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CAPÍTULO 04

A ideia de ir para Londres se enraizou em mim como uma semente, crescendo a cada dia. Eu queria ver a cidade com meus próprios olhos, sentir a atmosfera que James tanto descrevia, e entender o mundo que ele chamava de lar. Meus pais, que trabalhavam em Londres, conheciam a cidade como a palma da mão, mas eu queria que eles a vissem através dos meus olhos, através da perspectiva de James.

Uma noite, enquanto jantávamos, reuni coragem para expressar meu desejo.

— Pai, mãe, eu gostaria de passar um tempo em Londres com vocês — comecei, minha voz um pouco trêmula.

Eles me olharam, curiosos, mas sem surpresa.

— Winter, querido, nós trabalhamos em Londres todos os dias — minha mãe respondeu, com um sorriso gentil. — Você sabe disso.

— Eu sei, mãe, mas eu gostaria de explorar a cidade com vocês, como um turista — expliquei. — Quero ver os lugares que James me contou, os becos escondidos, os parques movimentados, os lugares que ele conhece.

Meus pais trocaram olhares, e eu pude ver a surpresa e a consideração em seus rostos.

— É uma ideia interessante, Winter — meu pai disse, pensativo. — Nós conhecemos os pontos turísticos, os museus, os restaurantes, mas nunca exploramos a cidade como um turista.

— Exatamente! — exclamei, animado. — Podemos visitar os lugares que James frequenta, os lugares que ele gosta, e quem sabe, até encontrá-lo por lá.

— Seria uma oportunidade de conhecer melhor o mundo de James — minha mãe concordou, com um sorriso. — E de passarmos um tempo juntos, como uma família.

— Então, podemos ir? — perguntei, ansioso.

— Vamos planejar uma folga, um fim de semana prolongado, e explorar Londres juntos — meu pai respondeu, com um sorriso. — Será uma aventura.

A notícia me encheu de alegria. Finalmente, eu teria a oportunidade de ver Londres através dos olhos de James, de entender o mundo que ele tanto amava.

O fim de semana chegou, e partimos para Londres. Meus pais me guiaram pelas ruas movimentadas, pelos parques exuberantes, pelos museus fascinantes. Visitamos os pontos turísticos famosos, mas também exploramos os lugares que James havia mencionado, os becos escondidos, os cafés aconchegantes, os parques menos conhecidos.

A cada esquina, eu esperava encontrar James, mas ele não estava em lugar nenhum. A cidade era enorme, um labirinto de ruas e avenidas, e eu me sentia perdido e fascinado ao mesmo tempo.

No último dia, decidimos visitar um parque que James havia descrito como seu refúgio favorito. O parque era um oásis de tranquilidade no meio da cidade, com árvores frondosas, lagos serenos e pássaros cantando.

Enquanto caminhávamos por uma trilha, vi um rosto familiar sentado em um banco, olhando para o lago. Era James.

— James! — gritei, correndo em sua direção.

Ele levantou a cabeça, surpreso, e seus olhos se iluminaram ao me ver.

— Winter! — ele exclamou, levantando-se e correndo para me abraçar.

— Eu sabia que te encontraria aqui — eu disse, com um sorriso.

— Eu também sabia que você viria — ele respondeu, sorrindo. — Mas o que está fazendo aqui?

— Eu pedi para os meus pais me trazerem — sorri. — Mas e você? O que está fazendo aqui?

— Hum... — James fez uma feição triste. — Apenas pensando... Mas, onde estão seus pais?

— Eles estão ali atrás! — apontei.

— Será que eles deixam a gente brincar um pouco? — sua voz soou tímida.

— Vou pedir para a mamãe!

Corri até meus pais que permitiram me pedindo um bilhão de vezes para tomar cuidado e não sair de perto deles, agradeci e voltei correndo na direção de James.

— Eles deixaram.

— Legal. Vem, — sua mão suja de terra segurou a minha. — já sei onde te levar.

James correu me puxando e eu fui atrás. Paramos em frente a uma loja espelhada e muito bonita, haviam manequins dentro com vários vestidos e chapéus elegantes.

— O que... — comecei.

— Só pensei que você gostaria de ver — ele comentou. — As roupas que existem na cidade são muito lindas.

— É verdade... — sussurrei olhando para um vestido azul marinho com pedras.

— Por que você não compra?

Ergui os olhos em sua direção.

— Está falando sério?!

— E por que não?

— Meus pais me matariam se soubessem desse segredo... — murmurei olhando novamente para o vestido. — Mas ele é muito lindo — sorri.

— E se eu distrair os seus pais?

Ri de sua proposta.

— Não acho que daria muito certo.

— Vamos lá, Winter! Eu te ajudo! — ele novamente uniu sua mão a minha e me arrastou para dentro da loja.

O interior era ainda mais bonito e aconchegante do que o exterior.

— Que lugar incrível! — exclamei, admirado com os lustres de cristal e os espelhos dourados.

— Eu te disse — James sorriu, orgulhoso. — Agora, vamos encontrar aquele vestido.

Ele me guiou entre as araras, passando por vestidos de todas as cores e estilos. Finalmente, paramos em frente ao vestido azul marinho, o mesmo que eu havia admirado da vitrine.

— É esse! — exclamei, meus olhos brilhando.

— Ele é perfeito para você — James concordou, sorrindo. — Agora, vamos ver se encontramos o seu tamanho.

Começamos a procurar entre as araras, até que encontramos um vestido do meu tamanho. Corri para o provador, ansioso para experimentá-lo. O vestido caiu como uma luva, e me senti como um príncipe em um conto de fadas.

— Como estou? — perguntei, saindo do provador e me olhando no espelho.

— Você está lindo! — James exclamou, seus olhos brilhando.

— Eu vou levá-lo! — decidi, determinado.

Fomos até o caixa, onde uma senhora de cabelos grisalhos nos atendeu com um sorriso gentil.

— Esse vestido é uma ótima escolha, querido — ela disse, enquanto embalava o vestido. — Você tem muito bom gosto.

— Obrigado — respondi, sorrindo. — Eu... eu posso vesti-lo? — respirei fundo.

Um senhor de terno me olhou de cima a baixo, franzindo a testa.

— Meninos não usam vestidos — ele disse, com um tom de desaprovação.

— Winter usa o que ele quiser! — James respondeu, erguendo o queixo. — E você não tem nada a ver com isso.

O senhor nos olhou surpreso, e depois desviou o olhar, resmungando algo inaudível. Senti um arrepio de satisfação.

— Claro, querido. Os provadores ficam no fundo da loja — a dona do local sorriu apontando na direção certa.

— Winter, eu vou distrair os seus pais enquanto isso — James disse e sem esperar por uma resposta, correu para fora da loja me deixando sozinho.

Me senti tímido, mas ainda sim, tentei reunir um pouco de coragem e confiança antes de dar os primeiros passos e ir até o local.

Tirei minhas roupas e vesti o vestido com muito cuidado, era extremamente lindo e eu não queria estragá-lo.

Ao me olhar no espelho, senti um turbilhão de emoções. A alegria de me ver vestido como sempre quis se misturava com a timidez e o medo do que os outros poderiam pensar. O vestido azul marinho, com suas pedras brilhantes, realçava meus olhos e me fazia sentir como se eu fosse outra pessoa, uma versão mais autêntica de mim mesmo.

Senti um frio na barriga, uma mistura de excitação e apreensão. Eu queria sair do provador e mostrar o vestido para todos, mas ao mesmo tempo, tinha medo dos olhares e dos comentários. Respirei fundo, tentando acalmar meu coração acelerado.

Com passos hesitantes, saí do provador e me olhei no espelho novamente. O vestido era ainda mais bonito na luz da loja, e me senti confiante e radiante. Ignorei a timidez e foquei na felicidade que sentia.

A dona da loja me olhou com um sorriso gentil, e seus olhos brilhavam com aprovação. Senti um calor no peito, um sentimento de aceitação e compreensão.

— Você está lindo, querido — ela disse, com a voz suave. — Esse vestido foi feito para você.

— Obrigado — respondi, com um sorriso tímido.

Agradeci a senhora, peguei minhas roupas dobradas e coloquei dentro da sacola do vestido.

— Vou verificar se James está por perto — anunciei, com um sorriso.

Com passos leves, saí da loja e procurei por James. Ele estava parado na calçada, olhando para a vitrine de uma loja de brinquedos.

— Espera um segundo — escutei por cima do ombro então me virei para olhar. — Você é um garoto?! — um menino se aproximou de mim me encurralando contra a vidraçaria.

— S-sou...

— E não tem vergonha de estar vestido como uma menina?! Isso é nojento! — me empurrou. — Veja isso, William. É um menino mas que se veste de menina. Que gozado!

— Você é uma aberração — o loiro disse tapando a boca ao rir.

— E-eu n-não sou uma a-aberração...

— Seus pais deveriam lhe dar uma surra, seu estranho — disse maldoso.

— E-eles não me batem...

— Deveriam porque menino se veste de menino e menina de menina! — o primeiro a chegar puxou a parte de cima do vestido a rasgando, rapidamente segurei o pedaço rasgado contra meu peito desnudo.

— Não mexa com ele!

Um tom de voz ameaçador estava presente e eu lentamente levantei meu olhar para James. Seu rosto transmitia fúria, era como se seus olhos queimassem como brasas.

— Ja-james... — sussurrei ainda segurando o colarinho do vestido contra meu peito muito envergonhado com a situação.

— Sai daqui fedelho, ninguém chamou você.

— Sim, vá procurar esmola para comer! — o tal de William disse.

— Estou avisando, deixem ele em paz!

— E quem é você para nos dizer o que fazer? — quando o garoto se virou, seu rosto foi atingido em cheio por um soco. O mesmo caiu sentado pondo a mão no local na intenção de aliviar a dor. Seus olhos encheram de lágrimas rapidamente. Abri minha boca descrente. — Você...

Minha mente pareceu se desligar quando o outro garoto empurrou a James que bateu com suas costas na vitrine e antes que pudesse levar um soco, desviou e acertou um murro no estômago do mesmo. William que estava caído se levantou pronto para brigar e todos eles começaram uma confusão, eu me senti petrificado.

Não estava acostumado a esse tipo de situação e nem mesmo já havia presenciado.

De repente senti meu braço ser puxado em meio a multidão que se formou, olhei rapidamente na direção do que me puxava e relaxei ao ver que era mamãe. Rapidamente ela se ajoelhou e me puxou para seus braços.

— Você está bem, Winter?! Está machucado? — analisou meu corpo de cima a baixo com uma feição de extrema preocupação, pareceu não notar as roupas femininas.

— E-estou... mamãe... eu...

Não consegui completar a frase pois logo escutamos um apito e então o delegado apareceu com dois casais o seguindo, os garotos foram separados.

— Prenda esse mendigo delegado! Ele ousou esmurrar o meu filho!

— E eu farei isso de novo se ele... — James começou a dizer, mas meu pai o agarrou por trás e cobriu sua boca. — Hum! — ele não estava nem um pouco assustado como eu, parecia superconfiante em dar uma surra no delegado.

— Não vou permitir que o prendam. Ele estava apenas ajudando ao meu filho, delegado! — papai exclamou.

Mamãe continuou a me manter em seus braços.

— Essas crianças mal educadas deveriam ser punidas! — Eva exclamou nervosa.

— Veja bem senhor Hamilton...

— Veja bem o senhor o que vai fazer, a menos que queira ter um problema pessoal comigo — papai interrompeu.

— O lugar desse garoto é no reformatório! — William gritou tentando partir para cima de James que esticou seus braços pronto para correr e agarrá-lo, mas ambos continuaram sendo segurados.

— Todos para a delegacia, agora! — o delegado ordenou.

A delegacia era um lugar frio e sombrio, com paredes descascadas e um cheiro forte de mofo. Fomos conduzidos a uma sala pequena e abafada, onde o delegado nos interrogou um por um. James permaneceu impassível, com o olhar fixo no chão, enquanto os outros garotos, acompanhados de seus pais, gritavam e o acusavam de agressão.

— Ele começou! — William gritava, o rosto vermelho de raiva. — Ele me deu um soco sem motivo!

— Ele estava defendendo meu filho! — meu pai rebateu, a voz firme e autoritária. — Esses garotos estavam importunando Winter, e James apenas reagiu.

— Importunando? Eles estavam apenas brincando! — a mãe de William interveio, com um olhar de desprezo para James.

— Brincando de rasgar a roupa dos outros? — mamãe perguntou, a voz calma, mas com um tom de indignação.

O delegado suspirou, esfregando as têmporas. Ele parecia cansado de toda aquela confusão.

— Senhor Hamilton, entendo que o senhor esteja defendendo seu amigo, mas agressão é crime — ele disse, olhando para James.

— E discriminação também é crime, delegado! — meu pai retrucou, apontando para as roupas rasgadas que eu usava. — Esses garotos atacaram meu filho por causa de suas roupas!

O delegado hesitou, ponderando as palavras de meu pai. Ele sabia que estava em uma situação delicada. A pressão dos pais dos outros garotos era forte, mas ele também não podia ignorar o fato de que James estava apenas defendendo um amigo.

— Vou registrar um boletim de ocorrência por agressão e discriminação. — ele anunciou, finalmente. — Os pais dos garotos serão notificados e terão que comparecer ao tribunal de menores.

Os pais dos outros garotos protestaram, mas o delegado se manteve firme. Ele sabia que estava fazendo a coisa certa.

Deixamos a delegacia com um misto de alívio e preocupação. James estava livre, mas a situação ainda era tensa. Sabíamos que os pais dos outros garotos não deixariam barato.

— Obrigado, senhor e senhora Hamilton. — James disse, a voz baixa e emocionada. — Vocês me salvaram.

— Não precisa agradecer, James. — mamãe respondeu, com um sorriso gentil. — Você é nosso amigo, e amigos se protegem.

Voltamos para casa em silêncio, cada um perdido em seus próprios pensamentos. Eu estava aliviado por James estar seguro, mas também me sentia culpado por ter causado toda aquela confusão.

— Winter, você não tem culpa de nada. — papai disse, percebendo minha aflição. — Aqueles garotos foram os culpados, e James apenas fez o que qualquer amigo faria.

— Ele é muito corajoso. — murmurei, admirado com a atitude de James.

— Ele é sim. — papai concordou, com um sorriso orgulhoso. — E você também é, Winter. Por ter coragem de ser você mesmo.

As palavras de meu pai me confortaram, mas eu sabia que a situação ainda não estava resolvida. Os pais dos outros garotos ainda estavam furiosos, e eu temia que eles tentassem se vingar.

Winter se trancou no quarto, o corpo tremendo e o coração acelerado. As palavras dos garotos ecoavam em sua mente, cruéis e dolorosas. Ele se sentia envergonhado, exposto, como se todos pudessem ver a "aberração" que eles tanto detestavam.

As lágrimas começaram a rolar, quentes e salgadas, enquanto ele se encolhia na cama. Ele não entendia por que era tão errado usar roupas de menina. Ele se sentia tão bonito e feliz quando as vestia. Por que isso incomodava tanto as outras pessoas?

A porta se abriu lentamente, e sua mãe entrou, com um olhar preocupado. Ela se sentou ao lado dele na cama, abraçando-o com carinho.

— Meu querido, o que aconteceu? — ela perguntou, a voz suave.

Winter desabou em lágrimas, soluçando e agarrando-se à mãe. Ele contou sobre os garotos, sobre as palavras cruéis, sobre a vergonha que sentia.

— Eu sinto muito, mamãe. Eu não queria causar problemas — ele chorou.

— Oh, meu amor, você não causou problema nenhum — ela respondeu, acariciando seus cabelos. — Aqueles garotos é que foram malvados.

Eles ficaram em silêncio por um momento, apenas o som dos soluços de Winter quebrando o silêncio. Então, sua mãe falou novamente, a voz gentil e curiosa.

— Winter, eu vi as roupas que você estava usando. E, mesmo rasgadas, você estava lindo.

Winter ergueu os olhos, surpreso. Ele esperava repreensão, talvez até raiva, mas encontrou apenas um sorriso gentil e carinhoso.

— Você acha? — ele perguntou, a voz trêmula.

— Acho sim, meu amor. Você tem um brilho especial quando usa essas roupas. E não há nada de errado nisso.

Winter sorriu em meio às lágrimas, sentindo um alívio imenso. Ele nunca tinha ouvido sua mãe falar daquele jeito, e as palavras dela o fizeram se sentir aceito e amado.

— Obrigada, mamãe — ele sussurrou, abraçando-a com força.

— Mas, meu querido, há uma coisa que eu preciso te pedir — ela disse, afastando-se um pouco para olhar nos olhos dele. — Prometa que você não vai mais esconder quem você é. Prometa que você vai ser sempre você mesmo, sem medo do que os outros vão pensar.

Winter hesitou por um momento, mas então assentiu, determinado.

— Eu prometo, mamãe.

Ela sorriu, beijando a testa dele.

— Eu te amo, meu Winter. E eu sempre vou te amar, do jeito que você é.

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