𝟎𝟏𝟑★ Stigma
❝Mesmo que eu tente esconder ou ocultar, isso não pode ser apagado
Você está me chamando de pecador?
O que mais eu tenho que dizer?❞
─ STIGMA, BTS
★
─ Caramba, sua boca é deliciosa. ─ Bang Chan murmurou contra os lábios inchados de Seungmin, enquanto um fio de saliva ainda conectava-os e suas respirações pesadas chocavam-se entre os corpos.
─ idem ─ o Kim sorriu ladino, sentindo os dedos do australiano deslizarem por seu braço direito em um carinho singelo. ─ Você é simplesmente surreal. Bem mais incrível do que o Bang Chan que eu costumava conhecer... ─ Deixou escapar sem nem mesmo perceber, mordendo o lábio inferior em apreensão ao observar Bang Chan arquear a sobrancelha em sua direção.
─ O que quer dizer? ─ O Bang questionou, realmente intrigado com tal comentário. Eles nunca haviam se visto antes de Bang Chan chegar ao colégio, muito menos conversaram, então a quê Seungmin poderia estar se referindo?
O moreno permaneceu em silêncio por alguns instantes, sentindo-se nervoso apenas em pensar no assunto. Afinal, como explicaria todos os seus pensamentos conflituosos e seus devaneios fantasiosos para o mais velho? Bang Chan ainda gostaria de si depois de perceber o quão ridículo Seungmin conseguia ser quando queria?
De qualquer forma, não teve tempo para responder o australiano já que, no exato momento em que seus lábios se entre-abriram para formular a primeira frase, ouviu uma voz ofegante chamar por si.
─ Seungmin! ─ olhou rapidamente para o lado, vendo Jisung correr até si de forma apressada com Minho em seu encalço. ─ Que bom que eu te encontrei!
Bang Chan e Seungmin afastaram-se por fim, observando o mais baixo apoiar-se em seus joelhos para recuperar o fôlego. A camiseta de seu uniforme estava amarrotada e o nó de sua gravata encontrava-se bem mais frouxo do que o usual.
─ Oi Minho, quanto tempo! ─ Seungmin cumprimentou cordialmente, recebendo um aceno do loiro. ─ E então Ji, veio tirar o pai da forca? ─ Gracejou, recebendo um revirar de olhos do mais novo como resposta.
─ É que eu descobri uma coisa. ─ disse, assim que sentiu sua respiração normalizar, ajeitando sua postura para ficar cara a cara com Seungmin. ─ Na verdade, quem descobriu foi o Minho, e, então, ele contou pra mim.
─ E o que exatamente ele descobriu? ─ a essa altura, Bang Chan e Minho apenas observavam ambos os garotos, que dialogavam com bastante naturalidade entre si.
─ Então, sabe o Hyunjin? O tal ex do Innie? ─ Jisung questionou, recebendo um aceno positivo de Seungmin, que o observava com curiosidade. ─ Acredita que ele é um dos melhores amigos do meu namo... ─ O Han interrompeu a si mesmo antes de completar a frase, apoiando-se em um dos armários com o antebraço esquerdo ─ do Minho?
─ Mentira? ─ Seungmin preferiu deixar o pequeno deslize do amigo de lado naquele momento, mas não deixou de olhar para Minho de soslaio, notando o rubor que atingia as bochechas do loiro. ─ é sério?
─ Seríssimo! ─ Jisung confirmou ─ e o Minho me disse que sabia exatamente o que havia acontecido com o Hyunjin. ─ ambos os olhares se focaram no mais velho, que encolheu os ombros, desviando brevemente o olhar.
─ Achei melhor contar quando estivesse com os dois, já que ambos são amigos do Jeongin. ─ eles assentiram em concordância. ─ O que acham de tomar um bubble tea depois da aula? Aí podemos conversar com mais tranquilidade.
─ Sim, parece ótimo! ─ Seungmin concordou rapidamente.
─ Então tá. ─ Jisung acenou ─ Nós encontramos você no portão, na hora da saída. ─ O mais baixo instruiu, entrelaçando seus dedos aos do mais velho, coisa que não passou despercebido pelo Kim. ─ Aliás, podem continuar com o que faziam. ─ piscou seu olho esquerdo, sorrindo travesso para Bang Chan, afastando-se deles em seguida, juntamente com Minho.
─ Hm... eu bem que queria... ─ Bang Chan murmurou, franzindo seus lábios em um biquinho adorável aos olhos do Kim ─ mas tenho treino em alguns minutos.
─ Verdade? ─ recebeu um movimento positivo de cabeça em resposta. ─ Bem, então acho que nos vemos amanhã?
─ com certeza! ─ O australiano foi rápido em afirmar ─ temos um assunto pendente, senhor Kim ─ tocou a ponta do nariz de Seungmin com seu indicador, beijando-lhe os lábios em seguida.
Embora sua atitude tenha aquecido o coração de Seungmin, este também encontrava-se preocupado e ansioso com o que ele sabia que viria.
★
─ E então? ─ Seungmin encarava os olhos escuros de Minho, que estava sentado de frente para si, juntamente com Jisung, com bastante atenção. ─ O que você tem pra' gente? ─ questionou, bebericando seu bubble tea de creme de baunilha logo em seguida.
Jisung girou levemente seu tronco, até que pudesse olhar diretamente para o loiro, sentindo-se ansiosoo.
─ Bem, esse é um assunto bastante pessoal do Jinnie.─ Minho suspirou profundamente, desviando seu olhar para as grandes janelas que traziam iluminação natural para o local. ─ em outras circunstâncias, eu não diria nada a ninguém, assim como ele me pediu, mas eu estou realmente preocupado com ele.
─ Então, se trata de algo realmente sério? ─ foi Jisung quem questionou, recebendo um aceno positivo do mais alto.
─ Acontece que o Hyunjin tem pais muito religiosos e, até então ele morava em um apartamento bancado por eles, por isso, mantinha o relacionamento com o Jeongin em segredo ─ iniciou, recebendo a total atenção dos dois mais novos. ─ Eles simplesmente não podiam sonhar que o filho é gay e já estava ficando difícil para o Jinnie conseguir esconder. Ele estava cansado de viver em segredo. De não poder ser quem realmente é.
─ Porra... ─ Jisung murmurou, abaixando o olhar por alguns instantes. ─ Eu nem consigo imaginar como ele tá se sentindo.
─Acredite, terminar com o Jeongin não foi fácil pra ele. Eu sei muito bem o quanto ele gosta do amigo de vocês. ─ Minho prosseguiu, deixando seu copo, já vazio, de lado.
─ Então, ele terminou com o Innie porque os pais dele descobriram tudo? ─ Seungmin questionou, tentando compreender.
─ Basicamente ─ Minho assentiu ─ Como eu disse, ele cansou de precisar viver uma vida de mentira e decidiu contar tudo pros pais dele. Acho que vocês podem imaginar qual foi a reação deles, certo? ─ Seungmin e Jisung nada responderam, de repente, sentindo-se culpados por terem amaldiçoado até a última geração do Hwang. ─ Ele saiu de casa, está morando comigo por um tempo, até conseguir alugar um cantinho pra ele e, bem, ele trancou a faculdade, já que eram os pais dele que pagavam as mensalidades.
─ Caramba. ─ Seungmin balbuciou pensativo. ─ Eu realmente não fazia ideia.
─ Só quero deixar claro que ele também está sofrendo muito. ─ O loiro disse ─ Eu nunca o vi desse jeito antes. De repente, ele se viu sem casa, sem namorado, sem a faculdade de que tanto gostava e sem o afeto dos próprios pais.
De fato, aquela situação era bem mais complicada do que eles haviam imaginado. Seungmin não conseguia entender como alguém poderia fazer algo do tipo com o próprio filho, utilizando os mandamentos religiosos como disfarce para seu próprio preconceito. Afinal, o Deus que os pais de Hyunjin tanto adoram é o mesmo que ordenou que amássemos e respeitássemos uns aos outros, certo?
O amor não deve significar ter que viver com medo de uma sociedade doente, que vê na liberdade do outro a afronta à sua própria ignorância.
─ Acreditam que os pais do Hyunjin até sugeriram que ele fosse em uma espécie de "retiro espiritual"? ─ Minho riu sem ânimo ─ segundo eles, isso poderia ajudar a curá-lo.
─ Não existe cura para o que não é doença! ─ Jisung exclamou ─ nós precisamos fazer alguma coisa.
─ E nós iremos. ─ Seungmin garantiu, mesmo sem ter alguma ideia em mente. O Kim apenas sabia que não poderia permitir que as coisas terminassem daquela maneira.
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