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27

Ajeitei meus tênis e encarei Brunna dormir mais uma última vez, sorrindo em seguida. Peguei o casaco da minha cadeira e vesti, estando pronta para sair, mesmo que as duas e meia da manhã.

Adentrei o carro da minha mãe e dirigi até um posto próximo, já que o mesmo era aberto vinte e quatro horas.

[...]

Peguei dois pacotes de cookies com gotas de chocolate, logo fui até os salgados, enchendo minha cestinha com coisas nadas saudáveis, porém ainda maravilhosas. Fui até o freezer e peguei um refrigerante, pronta para buscar mais alguma coisa para atacar.

No fim, acabei saindo do estabelecimento com quatro sacolas repletas de comida.

[...]

Tirei meus sapatos na entrada da minha casa, cuidando para não fazer barulho. Subi os degraus em passos lentos e firmes, ainda controlando meu movimento sonoro. Encarei a porta do quarto de Silvana, e suspirei aliviada ao conseguir adentrar no meu, sem chamar atenção ou algo do tipo.

Encostei a porta do cômodo, e me virei lentamente, sentindo meu coração se partir em diversos pedaços, ao que via Brunna abraçando os próprios joelhos, chorando, e soluçando.

- Baby...- Larguei as sacolas no chão e fui até ela, a abraçando e segurando seu ouvido contra meu peito.

- Eu achei que... eu acordei e você não...- Suspirei pesado e continuei acariciando sua cabeça.

- Eu estou aqui. - A abracei com mais força, e Brunna respondeu, escondendo a cabeça na curva do meu pescoço, porém não parando de chorar.

- Eu não vou te deixar, Boo. - Beijei sua testa e ela suspirou. - Vem, vou te dar um banho para relaxar, e então conversamos. - Ela assentiu.

Brunna já estava parcialmente sem roupa, então assim que entramos no banheiro, apenas deixei a banheira enchendo, enquanto aquecia seus braços com as minhas mãos.

- Você se arrepende? - Perguntei. Brunna negou com a cabeça e fitou as próprias mãos, logo as juntando e fazendo uma nova cara de choro.

- Achei que você tinha...- Falou tão baixo que quase não ouvi. Neguei rapidamente, voltando a acariciar seus cabelos soltos.

- Eu não vou te deixar, Brunna. Tira isso da sua cabeça... eu gosto de você, vai ser impossível se livrar de mim. - Ri baixo e Brunna suspirou, tentando limpar o rosto com as mãos. - Eu... poderia correr atrás de um calmante para você agora. Mas não tenho mais Xanax. Literalmente. - Brunna riu e respirou fundo.

- Você é tão idiota. Mas isso te torna uma pessoa tão melhor que as outras. - Brunna diminuiu o tom de voz a cada palavra expressa, mais ainda sim eu conseguia entender, e acabei sorrindo.

Desliguei o registro da banheira, e logo chequei a temperatura, confirmando que estava bom o suficiente para um banho. Me levantei, e peguei alguns sais, deixando deixando caíren na água. Fiz espuma e Brunna me encarou com brilho nos olhos, o que me fez sorrir outra vez.

- Entre aqui. Quer que eu lave seus cabelos? - Perguntei, a vendo abaixar a calcinha, e logo entrar na banheira.

Claro que fechei os olhos. Não era o momento, e a ludsconda precisava entender isso.

Abri meus olhos, Brunna assentiu para minha pergunta e então fui até onde haviam alguns shampoos meus, logo parei atrás de seu corpo, onde havia um lugar específico para sentar fora da banheira.

Trouxe a água da banheira delicadamente para seus cabelos, e logo em seguida eu já estava com o líquido do shampoo nas mãos, o levando até os cabelos de Vanessa, e então começando a massagear. Ela suspirou aliviada e sorri, continuando a limpá-la.

[...]

Terminei de tirar o condicionador de seus cabelos com a manguerinha, logo usei um prendedor para pôr nos mesmos. Brunna sorriu e deitou, me encarando de cabeça para baixo. Me inclinei e encaixei nossos lábios, logo os afastei.

- Eu tomei banho antes de sair. Vou até o quarto trocar os lençóis da cama, e então você relaxa aqui até eu te trazer algumas roupas, tudo bem? - Vanessa assentiu, em seguida colei nossos lábios outra vez.

[...]

Entrei no banheiro e estendi uma toalha na direção dela, ao que deixava algumas roupas sobre a minha pia. Ao invés de deixar Brunna pegar a toalha, acabei segurando sua mão, e a ajudando levantar, logo enrolando a toalha ao seu redor. - Sem olhar, é claro -. Brunna saiu da banheira com minha ajuda, e logo consegui
encará-la, sorrindo fraco ao que seus olhos brilhavam em minha direção. Deixei minha mão esquerda em seu pescoço, e usei a direita para soltar seus cabelos, os ajeitando em seguida. Brunna se aproximou, e logo estávamos nos beijando. Dessa vez usando carinho, e não procurando nenhum prazer, a não ser o de sentir o zoológico inteiro no estômago, assim como o coração acelerado.

[...]

Tínhamos todas as comidas espalhadas pela cama. Brunna estava deitada no meu peito, enquanto apenas a luz do banheiro e a da TV nos iluminava. Estávamos devorando um pacote de Doritos com Nutella e Fini de banana.

- Se sente melhor? - Perguntei, levando uma das balas do pacote até sua boca. Brunna assentiu e suspirou.

- Eu... acho que entrei em pânico..- Falou com voz baixa. Deixei um beijo em sua testa e fechei meus olhos.

- Não precisa ficar com medo disso, Baby. Eu não quero fugir de você, eu te adoro, e acho maravilhosa a sua presença. Por que diabos eu fugiria de sorrir?

- Talvez eu seja muito sentimental ou chata com esse negócio todo... mas-

- Não, você apenas quer e precisa de carinho. - Me estiquei e roubei um selinho. - Todo mundo precisa disso, Brunna. Não há nada de errado em sentir-se só as vezes. Isso sempre vai ser passageiro, é impossível não ser. - Franzi o cenho. - A não ser que você queira que não se aproximem, daí não tem muita opção. Mas eu estou aqui.

- Eu só estou com medo. Você pode dizer isso... mas é hoje. Nada define o amanhã. - Acariciei sua cabeça e sorri.

- Eu estava pensando no meu amanhã... quando... quando transamos mais cedo. - Brunna me encarou e sorri. - Eu juro que estava pensando numa forma melhor de te pedir isso, mas acontece que as horas perfeitas as vezes podem passar despercebidas...- Respirei fundo e mordi meu lábio inferior. - Se você estiver feliz com isso, gostaria que fosse minha namorada. - Senti minhas bochechas corarem, e logo o rosto de Brunna se ergueu, ficando da altura do meu.

- Você está falando sério?

- Claro que estou. - Ela sorriu e selou nossos lábios, logo acariciou meu braço. - Eu falei sério quando disse que estava apaixonada por você.

- Então quem sou eu para recusar quando se é recíproco, não é mesmo?

-

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