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Bati a caneta contra o livro onde eu tentava fazer as atividades de filosofia, e ri ao que Renatinho e Cacau começavam uma breve discussão sobre o assunto que ambos estudavam em particular.

Estávamos no meu quarto, os dois estudando para uma prova que ocorreria no dia seguinte, vulgo sexta feira, e eu apenas fazendo algumas tarefas.

- Mas como pode terminar com raiz quadrada se não tem o ao quadrado aqui em cima, criatura. - Ri da explicação de Renatinho.

- Aí que tá, viado. Você não está vendo o dois aqui em cima? - Minha amiga retrucou.

- Cacau, você copiou errado. - Algum silêncio foi ouvido e quis gargalhar, mas não faria isso. Cacau ainda iria me bater. Não que eu tivesse medo, né.

- Oh. - Ela disse simplesmente. - Ludmilla, fique na sua e vai fazer suas tarefas. - Olhei para trás e Renatinho ria.

- O que?! Mas eu nem disse nada!

- Relaxa, Ca. É matemática, nem é tão difícil. - Meu melhor amigo avisou.

- Meu pau, Smith. Eu não sirvo pra essa merda. - Cacau pegou uma lixa de unha e Renatinho negou, enquanto sorria e voltava a atenção para o caderno de seu colo.

Meu pau. Eu sou a garota que tenho pau aqui.

Dei um pulo com o susto, não que eu teria levado algum dos meus dois melhores amigos, mas sim com vibração do meu celular.

- Acho que chegou uma Brunna pra você. - Cacau retrucou. Peguei o celular enquanto revirava os olhos e ouvia Renatinho rir.

- Você ainda não parou de falar com ela, desde que chegamos aqui.

- Cala a boca.

Abri a mensagem e realmente era a Brunna. Havia um vídeo de um gatinho tocando teclado, o que foi inevitável para rir. Que gatinho fofo.

- E você ainda fica puxando assunto. Essa menina não tem o que fazer? Nem alguém mais legal pra ficar conversando? - Minha melhor amiga falou outra vez.

Respondi Brunna rapidamente e bloqueei o celular, logo ouvindo o mesmo vibrar com outra resposta sua, assim que o larguei sobre a mesa de notebook onde eu estava. Cacau revirou os olhos e girei meu corpo na cadeira giratória. Acontece que não parei de girar. Duh, adoro essas cadeiras.

- Ela fala comigo porque sou legal, Cacau. Basta aceitar. - Cacau gargalhou e apenas vi Renatinho sorrir de relance. Eu ainda estava girando da cadeira.

- Aposto que você fica mandando nude, vagabunda do jeito que é...- Renatinho gargalhou e Cacau apenas riu, me fazendo corar e revirar os olhos.

- Ou ela fica te mandando nudes, Ludmilla? - Renatinho quem falou dessa vez.

- Primeiro que não ficamos trocando nudes, segundo eu preciso terminar minha tarefa e terceiro; vocês não tinham que estudar? - Cacau revirou os olhos.

- Somos inteligentes, não precisamos disso. - Ela falou.

Gargalhei e logo uma almofada voou contra minha cabeça, me fazendo cair da cadeira onde eu girava com uma enorme empolgação anteriormente.

- Vagabunda.

- Tá, mas agora falando sério. - Renatinho começou a bater o esmalte azul na palma da mão, e logo abriu, sem tirar os olhos de mim, que ainda estava caída no chão. - Eu estou cansado desse lugar, espero que as pessoas mudem... e contem a verdade para os melhores amigos. - Entregou o esmalte para Cacau e ela logo começou a pintar a unha dele. - Lud, diz na cara. 80 ou 8-

- Na verdade, é 8 ou 80, Smith. - Cacau exclamou. Renatinho revirou os olhos.

- Mas isso não importa. Quero a verdade. - Cacau sorriu maliciosa e agora ambos me encaravam.

- O que está acontecendo entre você, e a Gonçalves?

- Sai daí, oh Pedro Bial. - Cai na gargalhada e Renatinho revirou os olhos com o comentário de Cacau, que apenas riu.

- Ah, vocês sabem né... noite... vinho... tainha... muito sexo. - Cacau falou, ao que me parecia, imitando a minha voz. Gargalhei mais ainda e acabei deitando no chão.

- Vocês são tão idiotas. - Falei, tentando me recompor e levantando do chão.

- E você é uma men.ti.ro.sa. - Renatinho concluiu, voltando a pintar as unhas, dessa vez por conta própria.

- Eu não minto pra vocês. - Falei, pegando o caderno de Cacau e sentando-me na cama junto a eles. Era cada conta estranha.

- Aham, tá. Senta lá Cláudia. - Cacau comentou, puxando o caderno da minha mão.

- Só não nos conta a verdade. Fizemos uma pergunta. Vai responder? - Mordi meu lábio inferior e pensei por alguns segundos. Não que eu visse problemas em contar sobre Brunna e eu, mas eu estava pensando em não contar apenas sobre isso.

Meu celular vibrou outra vez na mesinha, e por pura sorte, eu havia mudado a senha, pois quem pegou foi Cacau.

- Vagabunda! Você mudou a senha! - Ela gemeu frustrada e tentou outra vez, enquanto eu apenas ria.

- Sou esperta, Nascimento. - Fui até ela e tentei pegar o celular, o que fora impossível. - Você vai bloquear a droga do aparelho! - Pulei para alcançar o negócio e a escrota master começou a rir.

- Tão esperta que vai ficar com o celular bloqueado. - Renatinho exclamou, já fechando o esmalte que usava. Soprou as unhas e fiz bico, me jogando na cadeira giratória.

- Eu e a Brunna ficamos três vezes. - Falei por fim. Os dois me encararam ao mesmo tempo, e permaneceram como se estivessem vendo um fantasma. - Posso ter meu celular de volta? - Cacau abriu um sorriso e entregou o aparelho, logo deu um grito, que realmente me assustou.

- HÁ, SMITH, VOCÊ ME DEVE 50 PRATAS! - Exclamou enquanto comemorava. Meu amigo arregalou os olhos e começou a negar. Eles tinham apostado isso?! Vagabundas!

- HEY! Calma, Cacau! - Pediu. Seu olhar caiu sobre mim e então levantei minhas sobrancelhas.

- Vocês transaram?

- O que?! Não! - Exclamei, quase caindo da cadeira pela segunda vez. Renatinho deu um pulo e Cacau emburrou a cara.

- HÁ! APOSTA DIMINUIDA PARA 25, CACAU NASCIMENTO!

- Ela me masturbou.

- HÁ! ACHO QUE AGORA ALGUÉM ME DEVE AO MENOS 35 DOLARES SMITH- espera, o que, Ludmilla? Tia Silvana sabe disso? - Girei a cadeira e peguei o lápis, voltando minha atenção para o caderno.

- Sinais iguais leva ao positivo, e sinais diferentes ao negativo, Nascimento. Tia Silvana sabe disso? - Parei por alguns segundos e encarei minha melhor amiga, que tinha feição irritada. - Porque você não sabe.

-

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