Bad Dream - parte 3
Por Supergirl
Doce, doce, tentava recordar. Marcar na língua o sabor impregnado em sua alma, mas por mais que tentasse, triste era o amargor da negação. Do desejo reprimido, do não atrás do não, do querer sem poder ter.
Jamais.
Choravam seus olhos apertados, o rosto franzido da dor, os gemidos abafados nos dois dedos socados na goela, e outro dentro das calças, tentando, implorando que aquele sabor fosse devolvido à alegria, não ao sofrimento do nome: Lena.
Lena, Lena; choramingava a mente da loira na patética imagem da ultima heroína, reduzida a um bebe chorão chupando os dedos, dedos estes à pouco dentro dela, da mulher presa em seu coração que diferente da mente, chorava: Amor, meu amor...
Desesperada, exasperada, um nada. O paragom da esperança; que ninguém a visse assim, que ninguém descobrisse a fraude da deusa de joelhos e testa no chão, implorando por algum consolo, fosse ele qual fosse. O peito soluçando, e as mãos empurrando o que pudesse para dentro de seu coração esvaziado em saturação.
Estocando o quadril nas miseráveis migalhas afáveis do afeto tão distante, lambendo os dedos dentro da boca, sentindo o sal das lágrimas invadir o que era doce. O corpo tenso do desastre por chegar, do paraíso a negar, do amor a implorar. Leves movimentos, mais um pouco até que chegasse ao final de sua solitária requisição ao prazer.
Lena... choramingou ao amargo e dolorido orgasmo. Nem sua carne se ajudava, repelindo outro conforto, que não o da morena.
Aos poucos foi tombando de lado, quando a lua sombria se mostrou no céu, sobre o pequeno jardim secreto no fundo do abismo, feito por Pesadelo.
Jogada e largada, abandonada nas sombras, em posição fetal, com os dedos metidos dentro da calça aberta, e a outra com os dedos socados na boca.
Por que só eu fui sobreviver?
Por que não morri com os outros?
Perguntavam aqueles olhos azuis tão vazios de alegria, preenchidos de tristeza.
Supergirl, a ultima heroína. Titulo a conferir-lhe o nome: Lastgirl. Não tinha problema ser a ultima a morrer, mas ser a ultima a sobreviver...
Sempre que perdia, tinha uma nova chance, sempre haveria a possibilidade de ganhar numa próxima. Como se isso melhorasse o gosto da derrota, num mundo tão cheio de sabores, e a sua caixinha de feijõezinho de todos os sabores tinham um único sabor, frustração batida com derrota, regadas com óleo de freio desregulado.
- Lena... - Chamou, balbuciou na verdade, chupando os dedos enrugados, tentando de alguma maneira se aproximar dela, como se o roçar na língua pudesse imitar a carne dela, e assim fingir, enganar um tando que fosse, seu coração tão desesperado. Seu peito tão estilhaçado, em querer e não poder.
Fosse por um não, fosse por sua obrigação. E a primeira era muito melhor, pois a segunda implicava que mesmo as duas desejando, jamais estariam juntas, em prol do bem.
Era o melhor...
O certo...
Tirou os dedos da boca naquele constrangimento infantil de rirem dela, pelo que fazia; mas assim que a boca esvaziara, e a língua falta sentiu, meteu os dedos na boca, chupando-os desesperada, desesperançada, acabada, definhando em saudade daquele dia. Quando nas sombras de um canto, a beijou, e teve do mesmo sabor à pouco em seus dedos, ao som de Rain on Me ao fundo.
Quando não pode evitar de olhar as cadeiras balançantes da Luthor na pista de dança, e não pode também evitar de junto dela bailar, fazendo o pavão, que em todos os sentidos a seduziu, e elas se tiveram em meio as roupas e sombras.
Lena, Lena...Lena, chamara o mais oculto de sua alma, no mais intimo de seu coração, será que era tão ridículo assim isso? Como a heroína talvez, mas como mulher...era apenas isso, e só isso.
Custa o mundo entender amor? Custa? Claro que...Ah foda-se o mundo, o que ele sabe do coração. Porém claro, não era uma mulher, pois nesse mundo, mulheres não são a prova de bala né?
Mas e se não fosse também, se fosse baleáveu?
Ser apenas isso.
Amor, meu amor. Chorou o peito, dolorido da resposta amarga, ferido da recusa seca, e estilhaçado da troca.
Será que era mesmo? Era seu amor, ou mais um amor?
Mas que merda, como alienígena, era barrada de dever, e mesmo tirando a capa, era trocada por outra.
- Ai! - Mordeu os dedos, e a boca se encheu do sabor metálico do próprio sangue.
E agora doía não só o peito, mas os dedos dilacerados numa bobeira. Mas que inferno era estar apaixonada, NÃO! Não podia estar apaixonada, não podia ser. Não com uma pessoa tão terrível e ruim. Recusou-se a chamar de amor, e o peito enodou ainda mais, pois se era o inferno estar apaixonada, o que dirá tentar não estar.
Mas por quê?
Por que tinha de ser assim, a amava tanto, e por que não podia estar junto dela? Ter quem amar, e ser de volta amada.
Por que era privada dessas coisas, tais como o amor de alguém?
Alguns dirão falta de pessoa certa, outros dirão que se trata da pessoa errada no caminho. Será que era a pessoa errada então?
Então que belo a erro a possuí-la pelos corredores, pelos escritórios, pelo seu apartamento, pelo apartamento dela, pelo erro...então por que tal erro fora tão certo?
Uma leve garoa recaiu dentro do forte, e naquela fraca chuva recordou-se da janela do apartamento, com a imagem da Luthor subindo e descendo com outra pessoa. De que adiantava a pessoa, se ela mesma não podia ser só isso, tinha um mundo para carregar nas costas, e nesse ponto a conta mudava. Uma vez que seu coração permanecia eternamente dividido na balança, entre Lena e o mundo. E nessa conta não podia errar, ou o preço seria alto demais.
Podia ser a pessoa errada, mas não poderia errar com ela, e não erraria.
Todas as vidas não podiam pagar o preço de uma, logo sabia muito bem o que deveria ser feito. Sentindo o peso da Garden Moon na memória.
Quando a cinco anos enfrentara o fim no Madson Square Garden, transformado em abrigo para refugiados. E as tubulações explodiram, inundando o local. Aguá por todos os lados, até a cintura. E o demônio da Luz a usou de cabo condutor, fendendo dois cabos de alta tenção no peito da Super, e eletrocutando centenas de uma única vez.
E uma garotinha, de uns dez anos puxou-a pela capa, e perguntou: Supergirl, por que você não nos salvou?
Dissera a menina de pele chocolate, com o cabelo preso em duas trancinha no topo da cabeça.
"Por que não salvou minha mamãe?"
Porque havia errado em sua conta, e jamais erraria novamente. O que é um herói que não salva?
Uma vida por todas as outras, seria essa sua paga em sua falha. Não podia render o mundo por Lena, mas podia se entregar pelo mundo. Se pudesse deixar o egoismo de lado e usar suas mãos para o mundo servir, e claro que tal declaração era hilária se pensar na atual localização de suas próprias mãos, metidas em si mesma.
BANG!!!
BANG!!!
BANG!!!
O som de três tiros vieram do topo do forte, que merda é essa?
***
Supergirl se apressou para as escadas, embora voar fosse mais rápido, ainda sentia a gravidade demasiada para seus músculos.
Outro estrondo, como se um peso tivesse caído. E encontrou dois agentes espiando o poço do elevador ao forçarem uma porta. Outros tiros.
O elevador caiu, que estava havendo?
Pesadelo teria vindo cumprir sua palavra outra vez?
E por mais obvia que fosse a resposta da heroína e combater o mal, seu peito falhou uma batida ao lembrar do quarto mundo. Quando a comandante fora apontada por Pesadelo, muito rapidamente, mas a Super pode ver o dedo apontado. E de um jeito muito errado ao certo, a loira pensou na única coisa que não podia pensar, não com o brasão da casa de El no peito; não quando seu juramento e compromisso eram com o mundo.
Porém embaixo do mesmo brasão, unicamente batia: Lena.
Mais alguns tiros, e a loira disparou com toda a velocidade de seu corpo capenga. Não pensando nem se quer na vilã, e sim na única vida que não suportava perder.
Chutou a porta do hangar e deu de cara com elas. Lena de arma na mão, desfalecendo nos braços de Anri, com uma seringa espetada no pescoço. Como foi feito com ela na ponte de comando, quando para ela todas as imagens do pesadelo passaram.
Porém pergunte se esse era o pensamento recorrente na mente da Super. Não; agora era única e exclusivamente a desgraçada atacando Lena.
- SOLTA ELA!!! - Rugiu em plenos pulmões.
Correu sobre elas, e de um empurrão em Anri, a tirando de Lena. Não estava com sua força total, mas era o bastante para derrubar a desgraçada.
- Você nunca mais encosta na Lena! Tá entendendo?! Ou eu te mato!!! - Berrou com a loira de óculos se erguendo.
- Sou eu quem vai te matar se continuar nessa merda com ela! - A piloto foi até ela, serrando os punhos.
Seria o acerto de contas, não poderia matá-la, mas se deleitaria se arrancar alguns dentes da Crasher. Ainda bem que Lena não veria, porque não ia ser nada bonito o que faria. Só um pouco de força, não podia exagerar.
Mas eita.
Supergirl tomou um cruzado de direita daqueles, mas mesmo sem 100% de sua força, não sentiria um soco assim.
POW!!!
Agora da mão metálica, belo gancho a jogando para trás. Não era possível, ela era a Supergirl, e Anri uma mera mulher, da onde diabos vinha essa força sobre humana?
- Que merda, é essa? - Disse assustada do inexplicável. - O que é, que você fez?
- Nivelei o jogo; - Respondeu Anri com um sorriso psicopata.
A quanto tempo queria isso, poder dar um soco, poder descarregar essa frustração, mas a ideia era ela comer a outra de porrada, não o contrário.
- Essa é pelo braço, - Disse Crash, porém a Super segurou o punho metálico, e socou-lhe o estomago.
Supergirl a empurrou e no soco arrebentou um nariz. Não poderia vacilar ante a um poder semelhante ao seu. Num mortal acertou um chute, porém Anri prendeu o golpe e a jogou no chão, dando um balão em Crash.
Elas se encararam uma vez mais, tomando suas poses de combate. Partindo uma sobre a outra trocando socos e chutes, sem abandonarem as posições. Supergirl segurou as mãos de Anri, e tomou uma cabeçada, também sangrando o nariz, uma cotovelada e voo um dente. Como espelhos, onde uma sangrava primeiro era seguida pela outra. Exceto os óculos, e o cabelo mais curto, quem poderia dizer que não eram irmãs?
Lutando de igual para igual com a loira de óculos.
- EU DISSE PRA PARAR!!! - Rugiu a voz de Lena, e duma vez num estalar agudo, uma explosão de energia azulada separou os reflexos, atirando-as uma para cada lado.
Anri foi numa parede, enquanto que a Super voo sobre as pernas do monumento de aço.
Parafusos voaram, estalando a cada romper do metal retorcido, ruindo quatro metros de Lena Luthor sobre Supergirl. Que saltou no ultimo minuto, e livrou-se da chuva de aço.
- Lena! - Chamou Anri com a Luthor vomitando sangue em seus braços. Naquela cena de filme de terror dirigido pelo Tarantino. - ANDA, ANDA!!! LEVA ELA PRA ENFERMARIA, AGORA!!! - Empurrou Anri, aos berros no comunicador com Vega e a equipe médica.
Supergirl pegou Lena no colo e correu à enfermaria, deixando-a sobre uma maca. Na hora abriram os dados do quadro clinico da Luthor nas telas através de seu chip de comando.
Lena se debatendo de dor sobre a maca, vermelho jateando se suas narinas e boca.
- Parada cardíaca! - Gritou um, ao apito interrupto do aparelho de batimentos na tela.
- Desfibrilador, ajustar, - Chamou um dos médicos atritando metal com metal dos polos, para dar o choque.
Um dos outros médicos abriu o uniforme negro, indo com uma tesoura sem ponta cortar a camisa. E a Super sentiu-se pesar, pois tirar a camisa lhe era proibido, mas por que esse pesar agora?
O que estava acontecendo?
Lena estava morrendo.
Morrendo?
Outro esparro de sangue sobre os médicos, e as veias da Luthor saltaram azuis, se debatendo em dor sem controle, o coração parado, os olhos brancos.
- Segurem ela, e tirem logo essa camisa! - Berrou o médico com o desfibrilador, após tomar um tabefe no ataque da morena.
A equipe segurou os braços dela, forçando-a com o peso, porém, os olhos da Luthor brilharam azul, e mesmo três homens adultos não eram o bastante. Uma penumbra azul invadiu todo o recinto, e alguns instrumentos começaram a flutuar, como magica.
A magia de Lena.
Parafusos desparafusando, o que pendia para baixo, pendia para cima, os ponteiros do relógio marcando ao contrário, e a vida da mulher que amava se esvaia, sem que nada pudesse fazer. Supergirl imóvel frente ao seu pesadelo.
- SAI DA FRENTE! - Berrou Anri chutando o aparelho de choque no chão. - SEUS PORRAS, QUEREM MATAR ELA? QUERO UM GRAMA E MEIO DE ADRENALINA E UMA AGULHA DE QUINZE, AGORA!!!
Ordenou a comandante do forte Mandíbula. Quase sem conseguir tocar o chão.
Então Supergirl se dera conta de que tudo e todos flutuavam, como se a gravidade houvesse esquecido deles, envoltos nas penumbras azuladas. Jogaram a seringa em suas mãos, e ela para a loira da óculos quase no teto.
Anri deu um impulso com os pés, como num mergulho, agarrou a maca se puxando sobre Lena, levitando com os cabelos esvoaçantes, e os olhos e as veias fagulhando azul.
- NÃO FAZ ISSO COMIGO LUTHOR! NÃO MORRE COMIGO AQUI!!! - Rugiu, acertando em cheio a agulha sobre a camisa preta, no meio do peito da paciente. - NÃO FAZ ISSO COMIGO LENA! NÃO MORRE, NÃO COMIGO AQUI PORRA!!! - Gritou Anri, contendo a violência desenfreada da morena, numa abraço.
- Batimentos estabilizando. - Informou uma das médicas.
- Vamo lá Luthor, vai não morre. Só mais um pouco, Lena; - Pediu Crash apertando-a contra o peito, uma vez que se a solta-se, seria jogada no teto.
Aos poucos as veias abaixavam, e os olhos da morena fechavam num gostoso sono.
- Batimentos estabilizados, comandante Anri; - Disse a médica, e duma vez tudo que voava voltou ao chão, num desastroso POOOF!
E Anri deslizou para o lado, se largando no chão arfando aliviada, junto da equipe médica que corria para verificar os outros pacientes jogados em suas macas. Mas o mesmo alivio não veio para Supergirl, que ali, encontrava-se perdida.
Sem entender o que havia.
O que era; mas muito mais perdida, sem ela...
...sem...
...sua Lena...
***
Da autora:
Q PORRA FOI ESSA?!
Me digam, pq eu to sem saber também, to no time Supergirl, boiando.Mas que barra essa loira tá passando enh. Porém não sei dizer se é a Lena que tá passando um perrengue. E a loira de óculos.
Céus, oq esta havendo? Me contem Supercorps. Abram um sorriso aki com quem chorou soluçando com a Kara. Naquela cena. Um imenso abração de lobo em vcs, e até o próximo Within.
FUI....Mentira não esqueci: AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAUUUUUUUUUUUUHHHHHHHHHHHHH!!!!!!!!!!
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