de furto, tu ainda batizou esse roubo? Caralho, Darla? - Ralhou Sig numa gargalhada.

- Mais respeito com uma dama, seu energúmeno! Ela tem sentimentos, sabia. - Respondeu Anri, colando a bochecha na lataria de Darla, e lhe fazendo carinhos.

E até seria um bom cartão de comédia, não fosse o forte sacudir numa explosão desprendendo pequenos fios de terra do teto, e Vega anunciar mais alguma ressentida Ex-agência, atrás duma talvez merecida vingança.

- Comandantes, jatos das agências Golden Bear, Flame Viper, e Dino Gun, e... - um súbito silêncio tomou a fala da general, algo de errado não estaria certo...como sempre.

- Vega, o que tá acontecendo ai? O que foi, conseguiu ingressos pro show da Taylor Swift, o que foi? - Questionou Anri.

- Comandantes, - Chamou Arlet com voz de enterro. O comandante do Colossal digitou no tablet e uma imensa tela holográfica azul se materializou sobre o vazio ao fundo do hangar, mostrando o planeta Terra. Comandantes e agentes pararam o que faziam estarrecidos ao verem no holograma todos os países e nações sobreviventes, lançando ataques e mísseis de todas as partes, contra todos os países e nações sobreviventes.

Um segundo estrondo sacudiu o forte, com um abafado som de disparos ao longe.

O forte martelo de Guerra estava sob ataque, não só, o mundo todo estava sob ataque, de si mesmo.

- Supercorp, todos os pilotos apostos!!! - Rugiu Lena no comunicador, e no mesmo instante todos os agentes se colocaram em movimento. A morena rumou ao elevador para comandar o contra ataque de sua agência. Porém o comandante Arlet do Colossal a segurou pelo braço, antes que se afastasse da equipe. - Não temos tempo! Temos que nos defender!

- Eu sei, e nós vamos. - Disse Arlet na maior calma. - Eu vou comandar a defesa. Conheço as capacidades de todos os fortes e você está em missão oficial da Supercorp, comandante Luthor, Boss. Você vai ser muito mais útil que eu lá em cima.

Não havia o que mais dizer, Arlet tinha razão, ele tinha de ficar, e ela tinha de ir.

- Vai ser um belo lançamento. - Disse Anri, erguendo as mãos pela terceira vez.

- Não fode Crash. - Ralhou Sig.

- Não fode você Badicoot. - Respondeu Anri ao bigodudo.

***

Sacudindo a poeira, armando as defesas, os agentes Supercorp corriam para lá e para cá, batendo as solas dos coturnos negros no piso de metal, bradavam suas ordens, obedecendo aos comandos superiores de seus comandantes. Plugando cabos de energia nos jatos descarregados, completando os tanques de combustível dos modelos mais antigos. Armando o restante de sua humanidade para a guerra.

A grande guerra dos pesadelos se encaminhado para seu fim...só se for fim da humanidade.

O forte sacudia a cada nova explosão da tentativa de invasão inimiga, desprendendo os fios de terra por entre as chapas metálicas no teto. Barricadas de caixas e sacos de areia foram erguidas nos corredores de acesso do hangar, usariam do imenso buraco frente às entradas, para derrubar os inimigos. E falando em derrubar, até o sistema de ventilação seria usado, ligado ao máximo, derrubariam qualquer aeronave que entrasse, feito pernilongo num ventilador.

No outro lado do imenso buraco do pesadelo, os pilotos restantes verificavam os controles dos jatos. Preparavam-se para a guerra, correndo para a morte como os nórdicos acreditavam ser a vontade divina, o desejo de morrer em batalha como bravos.

Bravos, ou loucos?

Sacrifícios entregues a deuses alcoólatras e vingativos de que bem diziam, mas estariam eles bem dizendo da que os enviava para a derradeira morte? O pensamento assombrou Lena.

Tantas vidas; e para que?

Pelo que estariam lutando?

Num egoísta desejo de um líder morrem dezenas, centenas, milhares de anônimos, que jamais teriam suas histórias contadas, os figurantes que para contar a história, apagam as suas próprias, suas famílias, amigos, caminhos reduzidos a um segundo de tela, e ninguém lembra deles, isso é a guerra, um grande esquecimento da vida.

Uma enorme tela holográfica pairava ao fundo do hangar, exibindo todos os inúmeros lançamentos, ataques, e batalhas travadas por toda a Terra.

Contra a agência Supercorp?

Quem dera.

Vejamos assim: se nem o pesadelo zumbi de The Walking Dead e Resident Evil conseguiram chegar em todos os seres humanos na Terra, não é um bando de agências dos sonhos que ia conseguir. O movimento da Morpheus com o canhão Icarus tirara tudo quanto é maluco pensante de sua toca, aloucando todos com a possível ameaça dum tiro de canhão gigante sobre suas cabeças. Literalmente tudo o que houvesse de ser humano desocupado nesse planeta, achou ser um bom dia para defender-se atacando primeiro os rivais, ou com quem tivessem alguma picuinha, Mean Girls para que?

Disparos de naves inimigas tentavam arrombar os portões do hangar, por sorte a camuflagem holográfica os confundia. Tecnologia a esconder e bagunçar os detectores deles, mas era questão de tempo, até descobrirem o buraco feito por Krugger durante da Chuva Umbral. Um ponto de entrada para os inimigos, e o caminho de saída para a Supercorp hoje.

- Bora gente! - Gritou Anri na rampa de Darla, chamando os malucos da missão, Sig foi o primeiro a embarcar carregando aquela mochila tanque.

Lena carregou o último pente de balas especiais no colete negro, e pendurou a escopeta 12 às costas. Trocando mais algumas instruções com Arlet o comandante do Colossal, ambos foram até o inicio da rampa, mas somente a morena seguiria, pois alguém tinha de ficar, ao menos um dos lideres, para defender até então, seu direito de existir nesse mundo de pesadelo.

- Pluga no computador central. - Disse Lena entregando um pendrive prateado nas mãos de Arlet. - Um pouco de desespero pra ajudar, mas só um pouco.

- Saído da masmorra. - Riu-se Arlet fitando o pendrive, digamos que o comandante do maior servidor da agência, volta e meia sabia o que era Desespero. Ele riu mais um pouco e entregou o pendrive à chinchila recém adotada em seu ombro esquerdo, Torresmo. O peludinho rechonchudo segurou entre as patinhas, e mexeu os bigodes.

Lena riu de canto do camundongo quase vitima dos dentes de Kara, e caminhou para dentro do jato, deixando o amigo da cabeleira de coco para trás, e no meio da subida a rampa começara a se erguer, dando a Luthor a ultima visão de sua vontade, a Supercorp.

O tempo estava correndo.

Seria uma desgraça de lançamento, em meio a uma guerra.

O fim da grande guerra do pesadelo, ou o início da verdadeira guerra do pesadelo?

***

Da autora: Tic! Tac! Tic! Tac! O fim chegando, a contagem regressiva, para o fim, ou para o início? Me contem, para onde essa contagem vai que eu mesma não sei, pois ambas as definições estão certas para o Pesadelo, cada vez mais forte e mais terrível na sentença de cada um.

Tic! Tac! Tic! Tac! Poderá a Supercorp fazer algo? Tic! Tac! Tic! Tac!

Tic! Tac! Tic! Tac! Pode algo ser feito, quando  os olhos do algoz nos encaram do espelho? Tic! Tac! Tic! Tac!

AAAUUUUUHHH!!! Até o próximo Within...e vai sobrar algo para ter cap?

Tic! Tac! Tic! Tac!

Tic! Tac! Tic! Tac!

Tic! Tac! Tic! Tac!

Tic! Tac! Tic! Tac!

O réquiem nas engrenagens do relógio, Tic! Tac! Tic! Tac! a canção final do sonho, a última nota do pesadelo Tic! Tac! Tic! Tac!...Tic!.......Tac!.....

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