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🎩06. - Antes do terceiro capítulo.🍂

"Há amores que só podem viver em seu coração, não em sua vida."

—– Como eu era antes de você,
Jojo Moyes

🎩🍂

Como uma fênix renascendo das cinzas, assim foi a vida retornando para minha'lma, que clamava secretamente pela releitura de minha leitora. O olhar estonteante de Amélia, evidenciando um possível encantamento com as frases proferidas a cada trecho da obra, fez-me ter sensação semelhante ao contemplamento do céu estrelado em uma das mais limpas noites de verão. Senti-me extasiado naquele momento mediante a beleza singela do meu renascer literário, e com isso a felicidade genuína diante a maravilhosidade de ser salvo do esquecimento havia arrebatado-me sem aviso prévio.

Ainda que tenha ansiado por esse momento desde a primeira vez que a vi, não fui capaz, em nenhuma de minhas divagações, de calcular tamanho sentimento que me atingira quando, por meio de palavras escritas em uma caligrafia caprichada sob uma página amarelada e envelhecida, Lia tomou conhecimento sobre mim.

Eu estava vivo. Minha persona não mais tinha existência limitada aos capítulos de um livro envelhecido. Naquele instante em que ela havia lido meu nome com tanto afinco, eu também havia ganhado vida na mente de um leitor; alguém que de certo poderia vir a descrever-me posteriormente e outorgar-me vida em outras mentes a partir do compartilhamento de sua experiência literária com um outro alguém.

Ela me transformaria em eterna memória dentro do vasto campo de esquecimento da mente humana.

E muito embora tivesse julgado a euforia exacerbada dos demais personagens, não pude controlar-me quando a empolgação consumiu-me de tal modo que, em anseios que muito provavelmente não passariam de desejos os quais poderiam jamais vir a se concretizar, nutri a esperança de que Lia tornasse-me memória viva e conhecida.

Nos mais longínquos de meus devaneios, imaginei-me como uma persona instigante, que viria a ser amado não apenas por Julieta, mas por cada um dos meus leitores hipotéticos que seriam instigados por Amélia a ler-nos e posteriormente se encatariam com minha história. E talvez, apenas uma possibilidade utópica criada por um homem de existência monótona e mente cansada, poderia vir a ser citado em momentos de comparação entre universos literários distintos, ou quem sabe ter minha obra lida em colégios e grandes eventos da literatura. Fui otimista demais, confesso.

Achar que a fama e o sucesso poderiam chegar de forma tão inesperada e de repente apenas porque fomos procurados por alguém, foi de certo uma de minhas maiores sandices momentâneas. Uma tolice. Imaginar o reconhecimento tardio após a morte daquele que escreveu-nos com demasiado zelo em cada parte de nossa obra, nada mais era que um pensamento desesperado para alguém que passou tantos anos no temido esquecimento úmido e empoeirado das prateleiras de uma biblioteca pública a qual jamais tomei conhecimento nome e não queria retornar para lá.

Atordoado devido as diferentes sensações que se fizeram presente dentro de mim diante da situação na qual me encontrava, esqueci-me completamente de Julieta e, consequentemente, das chances de que estivesse me esperando retornar para o capítulo inicial a fim de que pudesse ir ao seu encontro e retomar nosso momento caloroso que fora bruscamente interrompido anteriormente pela presença inesperada de Amélia.

A euforia fora tanta, que deparei-me demasiado atordoado naquele instante, ao ponto que não fui capaz de notar quando, ao longe, Julieta havia finalmente atravessado um portal narrativo e ido de encontro ao mundo das palavras a fim de que pudesse ultrapassar a barreira entre os capítulos e encontrar minha persona. Ela conhecia-me tão bem que era capaz de saber onde eu estava mesmo que nem eu o soubesse. Portanto, devido ao meu estado de perplexidade, não foi surpresa para a jovem bela dama quando assustei-me com seu toque delicado sob meu ombro direito tentando chamar-me atenção.

Não soube ao certo quanto tempo havia ficado estático em uma tentativa frustrada de assimilar tudo o que estava acontecendo. Me encontrei confuso. Questionei-me os motivos pelos quais as dúvidas se tornavam tão crescentes em minha mente, questionamentos esses os quais eu tinha consciência de que não deveriam existir. Amélia fazia-me esquecer completamente de Julieta, e quando eu a olhava, era inevitável, só existia ela e eu no mundo, mesmo que em realidades e dimensões opostas que jamais poderiam vir a se encontrar.

Lia despertava algo desconhecido dentro de mim, um sentimento o qual jamais foi pressuposto que um personagem denominado fictício fosse capaz de sentir. E por mais que minha persona tentasse fazer jus às juras que meu autor me fizera proferir à Julieta dentro de todos os capítulos desde que declaramo-nos um ào outro e até mesmo antes disso, a jovem leitora fazia-me sentir como se estivesse a contar uma doce mentira tanto para Julie quanto para eu mesmo.

Cogitei momentaneamente minha confusão ser dada à um possível carinho especial desenvolvido por mim para com nossa ledora advindo da gratidão por ter-nos resgatado do esquecimento. E o que mais poderia ser? Era a melhor hipótese a qual minha mente atordoada fora formular.

Havia-me declarado à Julieta momentos atrás, com demasiada convicção, mas essa certeza parecia ter sumido de forma repentina, como se jamais tivesse existido e não passado apenas de um delírio de minha imaginação fértil. Mas não foi. Quando, sentado sob meu próprio nome, ela lêu-me com um sorriso estampado em seus lábios, eu pequei. Todavia, meu pecado não só se originou de meus pensamentos com outra mulher que não Julie, como também do desejo errôneo de pudesse estar em um outro universo, uma realidade distinta da minha. A realidade na qual Amélia existia. Então concluí, Não poderia ser apenas gratidão.

Ainda que tivesse direcionado meu olhar para Julie após seu toque em meu ombro, permaneci tentando assimilar a confusão que crescia em minha mente. Entretanto, meu silêncio perante sua presença após mais alguns minutos foi o suficiente para despertar singela preocupação em Julieta, dessossego esse que não tardou a ser esboçado nas feições de minha prometida assim que seu olhar foi de encontro ao meu semblante angustiado.

—— Will? —— Chamou-me preocupada. Todavia permaneci estático, sem demonstrar qualquer pretensão de responder ao seu chamado. —— Will, querido, está tudo bem? —— Persistiu.

Então a encarei, e tudo o que pude enxergar foi a mulher que me fora designada como minha outra metade, a dama que me acompanhara em cada momento de nossa trama romântica e que parecia nutrir por mim um amor que em tempo algum poderia ser escrito devidamente em palavras. Não haviam expressões em qualquer dimensão, universo ou mundo que fossem capazes de descrever os sentimentos de minha adorável Julieta relacionados à mim.

Conhecia-me tão bem, que foi necessário apenas um olhar para que fosse capaz de entender o estado no qual me encontrava, e possivelmente cogitando ser devido à minha notória dificuldade de expressar meus sentimentos, Julieta limitou-se a abraçar-me. Contornou então com ternura seus pequenos braços em minha cintura ao mesmo tempo que pôs-se a encontar sua face delicadamente em meu peito de forma carinhosa, apertando-me em uma súplica silenciosa para que eu também a envolvesse em meus braços.

E ali, éramos apenas eu, ela, e as palavras que descreviam uma parte da nossa história de amor.

Pude sentir o calor de seu corpo percorrer por toda a extensão do meu, e com isso, um arrepio percorreu-me pelo o que deduzir ser devido à diferença de temperatura entre nós dois. Deixei que os pensamentos inoportunos se dispersassem e que a presença de minha amada trouxesse à mim a paz da qual necessitava tão desesperadamente e o entendimento de que ela, e apenas ela, seria capaz de despertar interesse em mim. Meu semblante, antes agoniado e comumente mal humorado, agora se encontrava alegre e relaxado. De alguma forma, o gesto afetuoso de minha doce Julieta havia trago-me o alento do qual necessitava naquele instante.

Julieta era a pessoa certa para mim. E não poderia negar tal afirmação, fomos criados para sermos perfeitos um para o outro, cada um à sua maneira. Ela era como a brisa refrescante em um dia quente de verão, deixando meus dias mais leves e trazendo a calmaria semelhante ào silêncio que se estende ao entardecer pelas cidades. Também era como a chuva durante o período de seca, surpreendendo à todos de uma maneira inesperada, alegrando os dias monótonos de personagens que vivem todos as manhãs a mesma história.

Então a envolvi em meus braços e jurei poder a ouvir sorrir.

—– Imagino que estejas feliz de modo que não consegue ao menos expressar em palavras aquilo que está sentindo, não é mesmo, meu amor? —– Questionou Julieta encarando-me, contudo parecendo já saber a resposta para seu questionamento.- Senti-me de maneira parecido ontem!

Tentei segurar, contudo não pude evitar que as lágrimas se formassem em meus olhos e logo minha minha visão ficasse completamente embaçada por causa delas. As lágrimas desceram pela minha face de vagar, percorrendo cada centímetro de meu rosto e molhando minhas bochechas a medida que caíam de meus olhos. Julieta nada disse, e apenas continuou a me abraçar.

—— Ela conheceu-me! —— Exclamei por fim, sem conseguir disfarçar a voz embargada pelo choro de felicidade. —— Julie, ela cotinuou a leitura, ela não nos abandonou como os outros! —— Concluí, trazendo-a para mais perto de mim e envolvendo-a ainda mais em meu abraço.

—— Oh meu amor, é claro que não nos deixou! —— Disse enquanto apoiava-se, sem desvincular-se de meu abraço, sob a base de uma letra qualquer para que pudesse ficar mais alta e depositar um rápido beijo em meus lábios. —— Amélia procurou-nos com tanta persistência que será difícil não terminar a leitura, William. E ela há de ler-nos outras vezes, vossa grassa. Eu prometo à ti, não serás esquecido. Mesmo que não estejas eternizado mundialmente na memória de milhares de leitores, estarás eternizado em meu coração e na certeza de que sempre estarei aqui por ti.

Não fui capaz de responder à sua declaração. Na verdade, jamais fui capaz de corresponder ao homem que Julieta merecia que eu efetivamente fosse. Em meu vocabulário não haviam palavras que fossem o suficiente para descrever a mulher incrível que se encontrava agarrada ào meu personagem, então após depositar um beijo afetuoso em sua testa, permanecemos em silêncio por alguns instantes até que um ímpeto repentino de coragem me permitisse continuar a falar.

—— Foi assim que se sentiu? —— Perguntei quebrando o silêncio, logo sentindo sua atenção se voltar para mim.

—— Feliz? —— Questionou retóricamente. —— Sim. Essa sensação de ser lida já havia se tornado desconhecida para mim bem como havia se tornado para todos nós. Ser lida pareceu-me algo inédito e quando ela começou o primeiro capítulo, senti-me como uma criança ansiosa à ir para a escola nova ou uma noiva nas vésperas de seu casamento. Foi especial. Mas e você, querido? Como se sentiu?

A voz de Julie soava de maneira tão carinhosa em meus ouvidos que senti-me culpado por ao menos ousar duvidar de meus sentimentos para com ela. Em todos esses anos que permanecemos juntos revivendo à todo momento nosso amor eterno, Julieta jamais havia sido capaz de ter pensamentos com outro rapaz que não fosse eu, e tão pouco houverão espaços para dúvidas no que diz respeito ao seu amor para comigo. E agora, contrapondo os dizeres de meu literato, alguém parecia brincar com aquilo que me foi descrito para sentir, fazendo-me duvidar constantemente do amor que era pressuposto eu sentir por ela.

—— Talvez de maneira semelhante à que você, minha pequena. Entretanto, devo evidenciar que apesar de formular variadas hipóteses de como viria a ser quanto ela finalmente me conhecesse, em nenhuma delas fui capaz de aproximar-me da tamanha emoção que senti, quando sentado sob as letras de meu nome, ela conheceu-me. —— Declarei ao mesmo tempo que levei uma de minhas mãos à cabeça de Julieta a fim de que pudesse afagar seus cabelos. —— Eu estava bem aqui, sob o traço da letra "A" quando ela tomou conhecimento sobre mim e meu nome, e mesmo agora que ela já conheceu-me e marcou sua leitura no início do terceiro capítulo, não consigo acreditar no que aconteceu. Ela leu-me, Julieta, e talvez ela volte para ler-nos amanhã. Mas ainda sim, a incerteza persiste dentro de mim e continuo me perguntando, e se ela não voltar?

—— É claro que ela irá retomar sua leitura! —— Disse Julieta convicta o encarando com alegria.

— E como podes estar tão certa disso, Milady?

—— Porque ela voltou hoje, Vossa Grassa. E ela conheceu à ti. —— Falou enquanto afastava-se um pouco para poder olhar em meus olhos. —— Se permita ser esperançoso ao menos uma vez, William. Não vai se decepcionar, eu prometo.

—— Não prometas coisas que estão fora de seu alcance, pequena. —— Digo. —— Eu tenho medo, você sabe o quão difícil é para mim acreditar e ser otimista, Julieta. —— Suspiro com pesar.

Ao contrário do esperado por mim, Julieta não questionou minha fala com um discurso acerca da importância de ser esperançoso em algumas situações. Surpreendentemente, a donzela apenas limitou-se a encarar-me com um olhar contemplado pelo desejo e a luxúria, e então por fim, beijou-me profundamente de forma calma e saudosista. Não havia apenas saudade das noites românticas e calorosas que outrora havíamos compartilhado, naquele beijo também se encontrava o desejo do inacabado, de retomar aquele momento que nos fora interrompido anteriormente com a leitura repentina de Amélia.

Correspondendo ao seu pedido silencioso pela união de nossos corpos, puxei imediatamente seu corpo para mim, e não permiti em momento algum que seus lábios quentes e macios se desgrudassem dos meus. A sintonia que regia-nos tornou-se cada vez mais notória a medida em que a boca de Julieta parecia se encaixar perfeitamente à minha, e seu beijo aparentava combinar-se perfeitamente ao meu. Poderia a tornar minha ali e naquele momento, ao pé da letra "M" ou nas dobras da letra "L", eu não me importava, apenas ansiava em tê-la para mim novamente, porque cada parte dela fora feita para se encaixar com cada parte de meu personagem..

Encostei seu corpo com um misto de cuidado, ternura e certa brulalitada na lateral da letra "I", ao mesmo tempo em que levei minha mão direita até sua nuca, procurando aprofundar ainda mais nossas carícias, e minha mão esquerda até sua cintura, a puxando mais para mim, arrancando um suspiro de seus doces lábios. Logo, apenas o som de nossas respirações descompensadas aglutinadas com os ruídos emitidos por ambos em decorrência do prazer outorgado à mim e Julieta pelos toques em diferentes pontos de nossos corpos, se tornaram audíveis em meio ao silêncio do mundo das palavras, e o desejo carnal emanado por ambos se tornara cada vez mais notável e presente. A luxúria havia tomado conta do local.

Deixei um grunhido insatisfeito escapar pela minha boca assim que os lábios de Julie deixaram os meus. Todavia, aludindo à um tempo remoto onde eu e minha amada corríamos pelos vocábulos, letras e portais narrativos da obra para trocarmos carícias, Julieta agarrou-me e pôs-se a puxar-me pelas páginas de nosso livro.

Então como há muito não fazíamos, corremos para seu quarto.

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