Bad Dream - parte 4
Por Supergirl
A enfermaria estava mais para uma feira, que um local de repouso. Um tal de ver se os aparelhos de um funcionavam, se as pernas de uma maca estavam inteiras, ou algum bisturi aterrissado no nariz de alguém. Talvez ninguém por lá fosse muito acostumado a gravidade zero, pena. Alguns ajuntavam e recolhiam os instrumentos e aparelhos pelo chão, outros ajudavam a realocar os pacientes que pela falta de cinto de segurança, quase voam longe.
E absorta de todo aquele caos, estava Supergirl ao lado da maca. Segurando a mão de Lena, como se o gesto pudesse prender a morena nesse plano, e o mínimo deslize pudesse perdê-la para sempre. Não e não, não permitiria isso, não a garota de aço, e se acontecesse, já estava disposta a ir para onde quer que fosse Lena, nessa vida ou de cabeça na outra.
O peito da Luthor subia e descia violento, a pele brilhante do suor grudando o cabelo, fervendo em febre, corpo repuxando em pequenos reflexos, e os olhos inquietos por baixo das pálpebras, a mascara de oxigênio abafando a cada tragada desesperada de ar, soro gotejando um batidão de dipirona com paracetamol e possivelmente todo Advil que tivessem, ou seja com o pé na...
O coração kryptoniano errou uma batida, ao fraco palpitar do peito da Luthor, mais para lá do que para cá.
- Por favor, alguém faça alguma coisa! - Desesperou-se a loira, e na hora uma médica caiu, o resto da equipe se encolheu, todos naquela ala com medo...dela. - Não, eu não quis, eu só...
A Super emudeceu diante dos olhares apavorados e amedrontados.
- Calma, ela não vai fazer nada, se fizer, a comandante Luthor pula dessa cama e da cabo dela, como hoje mais cedo, e caso não, eu mesma dou jeito, não há o que temer. - Bradou Anri, de braços abertos para a equipe, como um imperador romano discursando no Coliseu, e a fala acalmou-os, pelo menos o bastante para devolvê-los aos afazeres. - Eu vou precisar de uma tesoura de bandagens, e um monitor cardíaco pra comandante Luthor. - Pediu à um dos enfermeiros, que de pronto foi buscar os equipamentos.
- Dar um jeito em mim? - Rosnou a Kryptoniana, para a loira de óculos do outro lado da cama. - Não sou a vilã aqui.
- Não é o que nenhum deles pensa. - Respondera Crash, acompanhada do olhar desconfiado de todos naquela enfermaria, fazendo força para ouvir o que conversavam.
Conversar...AHÉ!!!
E da para conversar com talarica do século?
O enfermeiro trouxe os equipamentos, com um tímido sorriso à comandante de óculos remendado, e um olhar absolutamente descontente à loira sem óculos.
- Pode dar um pouco de privacidade pra paciente? - Perguntou Anri, abrindo e fechando a tesoura entre os dedos, na maior cara de pau. A Super serrou os dentes, ela queria ficar sozinha com Lena? Vai esperando sentada desaforada.
- Tá maluca? Desde quando é médica? Eu não vou deixar você encostar nela. - Dá essa tesoura aqui.
- Eu sou a única capacitada pra isso; - Anri escondeu a tesoura atrás de si, quando a Super tentara tomar dela. Será que ela queria morrer? - Não to te expulsando, só pedindo um pouco de consideração com a paciente, além do mais, você teria de voltar, pra eu dar jeito nesse seu narigão torto.
- Torta é a mãe! Pelo menos eu não preciso de um óculos GG, por conta do meu cabeção! - Rosnou Last. - E quem é você pra falar de consideração?!
- Alguém que se importa com ela, mais que você. - Bufou Crash. É oficial, ela quer morrer, faltou dois palitos para iniciarem o segundo round, não fosse a voz de uma moribunda delirando de febre.
Supergirl tornou os olhos para Lena, atenta aos incompreensíveis murmúrios à escapulir os lábios secos.
- Sou eu Lena, eu to aqui bebê. - Disse a Super, emplastrada de um mix de alivio e desespero. Podia tudo, mas não com aqueles olhos, um verde, o outro azul.
- Não vai; - Choramingou a morena, a voz fraca e abafada pela mascara, mais para lá do que para cá. - Não vai; - Pedia exausta quase chorando, numa agonia que somente quem já escutou um adeus, conhece a dor da partida.
- Eu não vou a lugar algum bebê, vou ficar até você melhorar meu amor, - Prometeu Supergirl, nas palavras mais doces que pudesse encontrar dentro de si, os olhos cheios de água segurando a mão de Lena entre as suas, temendo a partida anunciada da outra.
- Vou dar uns minutos pra vocês à sós. - Disse Anri, com um certo amarguinho na fala e no olhar. É bom né, ver quem você ama com outra. Sente um pouquinho loira filha da...
Para que foi pensar?
Foi Anri se virar, e duma vez Lena trancou os dedos no pulso de Crash, a impedindo de ir e suplicando:
- Não vai; fica comigo; - Delirou Lena com os olhos semi abertos, naquele quadro deplorável.
A humana e a kryptoniana se entre olharam como espelhos de pura estranheza, parecendo perdidas e sem direção, feito náufragos boiando na tempestade, e só uma delas tivera a sorte de ter um resto de navio como boia, só uma delas era puxada para a segurança, nesse mar confuso no peito da Ultima.
A kryptoniana virou-se e tocou a andar em direção a saída, e sem querer chutou o mindinho numa das macas e atirou paciente, cama e enfermeiro no corredor.
- Eu não quis, - Tentou se desculpar, porém alguns deles já se preparavam para revidar.
- Deixem ela! - Rugiu Anri, atada à paciente que não soltava-lhe o braço. - Mais uma briga não vai ajudar em nada os nossos. Cuidem dos que precisam de ajuda, e eu cuido dela mais tarde.
A firme voz de Anri dobrou a todos, não contrariados, mas confiantes em sua líder, preocupada de fato não com Pesadelo, ou a Ultima, mas sim com a gente, com as pessoas. E isso era o que devia ser daqueles à frente de qualquer coisa.
Sem muito mais à ela ali, Supergirl abaixou a cabeça e rumou à saída, à caminho de sabe-se lá Deus onde.
A cabeça a mil, o peito se desfazendo, o olhar amedrontado e raivoso de todos, e as suplicas de Lena, mas não para ela.
***
A enorme porta de titânio do quarto da comandante se fechou às costas de Supergirl.
Filha da puta... mordeu os dentes, pensando e rosnando todos os insultos que pudesse lembrar. Puto pesadelo de merda, não dava, aqueles olhos, um verde, outro azul; para os olhos de outra.
Lena... Choramingava seu peito sem o mínimo de consideração com a cabeça.
- Por quê, Lena? - Perguntou mirando o chão entre as botas, enquanto lagrimas salgavam seu rosto.
NÃO, NÃO, MIL VEZES NÃO!!!
Correu para o banheiro, talvez um pouco de água fria ajudasse. Bastou dedilhar a válvula e arrebentou a torneira. Oh inferno do inferno. Encarou aquela torre de água batendo no teto, cavando os dedos na pia, e meteu a cara na cachoeira de ponta cabeça, era tudo o que precisava, esfriar a cabeça e realocá-la sobre os ombros. A água cobriu seus ouvidos multando o mundo lá fora, mas não a voz dela em seu peito.
Em meio a desconhecida adversidade, se corre para a segurança do conhecido, mas tudo aquilo que um dia fora seu porto seguro, não mais existia à anos. Então a mente confusa, e se sentindo patética por correr para tão trivial solução, quanto jogar água fria no fuço, se deixou ir para as profundezas das lembranças.
Da responsável por esse pesadelo infernal.
Quando se deu conta da ameaça, quando tudo virou ao contrário. Do chão caiu chuva, e nele o corpo dos Titãs jazia, quando entre o neon das luzes da noite, o demônio da luz revelara sua origem.
"Você me criou..."
***
Quase seis anos atrás, após a Rumble Rain, quando o planeta se recuperava e chorava os milhões de mortos.
Supergirl caminhava pelo deserto de Nevada, espairecer um pouco. Os últimos meses haviam sido se não os piores, estavam entre os dez mais extenuantes na vida da heroína. Coberta de lama seca, com terra em lugares que nem sabia que tinha. Resultado de 30 horas no resgate das vitimas do terremoto na costa oeste dos Estados Unidos.
A lua minguante iluminava fraca por entre as nuvens, jogando um tom aveludado de azul por sobre a areia. A loira caminhou no fio da sombra de uma enorme rocha, um pé para dentro da luz, o outro também, limitando o caminhar fora das sombras. E se perguntando o por que de tudo aquilo, mas também, havia optado por isso quando chegara a hora de escolher, não podia reclamar, mas por que tinha de doer tanto?
Nuvens brincalhonas dançaram nos céus, apagando a diferença entre luz e sombra, e tudo mergulhara na escuridão. Foi então que ao mirar para cima, avistou aquela rocha gigantesca, o arco de pedra sobre a ponta do penhasco. E por que tinha de ser logo ali? Não havia planejado, mas seus próprios pés a levaram para lá. A recordando do que queria esquecer, a culpa, a dor, o sim...
Os lábios entortaram para segurar a emoção escalando a garganta.
- Supergirl, na escuta? - A voz de Alex no comunicador em seu ouvido.
- Pode falar, - Supergirl recostou na base do arco.
- Chamado de emergência em Jump City. A guarda nacional tá com problemas com o resgate de vitimas, os Titãs estão lá, mas perdemos comunicação, parece que é um vilão com poderes elétricos. - A diretora do DOE tomava ar a cada palavra, exausta. Também pudera, se para Supergirl estava difícil com o volume de catástrofes por metro quadrado, imagine para a ruiva, com a voz embargada de uma semana de RedBull, café, coca-cola e sem nenhuma colher de sono.
- À caminho, e você vai dormir! - A kryptoniana deu as costas para o arco rochoso de vista para Vegas, e sem coragem para encará-lo, partiu para Jump City.
O esforço de voar cansada, nada era perto força que tinha de fazer para se esquivar dos pensamentos daquela volta de rochas, ninho de uma de suas maiores alegrias; e agora de um de seus mais amargurantes episódios.
Ao longe pode enxergar as luzes da metrópole de Jump City, que por alguma razão continuavam acesas, mesmo com metade da cidade com os peixes. O que o terremoto não tinha derrubado, fora engolido no maremoto, um milagre National City ter sobrevivido. E definitivamente, milagres andavam em falta.
Supergirl sobrevoou a parte inundada, a água salgada como um quieto espelho sobre as ruas, carros, e prédios destruídos, parecia um portal para outra dimensão rodeada de tubarões. Silencio, que jamais assolara o mundo de tal forma.
Quieto demais. Onde estavam os Titãs? Se houvesse algum vilão, haveria barulho, porém o silencio era ensurdecedor. Podia muito bem ter chegado tarde, e a equipe dado cabo do pilantra elétrico, mas os acontecimentos dos últimos meses apontavam em outra opção.
Finalmente em terreno seco, as ruas com aquela coloração alaranjada, beijada de neon rosa, vermelho, e um fraco e quase inexistente azulado. Era melhor se manter fora da água, mesmo que não fosse muita coisa ser eletrocutada na força da cidade, e que por algum estranho acaso nenhum fio desencapado tivesse afetado a vida marinha no aquário tamanho família, tinha de se atentar ao vilão elétrico. Os Titãs saberiam, e o afastariam da água, afim de desnivelar a vantagem de potencia.
Um grito abafado, o som de um coração desesperado. A Super voo a toda velocidade, e chegou na avenida principal lotada de carros abandonados. Os caminhões da guarda nacional estavam à alguns metros, e assim que pisara no chão.
- Socorro, - Pediu um homem partido ao meio. - Me ajuda, - Pedia se arrastando.
- Aguenta ai, - Puxou-o para seu colo, e os pulmões dele caíram no chão. Aguentar? Nem os órgãos dele se aguentavam para dentro. - Alex, eu preciso de uma unidade médica. Alex, Alex? - Mas o comunicador não funcionava, interferência estática. - Senhor, eu vou pedir que mantenha a cal... - Então a Super viu a trilha de tripas dele guiar para os caminhões de resgate. Quatro deles, um dentro do outro, fazendo uma volta feito carrossel.
- Não me deixa, me ajuda, - Pediu o homem sem ar, quando a Super correra para os caminhões, tentando ajudar, salvar alguém.
- Fiquem calmos, eu vou ajudá-los. - Supergirl agarrou um dos para-choques, e puxou-o soltando a volta. Um caminhão desencaixou do outro, soltando os bolos de corpos esmagados.
- Me ajuda, Supergirl... - Suspirou aquele homem.
- Acalmem-se, acalmem-se... - Pediu feito disco quebrado, quando virou-se para o homem que já havia morrido. Percebeu as mãos repletas de sangue, que diabos estava acontecendo, o que era aquilo?
Sons de combate vieram mais adiante, e num piscar de olhos estava no centro da cidade, e avistou Robin se balançar num cabo de aço, atirando bumerangues, antes de pousar entre os carros.
Supergirl correu para lá, mas assim que o alcançara, encontrou os Titãs, alias, encontrou os pedaços do que um dia fora a equipe de heróis. E no meio deles, a criatura de cabelo branco, com o braço fendido no olho esquerdo de Robin, ainda estrebuchando pendurado.
Corpos e mais corpos cercavam Krugger, naquele cenário aterrador de série pós apocalíptica.
Tomou impulso e duma vez avançou sobre o demônio da luz, levando-a para longe, atravessando três prédios vazios. A força era inimiga, pois Krugger de alguma forma batia no mesmo nível, velocidade, e numa técnica imprevisível. A imagem dos corpos dilacerados tanto dos Titãs, quanto de seus colegas na Catco se mesclavam, atormentando-a da falha, e atiçando seu ódio, ensandecendo-a de raiva...dela mesma. Como na Catco, jamais se perdoaria por aquele erro, e jamais o cometeria outra vez.
***
Da autora:
Hey, hey heeeeeey Supercorps, como vcs estão?
Secos por uma att né. Gente me perdoa ter demorado tanto, conforme a história afunila, eu já sou chata pra caramba pra fechar pontas, e contar uma história legal, q me alegre, q tenha algo a mais, e as vezes escrevo e apago tudo, e faço de novo, mais de três vezes até eu ficar mais satisfeita com o cap, ou me segurar para não ser tão exigente dos meus personagens e roteiro.
E além disso, Supercorps, acho q vcs merecem uma explicação, e vou abrir o jogo com vcs. Nos últimos meses conheci uma @ muito legal. Ela e eu combinamos nas ideias, e por ai foi. Imagine pra uma serelepe maluca feito eu, encontra alguém q combine naquilo q mais amo, q é criar. Mas por alguns motivos pessoais, ela teve de ir
Gente, juro q tentei seguir como sem demonstrar, sabe, pra não respingar em ninguém. Mas me afetou, perdi histórias, amizade, e tudo oq havia entre nós duas, e era correspondido.Ela precisou ir, e eu não tenho raiva, e peço também q não fiquem fulos com ela. Todos nós temos motivos que tão somente a gente vai entender.
E foi isso Supercorps, eu fiquei balançada, acabou me afetando um tanto mais do q eu gostaria. Mas estou aki, e vou voltar com tudo, pq a comandante e Lastgirl merecem uma história legal, e é oq mais amo fazer, criar.
Um imenso abraço de lobo em vcs, e até o próximo WithinAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAUUUUUUUUUUUUUUUUUHHHHHH!!!
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