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🎩07. - No Terceiro Capítulo.🍂

"Não há monumentos dedicados a mim e o meu nome em breve será esquecido, mas amei outra pessoa com toda a minha alma e coração e, para mim, isso sempre bastou."

Diário de uma Paixão, Nicholas Sparks

🎩🍂


Estava confuso.

Desde o primeiro instante que Amélia permitiu-se tocar-me através da capa avermelhada e empoeirada de meu exemplar, senti-me ligeiramente desnorteado diante ao vislumbre de sensações, até então, desconhecidas à um simplório personagem de eras longínquas. Sensações essas que, erronâmente, atribuí ao fato de que haveríamos de cumprir o destino que nosso literato havia reservado-nos e idealizado durante o estimado processo de nossa criação há anos atrás, o de sermo-nos lidos.

Assim que senti seus dedos sob a folha desgastada de minha obra e o doce toque macio de suas mãos preencher-me quando cuidadosamente retirou os flocos de poeira da capa avermelhada de nossa obra, permiti-me recair em deleite profundo ao mesmo tempo em que mais tarde, me vi entregue genuinamente às sandices de meus pensamentos para com a jovem leitora. Amélia despertara em mim lampejos e sensações as quais, mesmo com Julieta, jamais pude experimentar. Na perversidade de meus sentidos traçoeiros, encontre-me mediante a incerteza gerada pela dúvida, que pôs-me entre aquela que, de acordo com meu literato, eu deveria amar, e a bela dama a qual meu estimado personagem jamais deveria sequer nutrir outro sentimento senão o de eterna gratidão por ter-nos salvado do esquecimento que nos aponquentara durante anos.

Mesmo após minha calorosa noite com minha Julieta, as dúvidas continuaram a assolar-me de maneira tão avassaladora quanto anteriormente. A dualidade das minhas emoções e o infortúnio de minhas confusões em decorrência delas, deixaram-me angustiado de modo que não fui capaz de permanecer com Julie em meus braços mesmo após nosso momento afetuoso onde lhe jurei amor eterno.

E ah se você soubesse, minha amada Amélia, que já àquela altura minhas juras perdiam veracidade.

Portanto, ao certificar-me de que a senhorita dormia tranquilamente em seu leito, levantei-me com demasiado cuidado de sua cama e pus-me a caminhar de encontro ao portal narrativo mais próximo, onde finalmente permiti-me mergulhar no mundo das palavras. Precisava espairecer.

Assim que atravessei o pequeno portal, pude contemplar o lugar que, horas antes havia proporcionado-me uma das que julguei ser a melhor sensação que já havia sentido. Mesmo que em páginas distintas, o amarelado das folhas envelhecidas permitia-me recordar do instante em que Amélia leu-me horas antes, quando ela finalmente conheceu-me enquanto meu corpo repousava sob uma das letra de meu prenome.

Precisava de um tempo para entender-me. Se hora convencia-me da certeza de que amava Julieta e a tornava minha como demandou meu cronista que a destinou à minha persona desde o início de nossa criação e recordava-me saudosista de quando vimo-nos pela primeira vez aguardando ansiosamente pelo preenchimento das demais páginas em branco que descreveriam-nos como exemplo de amor eterno e verdadeiro, em outros momentos perdia-me no adorável timbre da melodiosa e angelical voz de minha leitora. Tentei convencer-me do contrário, mais uma vez, de que minha confusão nada mais era que fruto do esquecimento pelo meu personagem da sensação de ser lido e ser memória na mente de outro alguém, contudo a certeza de que minhas afirmações acerca de meu amor eterno para com Julieta já não mais eram tão verdadeiras como descritas pelo autor atinginra-me de forma avassaladora.

Era errado. Infame. Como poderia um personagem sentir senão aquilo que o autor o designou?

Havia algo novo na sensação de ser conhecido que apoquentava-me, mas ainda sim, o desconhecido trago pelos novos sentimentos errôneos despertados em mim para com a jovem dama que resgatou-nos das prateleiras e trouxe-nos consigo à um lar onde, supostamente, não caíriamos novamente no sufoco do esquecimento empoeirado de uma estante , remetia-me a inquietação e induzia-me a formular perguntas as quais jamais obteria resposta.

Sentando-me sob uma letra qualquer, deixei que a culpa me tomasse. Deixei que minha mente vagasse pelas memórias de papel, criadas pela caligrafia delicada de meu autor, em uma tentativa falha de que as lembranças proporcionadas pela escrita pudessem esclarecer-me minha insanidade. Mas ainda sim, não consegui encontrar a explicação desejada para o meu lastimável estado atual.

E mesmo tentando, só fui aceitar mais tarde a verdade com a qual recusava-me concordar . Em memória ou tempo algum acharia sentimento semelhante aos despertados em mim por Amália, porque eram novos e nem mesmo Julieta foi capaz de fazer-me senti-los.

Em um lampejo de tristeza trago pelos ares de minha situação lastimável, concluí que diferentemente dos demais personagens, algo despertara em mim que, contrazendo o destino que fora cuidadosamente escrito para mim ao lado de Julie, talvez nem mesmo o literato fora capaz de prever, o despertar da Alma de alguém o qual não era pressuposto ter uma. Com sua leitura, Lia não deixou-me apenas com as confusões e angústias causadas pelos sentidos difusos que assolavam-me, a bela moça outorgou-me a liberdade de sentir não apenas aquilo que era designidado pelo cronista, como também o que não fora. Já não era mais um personagem qualquer, e em meio ao meu entendimento acerca da situação a sensação de clareza preencheu-me de maneira parcial, pois, mesmo que não de maneira integra, foi naquela simples conclusão que pareci encontrar as respostas exatas para parte de minhas dúvidas que já há muito aborreciam-me diariamente.

Entretanto, não demorou para que a felicidade desse lugar ào infortúnio da preocupação, e de repente, me vi com o semblante preocupado novamente estampado em minha face, e um questionamento que fez-me tremer e sentir-me culpado novamente. As dúvidas que antes pertubavam-me deram espaço para uma pergunta que fez-me desejar não ter sequer ousado pensar nela. Um questionamento que fora capaz de atordoar-me até o fim de meus dias.

— Será que eu realmente a amo? — Digo olhando em direção ao portal narrativo que trouxe-me do concordo do quarto de Julie. — Ou apenas convenço-me disso pois foi aquilo que meu cronista disse-me para fazer?

E antes mesmo que pudesse vir a formular uma resposta para mim mesmo a fim de amenizar a culpa que consumiu-me ao proferir em voz alta tal pergunta, não tardei a sentir o toque de Amélia sob o livro. Não houve tempo para que ficasse surpreso com seu retorno repentino para sua leitura. Amélia começaria o terceiro capítulo, onde ela poderia por fim levar-me através de sua belíssima voz aos salões de baile londrinos, o local onde então eu veria Julieta pela primeira vez.

Amélia leria-nos em um mesmo capítulo. E com a abertura da obra pela leitora, me vi sendo levado ao outro lado da passagem narrativa novamente, ao lugar onde pude contemplar Julieta olhando-me com um misto de alegria e esperança, enquanto Amélia, por sua vez, parecia estar pronta para começar sua leitura.

Estava entre a mulher que deveria amar e aquela que descobri como meu amor verdadeiro posteriormente.

Terceiro capítulo.

🎩🍂

O doce dom da voz do pecado.

Encarei Julieta, e diferentemente de mim, que encontrava-me aflito direcionando meu olhar para ambas as mulheres presentes em meu campo de visão, a futura duquesa encontrava-se genuinamente feliz com o que para mim fora mais uma vez um infortúnio indesejado. Amélia leria-nos ao mesmo tempo, e já não sabia se conseguiria esconder de Julieta a confusão que despertara em mim perante a presença da nova leitora.

Precisava conversar com minha prometida acerca da inquietude que se expandia em meu peito.

— Seja bem vindo, vossa Grassa. — Pronunciou-se Julieta ao aproximar-se de minha persona. — Demorou para chegar!

A jovem dama não delongou¹ a se apoiar sobre a ponta de seus pés e depositar-me um beijo na bochecha de forma delicada e suave, atraindo por fim minha atenção completamente para seu gestos de carinho e sua fala, fazendo-me por instantes esquecer que Amélia iniciava sua leitura. Contudo, mesmo que a encarando, não pude dirigir-lhe a palavra, visto que mediante minha tamanha traição para com sua persona, não poderia falar-lhe nada além da verdade acerca das conclusões que havia tomado anteriormente.

Trair as palavras de meu autor sentindo aquilo que não era pressuposto que eu sentisse significava trair minha doce Julieta que, ao contrário de mim, sempre proferiu-me juras verdadeiras.

— De certo está nervoso, e se bem te conheço, pouco estupefato. — Continuou diante ao meu silêncio. — Pois eu lhe disse, meu amor, que ela outrora voltaria para conhecer-te melhor. E penso que devo tomar cuidado, meu amado, pois és tão cativante que talvez seja capaz de roubar o coração de nossa nobre salvadora. — Completou Julieta rindo-se com sua própria fala.

Ah minha doce Julie, se naquele instante soubesse que fora Amélia quem cativou-me.

Limitei-me a direcionar-lhe um pequeno sorriso, cujo o qual, mesmo que implicitamente, escondia em suas curvas a certeza de que, ainda que eu viesse a negar-me de tal sentimento que atraia-me para Amália, nutria o desejo constante de que fosse capaz de cativar Lia assim como ela me cativara.

Senti meu corpo tremer ao ouvir a doce voz de nossa leitora, a voz que levava-me ao pecado da traição. Diferentemente das demais vezes em que havia lido-nos, as palavras pronunciadas por Amélia agora pareciam sutir um efeito diferente em mim. A intensidade dos termos enunciados por ela parecia ter aumentando consideravelmente a mesma medida que dava-me conta de minha possível infidelidade.

🎩🍂

Não soube precisar há quanto tempo meu corpo se movia no ritmo da música pelo salão de baile. Julieta estava aos braços de outro homem, um conde que há pouco chegara na cidade e que viria posteriormente a herdar uma grande fortuna de seu pai.

Anthony era seu nome. Conheci-o mais tarde, e devo pontuar que é um bom rapaz. Apesar de interessar-se apenas nos dotes de suas possíveis opções para desposar² , tive para mim que nutriu estima singela por Julieta. E foi com a descrição da dança de ambos pelo autor, que pude ouvir Amélia dirigir-nos a palavra pela primeira vez.

— Se não fosse capaz de identificar os clichês, diria que Anthony poderia vir a ser o par perfeito para Julieta. — Falou rindo, atraindo não apenas minha atenção, como a de Julieta para ela. — Pobre Will, acho que terá concorrência com a dama.

Não tardou para que Julieta procurasse por mim com um olhar, cujo o qual cogitei ser para verificar o mais remoto dos lampejos de ciúmes que poderiam ser demonstrados por mim, e ao notar minha feição de seriedade, sorriu vitoriosa ao que, creio eu, concluiu ser inquietude mediante à declaração.

Julieta então rodopiou pelo salão em uma dança sutil e calma, fugindo por hora da narração contada por Lia, e com um toque rápido e singelo reconfortou-me com a certeza silenciosa de que jamais seria capaz de amar outro alguém que não fosse eu. A certeza que, mesmo eu, naquele instante gostaria de ter para com ela.

— Anthony parece-me um bom cavaleiro. Mas ainda sim creio que não seria um bom par para Julieta. — Concluiu Amélia, e Julieta sorriu.

— Sinto, minha querida Amélia, que nenhum personagem, nem mesmo eu, seria capaz de conceder à Julieta aquilo que ela merece. — Respondi em um sussuro encarando o oceano em seus olhos que jamais seria capazes de me enxergar senão pelas palavras do literato. — O amor que ela merece de certo está para além das páginas amareladas desse livro. — Falei.

E apesar de Lia não interagir muito mais vezes durante o terceiro capítulo, deixei que o som de sua fala embriagasse-me por um todo. Em meio à sua leitura eu reduzia-me à um ébrio, inerte não aos efeitos do álcool, mas sim às implicações que o melódico som de sua voz causava em mim. Então apaixonei-me pelo som divino que emanava de seus lábios.

Senti-me aliviado ao notar que Amélia chegara finalmente ao fim do capítulo, e com a certeza de que demoraria até que retornasse à sua leitura, deu-me o alento necessário para que eu tivesse convicção de que teria tempo para refletir acerca de minhas confusões antes que retornasse para a próxima leitura onde, mais uma vez, encontraria-me entre ela e Juleita.

Mas para minha surpresa, ela não parou, e decidiu continuar sua leitura.

Delongou¹ — Sinônimo de demorar.

Desposar² — Sinônimo de casar.

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