capítulo 19
por que sinto tanta pressa se você está no mesmo lugar e permanece me acenando com as mãos me dizendo pra ir até você, sem medo?
por que sinto tanta pressa e aperto no peito como se você fosse sumir ou me abandonar de repente como se fosse tão surreal que eu não seria merecedor de percorrer o caminho tão digno que é o caminho do amor?
por que sinto tanta pressa em ser amado e preciso da sensação segura de que você não me abandonará na manhã seguinte ou no próximo mês ou quem sabe me deixará aqui, percorrendo essa maratona tão cheio de mim e com tão pouco de nós?
por que sinto tanta pressa em ser abandonado em sentir que você deixará uma marca em mim e sumirá sem saber que seu DNA atravessou o meu e agora mora no espaço que existe entre meu sangue e minha pele?
por que sinto tanta palpitação só de pensar em ser tão pequeno e frágil que o único movimento capaz de sanar tudo seria o de você me virando as costas quando eu estivesse prestes a te tocar?
por que sinto tanta pressa em passar por esse caminho se sei que no final você me deixa e eu me deixo e tudo termina como sempre?
Eu não iria embora, não dessa vez. Não queria fugir como uma covarde. Quero enfrentar meus anjos e demônios, não quero me deixar ser dominada novamente, eu não preciso disso.
acontece sempre quando me abro um pouco mais. quando digo: agora é o momento. quando preparo meu coração, quando digo a ele que está na hora de inflamar. acontece quando decido abrir os olhos e o peito. quando já não tenho tanto medo a ponto de não tentar. aí é que eu tento muito. tento com tanta força. e com a bravura de quem, finalmente, vai encontrar algo. acontece sempre quando estendo um pouco mais a pele. quando recupero todo o fôlego que consigo. quando estou mais forte e aparentemente curado. quando a cura em mim já não é remédio, mas sim convencimento. quando acho que consigo receber a pancada. o golpe. o soco no estômago. a notícia ruim.
acontece e eu vejo que não. nunca estarei preparado. minhas pernas, trêmulas, também não. e a respiração pesando os olhos, a cabeça, o corpo . tudo me diz que não aguento. não fui feito pra aguentar.
e confesso, depois de me preparar com tanto afinco pro amor: não consigo. não assim. não com alguém indo e voltando na mesma medida que diz me amar.
não assim. quando vejo de tudo, menos amor.
acontece sempre. quando abro o coração um pouco mais.
Amar ele foi um jogo perdido.
— darling, querida. Sou eu, Mary. Posso entrar? — ela bateu na porta, enquanto eu escrevia tudo o que tinha no meu coração.
— sim...
Minha voz saiu falhada, e ela entrou. Me deu um sorriso pra me confortar e sentou do meu lado.
— por que você acha que amar ele foi um jogo perdido? — ela pergunta levantando a sobrancelha.
— por que ele mentiu. Eu cheguei a perguntar sobre ele ser o anônimo e ele mentiu na cara dura. Mary, eu nunca se quer cogitei me aproximar dele, pelo fato dele ser mais novo, ser famoso e outras coisas. Isso era demais pra mim, a minha cabeça já não estava muito boa. Aí ele faz de tudo pra me conquistar e era ele me assombrando o tempo inteiro? Isso não é justo.
— querida.... eu entendo sua raiva. Posso te contar uma coisa? — assenti — quando Olivia tinha um ano, eu me envolvi com o seu pai. Me senti super culpada por pegar o namorado de arabella, que na época era minha melhor amiga. A gente confiava tudo uma pra outra. Mas eu nunca tive coragem de dizer pra ela que era apaixonada no namorado dela. Em uma festa de halloween, acabou acontecendo. Arabella descobriu a traição da duas partes, ela me ameaçou de morte e a condição era que eu fosse embora pra sempre, mas antes deixasse você com ela. Arabella já tinha o theo, mas ela era doida em uma menina, e quando viu que eu estava grávida de você e do chad, ela ficou louca, roubou você de mim, e me mandou sumir. Eu fiquei sem chão, mas com muita ajuda do seu tio Oscar, eu me reergui. Tive um lance com o pai do lorenzo, mas a minha mãe pediu para cuidar do lorenzo enquanto eu resolvia minha vida. E consegui. Na noite do baile de máscaras fui convidada pelo mafioso italiano, Jace. E reencontrei o chad. Ele ficou louco atrás de mim, e eu acabei contando tudo. E agora eu estou aqui, tentando dar uma de boa mãe pra você!
Eu ouvi atentamente cada palavra.
— você é uma boa mãe, mary. É só olhar o lorenzo. Ele é meu melhor amigo, confio minha vida a ele. E descobrir que ele é meu irmão, é uma dádiva tão grande. Mesmo sendo constrangedor saber que já beijei meu próprio irmão.
Mary gargalhou, e me abraçou. Acariciou meu rosto e mexeu em meu cabelo.
— você é incrível, darling. Você não mereceu passar por essas coisas. Mas você passou, e tá de pé. Você é forte, guerreira. — uma lágrima caiu pelo meu rosto e ela secou. — espero poder ser uma boa mãe pra você
— você é. — ela sorriu.
— gostei do que escreveu. Foi de coração. Continue assim, e vai se tornar uma grande autora.
Ela piscou, se levantou e saiu. Ser escritora é algo que eu gostaria de investir, até por que ainda tenho três anos de faculdade pela frente.
Eu não fazia ideia do que tinha acontecido com os Zuckerberg. Eu e felicith fomos tiradas de cena. Já que estamos bastante abaladas com isso. Meu celular vibrou e era o Carl pedindo pra descer. Fechei as abas do notebook. E desliguei. Pus um moletom. E desci.
Desci as escadas e me joguei no sofá. Sentei entre as pernas no aidan, e joguei os pés no carl. Eles começaram a fazer massagem e eu me senti nas nuvens. A porta foi aberta e era arabella e theo.
— vim em paz. Apenas quero resolver os negócios da empresa.— ela disse ajeitando a roupa e eu levantei as sobrancelhas.
— bicha feia da miséria — Carl disse e eu prendi o riso. — e aí arabella, já arrumou outra mulher pro seu filho? Ou você sabia que os Zuckerberg queria acabar com a nossa família?
— cala a porra da boca moleque imprestável!
Ela gritou. Porra. Ela gritou com o meu irmão. Me levantei rápido, e puxei um soco dando na cara dela. Ela cambaleou e caiu, fui por cima desferindo vários socos na cara da vagabunda.
— barraco! Quebra! Uhul! Acaba com ela darling — Carl disse rindo e eu senti alguem me puxar. Era o Theodore.
— tá que pariu viu. — ele disse e ajudou a mãe a levantar.
— fala do meu irmão de novo, vadia. A próxima coisa que eu vou fazer vai ser arrancar esse seu coração de merda.
Gritei, e o carl gargalhou mais ainda. Aidan me puxou pra sentar. Noah chegou com um copo de água, e sentou no meu colo. Se antes eu estava com raiva, só de ver o rostinho de anjo da noah a raiva foi embora.
Aqui teve porradeiro, barraco, briga, confusão, carl rindo de tudo. E ainda teve a darling escrevendo na base do ódio.
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