Chuva Umbral - parte 1
Por Alex
Alex caminhava com dificuldade, acompanhada de quatro soldados, que mais pareciam armários. A ruiva ofegava, expulsando o teimoso ar a ficar preso. Porém seu peito não respondia muito bem, não depois da sessão de tortura. O ombro esquerdo pesava, com o braço latejando do buraco aberto quase até o pulso, e as apertadas algemas faziam o favor de dobrar a dor.
Passos firmes dos soldados e suas armas, respiração pesada dos outros de guarda a cada virada de corredor. Nem aparentavam ter assassinado os próprios companheiros. Se quer tinham um arranhão ou sangue espirrado no rosto. Era aonde poderia localizar algum vestígio de combate, já que os trajes da Supercorp, por padrão, eram escuros, e camuflavam bem qualquer bordo.
Uma forma de diferenciar amigos de inimigo, cujo traje pálido, jamais escondera o sangue que derramava. Que ironia mais ridícula, preto e branco para diferenciar mocinhos de bandidos. Bem e mal, vida e morte, e ainda sim, os mesmos homens a isso definir, desprezando a própria palavra, traíram-na. Traíram a humanidade inteira, escolhendo aliar-se ao inimigo, o único inimigo, o pesadelo. Numa crença maldita, chamada Rainers, que acreditavam mesmo que a chuva de heróis, havia sido um sinal do deus ou deusa do fim, e não o que realmente era, uma tragédia, um massacre como o que fizeram no forte Martelo de Guerra.
Adiante frente ao elevador o comandante Galiard a esperava.
- Comandante Danvers, que cara horrível, o que houve? - Tentou o loiro fazer graça, mas humor não era o forte do moleque, que se quer articulava uma frase livre de mal gosto.
- Nada, só umas ratazanas que entraram no forte, e estão dando trabalho. - Sorriu a comandante. Foi quando Alex reparou na pistola do cinto dele. Com uma carinha feliz no cabo. A arma de Idore, um dos colegas de Jena.
Droga! Hora errada para lembrar dela, mas desde a invasão, quando começou o massacre, Alex havia sido capturada com sedativos, e levada as pressas para a mesa de cirurgia. Com esses burros escancarando seu braço, então, até onde sabia, ninguém tinha sobrevivido.
Ninguém.
Essa palavra não era das mais amigáveis ao peito dela, uma vez que, era a mais utilizada para se referir as tragédias do pesadelo. Embora não fosse responsabilidade da mesma quando...perdera tudo.
Alex fechou os olhos, com o cheiro de suor daqueles homens a espremendo dentro do elevador. Uma sombra pairou atrás dela, uma que havia enterrado a meio ano atrás. Sendo ela mesma a enterrá-la, ou a sombra a sepultá-la, caso não o fizesse sozinha. Lá escolheu viver, escolheu o que sabia que tanto sua filha, e esposa desejariam a ela. Viver e sorrir.
Tornou os olhos à arma do colega, e assim que a porta do elevador abriu-se; entraram mais três armários. Todos gabando-se da quantidade de mortes, sacudindo itens familiares a ela. O pingente de cisne da Gaila, a moça dos cálculos. A caneca da L-Corp com borda doura de Lena. A pulseira lilas de Otto. Aprochegou-se novamente aquela amante tão voluptuosa em seus pensamentos, mas a comandante se manteve firme, em mantê-la muda.
Até eles saírem no andar dos alojamentos, quando viu corredores pintados de vermelho. Corpos de amigos, colegas, companheiros de guerra. Nem tiveram chance de se defender, cinco contra um. Cinco fortes contra um único. Via soldados sombrios agachados perto dos corpos, deles tomando o que de valor tivessem.
Aonde havia ido parar a humanidade no final das contas?
De certa forma ali estava, na sua mais pura forma, humanos sendo humanos.
A expressão de Alex enegreceu, como a de quatro anos atrás, quando a Sentinela, tornara-se sua única identidade. Se pegasse a arma de Idore, poderia levar uns cinco com ela.
Não.
Pairou uma jovem voz em sua mente. Não faria diferença uma atitude burra dessas, e eles eram os burros da história, não ela. Por hora tinha de se manter viva, por hora tinha de ser esperta, esperar pelo momento certo.
- Diz ai? Vocês são tão medrosos assim, que mesmo um arremedo de gente feito eu, vocês tem de algemar? Fala sério, para onde infernos eu iria, quando tantos valentões como vocês estão por toda parte. Macho, macho man, - Cantarolou. E Galiard virou-se para ela um tanto incomodado da brincadeira. Olhou-a nos olhos, tateou as algemas, e as apertou ainda mais, adentrando o ferro na carne a mostra do braço. Trovejou horrores, mas a ruiva não gritou, não, sabia jogar esse joguinho de medo, aprendera com o próprio pesadelo, de longe mesmo. E apenas sorriu para o loiro, desconcertado.
- Melhor agradecer que não arrancamos seu braço fora. - Cuspiu ele, zangado.
- Cortesia da comandante Luthor. - Riu-se caminhado atrás deles. Lena havia criado esses chips como uma espécie de parasita, reagente somente aos comandantes, e uma vez que o hospedeiro morre, o parasita também. O que garantia que seja lá o que fosse feito, teriam de manter os comandantes vivos e com o parasita dentro deles. Noticia que chegou meio tarde para os energúmenos da sala de cirurgia.
- Foi a comandante Luthor que criou eles? - Perguntou o loiro. E nem Alex acenou, e uma torrente de merda despencou da boca daqueles homens.
- Nossa como ela é gostosa, aposto que pegava ela de jeito. - Disse um.
- Até parece que ia dar pra um burro feito você. Ela é uma mulher inteligente seu jegue, daria pra um cara inteligente também. - Vomitou outro.
- Ah vocês são dois burros, ela gosta de mulher pelo que eu soube. Ela ficou com a comandante Anri, seus trouxa. - Disse um terceiro, destruindo o sorriso dos dois.
- O que eu não daria pra ver ela e a Supergirl se pegando na minha frente, - Disse Galiard.
E Alex rezando para o mundo acabar. E não desejando a ninguém ver aquelas duas transando, porque ela teve de ver, e não havia sido a melhor experiência...
No meio do caminho enquanto os soldados disparavam suas melhores cantadas direcionadas a Lena Luthor. Alex reparou no som do duto de ar, meio falho, como se tivesse alguma coisa presa. E numa das saídas de ar vislumbrou um par de coxas, que conhecia. Antes de quase trombar em Manson, o qual os homens bateram continência, e seguiram em silencio.
- Vamos ao quarto da comandante Luthor. - Disse ele. - Lá também deve estar a Supergirl, escondida. Já que não a encontramos em lugar algum do forte.
Então toda essa caminhada era para abrirem o quarto da comandante, que de fato era uma masmorra, nem com 50 quilos de explosivo plástico, abririam aquela chapa de metal e concreto sólido, projetada para aturar uns bons socos da Supergirl. Uma coisa era boa, esses paspalhos eram burros feito portas, já que realmente não tinham se dado conta, de que nem a Luthor ou a super, estavam aqui. E assim ficariam, porque Alex não tinha nenhuma intenção de abrir o quarto para eles.
Pensou rapidinho na melhor asneira que podia, e pôs o plano em pratica:
- Eu nem ia falar, mas vocês tem razão, a Lena é gostosa demais, - Não surtiu logo o efeito, pois todos pareciam constrangidos, de uma forma que não estavam antes de Manson se juntar ao grupo. Porém, era sua chance, tinha de fazer esses idiotas perderem a cabeça, é assim que você derruba tanto burros quanto gênios, pelo coração. - Vocês também não acham? Aquele cabelo amarrado para trás, pra puxar, com aquele batom então, vish gente nem a Supergirl resistiu.
- Porra, então é verdade, entre a comandante e a Supergirl? Elas são lésbicas? - Desatou um deles, louco com os olhos brilhando.
- Querido eu sou lésbica, aquelas duas são LÉSBICONAS, com tudo maiúsculo meu amigo, nem te conto o que elas fazem pelas escadas do forte. - Tagarelava, dando um show de exagero, que convenceu até Galiard.
- Nossa, pegou as câmeras de segurança? - Galiard parecia um garoto que acabara de descobrir os sites adultos.
- Tem tudo cara, eu mostro assim que formos a sala de comando,
- Fechou ai mana, - Respondeu ele, enquanto os outros também entravam na folia. Embriagados dos próprios hormônios.
- CALEM A BOCA!!! - Rugiu Manson, furioso.
- Ah qualé Manson. Você ainda ta putinho, que a Lena te deu um fora, e preferiu dar pra Anri? Supera. - Os soldados olharam incrédulos para o comandante, cada vez mais vermelho. - Eu daria pra Anri, você já se olhou no espelho? - Os soldados seguraram o riso. - Pelo menos o cabelo ta melhor, nem ia falar, mas daquela vez que você apareceu loiro. Eu vou dizer, vai se arrastar assim em outra, é muita carência. A lena riu uma semana.
E os soldados simplesmente não aguentaram, gargalhando do comandante, e a ferida masculinidade. Manson deu um berro e acertou um soco em na ruiva, que caiu sobre Galiard.
- Você é muito triste mesmo, nunca superou que uma mulher te deu um não, e preferiu outra mulher. - Sorriu com o rosto no colete do loiro, e um fresco fio de sangue no quanto da boca.
Um ranger veio do teto, e quando foram olhar, um pedaço do duto cedeu sobre três deles. Duas granadas quicaram no chão, e Alex puxou a arma de Idore no cinto de Galiard, e com toda força que tinha saltou e correu para longe.
Mara puxou-a para a virada do corredor, quando as granadas explodiram. Abraçando-a, e dando-lhe um beijo quando seus olhares se cruzaram. O gosto de Mara também era metálico, o que acusou a violência que sofrera. Ambas tinham o olhar encharcado de preocupação; digamos que nunca foi só uma cama o que compartilharam.
- Os outros estão indo para o hangar pegar um jato. Mas a Jena não voltou da ponte de comando, ela foi avisar os outros comandantes. - Explicou Mara. Haviam sobreviventes do forte, o que puxou o canto da boca de Alex, num leve sorriso. Saber que Jena completou a vivaz expressão.
- Vamos até lá então. - Disse a comandante do forte Martelo de Guerra.
***
Foi uma guerra silenciosa até a ponte de comando arrastando-se pelos dutos de ar. Alex seguiu atrás de Mara, o corpo não estava nas melhores condições, mesmo sem as algemas, um de seus braços estava inútil. Lembrando-a um pouco dos anos de Sentinela, quase sempre nesse estado deplorável, caçando os responsáveis.
- Sobe em mim, - Pediu a morena, levando a ruiva pendurada nas costas, ao escalar alguns dutos verticais. - Chegamos, mas não to vendo tudo. Mas acho que ela sentada no computador principal, tão gritando com ela. Devem estar interrogando, é eu reconheço aquela bunda em qualquer lugar.
- Eu também, - Brincou. - A gente pega eles, - Alex tentava rosquear o silenciador com uma mão só, e a arma presa nas coxas.
- Confio em você. - Mara tomou a pistola, e a preparou para a comandante.
Elas escorregaram para o corredor sem fazer barulho. Seguindo agachadas frente ao vidro da entrada, e quando avistaram a pobre vitima dos gritos dos soldados. Destruidora pulou uma mesa, chutando a cabeça de dois com muita força.
CLECK! Saltou dos pescoços deles.
Quando os homens se voltaram à Destruidora, Danvers baleou dois por trás, na cabeça. Até o último ter a viseira do capacete estraçalhada num soco da morena.
- Destruidora, - Suspirou Alex, Mara era muito forte.
- Meninas, vocês vieram me resgatar, - Indiud com os olhos cheios de água.
- Cadê a Jena? - Perguntou Mara com certa estranheza, havia visto o tronco da hacker sentado. E Indiud deixou algumas lagrimas escapar, quando apontou para a cadeira ao lado dele.
A garota nerd, de torto sorriso para as piadas da comandante Danver, jazia de olhos abertos, os braços pendidos ao lado do corpo, a cabeça sobre o teclado, nariz e boca abarrotados de rubro, com um enorme buraco de bala entre os fios castanhos, e seus miolos na tela do computador.
- Jena? Jena! - Gritou Mara tomando-a nos braços, sacudindo e chamando-a, como se ela fosse acordar de um sono pesado.
***
Hey, hey, hey Supercorps, me contem como fomos hj, pq se já estava UÓ, imagine agora gentinha.Alex falando uma tonelada de bobagens com os soldados. Manson, quer dizer q sua implicância com a comandante foi por levar um fora é?Mara pelo amor de Deus, eu sei q é dificil, mas não sacode a Jena. Aiiiii meu meu xesuis, JENAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHH!!!!!!!!!!! E ai gente, como será que as coisas vão acontecer?
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