Paraíso sombrio - parte 3
Por Lena
Kara. Ecoava sua mente tão perdidamente distante, tão desesperadamente agarrada a uma ideia, a uma lembrança o qual a carregou para longe de si, sempre, sempre capaz de levá-la ao delírio, sempre capaz de desgarrá-la da mácula de seu nome, da sombra de Lena Luthor, e somente ser dela, somente Lena.
E mesmo sob todas as imperfeições que era, ainda sim, mesmo o nome Lena desaparecia como o vapor das nuvens frente ao implacável sol amarelo. Reduzindo sua definição, como as nuvens tempestuosas, que se bem pensadas, não passam de nuvens. E Lena naquele instante era como as mesmas a pairar nos céus, flutuando naqueles braços. Nem Luthor, nem Lena, só uma mulher.
Apaixonada.
Que saudade. Pensou, memorizando o conhecido cheiro, e ainda sim se embriagando dele, como se ele fosse desaparecer, e jamais pudesse tê-lo outra vez. Que horror tal pensamento provocava, não poder tê-la.
Por favor, jamais diga tal horror novamente a mim. Eu sei que não deveríamos, sei que não podemos cruzar nossos corações outra vez, mas nossos corpos tudo bem, nossos corpos que sempre querem o que querem, falando conosco e implorando, obrigando tudo em nós a ultrapassar a linha, quebrar as promessas, e ainda que juremos jamais repetir o erro; bom, melhor que ninguém, você sabe como temos nos digladiado com eles nesse anos, como cada arfar seu se marca em mim, e como cada beijo seu me queima no inferno, meu inferno particular, reinado por um anjo, nomeado de ultimo, mas para mim, carbonizando esses títulos malditos, e chegando ao coração, para mim, sempre:
- Kara, - Sussurrou no pescoço dela, enquanto era carregada pela loira no meio do corredor para dentro de um quarto.
A super inclinou-se sobre a cama rangendo as molas. E quem disse que a Luhtor queria uma cama numa hora dessas? Gostoso era aquele corpo no seu, o pescoço que podia morder, a cintura forte que adorava abraçar com as pernas, só queria desaparecer nele, ser parte dele, compartilhar suas dores, dividir o peso que suportava.
- Pode deitar, - Disse a super, amorosa com doce voz. - Meu filhotinho de coala, - Riu, com a morena atada ao peito, sem qualquer menção de soltá-la. - Aqui, deita.
A loira apoiou-se sobre os joelhos com os braços esticados, com o filhotinho de coala pendurado, não demorando a ceder deitar-se sobre ela, sem desfazer o abraço.
Essa era outra das coisas que amava, senti-la sobre si, suas curvas mais rígidas sem diminuir o encaixe perfeitos delas. As respirações se alternando, se unindo, os pequenos movimentos das pernas, das mãos a manejando para melhor acomodá-las.
Lena aproveitava cada segundo, memorizando o cheiro dos cabelos, a textura da pele úmida, a sensação da pressão dos seios desnudos sobre os seus na camisa, os tornozelos cruzados descansando sobre o quadril da outra. Tudo, tudo que pudesse memorizar novamente, tudo que sempre fora uma descoberta, pois jamais se cansava dela, que sempre a fazia conhecer mais do que jamais sonhara. Afagou-lhe os cabelos gelados, achando certa graça do estado em que a encontrara, afinal, fora amiserada da mesma forma assim que aquela porta trancada travou.
Respirando juntas, entreolharam-se dentro daquele microcosmo pertencente às duas, mirou os olhos tão azuis da loira, e acarinhou-lhe a bochecha. De pronto a super inclinou o rosto no carinho, amolecendo o corpo sobre ela.
Droga, não faça isso, não faça eu me apaixonar por você mais do que já sou. Pensava, com o calor de Kara permeando a palma da mão. Não faça eu me perder ainda mais, do que já sou perdida por você. Rogava inutilmente, travando as pernas, umas vez que seu anjo tentou desvencilhar-se.
- Não, - Pediu, e a super apenas a mirou por alguns segundos, antes esgueirar a mão entre elas, e desatar o pequeno laço da calça escura.
Por Rao, não.
Não isso.
O calor só fez aumentar, quando sem aviso Supergirl invadiu seu sexo melado, gemendo junto com o repentino e fácil contato.
- Você... Você só fica assim depois gozar pelo menos uma vez, Lena. - Constatava a cada segundo que passava dentro dela. - Gozou?
- O que você esperava? Depois de tentar entrar no chuveiro comigo... - Resmungou com enorme dificuldade, pois os dedos de Kara mantinham a posição.
- Eu não ia entrar! - Sibilou a loira, logo antes de perceber o quão sem sentido e contraditório aos fatos era a afirmação, pois se não ia entrar, por que tentou abrir?
- Não é exatamente fácil pensar em outra coisa, com seu corpo te lembrando de como cada metro quadrado serve pra...fazer algumas coisas.
- Lena, não fala disso.
- E o que você quer que eu faça então? Deite e olhe pro teto, sendo que até nele a gente transou! - E nem Lena podia negar, que o próprio teto e lembrara da super.
- Não lembra disso!
- Como não?! - A morena ergueu o tronco, cara a cara com a loira, porém era difícil articular algo mais duro com sua carne macia junto à super, literalmente. - Eu queria tanto, tanto; mas é assim, exatamente assim. Por mais que eu tente, te tirar. Você vive dentro de mim, e não importa o quanto, ou quantas eu tente, você atormenta meu coração feito o fantasma dos natais passados. - Lena sentiu tanto o peito como o sexo latejar em uníssono. Colou a testa na de Kara, e por um segundo baixou a guarda de sua racionalidade. - Você não tem ideia do quanto eu tento, do quanto eu luto pra não ser novamente o peso que eu fui nas suas costas, mais um pra você carregar Supergirl, mais um pra juntar ao peso desse mundo. Mas tem horas que nem eu aguento mais, que tudo o que eu quero é te deixar dentro de mim, e me soltar em você. Nem que seja por umas horas, só pra sentir de novo, o que você me mostrou, Kara.
Sem permissão, algumas lágrimas se foram. Como era o inferno estar apaixonada, mas era pior ainda, tentar não estar.
Essa mesma paixão que as cortou, e junto seu coração estilhaçado por essa mulher. Não super, nem alienígena, não; a mulher que lhe quebrou o coração, não passava de uma simples jornalista iniciante, que entrou em seu escritório naquela manhã, acompanhada do primo. Só uma simples mulher, que foi capaz de abrir-lhe as portas do inferno, mas também as do paraíso.
Kara Danvers.
Deus do céu, Kara Danvers. Por que você e só você foi existir? Por que você foi respirar o mesmo ar que eu? Por que tinha de ser você? A única coisa que não consegui tirar de mim? Por que você continuou a me assombrar a cada noite, dia e segundo que existia? Passou pela cabeça enquanto arfava nos lábios da loira.
Mas que grande cena horrorosa de puro mal gosto, se a pouco era ela quem fez da outra o que quis.
Lena, ou foi a super quem uniu seus lábios? Certas vezes nem ela sabia quem começava o que, como o suor delas enquanto se amavam, e já não podiam mais dizer de quem era o que...só...delas. Os beijos cheios de carinho, as mãos suaves e mornas.
Amava isso.
Tudo isso.
Suave, e intenso.
Suas línguas dançaram, roçando uma na outra, sem que os lábios de encontrassem. Os olho semicerrados, dando a entender o quanto gostava daquilo, o quanto ardia de saudades.
Um estrondo saltou de fora, e a luz do corredor piscou. O olhar das duas voou à janela. Supergirl a envolveu no braço livre, e Lena agarrou seu pescoço. Ambas tensas, e prontas para a violência, agarradas daquele jeito...dentro.
- OH MERDA! - A voz de Sig no jato, mais um estrondo, e morreram todas as luzes na casa. - PORRA DE JATO!!! - Um riso escapuliu delas nas sombras.
Numa noite comum a escuridão se faz, mas desde o incidente lunar, algumas eram um completo breu, e essa era uma dessas noites, onde a pouca claridade existente era de geradores mecânicos, postos onde se faziam necessários. Em Midvile, só a residencia Danvers, pois não haviam mais habitantes, que carecessem de energia. Dentro daquele breu o máximo que enxergava era o que estivesse sobre sua pele, mas mesmo que não pudesse ver os olhos dela, sabia que os mesmos estavam nos seus.
E na escuridão desconhecida que era e sempre foi todo o sentimento, a comandante fechou os olhos adormecendo, permitindo então que Lena tivesse o que seu coração implorava, e a carne pedia. Beijou-a, descendo as mãos sobre os seios, e como um espelho, a super imitava-a com a mão livre. Na mitologia, Urano e Gaia se amavam intensamente. Seu céu, e ela sua terra, amando-se, fazendo amor como as duas entidades, que eram coladas antes de tudo, e separadas na tragédia grega em meio a muita dor. Grande era a semelhança, pois a separação delas doeu, também as cortou, também destruiu e feriu, porém lá céu e terra não mais se amavam, ao contrário delas, que não sabiam mais o que fazer além de serem a fanfic da vida, onde tudo era possível, e nos poucos minutos que tivessem, se amariam, antes de voltar os olhos para fora das bordas do aparelho fantástico.
De volta à esse mundo, o qual fugia dela. E ainda que quisesse, jamais conseguiu, ou conseguiria se livrar dela marcada em sua alma, que clamava, e clamava mais, por esse maldito amor enterrado e cravado em seus ossos, até sua ultima gota de sangue..
À ela pertencia.
Amava lhe pertencer, estar sob ela, como se fosse seu céu, e sempre o fora, desde o dia que essa criatura pisou naquela sala de escritório, seus planos em se fechar para todos, estavam condenados. Sendo essa a palavra campeã em descrever seu estado: Condenada.
Pois também tentara esquecer uma mulher. Uma que também atraiçoara a confiança, quebrara seu coração, e ainda sim, jamais fora capaz de arrancá-la de si.
Por quê?
Por quê?
Por quê?
Rodopiou a mente, enquanto sua língua dançava com a outra, se perdendo no céu daquela boca.
Lena se contorceu e tremeu na leve estocada.
- Inchada e sensível, - Disse a loira ao sentir sua carne. Sem que pudessem enxergar, trocaram olhares, que só o mais intimo da alma é capaz de capitar. O mais profundo do coração, capaz de sentir. E imitando uma a outra beijaram-se, calma e mornamente.
A loira arrancou suas calças e calcinha num único puxão. Gemendo ao senti-la lá embaixo.
- Não sou a única aqui que já gozou. E não vou ser a única a gozar de novo, Kara. - Por mais erótica, e safada que pudesse soar, não era o que permeava o ar entre elas, não só. Não eram duas crianças, por mais que as vezes agissem como; não eram duas adolescentes, por mais que se enciumassem de igual maneira. Eram duas mulheres apaixonadas, e nada, nem sonho, ou pesadelo, mudara isso. Num beijo intimo, elas foram se alinhando. Lena ergueu-se, com os joelhos colados nos da super. Frente a frente, findando e começando outro beijo.
Colaram as testas, e sem desviar das sombras, entraram uma na outra. A kryptoniana arfou, a Luthor gemeu. Ambas dentro do mesmo sensível estado, dançando juntas a musica que só elas conheciam na outra. Não precisavam de mais urgência, com a carne sensível e avolumada, bastava se conhecerem mais a fundo.
Lena estocava da pontinha até encostar a palma, o mesmo se repetia nela. O som molhado saltando entre os arfares de suplica e prazer.
Indo e vindo.
Escorregando fácil, num espaço tão apertado. Como seus corações, apertados, esmagados de negações, e seu amor escorregadio, se esgueirando fácil por cada brecha escura, por cada deslize e fraqueza permitida.
- Kara... - Gemeu.
- Lena... - Suspirou a loira, em sua boca, sem que tocassem os lábios.
Até o fundo, chamando sua carne interna, com a palma massageando a carne ereta do lado de fora. Suspiraram seus nomes, sussurrando como um segredo bem guardado.
Mais, só mais, até que o prazer tomasse outro nome, e nelas desabasse ao mesmo tempo. Caíram lado a lado na cama, se demorando um pouco mais a abandonarem o interior da outra, mas quando o fizeram mergulharam os dedos na boca. Lena sentia o gosto da outra, e sabia pelo som, que era sentida na língua da loira. Então juntaram os sabores em outro beijo, o mais delicioso e terrível beijo, o de amor, e adeus.
***
Em meio a sombria madrugada Lena despertou, acordada pelos resmungos da loira. Um pesadelo. Sabia pela tensão, pelos olhos fechados com força, e os murmúrios quase de choro. Respirou fundo, e soltou-se um pouco, o bastante para estender o braço ao teto. Respirou fundo, e o ar turvou entorno do pulso, seus olhos lampejaram algo claro. Voltou a ponta dos dedos sobre os lábios, dando um beijo, e os levando aos lábios de Kara, o qual suspirou com ela, relaxando os músculos, e os olhos tão apertados.
Respirando num sono tranquilo, a Luthor se deu por satisfeita, sorrindo ao entregar cinco beijos na testa da loira, abraçando o corpo de seu amor, adormecido.
A amava, e jamais conseguiu fugir disso.
Não queria fugir.
***
Por Krugger
Tic-Tac
Tic-Tac
Tic-Tac
Tic-Tac
Tic-Tac
Soavam os relógios, um que era dois, dois que eram vinte, e vinte que tornavam à dois mil e um, num rumorejar insuportável. Uma bagunça de tempo, e tempo era o que se ia em tudo, em ordem, em caos, pouco a ele importava, somente seguindo seu rumo, sem eira nem beira, que o delimitasse.
Tic-Tac
Tic-Tac
Tic-Tac
Por todos os cômodos do apartamento, louco e descontrolado o som de ensurdecer. Mas assim que pesadelo saiu do banho, e pisou na sala, todos os ponteiros pararam. Sendo que não mais de dois se penduravam pelas paredes da sala do apartamento de Kara Danvers.
As paredes cinzentas, e os móveis cingidos da mesma tonalidade aluarada vinda das janelas. Mórbido lugar, um dia tão cheio de vida, porém não mais, não depois que ela pisou aqui a seis anos. O monstro que tudo tomou, e levou a vida deste lugar.
Krugger com o cabelo um tanto mais longo sob a toalha, o olhar triste, aborrecido. Mirou a marca vermelha sobre a cama, e mesmo cansada, não se direcionou a ela. Mirou o resto de lua brilhante pendurado no céu, e foi para fora do apartamento pulando a janela, pousando entre os túmulos das quatro Karas, e deitou entre eles.
- Eu matei todos, não sobrou um. - Disse mirando o céu, que em seus olhos, era claro como as estrelas.
***
Da autora:
E como fomos hj lindas?
Me contem, porque eu fico que não me aguento com essa história de sangue, sexo e...olha o copyright! kkkkkk Logo tem mais. E antes que eu me vá senhoritas, eu tenho uma recomendação para vocês que curtem Within. Ela entrou aki de cabeça, e anda chutando o pau da barraca com Supercorp. Lhes apresento @DeniseLuthor autora de Save Me(SUPERCORP):É um pássaro? É um avião?Não, é sangue jorrando, meu irmão. Garanto que não vão se arrepender na história dela. Tem porrada, tem aquele drama que a gente ama, tem aquela tensão, tem SUPERCORP. Vem sentir a passagem do tempo nos personagens, seus traumas, e desilusões, e seus mais profundos segredos no passado o qual carregam no peito. Sob as estrelas vocês vão se encontrar com uma Kara quebrada e uma Lena sem sua razão, que assim como eu me apaixonei, vocês também vão. Vem para as estrelas também, Save Me (SUPERCORP):https://www.wattpad.com/story/295261314-save-me-supercorp-kara-e-lena-g-p
E sigam ela por lá também, história Supercorp dela é o que não falta mores.
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