Narradora: Sarah

O suor escorria no meu rosto enquanto corria pelo parque, tentando queimar as calorias.
Decidi mudar o percurso, correndo até uma rua atrás do parque, poucas pessoas passavam lá, percebi que no fim da rua, que era sem saída, havia um caminhão, igual ao que estava no acidente com Jeon, recuei, dando a volta e correndo o mais rápido possível para voltar ao parque, com medo.
Ele só aumentou mais ainda quando ouvi um som de motor, um ronco e barulho de acelerador, olhei para trás, vendo o caminhão na minha direção, a rua era longa, então não estava nem tão perto de chegar ao movimento, tentei gritar por Jeon e Hae-in, que estavam lá, mas ninguém ouviu, obviamente.
Senti uma pancada forte nas minhas costas, cai no chão quente, apagando por completo.
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Abri meus olhos, devagar, sentindo uma dor insuportável na cabeça, pôs a mão sentindo o sangue, fiquei desesperada com o lugar onde estava, era escuro, sendo um pouco iluminado pela luz do sol, através da pequena janelinha. Gritei por socorro, mas nada aconteceu. Exceto a porta enorme e barulhenta que se abriu, a figura de um homem alto e com um machado na mão era visível, surtei cada vez mais. Eu ia morrer?

-Come.-O homem chegou ainda mais perto de mim, jogou uma bandeja de comida, que tinha ovos e uma bebida. Ele usava uma máscara na metade do rosto, mas pela voz eu reconheci.

-Rafe?-Ele soltou uma risada perturbadora, tirou a máscara, e puta merda, era ele mesmo.

-Viu? Eu disse que você seria minha.-Me recordei rapidamente dos bilhetes que ele me manda diariamente, lá, Rafe me ameaçava dizendo que eu seria dele por bem ou por mal.
Mas isso não era verdade, eu nunca seria dele.

Olhei a comida, com nojo, estava tudo muito sujo, que merda.

-'Tá achando que eu iria colocar droga aí?-Ele riu, debochando.-Pra quê eu iria fazer isso, se eu já te tenho aqui?-Rafe ainda continuou falando.-Ah, donzela, me esqueci que você gosta de comidas sofisticadas, eu posso fazer um macarrão ao molho pra você, ou prefere que seu namorado, Jeon né? Faça?-O ódio me consumiu, chutei tão forte a bandeja com aquela porra de comida que sujou toda a roupa do canalha.

-Caralho! Sua puta! Eu nunca mais te trago comida, vai morrer de fome agora.-Cameron finalmente saiu do lugar onde eu estava.

Me levantei do colchão fedorento, encarei a janela e tentei escalar, sem sucesso, tentei novamente e nada. Meus dedos começaram a sangrar pela textura da parede, que quando escorregava rasgavam minha pele. Tentei pular, mas caí de costas, soltando um gemido de dor.

Será que Jeon estava sabendo disso tudo? Eu aposto que sim. Mas acho que ele não vai poder fazer nada diante disso.

-Que Deus me proteja.

Jeon's pov
Narrador: Jungkook

Sarah me avisou que iria correr atrás do parque, não me importei muito, era comum sempre ter pessoas por ali, e além disso eu estaria por perto.

Meu celular vibrou, o nome de Sarah brilhou na minha tela. Atendi rapidamente, mas não ouvi a voz dela e sim um estrondo alto e um grito agudo, me assustei, olhando para a rua, mas não havia nada, corri até lá, alertando Hae-in que ela devia ficar. Quando cheguei, tudo que vi foi o celular de Sarah quebrado no chão, e bom, um caminhão em alta velocidade que já estava longe. Logo entendi, liguei para a polícia, eles acharam uma mancha de sangue no chão, que eu havia visto também.

-Vai ficar tudo bem, cara.-Tae me confortava enquanto eu estava sentado na cadeira da delegacia, dando depoimento.
Contei do que havia acontecido comigo também, e sobre a coincidência de ser um caminhão pequeno e branco.
Tudo era proposital e girava ao redor de uma só pessoa: o tal do Rafe Cameron.

Era exaustivo tudo isso, poxa, tava tudo indo tão bem, eu queria até casar com a Sarah, mas e se ela morrer? Eu não quero mais saber de ninguém, só quero ela. Somente ela.

Eu tive 408 dias de Sarah pra mim, exclusivamente para mim.

Não podia perder ela assim.
Ele vai pagar, aquele desgraçado vai morrer implorando pra viver.

-Se a polícia não resolver, eu mesmo resolvo, com minhas próprias mãos.-Foi a última coisa que eu falei antes de me levantar daquela baderna e ir embora, com os outros meninos atrás de mim.

Um traço tóxico que eu tenho é: não aceitar perder.
Agora não vai ser diferente, cada um de nós - homens empresários - temos um dom diferente, e se estamos no topo hoje, é porque passamos por muita coisa e nos envolvemos com pessoas más. Acabamos virando uma delas também, mas somente usamos esse lado quando é preciso.
E hoje não seria diferente, vamos finalmente usar esse lado.

Quando deixo Hae-in com a minha mãe, é porque não irei voltar para casa tão cedo. E também, que algo de ruim iria acontecer.

Fim do Jeon's pov.

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Eu ⬆️

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