capítulo 4
Se eu achava que não podia piorar, piorou mil vezes. A volta dos meus pais fez minha cabeça ir pra casa do caralho. Meu pai me tirou dos rachas, disse pra eu focar na faculdade, eles ficaram sabendo do que aconteceu na festa da halloween. Theodore contou. Fiquei puta com ele durante uma semana, sorte a dele que Felicith pediu pra eu deixar isso de lado. E agora meu pai, chad Gallagher pediu para eu ajudar com os treinos dos meninos. Fala sério, era disso que eu não precisava. Ter que lidar com javon é irritante.
Estava de frente ao notebook, olhando os horários da faculdade. Eu havia faltado uma semana de aula, e minha mãe está no meu pé. Dizendo que, se eu não seguisse o que ela queria me mandaria pra fora de Atlanta. Eu surtei? Sim, óbvio. Mas é melhor eu ficar na minha, por que eu não pretendo sair de Atlanta antes de terminar a faculdade.
Meu celular tocou e eu peguei vendo o número restrito.
— darling... darling..
— o que você quer? Já não conseguiu o que queria? Me deixa em paz!
— que isso princesa. Não fala assim comigo, te deixo em paz durante uma semana e você me recebe assim?
— obrigado por ter me deixado em paz. Se puder fazer isso pra sempre eu agradeço.
— verdade nua e crua, amor?
— diga. Aproveite que eu estou de boa.
— eu gostei pra caralho da nossa noite, queria repetir!
— sinto muito, mas não vai ser possível. Não sei seu nome, muito menos vi seu rosto. Então você continua sendo o estranho com quem eu transei numa noite de halloween.
— me chame de cinzeiro.
— você gosta de euphoria? Fala sério.
A minha gargalhada tinha saído a mais sincera possível. É um lunático.
— ok, cinzeiro. Mas ainda não será possível repetir a dose.
— darling.— meu pai bateu na porta e abriu.— preciso de você na academia.— ele viu que o meu celular estava na mão e riu malicioso.— algum namoradinho é?
— pai! — ele riu, e eu taquei a almofada.— me dê um minuto e já desço.— ele juntou as mãos fazendo sinal de beijos e eu revirei os olhos.
— vejo você qualquer dia darling. Preciso resolver algumas coisas. E fique sabendo, pretendo dedilhar sua tatuagem na virilha.
— vai se ferrar, cinzeiro!
Resmunguei desligando a ligação. Fui por a roupa de academia, até por que sei que meu pai além de me fazer treinar, me faria treinar os meninos. Após pegar a bolsa, e por tudo o que eu iria usar. Desci para a cozinha, vendo minha mãe e meus irmãos.
— darling, posso pegar seu carro hoje? — aidan perguntou assim que me viu.— meu carro tá na oficina, e eu preciso ir na empresa.
tirei a chave da bolsa e joguei no ar pra ele. Eu iria de carro com o meu pai pra academia, então não iria usar o carro.
— já tomou o pré treino, filha? — meu pai perguntou e eu assenti — ótimo. Beijo, mulher da minha vida. Vamos darl. E vocês dois seus cabeças de pica, nada de arrumar briga na rua. E Carl fique longe das esquinas!
Meu pai beijou minha mãe, fez um toque com os meninos, e beijou a noah. Entramos no carro, e eu já queria voltar pra minha cama, ficar lendo os meus livros duvidosos e escutar a playlist mas obscena que eu já fiz.
— você já foi na ginecologista depois da noite do diabo? Não quero minha filha grávida.— ele resmungou, e eu liguei o som conectando no celular.
— não existe a possibilidade de sua filha engravidar, chad. Eu uso diu, a dois anos.
— as vezes eu esqueço que você já é uma mulher.— ele disse envergonhado.— acho que eu não me preparei pra ver você crescendo tão rápido assim.
— pai. — resmunguei envergonhada.
— querida, eu juro que não te tirei dos rachas por mal. A sua mãe está enchendo a minha paciência, e quer que você foque na sua carreira.
Suspirei, e olhei pra janela. Eu odiava o fato de arabella querer se meter na minha vida sempre, antes dela aceitar o fato de que eu queria fazer psicologia, queria que eu fizesse medicina, e se tornasse uma das melhores médicas do país. Ela nunca perguntou o que eu queria realmente. Mas eu sou a cópia do meu pai, sou determinada e convicta do que eu quero pra mim. Não aceito ser mandada.
Quando vi que ele estacionou o carro, eu desci com a bolsa. Ele trancou o carro e logo me abraçou, me guiando pra entrar.
— olha quem veio, dj!
Ele disse todo animado pro tio dj. E eu murmurei baixinho: eu vim obrigada. E o meu pai me beliscou, e eu mordi a mão dele.
— peste! — ele fez careta de dor — vai se alongar, princesa. O dia hoje vai ser cheio.
Fiz cara de choro, e fui me alongar. Eu tinha uma flexibilidade muito boa, fiz balé na infância e fazia parte de um estúdio de dança com quinze anos. E sempre lutei com o meu pai, então eu era esforçada no que eu fazia. Javon esmurrava o saco de pancada, e do outro lado keydan treinando os chutes. Meu pai quando viu que eu já tinha me alongado me chamou com o dedo, fui até ele.
— preciso que ajude o javon com os socos. E faça ele ter bastante agilidade, ele é bom mas pode melhorar!
Assenti, e fui até o menino. Peguei as luvas de foco aparador. Eu queria ver até onde ele podia ir. E depois eu iria esmurrar o corpo dele de soco.
— darling... é bom te ver! — ele disse com um sorriso no rosto.
— não posso de dizer o mesmo. Olha só, aqui eu sou sua treinadora, não venha com gracinhas pro meu lado por que eu não me garanto que eu não vá esmurrar sua cara de soco. Sei que você é bom, me mostre o que sabe.
Bati com as luvas nele, e o mesmo olhou para o seu pai. Que logo fez sinal pra ele dar o seu melhor. Eu sou enjoada e perfeccionista. E isso é um problema do caralho. Ele começou a socar a luva nas minhas mãos, e quando eu ia pra cima ele desviava. Ele é bom no que faz. Isso é verídico.
— 1, 2. 2, 1. Vamos lá javon, agilidade. Mostre que você é o melhor da sua idade, porra.
Ele mordeu os lábios se irritando. Parei, pegando minha luva de boxe, era toda preta com detalhes roxos. Pus o protetor bucal. E já fui atacando ele. Eu queria que o mesmo adivinhasse os meus próximos passos, queria que ele prestasse atenção nos meus movimentos. Quando ele deu abertura, eu derrubei ele. Dando uma chave na perna dele, ele bateu no chão. E eu me levantei, e virei olhando pro meu pai. Senti o javon vindo por trás e virei dando um soco na boca dele.
— puta que pariu, darling!
Tio dj disse, quando viu o filho caindo no chão. Tirei a luva rapidamente e me agachei do lado do javon, que fazia careta de dor.
— porra, javon! Seu idiota, nunca ataque um inimigo desse jeito.
— tu é maluca da cabeça. Você me deu um soco na boca? — ele disse, e eu prendi o riso.
— eu avisei pra não testar minha paciência, moleque!
Meu pai mandou eu levar ele para o vestiário e cuidar do estrago que eu tinha feito. Javon resmungava, e eu já sentia os nervos a flor da pele. Peguei a caixa de primeiros socorros, e parei na frente dele. Peguei o algodão e água buricada. Logo senti as mãos dele agarrar minha perna, quando limpei o sangue ali no local. Ele apertou, e eu arfei mordendo os lábios.
— ta ardendo. Muito mesmo.
— vai passar. Para de resmungar na minha cabeça, foi você que me atacou pelas costas.
Eu estava cansada, morta. Só faltava me enterrar. Depois do treino, meu pai ainda me fez correr durante uma hora na maldita esteira. Meu cabelo úmido, usava somente a calcinha e um blusão, que nem era tão grande assim. Eu estava com uma sede do caramba, minha garganta chegava a arranhar quando eu engolia a saliva. Desci ir na cozinha pegar água, que já minha garrafa estava vazia. Era meia noite e cinquenta e cinco. Passei pela sala e vi aidan e Carl e jaden jogando vídeo game.
— belas pernas, chica.
Jaden disse quando me viu, e eu mandei o dedo indo pra cozinha. Será que eles não dormes, não estudam ou algo do tipo. Fui até o filtro, e escutei a porta da dispensa abrindo lentamente, e o barulho fez eu rangir os dentes. As luzes se apagaram e o silêncio irritante tinha reinado.
— meninos!
Chamei por eles. Só podia ser alguma piada, ou brincadeira de mal gosto deles.
— darling... darling...
A mesma voz, a mesma voz. Me agachei deixando meu corpo escorregar na geladeira. Agarrei minhas pernas, tampando os ouvidos. Eu estava me sentindo uma maluca, de verdade. Minha cabeça voltou na noite do diabo, as risadas, barulho de serra, arranhões. Senti as lágrimas descerem pelo meu rosto.
— para, por favor!
Choraminguei, agarrando mais minha pernas.
— Gallagher. Ei, sou eu javon. O que aconteceu?
As mãos dele seguraram meu braço, e ele me deu apoio pra levantar. Olhei em volta, procurando. Luzes estavam acesas, porta da dispensa aberta. Tudo normal. Eu estava ficando louca.
Ele me olhava todo preocupado, e eu o abracei. Eu estava morrendo de medo, me sentia perturbada. Ele segurou meu rosto, e encarou meus olhos e em seguida meus lábios. Segurei a nuca dele, e nós se beijamos. Uma mão sua segurou meu pescoço, apertando ele de um jeito bom, e a outra desceu pela lateral do meu corpo e apertou minha bunda fortemente.
Oi gatinhas, como estão?
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