capítulo 32
O lugar que eu estava parecia o inferno. Bichos gigantes sobrevoando por cima de mim. Eu não entendia muito bem, estava andando por horas, via pessoas e não era respondida. Aonde é que eu estava, meu Deus?
— seja bem-vinda ao inferno, criança — uma voz grossa disse atrás de mim e eu me virei desesperada— você sabe por que está aqui, darling? — neguei — venha comigo. Você precisa ver isto.
— Lúcifer, deixe a menina comigo — uma voz doce disse chegando ao meu lado— prazer querida, rainha do inferno.
— li-lilith? — ela sorriu. Era uma mulher linda, dos cabelos pretos longos. Usava um vestido longo e andava descalça. Um olhar que tirava o fôlego de qualquer um.— por que eu estou aqui? Por que eu matei aquele filho da puta, que destruiu a minha vida ?
— criança, você se parece comigo? Você é costela de Adão?— lilith me perguntou, e eu senti a fúria crescer dentro de mim.
— não sou costela de Adão, não, não. Eu sou filha de lilith. Faço parte das bruxas escondidas pelo mundo, neta de uma feiticeira.— a gargalhada de Lúcifer ecoou pelo lugar, e lilith passou as suas unhas enormes pintadas de preto pelo meu rosto.
— tire suas unhas da minha neta, lilith— abri a boca, quando vi minha vó paterna. Ela sorriu toda meiga. Minha vó morreu queimada. Foi homicídio. Prenderam minha vó dentro da casa que ela mais amava, e botaram fogo. Ela não conseguiu sair.
Minha vó sempre mexeu com magia negra, eu sempre soube desde criança. Ela me ensinava algumas magias, mas para o bem próprio. Sempre me ensinou a cuidar do meu astral e da minha alma. Por que no fundo, ela sabia que algum dia eu precisaria.
— vovó Cecília.— ela sorriu e me abraçou — por que eu estou aqui vó?
— querida. Você sofreu muito na terra, pedimos permissão ao Senhor maior, para te trazer aqui. Você precisa ver algo antes de ir para o céu.
Minha vó diz, mas eu ainda estava confusa.
— volto a perguntar o motivo de estar aqui — Lúcifer bufou irritado. E mostrou seus olhos vermelhos. Ele me segurou pelo braço, e me levou até uma escada alta.— você não vai me jogar daqui não é?
— darling, bruxinha. Eu não sou tão ruim quanto você pensa. Você precisa ver uma pessoa sofrer, para poder perdoá-lo e seguir em frente.
Lúcifer disse, e eu senti meus pelos se arrepiarem. Lúcifer levantou a mão, me pedindo pra segurar. Eu fiz isso, e ele me levou até um lugar aonde Benjamin era torturado por demônios. Ele gritava e agonizava de dor. Eu sorri com a cena, e nós descemos as escadas.
— Benjamin, criança. Olha quem veio ver você sofrer — lilith disse e gargalhou alto, quando ele me olhou desesperado.— agora você sente o que ela sentiu na terra, criança? Você sente a dor, mais não é nada comparada ao que você fez com ela e com a família dela.
— vão se foder!
Ele gritou e eu arregalei os olhos surpresa. Ele quer ser peitudo diante do rei e da rainha do inferno. Não tem jeito mesmo, esse Benjamin.
— eu te disse que você morreria comigo, darling. Agora vamos ficar juntos, aqui. Agonizando de dor. Vamos sofrer juntos, meu amor.
Fiz cara de nojo e minha vó, semicerrou os olhos para o garoto ajoelhado com a boca e o corpo coberto de sangue.
— aqui não é o lugar da minha menina. Seu monstro. E nós, eu e você, temos muito o que resolver. Eu te disse Benjamin, que se você voltasse a tocar nela, você sofreria bem mais. Eu te avisei, menino insolente!
Minha vó disse com a voz super grossa. Demônios de toda a parte apareceram ali e eu agarrei os braços do Lúcifer que gargalhou quando viu que eu tinha ficado com medo.
— não precisa de medo, criança. Você é nossa protegida, sempre estivemos com você. Nós perdoe por deixar você passar por essas coisas, mas faz parte da vida. Tinha que acontecer.
— maktub né?— ele assentiu. Os demônios começaram a arrancar pedaços do corpo do Benjamin e ele gritava, eu apertei meus olhos não aguentando mais.
— você precisa ir, filha. Aqui não é lugar pra você! — minha vó disse e eu senti meus olhos marejarem, meu peito apertou.
Mas por que eu ainda sinto as coisas se é só minha alma que está aqui?
— a vó vai estar sempre com você, bruxinha. Você precisa ir agora! — ela gritou. E eu entrei em desespero. Fechei meus olhos e quando abri estava em um lugar lindo.
Nada comparado aonde eu estava. Havia pessoas correndo, crianças. Pássaros, tinha árvores. Aonde eu estava? Eu não faço ideia.
— darling!
Ouvi a voz do aidan e me virei, e quando vi ele comecei a chorar. Senti meus joelhos encostarem no chão, ele veio até mim e me abraçou. Senti duas mãos fortes nos meus ombros e quando me virei pra olhar era Theodore. Eu chorei como criança, quando cai da bicicleta e rala o joelho.
— você está no céu, irmã — Theodore disse, e beijou meu rosto.
— mas.... eu não quero estar aqui. Eu preciso cuidar da noah e do carl. Por que? Por que isso. Por que eu estou aqui...
— darling, você tinha uma doença terminal. Uma hora ou outra você estaria aqui, ao lado dos anjos. Das pessoas que acreditam na pureza — uma voz disse e eu levantei meus olhos. Era lindo.— sou uriel, seu anjo da guarda. Você é bem atrevida, sabia? Se mentia em tudo que botava sua vida em risco. As corridas, essa vida louca de mafiosos.
— perdão...
Meu rosto esquentou. Eu estava morta de vergonha.
— darling. Eu te trouxe aqui, pra ver seus irmãos. Mas você não pode estar aqui, ainda não, criança. Então está na hora de você voltar...
Neguei desesperada, agarrando os meus irmãos.
— você precisa cuidar da sua família, das pessoas que você ama. Você precisa ir agora, darling. Aqui ainda não é o seu lugar. Volte criança, vá ser feliz. Eu te concedo um milagre, mas sua vida não irá ser tão fácil a partir daí.
Uriel disse. E eu chorei olhando para os meus irmãos. Eles sorriram, e me abraçaram.
Abri meus olhos, ouvindo vozes. E quando levantei minha cabeça, vi que estava sendo colocada nas gavetas do necrotério.
— sinto muito pela sua perda senhor Gallagher.... fizemos de tudo pra reanimá-la, mas perdemos ela no mesmo minuto.
— eu amo tanto a minha filha. — a voz do meu pai. Fez eu tentar me mexer e sentir meu corpo formigar.— pode fechar... amanhã buscaremos ela para o enterro.
— que porra de enterro, me tira dessa gaveta maldita !
Gritei nervosa, e o moço e meu pai quase caíram duros no chão. O moço puxou a maca pra fora e pôs a mão no peito.
— darling, você morreu. Como isso é possível?
Meu pai perguntou segurando minha mão, e eu vi que sua mão estava gelada e fria. O sangue provavelmente estava voltando para o meu corpo.
— preciso levá-la para a sala agora. Enfermeiros— o homem gritou e eu tampei os ouvidos.
Eu estava deitada na cama do hospital a mais de duas horas. Eu só queria minha cama, a comida maravilhosa da Amélia, e um banho decente. A porta do quarto foi aberta era carl, lorenzo, Olivia, mary, felicith, tia jessy e DJ.
— que macumba é essa, meu Deus? A gente te viu morrer, darling.— lorenzo disse e eu sorri, e levantei os braços fazendo graça.
— e por incrível que pareça, a doença sumiu. — o médico disse, e eles olharam suspeitos. Olha o milagre de uriel aí.— nenhum requisitos, nem sequelas da doença. Darling, você está curada.
— isso é ótimo! Querida, javon não saia nem do quarto. Quando soube do seu falecimento.— tia jessy disse, e eu olhei pro meu pai.
— eu estive morta por quantas horas?
— darling, você esteve ligada em aparelhos durante dois dias. E no terceiro dia, você faleceu. — minha mãe disse segurando minha mão.
Carl de um lado da sala, segurava o choro. Eu chamei ele, e segurei sua mão.
— você nunca mais nos da um susto desse, garota. Eu quase morri junto— ele disse e eu ri de lado. Beijei sua mão.
— senhor e senhora Gallagher. Amanhã sua filha terá alta.
O médico avisou e meus pais assentiram.
Eu estive morta por 72 horas. Quase fui colocada em uma gaveta, passei no inferno e dei um role no céu. Vi minhas duas metades e estou de volta. Mas o que eu realmente preciso, é ver o javon. Preciso ver a noah, sentir o cheiro de casa, do meu quarto. Preciso sentir o vento de Geórgia pelo meu rosto. Eu devo estar mais branca do que o gasparzinho.
E como o anjo da darling disse daqui pra frente não vai ser tão fácil. Sortuda é ela que saiu do inferno kkkkkkk parei.
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